O vento frio cortava a noite, trazendo consigo o sussurro da floresta e o presságio de algo que se aproximava. A revelação de Julia ainda estava fresca na mente de Amélia, e o peso das palavras dela continuava a ecoar dentro de seu peito. O cavaleiro das sombras que faltava… quem poderia ser? O que ele representava para Amélia, e como ela poderia derrotá-lo?
O grupo havia decidido continuar a jornada no dia seguinte, mas a tensão estava palpável. Eles sabiam que o confronto final estava cada vez mais próximo, e que esse cavaleiro era a chave para trazer Julia de volta de vez para o mundo dos vivos. Mas havia algo mais – uma sensação estranha que Amélia não conseguia afastar. O cavaleiro não era apenas uma ameaça externa. Ele estava profundamente ligado a algo de seu passado, algo que ela ainda não conseguia entender completamente.
A jornada os le
O som do vento cortando as árvores e o peso da tensão eram palpáveis enquanto Amélia encarava Gabriel, o cavaleiro das sombras, aquele que outrora havia sido seu mentor, agora transformado em algo sombrio, um reflexo distorcido de si mesmo. Aquelas palavras, aquelas lembranças, voltavam a ferir como lâminas afiadas em sua mente, mas ela não podia se permitir vacilar. Sua missão, sua luta, era mais do que pessoal agora – ela estava lutando pela luz, pela esperança, pela verdade.Zard estava tenso ao seu lado, mas sua presença era reconfortante, uma rocha firme em meio à tempestade. Damian, com a espada já em mãos, observava a cena com um semblante grave. A batalha que se aproximava não seria fácil, mas era necessári
A batalha estava prestes a começar, mas Amélia ainda se encontrava perdida em seus próprios pensamentos, as palavras de Gabriel reverberando em sua mente como uma maldição. O peso da dúvida a consumia, fazendo com que suas pernas vacilassem e sua lâmina, antes firme, agora parecesse mais pesada em suas mãos.Zard observava atentamente, notando o visível conflito dentro dela. Ele sabia que não poderia permitir que a escuridão tomasse conta de Amélia. Não mais. Ele se aproximou dela, seu olhar atento e sério, e colocou uma mão sobre seu ombro, forçando-a a olhar em seus olhos.— Amélia — ele disse, sua voz baixa, mas cheia de uma força imensa. &md
O confronto se intensificava, o ar pesado com a energia da batalha e o som das lâminas se encontrando no vazio da floresta. As sombras de Gabriel se erguiam ao seu redor, alimentadas por sua própria presença sombria. Amélia estava na vanguarda da luta, sua espada cortando o ar com precisão, mas ela sabia que a batalha não seria vencida com força bruta. A escuridão que Gabriel invocava era profunda, e sua presença parecia ameaçar engolir tudo ao seu redor.Ao seu lado, Zard, Damian e Ethan lutavam com destreza, mas a vantagem de Gabriel parecia crescente. Cada golpe era desviado, cada tentativa de ataque era frustrada pela aura de escuridão que o cavaleiro das sombras emanava. O grupo estava perdendo terreno, e Amélia sentia a tensão aumentar. Eles não conseguiam dominar Gabriel. Seus corpos estavam cansados, e a escuridão parecia sufocá-los a cada movim
A batalha continuava a rugir como uma tempestade, e o campo de guerra estava repleto de sombras e luzes cintilantes. Os lobos, agora em suas formas majestosas e ferozes, avançavam com um poder incomum, suas garras rasgando o ar enquanto os corpos das criaturas sombrias de Gabriel eram despedaçados. Damian, Ethan e Zard estavam em sua melhor forma, como verdadeiras feras indomáveis, guiadas pela essência selvagem de seus instintos. Os uivos de suas presas ressoavam na floresta, dominando a escuridão que Gabriel invocava.Amélia observava a cena ao seu redor, com a espada firme em suas mãos, seu olhar fixo no inimigo. A transformação de seus amigos trouxe uma nova esperança, mas ela sabia que ainda não era hora de agir. Ela sentia uma força crescente em seu interior, como uma chama esperando para ser acesa, mas algo a impedia de liberar toda a sua verdadeira essência. A voz de
Antiope era uma vila cercada por colinas ondulantes e bosques de carvalhos tão antigos quanto o próprio tempo. As casas de pedra, cobertas de trepadeiras floridas, pareciam emanar um calor acolhedor, mas sob essa aparente tranquilidade escondia-se um medo enraizado. O nome do Alfa ressoava como um trovão nas conversas sussurradas. Ele governava não apenas a vila, mas também os corações de seus habitantes, que andavam sempre com olhares baixos e passos apressados, como se até mesmo o vento pudesse levar suas palavras para ouvidos errados.No meio dessa realidade opressora, vivia Amélia.Desde muito jovem, a vida lhe ensinara a sobreviver com pouco. Seus pais foram arrancados dela antes mesmo que tivesse idade para compreender a dor da perda. A memória deles era um borrão distante, fragmentos de vozes e risadas que às vezes vinham nos sonhos, apenas para desaparecer ao amanhecer. A vila, que deveria ter sido seu lar, virou um lugar onde não havia espaço para uma órfã. Sem ninguém que a
O silêncio entre eles era espesso como a neblina que pairava sobre a floresta. Amélia caminhava um passo atrás do filho do Alfa, os olhos atentos a cada detalhe do caminho. As árvores pareciam se curvar à presença dele, os pássaros silenciavam ao seu redor, e até o vento hesitava em soprar. Ela deveria ter fugido. Deveria ter resistido. Mas algo nela — talvez o instinto, talvez o cansaço de viver sozinha — a impediu. O cheiro de terra úmida começou a se misturar com algo mais denso, algo que fazia seus pelos se arrepiarem: o cheiro de outros lobos. Eles estavam perto. Muito perto. Seu coração começou a bater mais forte. O que ele queria com ela? Quando os portões da matilha surgiram à frente, sua respiração ficou rasa. Eram enormes, de madeira escura reforçada com ferro, e guardados por dois homens de olhar predador. Eles a observaram com curiosidade, mas não ousaram questionar o filho do Alfa quando ele passou por eles, trazendo-a consigo. Amélia se encolheu ao sentir dezenas de
Amélia tentou lutar contra o sono.Se dormisse, talvez acordasse em uma armadilha. Talvez descobrisse que tudo aquilo — o banho quente, as roupas limpas, a comida abundante — fosse apenas um truque cruel antes de seu verdadeiro destino.Ela já ouvira histórias assim antes. Promessas de conforto, de segurança, apenas para serem substituídas pelo frio da traição. Sua vida lhe ensinara a desconfiar da bondade, a questionar gestos gentis. Sobrevivência não permitia ilusões.Mas o cansaço, esse inimigo silencioso, foi mais forte.Seu corpo cedeu, vencido pelo esgotamento acumulado de tantas noites mal dormidas, de tantos dias fugindo, se escondendo, sempre à beira do colapso. O colchão, macio como um abraço esquecido, envolveu-a, e, antes que pudesse resistir, seus olhos se fecharam.O sono veio como uma onda morna, arrastando-a para um lugar onde, por um instante, não havia medo.Quando o sol começou a se erguer no horizonte, uma fragrância familiar despertou seus sentidos.Era um cheiro
O silêncio entre eles era espesso, quase palpável.Não um silêncio comum, mas um carregado de tensão e perguntas não ditas.Amélia continuou comendo, cada mordida trazendo uma avalanche de sentimentos confusos. O medo ainda estava ali, enraizado em seu peito como um espinho que se recusava a sair. Mas a fome era mais forte, e ela não desperdiçaria aquela oportunidade.Cada pedaço de pão que mastigava parecia dissolver um pouco da rigidez em seus músculos. A sensação de comida quente no estômago era algo que ela não sentia há muito tempo. Era quase estranho.Mas a presença de Damian impedia que relaxasse completamente.Ele permanecia parado perto da porta, os braços cruzados sobre o peito largo, observando-a com um olhar indecifrável.Não parecia apressado, nem impaciente. Apenas… atento.Ela não sabia dizer se isso era melhor ou pior.Depois de alguns instantes, ele finalmente falou:— Há quanto tempo você estava sozinha?O som de sua voz quebrou o silêncio como uma pedra atirada em u