Epílogo.

Dez anos depois.

Querida eu do passado! Que surpresa, não é? Quando que você imaginou que eu estaria aqui? Confesso que senti muito medo quando li sua última carta, medo do que você iria fazer, da sua triste decisão. Mas, que bom que tudo ocorreu de modo diferente, que bom que você não apagou o nosso, mesmo que fraco, brilho. Querida eu do passado, é até engraçado estar escrevendo para você, mas tem tanta coisa que eu preciso te contar, parabenizar, principalmente. Você lutou tanto, por mim, e hoje eu estou aqui, viva. Viva. E só para que você saiba, essas quatro palavras são verdadeiras, eu estou viva de verdade. Querida eu, depois daquele dia que encontramos o Davi, nós duas nos encontramos também, passado, presente e futuro, e foi tão, tão bom. Foi bom porque nos entendemos, sofremos, nos confundimos e por mais difícil que foi, nós três, juntas, tomamos uma decisão. A decisão de tentar de novo. Mas, querida eu, você não tem ideia do quanto foi difícil. Não faz ideia
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