Um mês se passou e eles não tiveram notícias de Amália, Adolfo preocupado com a falta de atenção da esposa fez algumas ligações para parentes próximos dela, mas ao ser ignorado por uns e enrolado por outros, acabou desistindo de procurá-la. Bernardo estava cada vez mais calado, ele não brincava como de costume, desligava o rádio que tinha em cima do armário quando a irmã ligava e não se comunicava direito mais com ela. Adolfo trabalhava muito para dar conta da casa e de pagar a faculdade de Liza e Maurício, esses dois ligavam sempre para saber como tudo estava indo, dava palavras de forças para o pai e falavam que a mãe um dia voltaria. Adolfo não acreditava nisso, mas ficava quieto para os caçulas não sofrerem mais do que já estavam sofrendo. Tudo estava muito complicado, ele sabia que o casamento não estava indo bem, mas n&
Kate e Bernardo retornam para casa antes de Adolfo chegar do serviço. Começam a arrumar a casa e fazer o jantar, os dois estão animados, sorrindo e contando histórias. Quando o pai chega se surpreende e se alegra ao ver os filhos felizes e amigos outra vez, pelo menos isso estava voltando ao normal novamente, para a felicidade dele.— Que bom! Ver vocês assim. — comenta fazendo com que notem sua presença.— Papai. — falam ao mesmo tempo, correndo para dar um abraço em Adolfo.— Se todo dia eu chegar e ser recebido com um abraço gostoso desse vai valer muito a pena todo o estresse que passo no trabalho. — ele diz beijando o topo da cabeça dos filhos que sorriem em resposta.Após o banho todos se sentam a mesa para jantar, animados, Adolfo conta sobre o dia no serviço para eles, conta que uma vaca por apelido de" Carema" pariu, portanto, é bom que as crianças fiquem espertas e tenham cuidado, pois, a mesma é valente e tem muito ciúmes da cria. Os do
Amália se assusta ao ouvir a respiração surpresa de Kate, Diane olha para a menina levando a mão na própria boca como se com o gesto fosse possível colocar as palavras de volta, João está sem reação e os cinco segundos seguintes é tão carregado que parecem cinco horas. Kate sai do transe quando vê sua mãe se movimentando para perto dela e de move com rapidez saindo da casa, mas a menina só consegue correr alguns metros antes de parar vomitando tudo o que havia ingerido no dia.— Filha? — Amália chama levando uma mão incerta nas costas da garota que está tentando conter a ânsia, após não ter mais nada no estômago. — Kate, se acalme. — a mulher pede.— Aquilo. — ela tenta dizer. — o que a vovó disse...— Kate. — Am
O mundo é um mar de decepções ou as pessoas que são cruéis umas com as outras? Kate acreditava que às duas coisas se colidiam e se transformavam em um aglomerado perfeito de destruição e desesperança.Não podia ser!Ela simplesmente não podia acreditar que descobriu que Adolfo não era o seu pai, e que Davi foi embora no mesmo dia.Mentira!Davi realmente partira, e talvez nunca mais fosse o ver. Mas sobre o seu pai, era mentira!Adolfo era sim, o seu pai, se não fosse de sangue era de alma, coração, vida, que fosse como fosse, mas que fosse seu pai. Porque Kate poderia aguentar tudo, menos a rejeição do homem que lhe criou com tanto amor e carinho. Mas mesmo que Adolfo descobrisse ele não lhe rejeitaria.Rejeitaria?<
O que tem mais valor na vida, um ano inteiro ou um instante? Um livro cheio de palavras lindas, sem um único erro ortográfico, e com as mais variadas declarações de amor, ou uma só palavra errada?Às vezes um ano inteiro, cheio de alegrias e promessas é tudo o que alguém quer, e almeja, mas também às vezes em um único instante toda a magia desse ano pode vir abaixo. Assim como um livro repleto de coisas bonitas pode ruir no final, ao ser adicionado uma palavra errada.No ano de Kate, o momento em que sua magia acabaria, chegou.No livro de Kate, a palavra errada foi, "pai".Um ano atrás uma de suas colegas perdeu o pai, seu Alfredo era um senhor alegre, brincalhão, amigo e conhecido de todos, mas acabou por sofrer um infarte fulminante que o levou a óbito. Maria era da idade de Kate, e ficou inconsol&aac
Ah! O amor.O que seria o amor?Como denomina-lo?O amor tem tantas formas, tantos tipos, tantos jeitos. Qual seria o mais puro? Qual seria o mais verdadeiro? Qual seria o maior?Tem diferença?Esse sentimento que faz muitas pessoas perderem a cabeça, mas que também é capaz de fazer os mais loucos se acalmarem. Que leva alguém a deixar tudo para trás, e ir para o outro lado do mundo, mas que também pode lhe fazer voltar, deixando o outro para trás. Aquilo que faz seu peito bater mais forte, que te causa um frio na barriga, um rubor no rosto, uma quentura no coração. O amor tem vários lados, mas ninguém sabe exatamente qual é o mais certo, o mais bonito ou o mais louco.Você sabe?Ah! Meu caro, sinto informá-lo que não.
— Adolfo! — Amália exclama em um suspiro sôfrego. — o que acha que vim fazer aqui? — pergunta magoada.— Contar toda a merda que você fez? — o homem de cabelos um pouco grisalhos, rir. — não, não. Duvido que seja capaz de fazer isso. — limpa uma lágrima solitária. — porque se não fosse o desgraçado do teu... — ele para e olha para Bernardo, que não está entendendo nada. — se não fosse ele. — pronuncia com nojo. — você nunca teria contado nada.— Adolfo, por favor! Me dê uma chance de explicar tudo isso. — a mulher implora.— EXPLICAR O QUÊ? — ele explode e Bernardo dar um pulo com o susto. — Explicar que você me fez de trouxa por quase quatorze anos? — O clima fica cada vez mais pesado. Kate vendo t
Kate já estava quase de saída para a escola, quando alguém bateu a porta, foi ver quem era e se arrependeu no mesmo momento. Não era possível que aqueles dois decidiram aparecer justo no mesmo dia.— Kate, eu preciso falar com você. — João fala com certa dificuldade.— Eu não tenho nada para falar com você. — ela tenta fechar a porta, porém ele a impede, colocando o pé na frente.— Mas eu tenho, filha, me escuta, por favor!— Eu não sou a sua filha. — responde entre dentes.— Kate...— Vai embora daqui, João, eu não tenho nada para falar com você, e o meu pai não vai gostar nadinha de te ver aqui.— Eu sou o seu pai, Kate. — fala com ressentimento.
Morto!João está morto!Morto!Essas palavras se repetiam na mente de Kate como uma história de terror, uma maldita história de terror.Uma mentira.Era isso, sua mãe só poderia estar fazendo uma brincadeira de mal gosto, porque isso não poderia ser verdade. João esteve com ela hoje cedo, conversou com ela. Ele não poderia estar morto.Poderia?— Kate? — a mulher chama aflita.Kate ignora os chamados da mãe, presa em sua própria bolha de pensamentos, até as lágrimas que antes caiam por seu rosto, agora congelaram, como se o corpo da pequena tivesse decidido que se recusava a sofrer ou demonstrar qualquer tipo de sentimento dramático que as pessoas demonstram nessas horas.Ela não en