Ah! O amor.
O que seria o amor?
Como denomina-lo?
O amor tem tantas formas, tantos tipos, tantos jeitos. Qual seria o mais puro? Qual seria o mais verdadeiro? Qual seria o maior?
Tem diferença?
Esse sentimento que faz muitas pessoas perderem a cabeça, mas que também é capaz de fazer os mais loucos se acalmarem. Que leva alguém a deixar tudo para trás, e ir para o outro lado do mundo, mas que também pode lhe fazer voltar, deixando o outro para trás. Aquilo que faz seu peito bater mais forte, que te causa um frio na barriga, um rubor no rosto, uma quentura no coração. O amor tem vários lados, mas ninguém sabe exatamente qual é o mais certo, o mais bonito ou o mais louco.
Você sabe?
Ah! Meu caro, sinto informá-lo que não.
— Adolfo! — Amália exclama em um suspiro sôfrego. — o que acha que vim fazer aqui? — pergunta magoada.— Contar toda a merda que você fez? — o homem de cabelos um pouco grisalhos, rir. — não, não. Duvido que seja capaz de fazer isso. — limpa uma lágrima solitária. — porque se não fosse o desgraçado do teu... — ele para e olha para Bernardo, que não está entendendo nada. — se não fosse ele. — pronuncia com nojo. — você nunca teria contado nada.— Adolfo, por favor! Me dê uma chance de explicar tudo isso. — a mulher implora.— EXPLICAR O QUÊ? — ele explode e Bernardo dar um pulo com o susto. — Explicar que você me fez de trouxa por quase quatorze anos? — O clima fica cada vez mais pesado. Kate vendo t
Kate já estava quase de saída para a escola, quando alguém bateu a porta, foi ver quem era e se arrependeu no mesmo momento. Não era possível que aqueles dois decidiram aparecer justo no mesmo dia.— Kate, eu preciso falar com você. — João fala com certa dificuldade.— Eu não tenho nada para falar com você. — ela tenta fechar a porta, porém ele a impede, colocando o pé na frente.— Mas eu tenho, filha, me escuta, por favor!— Eu não sou a sua filha. — responde entre dentes.— Kate...— Vai embora daqui, João, eu não tenho nada para falar com você, e o meu pai não vai gostar nadinha de te ver aqui.— Eu sou o seu pai, Kate. — fala com ressentimento.
Morto!João está morto!Morto!Essas palavras se repetiam na mente de Kate como uma história de terror, uma maldita história de terror.Uma mentira.Era isso, sua mãe só poderia estar fazendo uma brincadeira de mal gosto, porque isso não poderia ser verdade. João esteve com ela hoje cedo, conversou com ela. Ele não poderia estar morto.Poderia?— Kate? — a mulher chama aflita.Kate ignora os chamados da mãe, presa em sua própria bolha de pensamentos, até as lágrimas que antes caiam por seu rosto, agora congelaram, como se o corpo da pequena tivesse decidido que se recusava a sofrer ou demonstrar qualquer tipo de sentimento dramático que as pessoas demonstram nessas horas.Ela não en
Dois meses se passaram desde o dia fatídico do qual tiveram que enterrar o João, nesses dois meses Kate passou dormindo no canto da cama agarrada a Bernardo, a menina não conseguia nem mesmo ir até a cozinha sozinha, seu medo era tanto que quando Bernardo não dormia com ela por algum motivo, Amália tinha que vir.Sim, Amália! Uma semana após a morte de João ela procurou Adolfo para conversar, e após vários dias de insistência e pedidos de perdão o marido resolveu perdoa-la, e era infinitamente grata por isso.Kate e a mãe também voltaram a se dar bem, e Amália agora até dar mais atenção para a filha do que antes, porém a menina prefere não se abrir com a mãe sobre qualquer assunto comprometedor, e Amália também não insiste em nada que cause desconforto na filha.Hoje é um dia importante para Kate, pois é o dia em que comemora o seu aniversário, ela está contente pelos abraços recebidos pela manhã, e também se sente bem mais confiante. Hoje ela amanheceu com a sensação de coragem, e qu
Querida eu do futuro, eu sei que parece até brincadeira, que uma pessoa no auge dos seus vinte e dois anos, recorra a um papel para desabafar. Mas acontece que ultimamente os dias não foram bons. E agora estou prestes a ter uma crise de ansiedade, e não tenho ninguém com quem possa conversar sobre isso. Eu queria apenas desabafar, sabe? Falar tudo. Mas para quem? Queria poder chorar também, mas, se eu quiser fazer isso terei que esperar até mais tarde, quando eu for dormir e ficar sozinha. Aqui ninguém entende o que eu sinto, ninguém presta atenção. Se estou quieta, acham que estou com raiva, e acabam ficando com raiva também. Porque tudo tem que ser tão difícil? Meu coração está quebrado, e não sei se poderá ser "emendado" um dia. Eu sinto muito, eu sinto tudo. Tudo em mim quebra e grita, mas, ninguém se corta, ninguém escuta, porque não escutam? Eu sempre vejo quando as pessoas estão tristes, mas ninguém vê quando é a minha vez. Porquê? Porquê? Isso dói, dói demais. Sou só eu que ac
Querida eu do futuro, hoje foi um dia bom, passei ele todo com o meu irmão, eu não sofri, não me lembrei de sofrer, hoje eu deixei a felicidade entrar, e ela foi muito bem vinda. Mas, você sabe que ela não costuma fazer morada em mim, não é? É até engraçado como algumas vezes eu me sinto triste por estar feliz, eu sei que é um pensamento meio louco, mas, pensa comigo, sempre que estou feliz algo acontece para me entristecer, eu já espero, já sei que vai vir, por mais que eu tente não pensar, sempre acontece algo, e isso é ruim, muito ruim. Querida eu, eu passei o dia todo feliz, esqueci de pensar que algo poderia dá errado, não me preparei como sempre faço, fui burra, eu estava tão feliz que quando saí de perto do meu irmão eu continuei feliz, conversei demais com as pessoas que estavam próximas a mim, também esqueci que quando conversamos de mais corremos o risco de sermos má interpretados, e foi aí que eu errei, eu falei algo, pedi, e alguém me fez sentir como um verdadeiro "encosto
Querida eu do futuro, hoje foi um dia, apenas um dia, nada demais, nada de menos, sabe quando nada acontece? Pois é, estou nesse momento deitada na minha cama, olhando para as paredes brancas do meu quarto, imaginando nada. Puff. Você deve ficar de saco cheio quando ler essa carta que fiz para você, mas, o que devo fazer? Hoje eu não sinto absolutamente nada, apenas esse vazio imbecil que insiste em andar comigo, bom, pelo menos ele nunca me abandonou. Você já deve ter entendido que eu sou demasiadamente melancólica, mas, querida eu, o que eu devo fazer? Não tenho amigos para sair, e nem gosto de sair, na verdade, eu gosto, mas os lugares que eu gosto as pessoas que eu conheço não gostam. As meninas da faculdade sempre falam em baladas, clubes, bares, eu não gosto desses locais, uma vez eu até fui em uma balada, mas mal cheguei e já quis voltar para casa, um lugar lotado, música muito alta, não que eu não gosto de música, porque eu amo ouvir um bom som, mas não naquele ambiente com um
Querida eu do futuro, hoje o meu coração amanheceu chorando, e eu não entendo o porque, acho que por tudo, acho que por nada, não dá para saber ao certo, não dá para ter certeza, ele já sofreu tanto, sentiu tanto, como ter certeza? Só sei que ele está pequenininho, mas pequeno do que poderia ser possível, anatomicamente falando. Sinto o meu peito arder, ao mesmo tempo em que minha caixa torácica retumba tão violentamente que sinto que meu coração vai sair pela boca, engulo em seco em uma tentativa de fazê-lo voltar novamente. Sono? Não sei o que é isso, a minha mente não me deixa dormir, e quando durmo, bom, acordo assutada, as noites costumam serem o meu horror, quando a escuridão aparece, e todos vão dormir e eu fico terrivelmente só, eu me sinto feliz, pois posso deixar minha máscara de garota forte cair, em contrapartida, também me sinto imensamente escura, tanto quanto a noite. Querida eu, eu fui quebrada demais, e por mais que tente, eu não consigo ser melhor, não consigo parar