Capítulo 3

Martina

— Tina, você não sabe.— Mechi grita de emoção.

— O que? — Um sorriso brota em meu rosto após ver tanta felicidade em minha amiga. 

— Eu falei com meu boss e ele quer te conhecer.  

— De verdade? Minhas mãos tremem sem saber o que fazer. Meu primeiro instinto foi abraçá-la e pular de alegria. 

Eu estava tão alegre que não estava pensando em mais nada além da solução dos meus problemas. Contudo, me veio a questão: com o que eu trabalharia?  Não querendo pertubar Mechi com isso, vou até seu quarto onde estavam algumas coisas minhas. 

Já eram 5pm e como de costume quando estamos juntas, decidimos assistir uma série. "Round 6".  

— O que será que tem pra mim lá? — indago. 

— Ah, eu não sei. Só o meu chefe que sabe. Mas vou te dizer uma coisa: apenas tome cuidado com ele, ele adora mulheres mais jovens que ele. — adverte. 

A noite passou rápido e eu mal conseguia pregar o olho. De manhã, levanto com uma ansiedade de matar. Após Mechi sair do banheiro, também vou tomar um banho. 

— Não demora Martina. Estamos atrasadas. 

— Já estou saindo. — corro pra vestir e sair correndo pra pegar o ônibus.

Entretanto assim que chegamos, vi caras amarradas olhando para mim e cochichando um com os outros. 

— O que tá acontecendo Mechi? — Rapidamente perguntei para Mechi que parecia não entender nada também. 

— Eu não sei, mas vou descobrir. Enquanto isso, você segue esse corredor, primeira a esquerda, a segunda sala. Lá estará o meu boss. — me abraça de leve e sussura no meu ouvido. — Boa sorte. 

Sem olhar para trás, segui o corredor, virei a esquerda, e dei mais alguns passos até a sala que minha amiga havia falado. A porta estava entreaberta. B**e relutante na mesma.

— Entre! — Uma voz rouca e extremamente intensa me faz dar um pulo. 

Entrei com relutância, e me sentei assim que ele apontou a cadeira para mim.

— Então você é a garota de quem a loira me falou. Mmmmmm! — Delicadamente, me observou dos pés a cabeça, e de trás para frente. Eu estava constrangida. Eu nem mesmo sabia para quê ele estava me observando com tanta atenção. 

— Me desculpe senhor. Mas eu gostaria de saber com o que eu irei trabalhar!? — Com a voz trémula, perguntei gaguejando. 

— O que está disposta a fazer para ter o cargo de chefe supervisora, e no outro mesmo outro cargo mais superior e assim sucessivamente? — Seus olhos encravados no meu corpo, estavam me deixando tonta. 

— Como assim? Pode explicar melhor? — Indago. 

— Você não me parece tão inocente assim. Quero dizer que se você aceitar passar uma noite comigo, você terá o que quiser. —  responde insanamente, sem pensar. 

— Com todo respeito senhor! O que te faz pensar que eu aceitaria fazer isso? —  o olho com desdém sem sair do meu assento. 

— Ora! Você está sem casa, sem emprego. Está sozinha no mundo, não daria a ninguém nenhuma satisfação. — morde o lábio inferior levantando de sua cadeira para trás de mim.

— Ainda que me pagassem milhões para dormir com alguém, não o faria sem amor, muito menos por causa de casa e de emprego. Esqueça! Se for nessas condições, não preciso desse emprego. — Me levanto e ele vai até a porta e a fecha. 

— Pense bem Martina. 

— Me deixe sair, se não quiser que eu grite. 

— Tudo bem. Mas pense muito bem. Pega, aqui está meu cartão, caso mude de ideia. —  Eu o recebo e o jogo no balde de lixo assim que saio. 

Quem ele acha que é? Nunca que o farei.  

— Amiga, está tudo bem? — Mechi sai correndo até mim para saber o que aconteceu. 

— Ele simplesmente quer que eu durma com ele para ter o emprego. Pode isso? Quem ele pensa que é? É claro que não. Ele que vá para a p**a que pariu. — concluo.

— Calma. Volta para casa. Acho que eu não irei voltar hoje. Tenho que fazer o possível para terminar o projeto e entregar tudo ainda hoje. Amanhã será um dia importante para a empresa.  

— Tudo bem!. 

— Se cuida. Eu te amo mana. 

— Eu também. Se cuida também. Vê se toma cuidado com esse cara aí. 

— Já sei como lhe dar com ele. Eu pensei que ele fosse ser diferente com você. 

— Pois já viu que não. A propósito, porquê todo mundo estava me olhando? — Pergunto curiosa.

— Eles estavam temendo que você fosse cair na do chefe e acabasse mandando todo mundo como se fossem cães. 

— Ah isso. Tá ok. Eu já vou indo. Tchau. — dou um abraço e saio a pé para casa. 

Meu celular chama chegando em casa, e estranho ver que é a dona Morgana.

(Chamada on)

— Dona Morgana.

— Onde você passou essas duas noites? — parecia triste e preocupada.

— Acho que isso não importa para a senhora. Bem, a que devo a sua ligação? — Eu ainda estava magoada. 

— Eu quero lhe pedir para voltar e ficar. 

— Eu ainda não tenho o dinheiro senhora. Acho que deve alugar a casa para outra pessoa, assim, a senhora conseguirá o dinheiro para o hospital. 

— Eu já o consegui. Por favor! Sei que fui muito dura com você. 

— Não sei se será o certo. 

— Pela amizade que um dia tive com seus pais. Volte. 

— Tudo bem. Obrigada. .

(Chamada off)

De imediato entrei na casa de Mechi e arrumei a minha mochila. Escrevi um bilhete para ela e sai para minha casa.

...

Não tardou muito e eu ja estava em casa. A campainha tocou e eu fui abrir a porta.

— Você não devia estar a trabalhar? — Essa perguntar saio espontâneamente.

— Sim. Mas.. — Faz suspense. 

— Mas o quê? Ele demitiu você por minha causa? É isso? 

— Não. Melhor que isso. 

— O que seria melhor que isso?

Olha o que diz aqui no jornal. Eles precisam de alguém como você pra trabalhar na empresa "Torresblanco". Aqui tem o número, eu sei que vão te aceitar, afinal você estudou pra isso.

— Eu não sei não mechi, acho que eu sou azarada. — baixo a cabeça triste. 

— Pára com isso.  Agora liga e marca uma hora. Se quiser, eu posso te acompanhar , vou tirar um dia de folga .

— Está bem, mas você disse que será um dia importante amanhã para sua empresa. Não. Já tens feito muito por mim. Eu posso fazer isso sozinha. - ligo e marco uma hora, a pessoa que me atendeu, parecia arrogante, bom, pra quê me importar se já faz parte do meu dia encontrar pessoas assim?

Tento relaxar um pouco conversando com mechi. O dia passou  e a noite e pôs, me tornando solitária novamente. 

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