- Não poderia deixar de parabenizar nossa tão adorada Dona Teresa.- Rachel diz olhando para a anciã, que estava com uma carranca.
- E eu gostaria de jantar!- A velha b**e com a bengala no chão.- - Mamãe, por favor!- Lúcia sussurra exasperada. - Soube que nos tempos de juventude a senhora amava dançar, e me inspirando no seu exemplo, gostaria de lhe prestar uma homenagem com sua música favorita!- Rachel faz um sinal para os músicos, e eles se apressam em tocar a música que fora combinada. - Isso não está me cheirando bem.- Amanda sussurra para Nicolas. - Já sei exatamente o que essa pilantra planeja.- Murmurou Nicolas. - Bom, para prestar uma homenagem a nossa querida Dona Teresa, convidarei alguém muito especial, Nicolas, o meu ex noivo.- Rachel forçou um olhar apaixonado.Nicolas olhou para o rosto de Amanda, o desespero era nítido.
- Me ajude!- Sussurrou.
- Com qualquer coisa?- Perguntou a jovem. - Só me livre das garras dela!-E Amanda pisou ( discretamente) com toda a força que possuía no pé de Nicolas, o fazendo urrar de dor.
Todos os convidados que o olhavam em expectativa, passaram a olhá-lo com espanto.
- Ele torceu o tornozelo ontem, acho que passou tempo o suficiente em pé.- Amanda disse na defesa do amigo.
Rachel fuzilou a garota com os olhos.
- Então não acho que seja prudente o rapaz ficar em pé, pode piorar o machucado.- Comentou Dona Teresa, ajudando a neta.
- Exatamente, pode prender a circulação dele... Imaginem só! Sem oxigenação o suficiente para o seu membro inferior, ele pode acabar até perdendo o pé.- Completou Amanda.Todos fizeram um " Oh" , exceto Rachel, que pensava em todas as formas cruéis de torcer o pescoço de Amanda.
- Por favor, me ajude a sentar, meu tornozelo está latejando.- Mentiu Nicolas, pois claramente o que latejava era o seu pé.
- Arthur, dance com a Rachel, a homenagem para a vovó precisa continuar.- Sugeriu Amanda.Arthur praticamente foi carregado pela mãe até a direção de Rachel, afinal, Lúcia jamais permitiria que a moça passasse uma vergonha daquelas sendo ignorada e largada ali sozinha, com a música já tocando.
Nicolas sorriu vitorioso, foi um belo castigo para o Arthur, que estava se divertindo as suas custas.
Mas o mundo gira, e foi graças a Amanda que ele girou favoravelmente para Nicolas.
Arthur ainda fuzilava a irmã caçula com os olhos quando levou uma das mãos para a cintura de Rachel, e a outra para as suas costas.
- Acho que ele está querendo nos matar.- Sussurra Amanda, conduzindo Nicolas a sentar-se no sofá.
- É mesmo? E por que ele iria querer me matar?- - Porque você está se divertindo com a situação- - E você não?-Amanda deu uma espiada em seu irmão mais velho dançando com a megera de sua meio-irmã. O Arthur parecia prestes a cuspir fogo a qualquer momento e a Rachel... A Rachel nunca esteve tão furiosa, o jeito que trincava os dentes fazia com que parecesse capaz de morder o primeiro que passasse na sua frente.
- Não posso evitar, está sendo a melhor parte do meu dia-
- Achei que a melhor parte do seu dia foi me encontrar- Brinca Nicolas. - Bom... Você deu belos socos no Theo, te concederei esse mérito- - Você sempre teve um senso de humor extraordinário, menos quando estava com raiva- - Você recusou o convite do aniversário da Clarice e me expulsou do quarto, como queria que eu ficasse?- - A Clarice era apenas uma boneca- Nicolas cruzou os braços. - Ela É ( com ênfase no " é") uma boneca. Ainda a tenho na minha cama, por favor tenha respeito.-Nicolas tamborilou os dedos na própria coxa, por que demônios a Amanda era tão apegada aquela boneca?
- Ainda assim, é apenas uma boneca-
- E o que vocês estavam vendo naquele dia?- - Ah...- Nicolas coçou a cabeça.- Eu não lembro, já faz muito tempo-Amanda, como sempre muito observadora, viu o Nicolas coçar a cabeça, e então decidiu tortura-lo.
- No entanto você lembra o nome da minha boneca? Engraçado... Vocês não queriam que eu chegasse perto da tela do computador, com certeza foi algo muito marcante.- Provocou Amanda.
- Am... Era um filme.- - Achei que não lembrasse- - Não lembro sobre o que era- - Com certeza algo indecente- - Você está ainda mais insolente do que naquela época.- Nicolas cruzou os braços. - E você está falando igual a vovó- - E eu acho que você deveria buscar um copo de suco para mim.- - O que isso tem a ver com a conversa?- - Nada. Acontece que eu estou com sede e o meu tornozelo está machucado.- Nicolas esboçou um sorriso malicioso.Amanda estreitou os olhos.
- Irei apenas para não estragar o meu desempenho como atriz.- Brincou, levantando-se da cadeira.
Nicolas, pela primeira vez, pôde analisar a roupa que Amanda estava usando enquanto ela caminhava para buscar a bebida.
Um vestido azul-claro muito justo na cintura e nos quadris, desenhava perfeitamente as curvas exuberantes da Amanda e ele achou que aquele tipo de vestido seria uma das causas da queda da torre de Babel ( sem querer blasfemar) se existisse na época de Ninrode ( o seu inventor).
Mas o que um vestido inocente ( não tão inocente assim) teria a ver com a queda de uma torre tão enorme?
Na verdade, não tinha nada, ele só tentou fazer uma metáfora, mas aquilo estava mais para uma hipérbole, pois tratava-se de um grande exagero.
- Merda...- Sussurrou, chacoalhando a cabeça, não deveria estar analisando o vestido de Amanda.
Afinal de contas, ela é como se fosse a sua irmã mais nova.
Mas ele não a desejava, estava apenas analisando e isso é tudo.
- Por que está tão pensativo?- Indaga Amanda, estendendo-lhe o copo de suco.
- Ah... Nada, só estava pensando em quanto tempo vou ter que fingir um tornozelo machucado, já que meu tornozelo não vai sarar do dia para a noite- - Para o Arthur você poderá contar a verdade e o papai não vai lembrar de nada.- Amanda fitou o seu pai com olhos de crítica.Ele estava na quinta taça de vinho e já começou a ficar alegre na segunda.
- É... Preciso concordar.- Sussurrou Nicolas.
- Posso saber do que os dois traidores estão falando?- Indaga Arthur, surgido as costas de ambos.Era tão bom provocar o Nicolas que a Amanda nem percebeu quando a música acabou.
- Olhe pelo lado positivo, você descobriu ser um bom dançarino.- Brincou Nicolas.
Amanda pressionou os lábios comprimindo uma risada.
Arthur fuzilou o amigo com os olhos.
- A Rachel pode ser muitas coisas, mas não é idiota. Acho que todo mundo percebeu que você inventou o tornozelo machucado.- Arthur praticamente empurrou a Amanda para o lado, sentando-se perto do amigo no sofá.
Irritada com a atitude de seu irmão, a moça deu um forte beliscão na coxa dele.
- Sua...- Arthur grunhiu, massageando o local.
- Epa!- Amanda ergueu o dedo.- Respeite o aniversário da vovó. - Você é uma diaba!- - E você um mal educado!- - Bom... Se todos perceberam que eu inventei o tornozelo machucado, não vejo como pode ficar mais claro que eu não quero nenhum contato com a Rachel.- Disse Nicolas, de repente. - " Pode faltar oxigênio para os membros inferiores, e ele pode perder o pé".- Arthur tentou de um jeito ridículo imitar o tom de voz da irmã.- Aonde aprendeu a ser melodramática desse jeito? E desde quando você virou amiga do Nicolas?- - Não é melodrama, é fisiologia, li isso em um livro de medicina da vovó- - A vovó tem livro de medicina?- - Ela era médica, o que esperava que ela tivesse?- - Você deve ser uma ótima escritora, Amanda, sua imaginação é fora de série.- Elogiou Nicolas.Arthur revirou os olhos.
E Amanda, pela primeira vez, não soube o que falar, pois nunca soube reagir a elogios.
- Aonde foi a Sabrina?- Arthur perguntou a Amanda.
- O nome dela é Samanta!- Amanda enfiou o indicador no tórax do seu irmão mais velho.- E não é da sua conta, fique longe das minhas amigas.- - Não seja egoísta.- Brincou Arthur. - Se você não fosse um safado que com certeza partiria o coração dela em mil pedaços, eu não ligaria- - Você está sendo exagerada- - Sabe que não estou.- Amanda cruzou os braços.- Mas já que quer "conhecer" melhor uma das minhas amigas, posso fazer o mesmo com seus amigos-A expressão do Arthur se transformou em uma carranca.
- Nenhum dos meus amigos prestam para um relacionamento, e eu arranco as pernas de qualquer um deles que se meter com você.- Ameaçou Arthur.
- Está incluindo o Nicolas nisso?- Provocou Amanda.Nicolas quase engasgou com o suco e o Arthur quase engasgou com a própria saliva.
- O que quer insinuar com essa pergunta?- Indagou o mais velho.
- Ora... Você disse que nenhum dos seus amigos prestam... O Nicolas é seu amigo, ele não presta?- - Não!- Rugiu Arthur. - Obrigado pela parte que me toca.- Brincou Nicolas.Arthur o fitou com um olhar gélido.
- O que? Você não acha que... Ah, pelo amor de Deus... Amanda é como se fosse minha irmã caçula, não seja idiota-
- É bom que realmente seja- Murmurou Arthur. - Então você quer se envolver com as minhas amigas, mas o contrário não pode? Enfim, a hipocrisia- - Amanda, não me provoque.- Arthur apontou o dedo na direção da mais nova.- Sou seu irmão mais velho e deve me obedecer- - E você é um iludido por achar isso- Rebate Amanda. - Eu vou costurar a boca dessa menina!- Bradou Arthur. - Eu ajudo.- Acrescentou Hugo, chegando no local da conversa. - Você!- Arthur apontou para seu outro irmão.- Não se intrometa- - O que faz aqui?- Indagou Amanda, olhando para o grupo de amigos do Hugo, que devoravam os doces da festa-Ela fez uma careta.
Deveria ter guardado uns brigadeiros.
- Fugindo.- Respondeu.
Arthur ergueu a sobrancelha.
- Posso saber de quem?- Indagou o mais velho.
- Da Carolina.- Hugo apontou para a amiga de dezesseis anos de uma das suas primas.- Prometi que dançaria uma música com ela- - E por que diabos você não quer dançar com ela?- Agora foi a vez de Nicolas perguntar. - Aquela menina tem os dois pés esquerdos- - E por que prometeu algo que não pensa em cumprir?- Perguntou Amanda. - Fui pressionado pela mamãe e pela nossa tia- - Você não é um homem.- Arthur revirou os olhos. - Se querer evitar a fúria da mamãe me faz menos homem, que seja- Hugo deu de ombros. - A titia está acenando.- Constatou Amanda, olhando para a mulher mais velha.Hugo estremeceu.
- Crianças, vamos cantar os parabéns.- Diz Lúcia, mãe de Arthur, Hugo e Amanda.- Depois do bolo você poderá dançar com a Carolzinha.- Lúcia deu dois tapinhas nas costas de seu filho do meio.
- E o papai? Aonde foi?- Hugo estava desesperadamente tentando mudar o foco da conversa. - O papai bebeu tanto vinho que acho que vai passar a noite inteira no banheiro.- Arthur respondeu ao irmão. - Parem de cuidar da vida do pai de vocês.- Repreendeu Lúcia.- Vão agora ficar perto da mamãe para os parabéns, e quanto a você!.- Novamente ela apontou para o Hugo.- Nem pense em tentar desconversar e fugir, depois do bolo...- - Dançar com a Carolina.- Resmungou o mesmo, tomando a iniciativa de caminhar até a mesa dos parabéns.Os três que ficaram para trás pareciam se divertir com a situação.
- Do que é o bolo? Espero que tenha amendoim, eu amo amendoim.- Comentou Amanda.
...
O aniversário da avó de Amanda chegou ao fim, para o alívio de quase todos.
Rachel tentou perseguir o Nicolas durante o resto da noite, Hugo fora obrigado a dançar com a Carol e terminou com o pé roxo, e o Arthur teve que servir de dama de companhia para a avó, que o acertou umas quinze vezes com a bengala enquanto fofocava com suas amigas.
Amanda gargalhou ao lembrar.
E agora, na solidão da noite, já de pijama e quase pronta para dormir, a moça abriu o seu notebook e pôs-se a digitar.
Todas as noites ela trabalhava com afinco naquele livro, era o único horário do dia que ficava completamente a sós com seus pensamentos.
Batidas na porta de seu quarto a fizeram tomar um pequeno susto, e ela praguejou mentalmente, com certeza seria Hugo para irritar.
- O que é?- Perguntou áspera.
- Sou eu.- Era a voz de Nicolas do outro lado da porta.Ela tinha esquecido que ele e o Arthur ficaram para dormir.
- Pode entrar.- Ela se apressou em fechar a tela do notebook quando viu a maçaneta girar.
- Estou sem sono e o seu irmão já dormiu, tinha a esperança que estivesse acordada para que nós pudéssemos assistir um filme- - Ah... Claro, podemos assistir.- Ela quase gaguejou, e Nicolas percebeu o nervosismo em sua voz, assim como percebeu o notebook fechado no seu colo. - O que estava fazendo?- Ele cruzou os braços e arqueou a sobrancelha. - Bem, eu...- Suas bochechas começaram a ganhar um tom rosado.- Nada demais, estava conversando com as minhas amigas.- Mentiu. - Você é uma péssima mentirosa, Mandy.- Nicolas caminhou até o lado da garota, sentando-se em sua cama.- Eu sou ótimo em guardar segredos, pode confiar em mim-Amanda ficou em silêncio por um período curto de tempo.
Ela conhecia Nicolas a vida inteira, mas jamais mencionou os seus livros a ninguém.
- Pode confiar em mim.- Ele tocou a mão da garota.
Nicolas não costumava ser tão insistente, mas ele sentia que a Amanda não estava satisfeita com algo e que precisava de um encorajamento.
Em silêncio, ela abriu a tela do computador e o colocou no colo de Nicolas, mas não teve coragem de olhá-lo nos olhos.
E ele começou a ler.
...
Amanda espiou algumas das expressões de Nicolas enquanto ele lia o seu livro e nenhuma delas parecia de desdém, ele estava gostando, ela tinha certeza.
- Você é muito inteligente, Mandy, além de senso de humor, sua obra é uma ótima aula de história-
- Acho que falar " obra" é um pouco exagerado- - Termine o livro e o registre, eu sei exatamente para quem leva-lo.- Nicolas entregou o notebook para Amanda. - Como assim " levá-lo?- - Por favor, Mandy, você precisa publicar isso. Só você para transformar o meridiano de Greenwich em um lugar romântico- - Eu achei que seria um ótimo lugar para um primeiro beijo- - Eu não me lembro do meu primeiro beijo.- Confessou Nicolas. - O meu primeiro beijo foi na casa de praia... Mas não foi na praia em si, seria romântico demais para mim.- - E aonde foi?- Nicolas sentiu uma vontade urgente em saber. - Na sala de costura da vovó, brincando de verdade ou desafio- - De praxe- - Sim... De praxe- - Por que você escolheu Greenwich para um primeiro beijo e não uma praia?- - Sabia que Greenwich é o ponto zero para os navegadores? Antes dele, não existia nenhum roteiro de navegação e nenhum marinheiro sabia quando de fato começava uma viagem em alto mar- - Você disse isso no livro... Foi por isso que eu falei, uma aula de história... É incrível sua imaginação para descrever tudo- - Muito obrigada por me incentivar.- Amanda leva sua mão a tocar a mão de Nicolas, que está apoiada na própria coxa.Foi aí que ele pensou, o que claramente não deveria ter pensado, mas o que ela sentiu quando beijou pela primeira vez? Nicolas estava descobrindo que Amanda não era mais uma criança.
Desde quando ela tinha ganhado lábios tão cheios?
Como seria toca-los?
Ele não deveria pensar em algo assim, pois aquela é a irmã caçula do seu melhor amigo, pode-se dizer que também é a sua irmãzinha.
- Acho que muitos navegadores se perdiam em alto mar antes da Inglaterra criar os roteiros-
- Ah, com certeza, por isso eu achei tão inspirador usar o Greenwich para o lugar de um primeiro beijo-Nicolas franziu a testa, não entendeu a linha de raciocínio de Amanda, não tinha nada romântico no Greenwich.
- Lugares históricos são sempre marcantes para um primeiro beijo- Ela responde, como se adivinhasse os pensamentos de Nicolas.
- Pensando por esse lado... Não exija muito de mim para entender essas coisas, sou de exatas- Brinca Nicolas. - Como eu poderia esquecer? Já me livrou várias vezes de reprovar na escola. O Arthur nunca teve paciência para ensinar.- - O Arthur nunca teve paciência para nada.- Brincou Nicolas.Ambos riram do comentário.
- Quer tomar sorvete enquanto assistimos filme?- Convidou Amanda.
Ela estava feliz.
Estava feliz por ter contado de seu livro a alguém.
Estava feliz porque esse alguém gostou muito do seu livro e a encorajou a seguir em frente.
Sentia-se determinada.
- Eu adoraria, nunca recuso sorvete-
- Te conheço o bastante para saber disso.- Amanda levantou-se da cama para buscar o sorvete. - Mandy.- Nicolas a chamou enquanto a moça ainda estava segurando a maçaneta. - Hum?- Ela virou-se para ele. - Acho melhor assistirmos na sala, não quero despertar a ira do seu irmão por estar em seu quarto... Na sua cama.-Nicolas achou que para a própria saúde física deveria levantar-se da cama de Amanda e segui-la até a cozinha.
E juntos, os dois desceram para o primeiro piso do apartamento.
Como sempre, Amanda decidiu inventar algo que não era prático. Quis a todo custo fazer biscoitos para comerem com o sorvete. - Mandy, isso realmente não é necessário.- Nicolas a encarou, enquanto a mesma estava em cima de uma escada, se esticando para pegar os ingredientes. Na medida que Amanda se esticava para pegar um novo ingrediente que faltava, seu pijama ( que na verdade era uma camisola) muito imoral, subia, deixando uma boa parte de suas coxas as vistas. Nicolas elevou os olhos a curva de seus quadris, o tecido fino da seda mostrava exatamente como era o seu desenho e o mesmo concluiu que roupas do tipo não faziam bem para a sanidade mental. - Já acabou?- Perguntou, desviando os olhos para qualquer ponto da cozinha, mas já era tarde demais. Seu corpo o traiu involuntariamente e o seu membro coberto começou a latejar. - Só mais um pouco.- Respondeu Amanda, segurando o último ingrediente para a massa. - Não, não.- Pragueja Nicolas, tentando respirar fundo e mand
Amanda sentiu o coração acelerar e não sabia o porquê. Mário sempre foi um dos amigos de Arthur que ela sentia uma paixonite muito forte, mas devido à diferença de idade ( seis anos), os caminhos dos dois nunca se cruzaram. - Gosto dessa parte da praia, a água parece mais azul e poucas pessoas vêm aqui.- Mário toma a iniciativa de caminhar para o meio das pedras, mas assim como Amanda, sentia dificuldade em se locomover com os pés afundando na areia.- Ninguém poderá nos interromper.- Acrescenta, com um sorriso malicioso. Amanda abriu os lábios no intuito de dizer algo, mas as palavras foram perdidas a partir do momento que Mário capturou os seus lábios em um beijo de tirar o fôlego. ... Do outro lado da praia, Nicolas estava sentado na frente da casa de praia de um dos seus amigos, onde esteve desde que chegou, com a Jessica, uma ruiva de olhos negros, sentada ao seu colo. Apesar do seu corpo está presente, o seu pensamento estava distante, o que será que a Amanda estava f
- Acalme-se, não é o que está pensando!- Proferiu Samanta, agarrando o corpo de Arthur para que ele não matasse o melhor amigo. Ou matasse a própria irmã. - A minha irmã está praticamente nua... E agarrada com ele!- - A Amanda estava aqui com o Mário, não sei o que aconteceu, mas devemos ouvir a explicação deles.- Insiste Samanta. - Cara... Eu jamais me aproveitaria da sua irmã, há quanto tempo você me conhece? - O Mário tentou me forçar a... Você sabe! Ele só me ajudou!- Amanda Gritou, ficando no meio dos dois. - E-eu vi o seu...- Arthur desviou os olhos para qualquer outro lugar. Tudo o que ele não precisava ver era os seios da própria irmã. - Amiga... Acho melhor você se cobrir... Venha.- Samanta tirou a canga que estava usando amarrada na cintura, envolvendo-a no tronco de Amanda para cobri-la. - Deixaremos os dois conversarem a sós, mas não se matem... Estaremos esperando do outro lado da pedra. Amanda parecia relutante em sair, mas sua amiga conseguiu conven
- Se recomponha no banheiro, eu abro a porta.- Amanda praticamente o empurrou para fora de sua cama. A sorte dos dois é que o Arthur sempre esquecia das chaves. E quanto ao Nicolas... Seu membro continuava duro, como uma pedra, e ele precisava de algo que o fizesse voltar ao normal. Mas o que poderia ajudar? Ele pensava enquanto caminhava até o banheiro social. - Pense em coisas que te ajudem a brochar.- Sussurrou para si mesmo. Ele ouviu a voz de seu amigo perguntando por ele e a resposta da Amanda ao dizer " Está no banheiro". - Peixe boi de calcinha, Pericles rebolando de saia, minha tia Clotilde sem roupa.- Aquilo já fora o bastante, Nic nem precisava de nada mais. Além de ficar com a sensação de enjoo, a sua parte íntima houvera ficado mais mole que manteiga derretida. Ele a tocou para confirmar, suspirando de alívio. Quando abriu a porta do banheiro, se deparou com Arthur passando pelo corredor. - Espero que tenha lembrado de lavar as mãos.- Brincou o out
Sim, ela houvera beijado o melhor amigo de seu irmão. E não apenas beijado, ela o deixou tocá-la, e lamentou muito não poder fazer o mesmo. Por que parecía tão errado? Não deveria ser, mas a sensação de esconder algo como aquilo de seu irmão a estava matando, ela sabia que ele jamais perdoaria Nic por quase ter feito... Aquilo com ela. Mas o significava " aquilo"? Ele não iria deflora-la, Amanda já tinha perdido a virgindade com o ex namorado, assim como o seu ex namorado também perdeu com ela. Não foi uma experiência muito bonita, mas com o passar do tempo um fora se adequando ao outro. O engraçado é que as pessoas romantizam a virgindade muito além do que se deve. Não é porque você a entregou a alguém que pertencerá para sempre á pessoa, Amanda constatou isso em seu último relacionamento. Talvez o amor da sua vida já tenha passado em mil e quinhentas camas antes da sua, quem pode saber? Os pensamentos de Amanda se embaralhavam sobre coisas do tipo enquanto ela cam
- Eu não vou jogar isso... Não tenho dez anos de idade.- Amanda faz uma careta ao ouvir a proposta de Guilherme de todos jogarem verdade ou consequência. - Qual o problema? Não tem idade para se brincar disso.- Insiste Ingrid. - Isso é só uma desculpa para vocês ficarem com quem tem vontade.- - Ah, Amanda, vamos... Não seja estraga prazeres.- Letícia chacoalha o braço dela. - Tá bom... Mas olhem lá o que vão fazer. Não quero me meter em confusão.- Contra a sua vontade, Amanda deitou a garrafa de bebida que já estava vazia, e a rodou. Ao total, tinham dez pessoas no jogo, coincidentemente eram cinco meninas e cinco meninos. Não era tanta coincidência, já que Guilherme costumava equilibrar as festas daquela maneira. - Túlio faz a pergunta para Samanta.- Letícia apoiou o indicador sobre a garrafa no intuito de fazê-la parar de girar. - Verdade ou desafio?- Perguntou Túlio á Samanta. - Verdade.- Ela respondeu. - Lembrando que só tem direito á três verdades e você
- Eu beijei a sua irmã.- Nicolas pressionou as têmporas ao terminar de falar, criando coragem para levantar o olhar ao perceber que seu amigo continuava em silêncio. - O que disse?- Arthur parecía incrédulo. - Eu beijei a Amanda... E se você não tivesse chegado naquele momento... Nós iríamos...- As palavras de Nicolas foram cortadas por um abrupto soco no nariz. Ele poderia retrucar, mas não tirava o direito do amigo de se sentir traído. Quando Nicolas mal se deu conta, Arthur o puxou pela gola da camisa, disferindo mais três socos certeiros em seu olho direito, o que fez acumular sangue no local e nascer um hematoma. Provavelmente isso teria acontecido, se Nicolas dissesse ali, naquele momento, o que de fato o intrigava há semanas. Mas ao invés disso, ele respirou fundo, passou os dedos pelas mechas grossas de cabelo, e relatou algo completamente diferente. - Eu fiquei com a Rachel mais cedo, em meu apartamento. Seus amigos caíram em gargalhada. - Eu sabia que
- Calma... O que diabos aconteceu com você?- Samanta entregou um copo de água a Amanda, que parecia tremer muito. A primeira coisa que ela pensou ao sair clandestinamente da casa de Nic, foi ir até qualquer lugar que não fosse a sua casa. Ela precisava desabafar tudo o que estava sentindo, não tinha condições de entrar em um papel a qual não lhe cabia no momento. Ela não podia ser a Amanda de sempre. A Amanda que nunca beijou o Nic. A Amanda que ele nunca tocou. Ela estava furiosa com ele, e queria muito contar isso a outra pessoa, então a primeira pessoa que lhe ocorreu visitar foi Samanta, a garota sempre sabia dizer o correto. Amanda segurou o copo, pousando-o a boca. - Senta um pouco e respira.- Samanta a segurou pelo braço, conduzindo-a a ficar sentada. - O Nic...- - O que ele fez com você?- - Eu achei que precisávamos conversar sobre o que aconteceu ontem... Ah, aquele filho da...- - Sem palavrão, garota. Minha mãe tá em casa. Conta, o que foi que aco