- Acha mesmo que isso é uma boa ideia?- Perguntou Amanda, parada ao lado de Nicolas de frente para o elevador de serviço de seu prédio. - Quer resolver logo a situação ou não?- Perguntou Nicolas, com impaciência. - Claro que quero! Mas acho que abordando o homem assim vamos amedontrá-lo.- - Eu só preciso de um nome.- Disse Nicolas, batendo um dos pés no chão. Amanda disferiu um olhar irritado para o pé do rapaz. Ela ja estava ansiosa o bastante para que outra pessoa piorasse o que já estava ruim. - Um único nome vai me fazer entender uma grande parte do que está acontecendo.- Ele continuou a falar. - Será que você pode parar de bater o pé?- Amanda segurou o braço do rapaz. - E por que você me pede que pare de bater o pé segurando o meu braço?- Nicolas a provocou. - Porque eu não posso segurar o seu pé!- Disparou a garota com irritação. - Seria interessante te ver tentar.- Nicolas tornou a bater o pé no chão. A garota resfolegou, erguendo o seu próprio pé do ch
- Como a Rachel não está em casa?- Nicolas perguntou ao porteiro, irritado.- O carro dela está estacionado aqui na frente.- - Calma, Nic, não é assim que vamos conseguir resolver essa situação.- Amanda tentou tranquilizá-lo. - Interfone de novo para aquela v.i.g.a.r.i.s.t.a. Diga que é o Nicolas que está aqui e que eu já sei de tudo.- - Vou interfonar de novo, senhor.- Disse o porteiro, fazendo o que o outro homem pediu. Amanda e Nicolas se entreolharam em expectativa. Ambos sabiam que Rachel estava lá em cima, e que tentava evitar o inevitável. - Novamente foi a dona Daphne que atendeu, e assegurou que a dona Rachel não está.- - Então mande a Daphne descer. Não vamos sair daqui sem resolver essa pendência, e temos certeza que a Rachel está lá em cima, e sabemos que o senhor também sabe disso.- Falou Amanda. - Por que não sentam um pouco?- Perguntou o porteiro se mostrando solicito.- Vou pedir que a dona Daphne desça.- … Nicolas batia um dos pés no chão, atitude
Amanda acordou na manhã seguinte com a cabeça latejando. A sua visão estava bastante turva, e a cabeça completamente desorientada. Tudo o que lembrava era que tinha se despedido de Nicolas - alguns minutos após o encontro desajeitado com Arthur-, e de repente tinha parado ali. Um lugar que não era o seu quarto. Um lugar que não tinha o seu cheiro. E o pior, um lugar que ela nunca viu na vida. Amanda chacoalhou a cabeça, fazendo menção em se levantar da cama improvisada na qual estava sentada. Para o seu desespero, ela caiu imediatamente de volta, percebendo pouco tempo depois que os seus pés estavam presos por duas correntes muito fortes. Aquilo era fruto de sua imaginação? Ou fazia parte apenas de um pesadelo terrível? Seja lá o que fosse, a dor da corrente marcando os seus pés era real, assim como a vermelhidão - que se formou devido à pressão- em sua pele. Outro fator muito real foi o barulho que a porta fez quando a maçaneta girou. Através da parede, Amanda conseg
Já anoitecia quando Priscila decidiu fazer sua visita noturna ao cubículo no qual confinou Amanda. A refém tinha os pés e as mãos acorrentadas, e devido ao longo tempo que passou em jejum estava prostrada no colchão, sem forças para erguer sequer um dos dedos das mãos. A garota trouxe um copo de água, se divertindo ao ver que Amanda parecia um bicho sedento quando se sentou no colchão com a esperança de beber o líquido incolor. - Ah, vejo que está muito necessitada disso.- Priscila entornou o copo para frente, derramando toda água no piso de madeira.- Terá que lamber o chão para matar a sede.- - O que pretende com tudo isso, Priscila?- Perguntou com a voz fraca.- Chamar atenção, claro. É o seu objetivo de vida.- - O meu objetivo de vida é fazer da sua vida um inferno devido a tudo que me tirou.- Priscila jogou o copo contra a parede, olhando com desdém os cacos de vidro espalhados.- Pensei que aquelas incompetentes conseguiriam te minar, mas nem para isso servem. Rachel não
- Essa é a sua ideia de transporte? Um táxi que eu precisei empurrar até a metade da rua para conseguir tirar do lugar.- Rosnou Arthur, com os braços cruzados e sentado no banco do carona. - Não reclame. Até mesmo porque você só empurrou um metro e resmungando como um velho de noventa anos. Os outros dezenove metros quem empurrou fui eu.- Nicolas pisou com um pouco mais de força na embreagem quando precisou estacionar o carro no primeiro sinal. - E esse sinal? Pelo amor de Deus, homem. Não tem ninguém na rua.- - Não, mas pode passar alguém e eu não estou com disposição de atropelar ninguém com exceção á você, que não para de reclamar.- Rebateu Nicolas, já perdendo o último fio de paciência. O sinal abriu, e Nicolas deu partida, acelerando o máximo permitido dentro dos limites da segurança. - Precisamos montar uma estratégia. Não tem como chegar lá e recuperar a Amanda sem montar uma estratégia.- Arthur quase bateu a cabeça quando Nicolas fez uma curva brusca demais, e olh
Amanda fechou os olhos com muita força, e pediu ajuda divina. Não se considerava uma garota religiosa, mas sempre teve fé. Sua audição parecia está mais aguçada, pois ouviu o movimento suave do dedo de Rachel deslizando pelo gatilho. As portas do táxi também se abriram, e Arthur e Nicolas desceram do veículo, implorando pela sua vida. Rachel se divertia com toda aquela comoção, principalmente porque sempre gostou de grandes espetáculos. - Ah, veja só. Parece que fizeram as pazes. Agora poderão chorar um no ombro do outro quando a Amanda morrer.- Provocou Rachel. - Podemos fazer um acordo, o que acha? Eu acabo o meu namoro com a Amanda e nós dois ficamos juntos. Mas só preciso que poupe a vida dela.- Disse Nicolas. - Está mesmo me usando de sacrifício para poupar a vida dessa v.a.d.i.a? Desculpe, Nic, mas eu não senti sinceridade nas suas palavras.- - Por Deus, garota, você não está normal.- Disse Arthur.- Eu sei que é bem comum casos de ex noivas que não superam um término,
Três anos depois. Amanda sentiu o próprio coração quase pular pela garganta quando as portas da igreja se abriram e a primeira imagem que viu foi o Nicolas, perto do padre. Arthur estava do seu lado, e o seu braço envolvia o dele. Ele caminhou com ela pela igreja, entregando-a para Nicolas, que fez o resto do percurso acompanhando a noiva. A sua noiva. Emma, filha do casal, com apenas três anos de idade caminhava logo atrás de sua mãe, carregando a caixa com as alianças. A criança que estava atrás era um pouco maior, e quase se desviou do caminho para o altar quando viu a mesa com os doces que tinham providenciado para o padre e outros integrantes da igreja. O forte motivo que o fez continuar foi o olhar gelado de dona Teresa, que era intimidador o bastante até mesmo para uma criança sedenta por doce. Ao chegarem no altar, o padre deu início ao casamento. Após os votos matrimoniais, todos seguiram para a festa que seria comemorada em um espaço alugado por Nicolas. Os primeiros
10 anos antes - O que estão fazendo?- Pergunta a pequena Amanda, de apenas 8 anos de idade. - Nada que seja da sua conta.- Responde Arthur, seu irmão mais velho, revirando os olhos para demonstrar sua paciência. - Estão jogando?- Os olhos castanhos da garota brilham ao tentar olhar para a tela do notebook de Arthur, ainda que fosse estranho, pois eles sempre usavam controles para jogar, e nunca era no notebook. - Vai embora daqui!- Impaciente, Arthur fecha a tela e salta da cadeira, empurrando Amanda na direção do sofá que tinha em seu quarto. Nicolas, melhor amigo de Arthur, pisca aturdido, pois sabia muito bem o que vinha depois daquilo. O natural era que Amanda criasse o maior berreiro, fosse aos prantos contar para a sua mãe que Arthur a empurrou e que não a deixa " jogar" com eles. Verdade fosse dita, se a mãe de Arthur abrisse a tela do computador portátil, veria muito bem do que se tratava o conteúdo, e não tinha nada a ver com jogos. Pelo