- Essa é a sua ideia de transporte? Um táxi que eu precisei empurrar até a metade da rua para conseguir tirar do lugar.- Rosnou Arthur, com os braços cruzados e sentado no banco do carona. - Não reclame. Até mesmo porque você só empurrou um metro e resmungando como um velho de noventa anos. Os outros dezenove metros quem empurrou fui eu.- Nicolas pisou com um pouco mais de força na embreagem quando precisou estacionar o carro no primeiro sinal. - E esse sinal? Pelo amor de Deus, homem. Não tem ninguém na rua.- - Não, mas pode passar alguém e eu não estou com disposição de atropelar ninguém com exceção á você, que não para de reclamar.- Rebateu Nicolas, já perdendo o último fio de paciência. O sinal abriu, e Nicolas deu partida, acelerando o máximo permitido dentro dos limites da segurança. - Precisamos montar uma estratégia. Não tem como chegar lá e recuperar a Amanda sem montar uma estratégia.- Arthur quase bateu a cabeça quando Nicolas fez uma curva brusca demais, e olh
Amanda fechou os olhos com muita força, e pediu ajuda divina. Não se considerava uma garota religiosa, mas sempre teve fé. Sua audição parecia está mais aguçada, pois ouviu o movimento suave do dedo de Rachel deslizando pelo gatilho. As portas do táxi também se abriram, e Arthur e Nicolas desceram do veículo, implorando pela sua vida. Rachel se divertia com toda aquela comoção, principalmente porque sempre gostou de grandes espetáculos. - Ah, veja só. Parece que fizeram as pazes. Agora poderão chorar um no ombro do outro quando a Amanda morrer.- Provocou Rachel. - Podemos fazer um acordo, o que acha? Eu acabo o meu namoro com a Amanda e nós dois ficamos juntos. Mas só preciso que poupe a vida dela.- Disse Nicolas. - Está mesmo me usando de sacrifício para poupar a vida dessa v.a.d.i.a? Desculpe, Nic, mas eu não senti sinceridade nas suas palavras.- - Por Deus, garota, você não está normal.- Disse Arthur.- Eu sei que é bem comum casos de ex noivas que não superam um término,
Três anos depois. Amanda sentiu o próprio coração quase pular pela garganta quando as portas da igreja se abriram e a primeira imagem que viu foi o Nicolas, perto do padre. Arthur estava do seu lado, e o seu braço envolvia o dele. Ele caminhou com ela pela igreja, entregando-a para Nicolas, que fez o resto do percurso acompanhando a noiva. A sua noiva. Emma, filha do casal, com apenas três anos de idade caminhava logo atrás de sua mãe, carregando a caixa com as alianças. A criança que estava atrás era um pouco maior, e quase se desviou do caminho para o altar quando viu a mesa com os doces que tinham providenciado para o padre e outros integrantes da igreja. O forte motivo que o fez continuar foi o olhar gelado de dona Teresa, que era intimidador o bastante até mesmo para uma criança sedenta por doce. Ao chegarem no altar, o padre deu início ao casamento. Após os votos matrimoniais, todos seguiram para a festa que seria comemorada em um espaço alugado por Nicolas. Os primeiros
10 anos antes - O que estão fazendo?- Pergunta a pequena Amanda, de apenas 8 anos de idade. - Nada que seja da sua conta.- Responde Arthur, seu irmão mais velho, revirando os olhos para demonstrar sua paciência. - Estão jogando?- Os olhos castanhos da garota brilham ao tentar olhar para a tela do notebook de Arthur, ainda que fosse estranho, pois eles sempre usavam controles para jogar, e nunca era no notebook. - Vai embora daqui!- Impaciente, Arthur fecha a tela e salta da cadeira, empurrando Amanda na direção do sofá que tinha em seu quarto. Nicolas, melhor amigo de Arthur, pisca aturdido, pois sabia muito bem o que vinha depois daquilo. O natural era que Amanda criasse o maior berreiro, fosse aos prantos contar para a sua mãe que Arthur a empurrou e que não a deixa " jogar" com eles. Verdade fosse dita, se a mãe de Arthur abrisse a tela do computador portátil, veria muito bem do que se tratava o conteúdo, e não tinha nada a ver com jogos. Pelo
- E como foi passar dois anos no Canadá? Não sentiu falta de casa?- Foi na primeira coisa que Amanda pensou para puxar conversa, enquanto ambos esperavam, sentados no sofá, os demais chegarem em casa. Pouco original, pois é claro que todos perguntavam o mesmo. - Bom, ao menos eu tinha o Arthur de companhia, mas é claro que a saudade sempre é grande- Nicolas pigarreou, antes de olhar para o rosto de Amanda e perceber que ela também o olhava. Estavam sentados lado a lado, compartilhando o sofá.- E como foi a vida durante esse tempo?- - Um pouco entediante sem ter vocês para atormentar.- Brincou, e deu aquele breve sorriso. O sorriso da Amanda. Não era demais e tampouco inexpressivo. - Bom... De acordo com as duas cenas que presenciei, acho que sua vida foi mais movimentada do que a minha.- Amanda não conseguiu reprimir a vontade de virar os olhos. - Theo é o meu ex namorado, me traiu com a Daphne, minha ex melhor amiga.- - Isso parece coisa de filme- - Um pouco... Dap
- Não poderia deixar de parabenizar nossa tão adorada Dona Teresa.- Rachel diz olhando para a anciã, que estava com uma carranca. - E eu gostaria de jantar!- A velha bate com a bengala no chão.- - Mamãe, por favor!- Lúcia sussurra exasperada. - Soube que nos tempos de juventude a senhora amava dançar, e me inspirando no seu exemplo, gostaria de lhe prestar uma homenagem com sua música favorita!- Rachel faz um sinal para os músicos, e eles se apressam em tocar a música que fora combinada. - Isso não está me cheirando bem.- Amanda sussurra para Nicolas. - Já sei exatamente o que essa pilantra planeja.- Murmurou Nicolas. - Bom, para prestar uma homenagem a nossa querida Dona Teresa, convidarei alguém muito especial, Nicolas, o meu ex noivo.- Rachel forçou um olhar apaixonado. Nicolas olhou para o rosto de Amanda, o desespero era nítido. - Me ajude!- Sussurrou. - Com qualquer coisa?- Perguntou a jovem. - Só me livre das garras dela!- E Amanda pisou ( discretamente)
Como sempre, Amanda decidiu inventar algo que não era prático. Quis a todo custo fazer biscoitos para comerem com o sorvete. - Mandy, isso realmente não é necessário.- Nicolas a encarou, enquanto a mesma estava em cima de uma escada, se esticando para pegar os ingredientes. Na medida que Amanda se esticava para pegar um novo ingrediente que faltava, seu pijama ( que na verdade era uma camisola) muito imoral, subia, deixando uma boa parte de suas coxas as vistas. Nicolas elevou os olhos a curva de seus quadris, o tecido fino da seda mostrava exatamente como era o seu desenho e o mesmo concluiu que roupas do tipo não faziam bem para a sanidade mental. - Já acabou?- Perguntou, desviando os olhos para qualquer ponto da cozinha, mas já era tarde demais. Seu corpo o traiu involuntariamente e o seu membro coberto começou a latejar. - Só mais um pouco.- Respondeu Amanda, segurando o último ingrediente para a massa. - Não, não.- Pragueja Nicolas, tentando respirar fundo e mand
Amanda sentiu o coração acelerar e não sabia o porquê. Mário sempre foi um dos amigos de Arthur que ela sentia uma paixonite muito forte, mas devido à diferença de idade ( seis anos), os caminhos dos dois nunca se cruzaram. - Gosto dessa parte da praia, a água parece mais azul e poucas pessoas vêm aqui.- Mário toma a iniciativa de caminhar para o meio das pedras, mas assim como Amanda, sentia dificuldade em se locomover com os pés afundando na areia.- Ninguém poderá nos interromper.- Acrescenta, com um sorriso malicioso. Amanda abriu os lábios no intuito de dizer algo, mas as palavras foram perdidas a partir do momento que Mário capturou os seus lábios em um beijo de tirar o fôlego. ... Do outro lado da praia, Nicolas estava sentado na frente da casa de praia de um dos seus amigos, onde esteve desde que chegou, com a Jessica, uma ruiva de olhos negros, sentada ao seu colo. Apesar do seu corpo está presente, o seu pensamento estava distante, o que será que a Amanda estava f