Lucca Moretti
Mais uma reunião terminada com sucesso, todos os negocios estão indo bem, meu Don Guiseppe vai mandar mais um carregamento de veneno de escorpião, é a melhor substância para torturar alguém, a dor é intensa. deixa a pessoa alucinada, dividida entre o que é real e o que é imaginação, e em alguns casos pode levar a asfixia. Eu raramente uso, mas nosso Don gosta que tenhamos sempre um bom estoque.
Tudo estava indo muito bem até que os intregantes do conselho, inclusive meu Don começaram a encher o meu saco para arrumar uma mulher e um filho, com a desculpa de que estou ficando velho e que posso ser atacado por estar em uma posição confortavél.
.
Logo eu, eu sou um homem respeitável, todos na minha área sabem que não se deve mexer Lucca Moretti.
.
— É chefe, não vai ter jeito a não ser casar. Levantaram até o nome de das filhas do capo Rossi para o senhor se casar.— Felippo meu subchefe vem falando atrás de mim, Felippo é um cara em que confio minha vida, é um dos melhores torturadores e o melhor usando facas, mas as vezes seu jeito brincalhão me irrita.
.
— O senhor está irritado né chefe? Mas o senhor já viu as irmãs Rossi, elas são bem gostosas.— Massageio minhas temporas, respirando fundo.
.
Essa hora é um momento em que não quero abrir a boca para absolutamente nada, muito menos sobre casamento.
.
— Não Felippo e nem quero saber nada disso. Minha vida está muito bem sem ter um relacionamento.— Felippo levanta as mãos em redenção e sai andando.
.
— Sporcizia de casamento.— Como sempre, decido ir até a boate para afogar as mágoas.
.
Dirigir até a boate me faz pensar em tudo o que está acontecendo, tenho certeza que ficar evitando esse assunto não vai dar em nada, principalmente o porque meu Don está concordando com essa loucura toda. Mas eu acho que é isso que os velhos acham, que nós que somos mais novos não somos respeitáveis por ter uma familia. Eu realmente estou me fudendo para isso, porque se for pra ter uma família igual a como minha mãe e meu pai eram, eu realmente prefiro não ter.
Parado em um sinal vermelho proximo a boate vejo quando continuo a pensar em tudo o que está acontecendo.
Desde os cinco anos de idade que eu me preparei para um dia tomar o lugar do meu pai como capo, já que eu sou seu único herdeiro, mas crescer com meu pai e minha mãe não foi fácil.
Não tive amor de nenhum dos dois, minha mãe é uma pessoa narcisista, que só pensa nela e nos interesses dela. Meu pai era um homem pragmático, mas agia sempre com a razão e eu não julgo, no nosso mundo é quase impossível agir com a emoção e assim eu fui formado. Um homem sem sentimentos, cruel e que tem tudo que quer.
O fogo sempre me trouxe o fascínio do vazio que existe no coração do Lucca criança, então todas as minhas torturas envolve o fogo, isso me deixou conhecido como: El Diablo.
Isso não me incomoda, na verdade me deixa satisfeito. Todos me temem e sabem que quem mexe com El Diablo não volta vivo pra contar história.
Eu e Felippo formamos uma bela dupla, nós nos formamos juntos na máfia, treinamos juntos, seu pai era o subchefe de meu pai, então crescemos sabendo qual era o papel de cada um.
SophieEu caminho pela calçada úmida de uma rua estreita e mal iluminada, observando o nevoeiro que se espalha pela cidade como um véu de mistério. As luzes fracas dos postes piscam, projetando sombras longas e distorcidas que parecem se estender até o infinito.Estou indo em direção ao Eclipse, um clube noturno conhecido por sua clientela exclusiva e pelo que acontece lá dentro, longe dos olhos curiosos.Minha respiração forma pequenas nuvens de vapor no ar gelado da noite. Sinto um arrepio percorrer minha espinha, mas não é apenas por causa do frio. É a expectativa. O nervosismo que me corrói por dentro. Ainda assim, mantenho minha expressão neutra, treinada para esconder qualquer traço de vulnerabilidade. Afinal, neste mundo, fraqueza é um luxo que não posso me permitir.O letreiro do clube surge à minha frente, com suas letras néon roxas pulsando em um ritmo lento e hipnótico. Pego minha bolsa e puxo a alça sobre o ombro, erguendo o queixo enquanto subo os degraus.Dois seguranças
SophieA música começa a pulsar pelo clube, uma batida lenta e sensual que reverbera através do chão de madeira e sobe pelas minhas pernas. Estou no palco agora, as luzes me banham em tons de vermelho e dourado, projetando minha sombra nas paredes como se fosse um reflexo de algo mais sombrio dentro de mim. Tento afastar os pensamentos do porque realmente estou aqui, mas é impossível. Enquanto me movo ao ritmo da música, a atmosfera ao meu redor parece se tornar mais densa, mais pesada. Há uma energia no ar, algo que eu não consigo identificar, mas que me deixa inquieta. A pista diante de mim está cheia de homens em ternos caros, mas os rostos deles são meras sombras, indistinguíveis na penumbra do clube. O foco deles está em mim, e é meu trabalho entretê-los, seduzi-los, mantê-los cativados.Respiro fundo, forçando meu corpo a relaxar enquanto começo a deslizar pelos movimentos que pratiquei tantas vezes antes. Minha mente se esvazia e o mundo ao meu redor desaparece, deixando apena
Lucca MorettiChego à Eclipse como faço em muitas noites, mas hoje algo é diferente. Meu humor está mais sombrio do que o habitual, minha mente ocupada com questões de negócios, o fardo constante de manter tudo sob controle e ainda a questão de que meu Don quer me casar.A Eclipse é um refúgio para mim, um lugar onde posso observar o caos organizado e lembrar que, por trás das luzes e da música, sou eu quem comanda tudo isso. Mas esta noite, há algo mais que me atrai aqui.Entro no clube, o som da música pulsando nos meus ouvidos, e o cheiro de perfume e cigarro misturados invade meus sentidos. A multidão está em sua energia habitual, mas enquanto eu passo as pessoas vão abrindo caminho, homens observando com olhos famintos as mulheres que dançam para eles, enquanto as dançarinas se movem com a graça calculada de quem sabe que cada gesto é uma oportunidade para ganhar mais dinheiro. As luzes piscam em tons de vermelho e roxo, criando um ambiente onde as sombras dominam tanto quanto os
SophieEu saio do Eclipse, ainda a noite que está envolta em sombras densas como meus próprios pensamentos. Cada passo que dou parece mais pesado, como se o chão tentasse me prender, como se a gravidade soubesse o peso das palavras de Lucca.Ele disse que eu trabalharia para ele, sem nem me dar escolha. As palavras dele ainda ecoam na minha mente, frias e implacáveis, e sinto um arrepio subir pela minha espinha. Não posso contestar, não posso desafiá-lo. O medo é um nó apertado em meu estômago, um frio constante que me corrói por dentro.Quando chego em casa, tudo parece em silêncio. As paredes, que deveriam me dar segurança, agora parecem se fechar sobre mim, cúmplices do que está prestes a acontecer. Puxo as chaves do bolso e as mãos tremem.Eu olho para a porta, sabendo que depois de cruzá-la, terei que confrontar a realidade. Lucca não é o tipo de homem que faz promessas vazias e se eu não fizer o que ele espera, eu sei que ele pode ir atrás do que mais amo. Ele não sabe sobre o me
Lucca .Eu saio do Eclipse com passos firmes, mas a mente em completo caos. O ar da noite é frio, mas não o suficiente para acalmar o fogo que queima dentro de mim. Algumas das meninas tem relações sexuais consentidas com os clientes vips, por volta das 3h da manhã vejo Sophie se despedir de algumas pessoas e sair.Eu me amaldiçoo em silêncio, o olhar fixo à frente, mas perdido. Não deveria ter feito nada disso. O conselho já tem tudo planejado, cada movimento, cada aliança, e a apresentação da minha esposa está prestes a acontecer. Eles não aceitam erros, muito menos desvios. E o que acabei de fazer com Sophie é tudo menos parte do plano.Meus dedos apertam o volante do carro com tanta força que os nós dos dedos ficam brancos. Não consigo afastar a imagem dela dançando. Cada movimento, cada curva do corpo dela parecia desenhado para prender minha atenção, para desafiar minha própria vontade. E, droga, como eu tentei desviar o olhar, ignorar o magnetismo dela. Mas era impossível. Cad
Sophie.O sol ainda está nascendo quando acordo, já ouvindo o som suave de Bernardo se mexendo na cama ao lado. Meu filho é a primeira coisa que vejo todas as manhãs e isso me dá forças para enfrentar o dia. Ele é minha maior alegria, minha maior preocupação e a razão pela qual faço tudo o que faço. Acordo devagar, tentando não fazer barulho para não acordá-lo de uma vez. Mas ele já está acordado, esfregando os olhinhos enquanto me observa com um sorriso tímido.— Bom dia, meu amor.— sussurro, acariciando seus cachinhos. Bernardo se aninha em mim e aproveito esse momento antes de começar minha rotina. Sei que o dia será longo, como sempre e que terei que me dividir entre minhas responsabilidades como mãe e minha vida na Eclipse, quer dizer, com Lucca.— Bom dia mamãe, hoje tem queci? — Eu não me aguento quando ele fala creche errado e o aporto todinho.— Sim amor da mamãe, hoje tem creche.— Depois de nos levantarmos, sigo para a cozinha para preparar o café da manhã.Sempre faço quest
Lucca.Sinto o peso do meu erro, ecoando na minha mente como uma sentença autoimposta. Não deveria ter mencionado o filho dela durante o jantar. Desde o instante em que as palavras saíram da minha boca, soube que havia cometido um erro. O pânico que vi nos olhos de Sophie me atingiu com força, esses olhos verdes, sempre tão cheios de vida, de repente ficaram opacos, preenchidos por um medo que eu nunca quis despertar. Eu deveria ter sido mais cuidadoso, mais atento. Deveria ter me controlado. O jantar seguiu de forma robotica, mal conversamos, Sophie mal olha para mim e quando terminamos de comer a sobremessa decido que não prolongarei a noite. Eu mesmo acabei com o clima, mas pretendo consertar.*Agora, enquanto guio o carro de volta ao apartamento, não consigo parar de me repreender. Sophie está ao meu lado, em silêncio, as mãos repousando no colo. Ela está claramente perturbada, e é tudo culpa minha. Porque tive que mencionar o filho e o irmão dela? Porque precisei mostrar que se
Sophie.A noite está cheia de reviravoltas e eu ainda não consigo acreditar em tudo que está acontecendo. O jantar foi estranho, para dizer o mínimo. Quando Lucca mencionou Bernardo, fiquei totalmente assustada. Como ele sabia sobre meu filho e meu irmão? Que tipo de poder ele tem sobre mim? Aquele olhar sério e seguro me deixou sem saída e mesmo que ele tenha tentado consertar as coisas depois, com um pedido de desculpas, ainda estou tentando entender o que ele realmente quer de mim.Agora, ao entrar neste apartamento que ele diz ser meu, me sinto ainda mais perdida. Um lugar luxuoso, completamente fora da minha realidade. O que Lucca quer comigo? O que ele realmente está tentando me oferecer? Não posso simplesmente aceitar tudo isso sem questionar. Ele é um homem perigoso, isso é óbvio, mas ao mesmo tempo, há algo nele que me intriga, algo que me faz querer entender mais.Quando ele me mostrou o quarto que supostamente é meu, senti-me sufocada pela grandiosidade de tudo. "Quero que