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Sophie.O sol ainda está nascendo quando acordo, já ouvindo o som suave de Bernardo se mexendo na cama ao lado. Meu filho é a primeira coisa que vejo todas as manhãs e isso me dá forças para enfrentar o dia. Ele é minha maior alegria, minha maior preocupação e a razão pela qual faço tudo o que faço. Acordo devagar, tentando não fazer barulho para não acordá-lo de uma vez. Mas ele já está acordado, esfregando os olhinhos enquanto me observa com um sorriso tímido.— Bom dia, meu amor.— sussurro, acariciando seus cachinhos. Bernardo se aninha em mim e aproveito esse momento antes de começar minha rotina. Sei que o dia será longo, como sempre e que terei que me dividir entre minhas responsabilidades como mãe e minha vida na Eclipse, quer dizer, com Lucca.— Bom dia mamãe, hoje tem queci? — Eu não me aguento quando ele fala creche errado e o aporto todinho.— Sim amor da mamãe, hoje tem creche.— Depois de nos levantarmos, sigo para a cozinha para preparar o café da manhã.Sempre faço quest
Lucca.Sinto o peso do meu erro, ecoando na minha mente como uma sentença autoimposta. Não deveria ter mencionado o filho dela durante o jantar. Desde o instante em que as palavras saíram da minha boca, soube que havia cometido um erro. O pânico que vi nos olhos de Sophie me atingiu com força, esses olhos verdes, sempre tão cheios de vida, de repente ficaram opacos, preenchidos por um medo que eu nunca quis despertar. Eu deveria ter sido mais cuidadoso, mais atento. Deveria ter me controlado. O jantar seguiu de forma robotica, mal conversamos, Sophie mal olha para mim e quando terminamos de comer a sobremessa decido que não prolongarei a noite. Eu mesmo acabei com o clima, mas pretendo consertar.*Agora, enquanto guio o carro de volta ao apartamento, não consigo parar de me repreender. Sophie está ao meu lado, em silêncio, as mãos repousando no colo. Ela está claramente perturbada, e é tudo culpa minha. Porque tive que mencionar o filho e o irmão dela? Porque precisei mostrar que se
Sophie.A noite está cheia de reviravoltas e eu ainda não consigo acreditar em tudo que está acontecendo. O jantar foi estranho, para dizer o mínimo. Quando Lucca mencionou Bernardo, fiquei totalmente assustada. Como ele sabia sobre meu filho e meu irmão? Que tipo de poder ele tem sobre mim? Aquele olhar sério e seguro me deixou sem saída e mesmo que ele tenha tentado consertar as coisas depois, com um pedido de desculpas, ainda estou tentando entender o que ele realmente quer de mim.Agora, ao entrar neste apartamento que ele diz ser meu, me sinto ainda mais perdida. Um lugar luxuoso, completamente fora da minha realidade. O que Lucca quer comigo? O que ele realmente está tentando me oferecer? Não posso simplesmente aceitar tudo isso sem questionar. Ele é um homem perigoso, isso é óbvio, mas ao mesmo tempo, há algo nele que me intriga, algo que me faz querer entender mais.Quando ele me mostrou o quarto que supostamente é meu, senti-me sufocada pela grandiosidade de tudo. "Quero que
Sophie . Estou sentada no sofá do apartamento que Lucca disse ser meu, mas ainda não consigo acreditar em nada disso. Tudo parece surreal. Eu olho ao redor, observando os detalhes sofisticados e caros, cada peça de mobília escolhida a dedo, como se ele soubesse exatamente o que eu gostaria, mas... isso não faz sentido. Quem é esse homem que entra na minha vida de forma tão abrupta, fazendo exigências e controlando minhas ações? Minha mente estva um caos desde o jantar, e com o beijo que ele me deu, minha mente virou amoeba. Porque está tão interessado em mim? Não consigo mais segurar essas dúvidas dentro de mim. Elas estão me consumindo. Me levanto do sofá e me aproximo dele, Lucca está relaxado, sentado, mas seus olhos me observam com uma intensidade que me faz arrepiar. Respiro fundo, tomando coragem. Preciso de respostas. Agora. — Quem é você de verdade, Lucca? Eu preciso saber.— Minha voz sai firme, mesmo que por dentro eu esteja tremendo. Ele me encara por alguns segundos
Lucca.Caminho até a porta, olho para os dois homens que selecionei pessoalmente para vigiar Sophie. Ambos são de confiança, homens que cresceram comigo e sabem o que está em jogo.— Fiquem de olho nela.— ordeno, minha voz baixa, mas firme.— Nada de errado pode acontecer. Vocês dois ficam aqui até eu voltar.— Angelo, um dos meus homens de maior confiança, acena com a cabeça.— Pode deixar, chefe. Ninguém vai passar por nós.— Eu assinto, satisfeito com a resposta, e saio do apartamento. Sei que Sophie vai questionar essa vigilância, mas não tenho escolha. No momento, ela é o meu ponto mais vulnerável. E nessa vida, vulnerabilidades são sinônimos de fraqueza e fraqueza pode matar.Caminho para o elevador, sentindo uma tensão crescente em meus ombros. Ainda estou tentando processar o que aconteceu entre nós. Ver Sophie dançar para mim... aquilo mexeu comigo de uma forma que eu não esperava. Foi mais do que desejo. Foi algo mais profundo, algo que eu ainda não quero nomear.Mas agora,
Sophie.—Saio do quarto que Lucca disse ser meu, a mente ainda girando com tudo que aconteceu. Ele me deu um apartamento inteiro, um espaço que parece surreal, distante da minha realidade. No entanto, não posso negar a sensação de desconforto que isso me traz. Tudo parece uma jaula dourada, por mais luxuosa que seja. Sinto-me sufocada, como se estivesse perdendo o controle da minha própria vida. Preciso ver meu filho, Bernardo, e meu irmão, Enrico. Preciso voltar à minha realidade, lembrar quem eu sou.Quando chego à porta da saida, encontro dois homens tão grandes que parecem um armario, e lembro que Lucca disse que eu não estarei sozinha. Não gosto disso, não gosto dessa sensação de ser vigiada, de estar cercada. Eles parecem acreditar que têm o direito de me manter aqui, como se eu fosse uma prisioneira.Respiro fundo antes de me aproximar, endireitando a postura. Eu me recuso a ser submissa ou intimidada por esses seguranças, mesmo sabendo que eles estão apenas cumprindo ordens.
Sophie.Já se passaram dois dias desde que saí do apartamento de Lucca. Duas noites sem vê-lo, sem ouvir sua voz ou qualquer explicação para o que está acontecendo. E esses dois dias têm sido uma montanha-russa de emoções. A cada hora que passa, fico mais inquieta, mais confusa.Mais confusa com a transação bancária inesperada de 2.500 euros na minha conta. O valor estava lá, transferido diretamente da conta de Lucca. Minha primeira reação foi de choque. O que significa esse dinheiro? Era para ser algum tipo de pagamento? Mas pagamento porque? Pelo tempo que passei com ele? Pela dança?Eu me senti ofendida. O orgulho que ainda restava em mim gritou que eu não deveria aceitar esse dinheiro, que não deveria ser tratada como uma mercadoria. Mas, ao mesmo tempo, eu sei que a minha situação financeira não é das melhores, já que Lucca me tirou da boate, ele teralmente deve me pagar, não é?Bernardo precisa de mim e esse dinheiro pode ajudar a manter nossa vida estável por um tempo. Então,
Lucca.Estou há dois dias sem conseguir falar com Sophie e a cada hora que passa, a agonia dentro de mim só aumenta. Eu sabia que essa viagem seria problemática, mas não imaginei que me ficaria assim... desconectado.Eu e Felippo precisamos vir para a Rússia as pressas e além do frio infernal o sinal de telefone aqui nesse lugar é um pesadelo. Precisei viajar às pressas para resolver um assunto importante com Ivan, o chefe da Bratva e estou enfiado em um lugar remoto que parece estar à margem do mundo. Mesmo com toda a tecnologia, a conexão é instável. O que piora tudo é a minha ansiedade crescente em não poder falar com ela.Ivan me esperava com urgência. Um problema nas fronteiras que dividimos em certos negócios ilícitos precisava da minha atenção pessoal e eu sabia que esse tipo de situação exigia mais do que conversas por telefone. A irmandade entre a máfia italiana e a Bratva é delicada, e um movimento errado poderia gerar conflitos que nem eu e nem Ivan queremos lidar. A imag