Luna estava muito nervosa. Em seu quarto, ela tentava reorganizar a sua cabeça, pensando o que descobriu e em como derrotar aquela bruxa. Luna, naquele momento, não fazia ideia se aquela era a sua real forma, já que na sua outra visão, ela viu características de uma época bem diferente daquela. Ou seja, aquela mulher era mais velha do que todos imaginavam. E não fazia ideia se era possível manter a juventude durante tanto tempo. Nervosa, ela andava de um lado para o outro dentro do seu quarto. Rezava para que seus pais não entrassem, batessem a porta. Pois ela teria que explicar o porquê de tanto nervosismo. Como se já não bastasse tudo isso, os tios estavam prestes a chegar. Eles eram muito diferentes. Reservados, mas bem carinhosos e curiosos. Então, ter tanta gente dentro de casa, durante esse período tão conturbado da sua vida, seria muito difícil. Como esconder tudo isso deles, não é mesmo? Então, ela parou, resolveu sentar no chão, o carpete bastante quente, confortavelmente. El
Adrian sabia que tinha alguma coisa errada com seu pai. A forma como ele lhe encarava, tentando buscar alguma coisa, um erro e uma falha, fazia com que os pelos do corpo de Adrian se arrepiavam com a aproximação cautelosa do homem. Bem, repetindo novamente, Adrian não tinha medo de seu pai, mas temia os seus segredos. Temia que ele descobrisse sobre Luna e tentasse matá-la, assim como fez com as outras bruxas.Ainda mais com essa nova estranha que fingia ser sua professora de literatura, armando um plano para capturar Luna e incriminá-la. O que essa mulher ganharia com isso tudo? Queria ser a única bruxa em toda a cidade? Ou tinha um plano mais elaborado? Bem, ele não sabia. Foi introduzido a esse mundo de bruxos muito rápido e recentemente. Ele mal conseguia entender como era a história da sua alcateia, dos bruxos que amaldiçoaram aquele lugar, e se apegou à oportunidade de Luna poder quebrar aquela maldição. Mas, para isso, seu pai tinha que dar um voto de confiança e aceitar este p
A história dos Vargas vai muito além dos grandes prédios multinacionais que acumulam fortunas bilionárias ao redor do mundo. Essa família milenar passou séculos servindo a uma tradição que ainda está viva: caçar seres sobrenaturais.Muitos dos Vargas deixaram a profissão de caçador e passaram a trabalhar em escritórios, mas dentro de cada um ainda existe aquele instinto primitivo. Por isso, quando ouvem histórias bizarras de ataques sobrenaturais a humanos, eles agem como policiais sobrenaturais, investigando e caçando essas criaturas.Lorenzo não se mudou para aquela cidade por acaso. Além de ser a cidade natal de sua esposa, Elisabete, ele havia observado que uma grande alcateia estava perdendo o controle, com lobisomens gigantes atacando pessoas. Era intrigante, pois aqueles lobos não deixavam a cidade, nem mesmo os Ômegas, lobisomens que permaneciam em sua forma animal o tempo todo. Isso não acontecia fora daquela cidade, e Lorenzo decidiu levar sua família para lá, procurando um
LunaTudo estava diferente em mim. O mundo ao meu redor, antes tão comum e tedioso, agora parecia ter mudado completamente. Claro que isso me assustava. As habilidades que eu tinha iam muito além do que eu imaginava. Mas abri mão dos conselhos e da companhia das minhas ancestrais. Deixei minha avó para trás. Sei que devo me concentrar no presente, nas pessoas vivas ao meu redor e no meu objetivo, mas a saudade é inevitável. A quem recorrerei quando tudo der errado? Quando eu não souber o que fazer?Não sei tudo. Mas lembro-me de ter acessado uma versão de mim em outro universo. Será que ainda posso fazer isso e pedir conselhos? A última vez, disseram que eu tinha todas as respostas, mas agora, deitada na cama, olhando para o teto, parece que não tenho resposta alguma.Respiro fundo, fecho os olhos e penso em Adrian. Sempre que penso nele, uma calma repentina me invade. Claro, junto vêm lembranças de lobos, maldição, bruxa. Mas, imaginando nós dois juntos, encontro paz.Quando estamos
Luna acordou com os primeiros raios do dia atravessando a cortina fina da janela do seu quarto. Seus olhos piscavam lentamente, ajustando-se à claridade. O sol já estava alto o suficiente para indicar que todos na casa provavelmente já estavam acordados. Ela suspirou, sabendo que em poucos minutos teria que enfrentar seus parentes na mesa do café da manhã.Ela preferia ficar no quarto. Sempre se achou muito antissocial, muito diferente de todos eles. Luna amava sua família, os tios, as tias, os primos, e claro, seus pais. Mas desde sempre sentiu que era diferente de todos. Era mais reservada, mais introspectiva. Passava a maior parte do tempo com fones de ouvido, alheia às conversas ao redor. Quando alguém a chamava, ela tirava os fones com relutância e pedia para repetirem a pergunta, mesmo sabendo que não queria responder.Luna nunca soube exatamente por que se sentia assim. Até que pisou naquela maldita cidade. Aquilo não justificava tudo, mas começava a se entender. Afinal, levant
Luna aconteceu essa escadas animada, mesmo com um bilhão de coisas para resolver. O fim de semana, finalmente, acabou a casa enorme, finalmente, era só dela e dos seus pais. Ela gostava dos seus parentes ,mas a forma fervorosa.No entanto, ao descer as escadas, ela encontra sua mãe, que falava sozinha, sem saber que Luna se aproximava. A garota para bem na frente dela ,onde finalmente percebe. Ela queria saber o que estava perturbando Elisabete. — Está chateada? — ela pergunta, com o cenho franzido. Elisa não queria descarregar toda sua frustração em cima da filha. Aceitava a família do seu marido vir visitar, ia até as suas casas, mas ela sabia que eles não estavam ali de passagem. Não foram visitar a família. Aquilo era trabalho. Iríamos caçar lobos. Lorenzo sabia o quanto isso chateava ela, e mesmo assim, ele os trouxe para dentro de casa, com esse propósito.Naquele momento, em frente a sua filha, ela tentaria disfarçar. Mas Luna não era tola. Era uma sensitiva, e sabia o quan
Luna desceu do carro, seus olhos imediatamente se fixando na imponente estrutura do colégio. A escola, um majestoso castelo gótico, erguia-se contra o céu cinzento, suas torres alcançando as nuvens. O coração de Luna acelerou ao contemplar a magnitude daquele lugar que sempre a fazia se sentir pequena e insignificante.Respirando fundo, ela tentou ignorar o turbilhão de emoções que a dominava. Medo, ansiedade, e uma sensação estranha de estar sendo observada. Cada passo que dava em direção às portas de madeira maciça parecia ecoar pela eternidade. Ela desejava passar despercebida pelos colegas que se aglomeravam nos corredores, mas sentia todos os olhares sobre si.Subindo as escadas, o barulho ao redor foi diminuindo gradualmente até que apenas seus próprios passos podiam ser ouvidos. No último andar, a torre mais alta do castelo, estava a sala que poucos visitavam. Ali, longe do movimento incessante do colégio, Adrian a esperava.A porta rangeu ao abrir, e Luna entrou, ofegante. A s
Jane estava sentada em sua poltrona de veludo escarlate, no centro de sua sala moderna, porém desprovida de calor humano. Ela nunca se acostumara com a frieza minimalista da decoração contemporânea; as linhas retas e superfícies brilhantes pareciam refletir a desordem em sua mente. Seus dedos pálidos e alongados tamborilavam no braço da poltrona, enquanto ela observava os móveis flutuarem e se rearranjarem ao seu redor, movidos pela magia que emanava de suas mãos como uma extensão de sua própria vontade.A sala, embora moderna, tinha um ar de passado, preenchida com artefatos antigos e livros empoeirados que destoavam da mobília atual. Um candelabro de cristal pendia do teto, balançando levemente sem vento, iluminando o espaço com uma luz trêmula.Jane sempre foi uma criatura de reclusão e mistério, preferindo a companhia de seus pensamentos e encantamentos à presença de outros. Ela havia vivido mais de um século, navegando pelas eras com uma habilidade astuta de adaptação, mas sempre