Quando Owen se afastou, Maude ainda estava petrificada devido ao beijo. Ela levou alguns segundos para reagir. Ele seguiu parado, em frente a ela, em silêncio, esperando alguma reação, quando percebeu que talvez o silêncio dela estava se prolongando demais ele achou melhor se desculpar.— Desculpe se eu a deixei desconfortável, acho que me empolguei e exagerei na brincadeira.Ela seguia estagnada na frente dele.— Realmente foi surpreendente…A vontade de beijá-la havia sido forte, mas uma ponta de culpa começou a corroer Owen, afinal ele havia feito uma promessa a ela, de não tentar nenhum tipo de aproximação. Mas, naquele momento, estavam tão descontraídos que ele se deixou levar.— Maude, eu realmente ainda muito…eu havia prometido..Ela o interrompeu subitamente, parecendo estar recuperada do choque inicial.— Sim Owen, você prometeu! Mas ingênua fui eu em acreditar que seria diferente, que você seria realmente diferente! No final são todos iguais mesmo, você, o Sebastian…da no me
No dia seguinte, Owen e Maude decidiram explorar um campo aberto na vasta propriedade para treinar suas habilidades de tiro. O sol lançava seus raios sobre a paisagem,trazendo um cenário com um horizonte azul. Maude, apesar de nunca ter segurado uma arma antes, revelou-se surpreendentemente hábil quando as mãos tocaram o coldre do revólver.Owen, observando com admiração, ajustou os alvos no campo. -Vejamos como você se sai com esses, Maude. Vamos começar devagar.Com concentração e determinação, Maude disparou. O estampido do revólver ecoou pelo campo, seguido pelo som das balas disparadas a esmo em direção aos alvos, sem acertar nenhum deles. Owen observou enquanto ela tentava acertar os alvos sem sucesso, mas demonstrava uma precisão notável para quem não tinha nenhuma experiência. As balas não estavam passando assim tão longe dos alvos. Ela segurava a arma com firmeza e parecia confiante.-Parece que você tem um talento natural para isso, Maude. Estou impressionado. Comentou Owe
Ela era incrível! Owen refletiu, sem poder tirar Maude do pensamento. A forma como ele a havia encontrado, quem ela havia sido. Tudo isso simplesmente não batia com a mulher que ela havia se transformado. Ela era forte, aprendia rápido e suas habilidades eram surpreendentes. Quando estavam treinando, ele tinha que se esforçar para esconder o sorriso de satisfação e não parecer um bajulador.Estar ao lado de uma mulher assim era instigante e desafiador. Ela o surpreendia a cada movimento e a cada palavra que dizia. Também se tornara exigente, tinha opiniões muito fortes e não se contentava em ser tratada como uma simples esposa ou empregada. Ela participava ativamente de tudo, tomava decisões e não exitava em discordar das dele que ela julgasse equivocadas. Era impossível não fazer comparações com a debilidade que sua esposa Ana sempre demonstrou.Maude era uma mulher bem nascida, com todos os privilégios, passou por uma provação terrível, mas escolheu viver. Lutou para ficar bem e s
Owen ajustava as correias de suas botas no celeiro quando Thomas se aproximou, sorrindo como sempre. Era a última noite antes da missão com os Koda, e eles tinham uma tradição peculiar para celebrar a camaradagem e o fato de que não sabiam se voltariam vivos antes de partir.— Owen, meu velho amigo, acredito que não esteja tão animado e pronto para a nossa visita habitual ao bordel da cidade? Thomas perguntou, sorrindo. Owen olhou para ele, esboçando um sorriso sem graça. — Bem, Thomas, estive pensando... talvez dessa vez seja melhor pularmos essa tradição. Tenho outras coisas em mente, e não creio que seja adequado, afinal sou um homem casado agora.Thomas franziu a testa, fingindo estar surpreso.— Outras coisas? Desde quando você desiste do bordel, especialmente na noite antes de uma viagem? Esqueceu que já foi casado antes, e isso nunca foi um impedimento.— Você sabe que é diferente, o meu casamento com Ana foi um caos desde o começo. Ela nunca deixou eu me aproximar o suficien
Capítulo 21 - O amor manda embora o medoMaude andava de um lado para o outro pela casa, o nervosismo tomava conta dela. Que loucura passou pela sua cabeça quando resolveu propor que passassem a noite juntos? Mesmo que ele a tenha beijado, não significava que quisesse ter esse tipo de intimidade. E, o fato de procurar prostitutas devia querer dizer que ele preferia mulheres experientes, e isso de forma alguma poderia ser dito dela. Ela não possuía nenhuma experiência com as intimidades entre um homem e uma mulher, além das que viveu com Sebastian. E só de lembrar daqueles momentos seu estômago embrulhava. Contudo, já fazia um tempo que vinha sentindo coisas quando estava próxima de seu falso marido. E quando ele a beijou, teve algumas sensações que a levaram a crer que uma noite com ele não seria assim tão ruim, igual haviam sido todas às vezes, com Sebastian. Podia achar mil tarefas para realizar, mas a noite ele ainda a estaria esperando em seu leito. Quando não pode encontrar mais
Quando Maude entrou no celeiro, não avistou Owen, ele certamente estava no mezanino na parte de cima. Era lá que os peões que estavam de passagem costumavam montar suas camas. Haviam até cobertas e alguns travesseiros que eram mantidos ali para esse fim. Ela trancou a porta atrás de si, pois aquela talvez fosse uma conversa difícil. Caminhou até a escada improvisada e subiu os degraus com cuidado, pois o cobertor em que estava envolta não a deixava com muita agilidade. Quando terminou de subir o viu, terminando de arrumar sua cama improvisada. Ele demorou um pouco para se dar conta que não estava sozinho, o que era algo incrível, pois os reflexos dele eram extremamente rápidos. Owen realmente devia estar bastante chateado, o que o havia deixado relapso e distraído. Ela percebeu que estava certa quando ele se virou abruptamente e a encarou com expressão de espanto naqueles olhos verdes.— Maude, eu tenho que sair cedo amanhã, realmente não estou com ânimo para discutir mais. Vamos dei
Owen se levantou, deixando para trás a intimidade da noite anterior. Seu olhar era firme, mas o coração pesado. Ele sabia que precisava ir. A missão não era apenas uma obrigação, mas parte de quem ele era. Ele não podia ignorar o chamado da justiça, mesmo que isso significasse deixar Maude.— Eu volto para você — disse ele, sua voz carregada de emoção, pensando que ela ainda estava adormecida.Maude não respondeu de imediato, ela abriu os olhos e eles estavam nublados de tristeza, mas ela se forçou a sorrir.— Espero que volte inteiro, Owen.Owen partiu antes do amanhecer, encontrando-se com o grupo secreto dos Koda na entrada da floresta. O plano era perigoso: invadir a reserva indígena onde soldados haviam instalado um acampamento fortificado. O grito de socorro das tribos havia chegado até eles, e Owen não podia ignorar. Devia isso a Magena, devia a todos os indígenas que precisavam de ajuda. Um dia ele foi um dos soldados que formavam essas reservas, e essa era uma culpa que ele s
Nos dois meses que se passaram, Maude precisou assumir o controle total da fazenda. Antes uma forasteira no mundo rural, ela se viu forçada a desvendar forças que nem sabia possuir. Acordava antes do sol nascer, os primeiros raios tingindo de dourado as colinas que cercam a propriedade. O cheiro de café recém-passado e o som distante dos animais no curral tornaram-se sua rotina, uma melodia agridoce que a mantinha em movimento.Cada decisão era um salto no escuro. Organizar o trabalho dos peões exigia firmeza e sagacidade, qualidades que Maude descobriu aos poucos. No início, seu estômago se revirava a cada confronto ou erro, mas, com o tempo, seu tom de voz tornou-se mais firme, e sua postura refletia a confiança que começava a brotar dentro dela. A fazenda prosperou, e os trabalhadores começaram a vê-la não como "a mulher do Owen", mas como "a patroa". Isso deveria encher Maude de orgulho, mas as noites solitárias revelavam o vazio que a consumia.Quando o sol se punha e as tarefas