Ele chega, com uma pasta, e me entrega. Abro, e de cara vejo a foto dela. Estou a um dia sem vê-la, e não consigo parar de olhar para sua foto.— As informações estão nas primeiras páginas, senhor. — Olho para o investigador e pigarreio a garganta.Passo as páginas e leio tudo. Ela mora sozinha com a mãe. O pai deixou as duas para ir trabalhar para São Paulo. A mãe trabalha fazendo faxina nas casas, e Gabrielly se formou nas faculdades depois de conseguir as bolsas, já que era bem estudiosa. Sempre foi estudiosa, juntou vários cursos até agora, um deles de desenhista. Isso ela não colocou em seu currículo.Viro a página, e vejo que as duas devem mais de 50 mil reais, e a casa estava quase indo para o banco. Mas, sua mãe fez a negociação, e está pagando as parcelas certinhas com a ajuda que a Gabrielly mandou para ela do primeiro pagamento.O pai dela formou uma nova família em São Paulo. Como não era casado no papel com a mãe da Gabrielly, se casou lá com uma nova mulher, com quem tem
— Eu posso ter sido errada por não ter te contado nada sobre o chifre que a sua esposa estava te dando de presente, e também, por ter pedido para o Bernardo procurar pelo homem daquela noite. Mas, já parou para pensar que eu não fui a única errada nessa história?— Você foi errada por confiar em quem não devia.— Sim, mas eu não me lembrava que era o senhor aquela noite, mas o senhor se lembrava que era eu. Porque, ao invés de fazer joguinho comigo, não contou logo de uma vez? Se tivesse me falado, Bernardo nunca ia saber o que aconteceu, e não ia entregar nada para sua esposa. E outra: a responsabilidade dela te trair não é minha, nem da minha conta. Então, não devo levar a culpa sozinha.Ele fecha a cara e as mãos. Não é justo eu ser a culpada de tudo, sendo que ele também escondeu de mim que era ele naquela noite.— E tem mais uma, senhor Riccardo, só para fechar esse assunto. Eu entrei naquele bar sozinha, comecei a beber sozinha. Se eu não me lembro de você, é porque não lhe cham
Volto para a sala, pensativa. Riccardo ainda não voltou, o que me dá um certo alívio para que eu possa pensar em algo. Coloco os meus cotovelos sobre a mesa e apoio o meu rosto em minhas mãos. Minha mãe não pode ser tão burra ao ponto de acreditar que o meu pai só veio passar as férias com ela. Eu preciso saber mais sobre sua volta. O Riccardo sabe, mas como ele está com raiva de mim, não vai querer me contar nada.— Aconteceu algo? — Olho para ele e nego com a cabeça. Mas, em seguida, balanço a cabeça que sim. Me conta.— Bernardo me encontrou na lanchonete aqui de frente, e me ofereceu emprego quando a empresa ir para a dona Sophie. — Vou tentar ganhar a confiança dele de volta. Quem sabe ele não deixa de ficar com raiva.— E o que você respondeu para ele? Vai aceitar?— Eu disse que não queria, que ia procurar outra empresa de engenharia para trabalhar, mas não ia ficar com eles. Ainda desejei boa sorte, já que estão com a Victória como projetista.— Não falou nada sobre o dinheir
— Não me lembro. Se eu apaguei, foi porque escrevi errado. — Ele dá risada e se encosta no encosto da cadeira, ficando me olhando com uma mão na boca.— Será? Meu celular tem um aplicativo que recupera as mensagens apagadas, sabia? — Ele só está brincando. Não pode ter um aplicativo desse. — Vamos ver o que você escreveu.Pego o meu celular e bloqueio o número dele. Espero que ele não consiga ver nada.— Porque a sua foto sumiu?— Tirei a foto do meu perfil. — Ele desliga o celular, e eu posso respirar sossegada. Imagina ele vendo eu implorando para ele não me deixar? Vai ficar com o ego do tamanho do universo, maior do que já tem.Saímos da empresa juntos, e como foi combinado, ele me levou até a imobiliária. Na mesma que eu aluguei o apartamento. Ele pede para ela mostrar as fotos das casas para mim, e ela vai passando o folheto. Acabou escolhendo uma que tem na rua da casa dele. Não é uma mansão, mas não é pequena. Mas, para mim, será enorme. Assino os documentos, e ela me entrega
Quero odia-la, mas não sei o que está mulher tem que me fazer querer ficar perto dela, mesmo querendo ficar longe. Luto ao máximo contra a minha mente, contra o meu corpo que ser se levantar, pegar ela no colo e a colocar me cima dessa pia, fazer ela gemer como não pode gemer naquele quarto de hotel. Droga, só de imaginar o meu päu já começa a ficar duro. Fecho os meus olhos, pois sinto que ela está me provocando ao mexer a comida na panela, mexendo a sua bunda junto. Acho melhor eu ir embora, ou ela vai acabar me seduzindo com seu canto da sereia.— Estou indo embora, deixa o almoço para outro dia. — falo e me viro de costas. Olho para trás e ela continua lá na mesma posição, como se não tivesse ouvido eu falar. — Gabrielly? — Ela se vira me olhando. — Eu disse que vou embora.— Tudo bem, você sabe onde é a saída. — me viro, e tenho certeza que ouvi a voz dela bem baixinho me chamando de covarde.— O que você falou?— Eu não disse nada. — Fala sem me olhar, e eu odeio quando alguém
Riccardo,— Você é astuta, planejou tudo isso, não é atoa que é uma projetista, não é?— Do que está falando?— Para Gabrielly, me seduziu só para eu te perdoar? — Ela fecha a cara e me empurra, mas eu não saio de cima dela.— Sai de cima de mim, vai embora para sua casa. Você não é um ser humano não, você é um robô. Vou me comportar profissionalmente com o senhor, pode deixar. — Ele tenta me empurrar mais uma vez. — Dá para sair de cima de mim?— Não, eu não posso sair daqui, eu queria muito não ter te conhecido, porque você acabou com a minha vida, Gabrielly. Eu era o tipo de homem transava com uma mulher, me vestia e seguia a minha vida sem nenhum problema. Agora, eu não consigo mais seguir a minha vida, porque você está me atrapalhando.— Como é... — Tampo a sua boca para ela se calar.— Eu não terminei de falar, seja educada. Você entrou na minha vida e eu achei que seria só mais uma, um foda brasileira e depois que voltasse para a Itália, tudo seria esquecido. Mas aí, você apare
Riccardo,— Você não quer ter filhos? — Pergunto, desanimado. Parece que só eu vou criar uma família de verdade.— Não é isso. Eu quero sim um filho, dois na verdade. Quero ter um casal. Mas, acho que agora não é o momento. Eu tenho um plano de vida: trabalhar, namorar, noivar, casar e depois ter filhos. Não posso pular uma etapa tão grande assim.— Não seja tão certinha desse jeito. Deixa as coisas acontecer como tem que acontecer. Eu quero ser pai, e gostaria que fosse com você. Principalmente, quero que se pareça com você.— Riccardo, você é uma pessoa com o humor instável. Você agora está aqui, me falando essas coisas bonitas como fez da outra vez, mas basta acontecer alguma coisa, que você logo joga tudo no lixo. Eu preciso de uma segurança emocional. Preciso de alguém que vai resolver os problemas quando eles surgirem, e não fugir de tudo. E eu não quero ser uma mãe solteira. Então, não vai dar certo.— Vai sim, Gabi. — Ela vai até a sala e começa a colocar a roupa dela. — Eu vo
Gabrielly,Às 10:00 em ponto, chego na casa dele, e quem abre a porta para eu entrar é a dona Marly. Ela me olha sorrindo. Acho que o Riccardo disse para ela que voltamos.— Entra. Ele está terminando de tomar café, Gabi.— Obrigada, dona Marly. — Entro, e ela me leva até a cozinha. Me oferece para tomar café, mas como eu já comi na minha casa, eu nego, agradecendo.— Vamos para o meu escritório. Me espera lá que eu vou buscar o meu notebook no meu quarto. Tive algumas ideias ontem, e quero te mostrar. — Ele fala, se levantando e pedindo para a mãe dele me levar até o escritório.— Já estou sabendo. — Ela fala, enquanto entramos no cômodo. — E estou feliz por vocês dois. Meu filho é ignorante, mas você consegue deixá-lo leve e com um bom humor. Espero que tudo dê certo entre vocês, e que se casem logo.— Calma, dona Marly. Tudo no seu tempo. — Dou risada com a sua empolgação. Ela mal saiu de uma nora e já quer outra?— Te vira, Sophie. — Riccardo entra no escritório, falando ao telefo