mAssim que amanheceu, pedi a Jhonathan que me levasse para casa, pois eu precisava levar MaFê para a escola. Ele me pediu para esperar enquanto ele se arrumava. Quando ficou pronto, me chamou para irmos. Como estava de pijama, Emma me emprestou um sobretudo e agradeci a ela, dizendo que devolveria lavado.Ao chegar em casa, Maria Fernanda já estava tomando café e, quando me viu, cruzou os bracinhos e me encarou.— Mamãe, onde cê ‘tava’? — Ela perguntou.— A mamãe precisou resolver um problema, filha.— De ‘madugada’? — Minha filha continuou me encarando.— A mãe aqui é quem? — Perguntei com a mão na cintura.— Você.— Então pronto! Tome seu café enquanto eu vou me arrumar.Enquanto minha filha terminava o café, fui para meu quarto separar minhas roupas. Joyce entrou no meu quarto e sorriu.— O que foi? — Perguntei enquanto estava indecisa entre usar um vestido tubinho ou uma calça social.— E aí? Deu muito? — Joyce perguntou, e eu revirei os olhos.— Se está esperando eu te contar, v
O domingo finalmente chegou, trazendo consigo uma tensão palpável. Passei a manhã inteira tentando me distrair, mas não conseguia afastar a preocupação com Maria Fernanda. Quando o carro de Ramón finalmente estacionou em frente à casa, corri para a porta.Assim que vi minha filha, percebi que algo estava errado. Maria Fernanda parecia acuada, os olhos baixos e o corpo encolhido. Me aproximei rapidamente, agachando à altura dela.— O que aconteceu, meu amor? — Perguntei suavemente, levantando seu queixo para olhar em seus olhos.Maria Fernanda permaneceu em silêncio por um momento, hesitante. Então precisei insistir mais uma vez.— A 'buxa' 'fea' me ‘belicou.’Meu coração disparou e minha visão ficou turva de raiva. Olhei para Priscila, que estava se aproximando com um sorriso de superioridade.— O que você fez com a minha filha?— Ela mereceu. — Priscila disse, com desdém. — Sua filha precisa aprender a respeitar os outros.Aquelas palavras foram o estopim. Sem pensar, avancei para ci
Assim que estacionei na escola da minha filha, vi Ramón encostado no seu carro e fui ao seu encontro.— O que faz aqui?— Calma, An. Eu vim em paz.Ele levantou as mãos para o alto.— Você e paz não combinam na mesma frase.Ramón deu um sorrisinho de canto e revirei os olhos à procura de Priscila.— Cadê a puta-mor?— Está resolvendo assuntos dela, vim aqui pegar minha filha para tomar sorvete. — O encarei por algum tempo. — Por que está me encarando assim?— Me responde uma coisa, Ramón. Por que você quer tanto ser o pai da minha filha?— Eu não quero ser, eu sou o pai dela, An. Só acho que já que temos uma filha, não faz sentido ficarmos separados. Afinal, você mesmo dizia que fomos feitos um para o outro.— Isso foi antes de descobrir quem você realmente é, Ramón. Suas palavras mansas não me enganam mais. Eu sofri um inferno com você, e você se aproveitou do fato de eu te amar de verdade e não ter uma família para me apoiar, mas eu não sou mais aquela pessoa ingênua que cai em meia
Jhonathan Lancaster(Dias Antes)Estava em meu escritório, submerso em papéis, quando Berenice me avisou sobre a visita de Afrodite. Perguntei a mim mesmo o que minha prima queria tanto falar comigo.— Oi, Jhonny! Como está o meu primo querido esta tarde? — Ela se sentou de frente para mim.— Primo querido? Você me odiava, dizia que eu era metido e insuportável.— Tá, eu sei que sempre gostei mais dos meninos, mas é porque eles eram menos sérios que você, sempre de cara fechada se achando o dono da razão.— É por isso que veio aqui? — Perguntei, levantando os olhos brevemente.— Não é isso, Jhonny. Vim aqui para conversar com você e saber como está Anthonella depois da abertura do resultado do exame de DNA.— Ela está tentando se manter firme, mas sinceramente não sei por que ela se coloca nessa situação. Se ela diz que o tal de Ramón não é o pai, por que não procura o verdadeiro pai e conta a verdade?Minha prima me encarou por um tempo e perguntei por que ela estava me encarando daq
Durante o trajeto para casa, não conseguia parar de pensar no que aconteceu. Minha mente divagava devido aos acontecimentos e, como não havia visto o sinal fechado, quase bati no carro à minha frente.Chegando em meu apartamento, encontrei meus pais conversando animadamente, porém se calaram assim que me viram.— Filho, aconteceu alguma coisa? — Minha mãe perguntou.— Não é nada, só me deixem em paz. — Estava indo para o meu quarto quando minha mãe me interceptou.— Jhonathan Luiggi Miller Ferreira Lancaster, sente esta bunda no sofá e nos conte o que aconteceu.Minha mãe me lançou um olhar que me fez sentar e contar tudo o que havia acontecido hoje.— Eu te falei, Oliver! Você deveria ter mais fé em mim de vez. — Olhei para meus pais sem entender. — Meu filho, assim que eu bati o olho naquela menina, percebi os traços da nossa família. Ela é uma cópia fiel sua quando bebê e tem todo o jeito de falar da sua avó. Eu comentei com Oliver e ele disse que era coisa da minha cabeça, bem, ag
Anthonella FagundesOs dias não têm sido nada fáceis para mim. Não sei onde minha amiga se meteu, liguei para Marinho e fui à sua casa, mas ele não me disse muita coisa. Minha filha me pergunta constantemente por que a Dinda não está em casa e por que o tio Jo não aparece para visitá-la. Ainda tem Ramón, que saiu do quinto dos infernos disposto a me infernizar, e tem Jhonathan, que resolveu descontar toda a sua raiva em todos os funcionários, principalmente em mim.Após a reunião com o setor financeiro que foi complicada devido a um erro deles, recebi um e-mail a respeito de um cancelamento de uma videoconferência e, quando fui avisá-lo, recebi um fora na frente dos funcionários, o que me deixou completamente sem graça.Chegamos ao nosso setor e Jhonathan bateu à sua porta com força.— O que foi isso, Anthonella? — Berenice perguntou curiosa. — Anda dormindo de calça.Ela riu, mas seu sorriso morreu ao ver meu semblante.— Na verdade, Jhonathan e eu não estamos mais juntos.— Por quê?
A doutora havia acabado de nos informar que Maria Fernanda estava liberada, mas deveríamos ficar atentos por causa da pancada na cabeça. Jhonathan estava ao meu lado, a preocupação evidente em seu rosto. Enquanto aguardávamos a alta, a diretora da escola não apareceu. Minha paciência já estava no limite.— Anthonella, qual o nome da escola da MaFê? — Jhonathan perguntou, seu tom sério.— É a Escola Recanto da Criança, na Rua das Acácias — respondi, já sentindo o peso da tensão no ar.Ele imediatamente pegou o celular e ligou para seu advogado, pedindo que o encontrasse na escola. Enquanto ele falava, a doutora voltou com a alta de Maria Fernanda, e Mariana se aproximou para tirar uma foto dela.— Não tire foto da minha filha — Jhonathan disse firmemente.— Mas são ordens da diretora — Mariana insistiu, hesitante.— Como pai, não autorizo a exposição da minha filha — ele rebateu, a voz mais fria do que nunca.Tomei a frente, tentando suavizar a situação. — Mariana, eu também não autor
Joyce Silva Estava jogada no sofá na casa de Marinho, lendo as mensagens que minha amiga havia me enviado pedindo para voltar. Acho que fiz uma cena maior do que deveria, mas eu não podia ficar calada ao ver Anthonella expondo MaFê ao risco. Ela sabia muito bem quem era o verdadeiro pai da menina e, ao invés de acabar com a palhaçada, ficava dizendo que não iria contar por isso, aquilo e aquilo outro. Eu dei o maior apoio a ela até onde a minha consciência permitiu.— Quando você vai voltar para casa? — Marinho perguntou de repente, e o encarei.— O que foi? Já quer se livrar de mim?— Não é isso, Joy. Você sabe que essa briga de vocês está indo longe demais. An e você nunca ficaram afastadas por tanto tempo, e estou cansado de mentir para ela.— Você não está mentindo para ela. De certa forma, Anthonella sabe que estou aqui e que não quero falar com ela. As mensagens que ela me enviou comprovam isso.Marinho me entregou uma fatia de bolo, sentou ao meu lado e ficou me encarando enqu