A doutora havia acabado de nos informar que Maria Fernanda estava liberada, mas deveríamos ficar atentos por causa da pancada na cabeça. Jhonathan estava ao meu lado, a preocupação evidente em seu rosto. Enquanto aguardávamos a alta, a diretora da escola não apareceu. Minha paciência já estava no limite.— Anthonella, qual o nome da escola da MaFê? — Jhonathan perguntou, seu tom sério.— É a Escola Recanto da Criança, na Rua das Acácias — respondi, já sentindo o peso da tensão no ar.Ele imediatamente pegou o celular e ligou para seu advogado, pedindo que o encontrasse na escola. Enquanto ele falava, a doutora voltou com a alta de Maria Fernanda, e Mariana se aproximou para tirar uma foto dela.— Não tire foto da minha filha — Jhonathan disse firmemente.— Mas são ordens da diretora — Mariana insistiu, hesitante.— Como pai, não autorizo a exposição da minha filha — ele rebateu, a voz mais fria do que nunca.Tomei a frente, tentando suavizar a situação. — Mariana, eu também não autor
Joyce Silva Estava jogada no sofá na casa de Marinho, lendo as mensagens que minha amiga havia me enviado pedindo para voltar. Acho que fiz uma cena maior do que deveria, mas eu não podia ficar calada ao ver Anthonella expondo MaFê ao risco. Ela sabia muito bem quem era o verdadeiro pai da menina e, ao invés de acabar com a palhaçada, ficava dizendo que não iria contar por isso, aquilo e aquilo outro. Eu dei o maior apoio a ela até onde a minha consciência permitiu.— Quando você vai voltar para casa? — Marinho perguntou de repente, e o encarei.— O que foi? Já quer se livrar de mim?— Não é isso, Joy. Você sabe que essa briga de vocês está indo longe demais. An e você nunca ficaram afastadas por tanto tempo, e estou cansado de mentir para ela.— Você não está mentindo para ela. De certa forma, Anthonella sabe que estou aqui e que não quero falar com ela. As mensagens que ela me enviou comprovam isso.Marinho me entregou uma fatia de bolo, sentou ao meu lado e ficou me encarando enqu
Maristela OlivasAcabei de desembarcar no Rio de Janeiro desta vez com Chloe ao meu lado. Eu até gosto daqui, mas o problema são as lembranças dolorosas que me assombram. Chegando em casa, fui direto para a cozinha onde um aroma delicioso tomava conta da casa.— Não acredito que está fazendo moqueca de camarão? — Perguntei a Mirtes, que apenas balançou a cabeça.— Eu sabia que a senhora viria, então resolvi caprichar.— Você não é cozinheira, é um anjo. Mirtes, espero que Camila não esteja te dando trabalho. Sei que minha filha é terrível às vezes.— Não se preocupe, senhora, já estou acostumada com a menina Camila.Agradeci a ela e me sentei para comer. Ela até quis arrumar a mesa, mas Chloe e eu não ligamos para essas formalidades.Quando ela me entregou a refeição, me deliciei. Após o almoço, resolvi descansar um pouco e depois ir até o apartamento de Camila para saber o que ela anda aprontando.Chamei Chloe para ir comigo, mas minha filha preferiu dormir, então fui sozinha. Ao che
Anthonella FagundesEstava sentada no banco do tribunal, com Afrodite ao meu lado e Jhonathan do outro. O ar estava pesado com a tensão, e eu tentava me manter calma. Ramón chegou com Priscila ao seu lado.— Olá, An. — Ela sorriu falsamente.— O que faz aqui? — Perguntei, tentando manter a compostura.— O mesmo que você, querida. — Não sou uma pessoa violenta, mas confesso que a presença de Priscila consegue acender uma ira em mim.— Como tem coragem de aparecer aqui depois de tudo que fez? — Respondi, tentando controlar a raiva.— Apenas dei uma pequena correção na sua filha, ela precisava daquilo.Ameacei me levantar para socar sua cara, quando Afrodite segurou meu braço, pedindo para me controlar.— Anthonella, não deixe ela te abalar. Precisamos manter a calma.Me sentei respirando fundo e finalmente fomos chamados para a audiência. Entramos na sala, e o juiz nos olhou com atenção. Afrodite se levantou e começou a explicar.— Meritíssimo, estamos aqui porque temos dois testes de D
Jhonathan Lancaster Eu vi a cena se desenrolar no estacionamento e até cogitei ir até lá, mas sabia que talvez ela não gostasse. Recuei e deixei a cena seguir seu curso. Quando a vi sair do estacionamento, voltei para que ela não me visse. Sabia o que havia acontecido, mas queria ouvir dela, que não me disse nada.Durante o trajeto, olhava de soslaio para ela, sentimentos conflitantes me atingindo. Gostava de estar com ela, mas toda vez que a olhava, lembrava que ela me enganou e me fez de trouxa.— Dá para parar de me encarar? Se quer falar algo, diga. — Anthonella pediu, visivelmente irritada.Apenas soltei um suspiro e voltei a dirigir. Um tempo depois, Anthonella soltou um palavrão.— Sabe qual o problema de vocês homens? Não sabem resolver a porra de uma situação. São um bando de mimizentos e mimados, tudo tem que ser do jeito de vocês e como querem. Se não for assim, vocês ficam estressadinhos e, Zeus me livre, se não quisermos nos relacionar com vocês, porque vocês são os deus
Anthonella Fagundes Quando cheguei em casa, estava tão estressada que acabei batendo a porta com força. Joyce olhou para mim e eu a encarei de cara fechada. — Nem começa e não pergunte. — Disse a ela, que levantou as mãos para o alto em rendição. — Eita que tem alguém estressada. — Não, dinda, a mamãe tá de TPM. Ela fica ‘estessada’ no ‘peiodo’ ‘monstual.’ Ao ouvir isso, minha amiga e eu gargalhamos. Pelo menos eu tinha minha pequena para me alegrar nesses momentos. — Não é nada disso, quem me irritou foi Jhonathan. — O que houve agora? O que ele falou para te irritar? — O que ele não falou, né amiga. Me deixou falando sozinha como se eu fosse uma maluca e depois disse que eu estava muito exaltada e que não iria falar comigo para não me deixar mais irritada. — Essa parte eu entendi, mas o que aconteceu antes disso? Sentei no sofá e contei para minha amiga todo o ocorrido com Breno e depois com Jhonathan. Quando contei que ele me jogou à força dentro do carro, minha
— Dona Emma, senhor Oliver, vocês se importam se eu e Jhonathan sairmos um pouco lá fora? Precisamos conversar.— Claro, querida. — Disse Emma, sorrindo. — Vão em frente.O chamei e ele me seguiu até a porta. Quando estávamos do lado de fora, ele parou e olhou para mim.— Precisamos conversar, Anthonella.— Eu sei, Jhonathan, mas aqui não é o melhor lugar para essa conversa. — Respondi, olhando em volta.Ele assentiu, concordando.— Tem razão. — Ele fez uma pausa, pensando. — O que acha de jantarmos juntos esta noite? Só nós dois. Podemos conversar com calma.Olhei para ele, surpresa com o convite, mas sabia que era necessário.— Tudo bem. Concordo.Voltamos para dentro e nos sentamos novamente. Maria Fernanda logo percebeu nossa ausência e veio perguntar.— Mamãe, tio Jo, onde ‘cês’ foram?— Fomos resolver um probleminha, só isso, querida. — Respondi, sorrindo para ela.Todos conversavam animadamente, e a manhã passou rápido. Quando estava perto da hora do almoço, Joyce e eu decidimo
— Claro que é, Anthonella. — Respondeu ele, sorrindo. — Simples, mas cheio de beleza e significado. Assim como você.Não pude evitar sorrir, sentindo o calor se espalhar pelo meu rosto. O ambiente do restaurante era acolhedor, com uma luz suave que criava um clima íntimo. Jhonathan escolheu uma mesa em um canto mais reservado, garantindo que pudéssemos conversar sem interrupções.Depois que fizemos nossos pedidos, ele tomou um gole de água e começou a falar.— Anthonella, gostaria de pedir desculpas por algumas atitudes desnecessárias que tomei, deveria ter levado algumas coisas em conta e não fiz isso. — Jhonathan, eu também cometi erros. Deveria ter sido honesta com você a mais tempo. Ele segurou minha mão por sobre a mesa, e senti uma conexão forte entre nós.— Quero ser um bom pai para Maria Fernanda e estar presente na vida dela. E, se você me der uma chance, quem sabe retomar o que estávamos começando. Fiquei em silêncio por alguns momentos, absorvendo suas palavras.— Se voc