Maria Fernanda Fagundes LancasterA tarde estava ensolarada e minhas amigas e eu estávamos sentadas em uma das mesas da nossa cafeteria favorita. A cafeteria tinha um ambiente acolhedor, com música suave tocando ao fundo e o aroma de café fresco preenchendo o ar. Nossas bebidas estavam sobre a mesa e conversávamos animadamente sobre tudo e nada ao mesmo tempo.— Então, meninas, tenho uma ideia. — Valentina nos encarou com um sorriso travesso nos lábios.— O que você está aprontando agora, Val? — Perguntei, curiosa.— Que tal um encontro triplo? — Sugeriu ela, olhando para mim e Laiane com expectativa.— Encontro triplo? — Laiane repetiu, erguendo uma sobrancelha.— Sim! — Valentina continuou, empolgada. — Eu, você, MaFê, e nossos respectivos. Vai ser divertido!Olhei para Laiane e ambas trocamos um olhar de surpresa, mas logo um sorriso começou a se formar em nossos rostos.— Por que não? — Disse Laiane, dando de ombros. — Parece divertido.— Eu topo. — Concordei, animada. — Pedro Hen
Maria Fernanda Fagundes LancasterO sábado à noite finalmente chegou, e estávamos todos animados para o nosso encontro triplo. Valentina, Juliano, Laiane, Geovani, Pedro Henrique e eu nos encontramos no shopping, perto da entrada do cinema. Assim que nos reunimos, começou uma pequena discussão sobre o filme escolhido.— Então, qual filme vamos assistir? — Perguntei, olhando para os cartazes dos filmes em exibição.— Eu voto em um filme de romance! — Valentina disse com um brilho nos olhos.— Ah, não! — Pedro Henrique reclamou, fazendo uma careta. — Romance, sério?— Vamos dar uma chance. — Laiane insistiu. — Pode ser divertido.— E qual seria a outra opção? — Juliano perguntou, olhando para os outros cartazes.— Tem o filme do Pelé. — Geovani sugeriu, apontando para o cartaz do documentário que está sendo reexibido.— Filme de futebol? — Valentina fez uma careta. — Nem pensar!— Então que tal esse de ação? Com certeza deve ter algum romance nele. — Sugeri apontando para um filme novo
Maria Fernanda Fagundes LancasterHoje era dia de jogo e estávamos nervosas. A equipe do Grêmio é sempre uma pedra no nosso sapato. Enquanto nos preparamos para entrar, minhas companheiras não paravam de falar questionando como as arquibancadas sempre ficam vazias nos nossos femininos e lotam com o masculino. — É uma droga sermos tão desvalorizadas. — Naty reclamou. — Até os nossos salários são menores que os dos meninos sendo que estamos ganhando mais competições do que eles. — Injustos são os nossos salários, ganhamos bem menos que os caras. — Juci, a questão é que atraímos menos patrocínio que os caras e por esse motivo os salários são mais baixos. — E você concorda com isso, MaFê? — Ela perguntou me encarando. — Com toda certeza que não, mas o que podemos fazer? Reclamar não vai adiantar, vamos nos concentrar para o jogo que é a melhor coisa que fazemos. — Eu sei que você não precisa do dinheiro, mas nem todo mundo tem família rica como você, Maria Fernanda. — Juci me encar
Chegamos à pizzaria e Valentina estava meio emburrada. Olhei para ela e perguntei por que estava daquele jeito.— Vocês todos aí em casal e eu aqui sozinha segurando vela. – Ela disse ainda emburrada.Pedi licença dizendo que precisava ir ao banheiro e quando voltei estava sorrindo animada.— Por que você está com essa cara de quem acabou de aprontar? — Minha amiga perguntou e todos olharam para mim esperando minha resposta.— Não é nada, vamos nos divertir.Um tempo depois, Juliano chegou e Valentina sorriu.— Boa noite pessoal, estava indo no aniversário da minha tia, mas recebi uma ligação que dizia que uma certa pessoa estava se sentindo sozinha, então vim. — Ele sentou ao lado da minha amiga.— Foi você, né? — Ela perguntou e eu apenas assenti. — Valeu!Com a chegada de Juliano, o clima ficou mais animado. Pedimos várias pizzas e bebidas, e todos começaram a conversar e rir, deixando para trás as frustrações do jogo.— Que tal a gente brincar de alguma coisa? — Valentina sugeriu
No dia seguinte, quando desci para tomar café, encontrei minha mãe e meus irmãos já à mesa. Minha mãe olhou para mim, sorriu e perguntou como havia sido a minha noite na pizzaria, e eu disse que havia sido muito boa. — Hum! Aquele menino gosta mesmo de você. — Minha mãe soltou do nada, e a encarei. — Pedro é meio doido, liga não. — Ele não parava de falar de você — Gustavo olhou para mim rindo, e revirei os olhos. — MaFê tá namorando. — Ana Fernanda consegue ser chatinha quando quer. Após o café, aproveitei a distração dos meus irmãos e chamei minha mãe para conversar, pois não consigo tirar aquela figura da minha cabeça. — Mãe, posso te contar uma coisa? — Perguntei, tentando soar casual. — Claro, querida. O que foi? — Ela se sentou ao meu lado, com um olhar preocupado. — Não é de hoje que eu sinto que estou sendo observada. — Confessei, esperando que ela pudesse me tranquilizar. Minha mãe me olhou de maneira estranha por um momento antes de responder. — Deve ser só impressã
Pedro Henrique Soares Deixamos as meninas organizando as coisas e corremos para o mar. A água estava incrível, perfeita para refrescar e esquecer de tudo.Geovani, Juliano e eu estávamos nos divertindo, jogando água uns nos outros e competindo para ver quem nadava mais rápido.— Cara, essa praia é demais. — Juliano comentou, sorrindo enquanto jogava água em Gustavo.— Verdade, faz tempo que eu não me divertia tanto. — Respondi, mergulhando novamente.— A sua irmã é uma pessoa muito legal. — Geovane me encarou sem graça. — Ainda estamos nos conhecendo e você e a MaFê? Parecem um casal, mas fiquei sabendo que estão apenas ficando. Se não quiser nada sério com ela me avise que tenho um amigo que está interessado nela. — Logo fechei a cara para o que ele falou. — Não fala isso cara, olha como ele ficou vermelho. — Juliano brincou e voltei a nadar.O cara querendo apresentar minha mina para outro cara, perdeu a noção do perigo? Após algum tempo, percebi Geovane olhando fixamente para a
Pedro Henrique SoaresCaminhamos pela praia em direção ao restaurante, todos em um clima mais leve e descontraído. Gustavo e Rubia estavam na frente gritando que estavam com fome.— Se ficarem gritando vão ficar sem comida. — Valentina respondeu fazendo careta. — Deixa eles, Val, são apenas crianças. — MaFê respondeu. — Você que deu a ideia de trazer eles sabe que eles são chatos. — A função de irmã mais velha é essa. Cadê o espírito? — Não tinha paciência nem para brincar de boneca quiçá aturar irmãos chatos. — As duas começaram a “discutir” e resolvemos nem nos meter. O restaurante que escolhemos era um lugar agradável, com uma varanda que dava vista para o mar. Nos acomodamos em uma mesa grande e começamos a discutir o que pedir.— Eu quero uma porção de camarão frito! — Gustavo disse olhando para o cardápio com olhos brilhando.— E uma porção de batatas fritas para acompanhar. — Rubia completou, sorrindo.— Acho que vou de peixe grelhado. — Digo ainda olhando para o cardápio.
— Sente-se aqui, querido. — Disse ela, dando um leve tapinha no sofá ao seu lado.Sentei-me e suspirei profundamente. Minha mãe sempre sabia quando algo importante estava acontecendo.— Então, como foi o seu dia? — Ela perguntou, com um olhar curioso.— Foi bom Laiane não te contou? — Sua irmã me ligou avisando que chegará mais tarde, pensei que você também chegaria mais tarde. — Não, MaFê tem academia e treino amanhã. — Ah sim. O que está pensando filho? Nada demais. — Comecei, hesitando um pouco antes de continuar. — Mas... tive uma conversa séria com MaFê.Ela levantou as sobrancelhas, indicando que estava interessada.— Sobre o quê? — Perguntou ela, sua voz cheia de preocupação e curiosidade.— Falei com ela sobre marcar um almoço com os pais dela. Quero mostrar que estou comprometido, sabe? — Disse, olhando para minhas mãos.— E como ela reagiu? — Minha mãe perguntou, sua voz suave e encorajadora.— Ela disse que ainda não está pronta para assumir um compromisso mais sério.