Maria Fernanda Fagundes LancasterHoje era dia de jogo e estávamos nervosas. A equipe do Grêmio é sempre uma pedra no nosso sapato. Enquanto nos preparamos para entrar, minhas companheiras não paravam de falar questionando como as arquibancadas sempre ficam vazias nos nossos femininos e lotam com o masculino. — É uma droga sermos tão desvalorizadas. — Naty reclamou. — Até os nossos salários são menores que os dos meninos sendo que estamos ganhando mais competições do que eles. — Injustos são os nossos salários, ganhamos bem menos que os caras. — Juci, a questão é que atraímos menos patrocínio que os caras e por esse motivo os salários são mais baixos. — E você concorda com isso, MaFê? — Ela perguntou me encarando. — Com toda certeza que não, mas o que podemos fazer? Reclamar não vai adiantar, vamos nos concentrar para o jogo que é a melhor coisa que fazemos. — Eu sei que você não precisa do dinheiro, mas nem todo mundo tem família rica como você, Maria Fernanda. — Juci me encar
Chegamos à pizzaria e Valentina estava meio emburrada. Olhei para ela e perguntei por que estava daquele jeito.— Vocês todos aí em casal e eu aqui sozinha segurando vela. – Ela disse ainda emburrada.Pedi licença dizendo que precisava ir ao banheiro e quando voltei estava sorrindo animada.— Por que você está com essa cara de quem acabou de aprontar? — Minha amiga perguntou e todos olharam para mim esperando minha resposta.— Não é nada, vamos nos divertir.Um tempo depois, Juliano chegou e Valentina sorriu.— Boa noite pessoal, estava indo no aniversário da minha tia, mas recebi uma ligação que dizia que uma certa pessoa estava se sentindo sozinha, então vim. — Ele sentou ao lado da minha amiga.— Foi você, né? — Ela perguntou e eu apenas assenti. — Valeu!Com a chegada de Juliano, o clima ficou mais animado. Pedimos várias pizzas e bebidas, e todos começaram a conversar e rir, deixando para trás as frustrações do jogo.— Que tal a gente brincar de alguma coisa? — Valentina sugeriu
No dia seguinte, quando desci para tomar café, encontrei minha mãe e meus irmãos já à mesa. Minha mãe olhou para mim, sorriu e perguntou como havia sido a minha noite na pizzaria, e eu disse que havia sido muito boa. — Hum! Aquele menino gosta mesmo de você. — Minha mãe soltou do nada, e a encarei. — Pedro é meio doido, liga não. — Ele não parava de falar de você — Gustavo olhou para mim rindo, e revirei os olhos. — MaFê tá namorando. — Ana Fernanda consegue ser chatinha quando quer. Após o café, aproveitei a distração dos meus irmãos e chamei minha mãe para conversar, pois não consigo tirar aquela figura da minha cabeça. — Mãe, posso te contar uma coisa? — Perguntei, tentando soar casual. — Claro, querida. O que foi? — Ela se sentou ao meu lado, com um olhar preocupado. — Não é de hoje que eu sinto que estou sendo observada. — Confessei, esperando que ela pudesse me tranquilizar. Minha mãe me olhou de maneira estranha por um momento antes de responder. — Deve ser só impressã
Pedro Henrique Soares Deixamos as meninas organizando as coisas e corremos para o mar. A água estava incrível, perfeita para refrescar e esquecer de tudo.Geovani, Juliano e eu estávamos nos divertindo, jogando água uns nos outros e competindo para ver quem nadava mais rápido.— Cara, essa praia é demais. — Juliano comentou, sorrindo enquanto jogava água em Gustavo.— Verdade, faz tempo que eu não me divertia tanto. — Respondi, mergulhando novamente.— A sua irmã é uma pessoa muito legal. — Geovane me encarou sem graça. — Ainda estamos nos conhecendo e você e a MaFê? Parecem um casal, mas fiquei sabendo que estão apenas ficando. Se não quiser nada sério com ela me avise que tenho um amigo que está interessado nela. — Logo fechei a cara para o que ele falou. — Não fala isso cara, olha como ele ficou vermelho. — Juliano brincou e voltei a nadar.O cara querendo apresentar minha mina para outro cara, perdeu a noção do perigo? Após algum tempo, percebi Geovane olhando fixamente para a
Pedro Henrique SoaresCaminhamos pela praia em direção ao restaurante, todos em um clima mais leve e descontraído. Gustavo e Rubia estavam na frente gritando que estavam com fome.— Se ficarem gritando vão ficar sem comida. — Valentina respondeu fazendo careta. — Deixa eles, Val, são apenas crianças. — MaFê respondeu. — Você que deu a ideia de trazer eles sabe que eles são chatos. — A função de irmã mais velha é essa. Cadê o espírito? — Não tinha paciência nem para brincar de boneca quiçá aturar irmãos chatos. — As duas começaram a “discutir” e resolvemos nem nos meter. O restaurante que escolhemos era um lugar agradável, com uma varanda que dava vista para o mar. Nos acomodamos em uma mesa grande e começamos a discutir o que pedir.— Eu quero uma porção de camarão frito! — Gustavo disse olhando para o cardápio com olhos brilhando.— E uma porção de batatas fritas para acompanhar. — Rubia completou, sorrindo.— Acho que vou de peixe grelhado. — Digo ainda olhando para o cardápio.
— Sente-se aqui, querido. — Disse ela, dando um leve tapinha no sofá ao seu lado.Sentei-me e suspirei profundamente. Minha mãe sempre sabia quando algo importante estava acontecendo.— Então, como foi o seu dia? — Ela perguntou, com um olhar curioso.— Foi bom Laiane não te contou? — Sua irmã me ligou avisando que chegará mais tarde, pensei que você também chegaria mais tarde. — Não, MaFê tem academia e treino amanhã. — Ah sim. O que está pensando filho? Nada demais. — Comecei, hesitando um pouco antes de continuar. — Mas... tive uma conversa séria com MaFê.Ela levantou as sobrancelhas, indicando que estava interessada.— Sobre o quê? — Perguntou ela, sua voz cheia de preocupação e curiosidade.— Falei com ela sobre marcar um almoço com os pais dela. Quero mostrar que estou comprometido, sabe? — Disse, olhando para minhas mãos.— E como ela reagiu? — Minha mãe perguntou, sua voz suave e encorajadora.— Ela disse que ainda não está pronta para assumir um compromisso mais sério.
Sorri, lembrando do dia agradável que passei com Gus, Pedro e os amigos.— Foi um dia muito bom. — Respondi, pegando um pedaço de queijo. — Nos divertimos bastante, andamos pela praia, almoçamos em um restaurante incrível e até brincamos no mar. — E Pedro? — Minha mãe perguntou, levantando uma sobrancelha curiosa. — Como ele se comportou?— Ele foi ótimo, mãe. — Respondi, tentando manter a voz neutra. — Tivemos uma conversa séria no caminho de volta. Ele me perguntou se eu estava pronta para marcar aquele almoço com vocês.Minha mãe e minha tia trocaram olhares de surpresa e curiosidade.— E o que você respondeu? — Minha tia perguntou, com um sorriso malicioso.Suspirei, lembrando do momento tenso no carro.— Eu disse que não sabia se estava realmente preparada para isso. — Admiti, olhando para minhas mãos. — E que precisava pensar.— E o que você sente em relação a ele, MaFê? — Minha mãe perguntou, suavemente. — Você gosta dele?— Eu... acho que sim. — Respondi, hesitante. — Ele tem
O domingo chegou, e o despertador mal tinha tocado quando eu já estava de pé. O sol ainda não tinha aparecido completamente no horizonte, mas eu já estava me preparando para o treino matinal na academia. Coloquei minhas roupas de treino, amarrei o cabelo em um rabo de cavalo e desci as escadas em silêncio, tentando não acordar ninguém.Ao chegar na academia, comecei minha rotina de exercícios, empurrando meu corpo ao limite. Corrida, levantamento de peso, alongamentos... Fiz tudo com dedicação, como sempre, mas hoje parecia que meu corpo estava mais pesado, mais lento. Talvez fosse o cansaço acumulado dos dias anteriores ou o peso das decisões que ainda precisavam ser tomadas, mas, no final, saí da academia sentindo cada músculo do meu corpo reclamando.Após a academia fui para o centro de treinamento onde treinei com as meninas, pois tínhamos um jogo importante pela frente. — Meninas,só mais dois jogos e finalmente iremos poder relaxar e viver. — Hana disse empolgada. — Nem me fale