Os últimos dias foram os mais difíceis da minha vida. Cada minuto parecia uma eternidade enquanto esperava que meu filho, Mario Fernando, acordasse. Eu mal conseguia dormir ou comer, a preocupação e o medo dominando todos os meus pensamentos. Marinho esteve ao meu lado o tempo todo, tentando me confortar, mas eu sabia que ele estava tão devastado quanto eu.A rotina se tornou uma segunda natureza: chegar, sentar ao lado da cama de Mario Fernando, segurar sua mão e falar com ele, esperando que, de alguma forma, minhas palavras alcançassem seu subconsciente e o trouxessem de volta para mim.Me sentei ao lado da cama de Mario Fernando, segurando sua mão pequena e frágil. Olhei para seu rosto pálido, desejando que ele abrisse os olhos e me desse aquele sorriso travesso que eu tanto amava.— Estou aqui, meu amor. A mamãe está aqui. — Sussurrei, acariciando seu cabelo. — Você é forte, meu menino. Sei que vai sair dessa.Perdi a noção do tempo, minha mente flutuando entre memórias de momento
Priscila Almeida Estava completamente revoltada. Mario Fernando tinha acordado. Como aquilo era possível? Fiz tudo certo, planejei cada detalhe com precisão. E ainda assim, aquele maldito garoto sobreviveu. Minha raiva era tão intensa que mal conseguia pensar direito. Queria gritar, quebrar tudo ao meu redor. — Maldito garoto! — gritei, jogando uma pilha de papéis no chão. — Fiz tudo certo! Tudo!Meu celular vibrou na mesa, interrompendo meu surto. Peguei o aparelho e vi que era Camila. Suspirei, tentando controlar minha respiração antes de atender.— O que você quer, Camila? — perguntei, ainda irritada.— Priscila, ouvi dizer que Mario Fernando acordou. — A voz de Camila estava calma, quase apática.— É, ele acordou. — Respondi entre dentes, sentindo a raiva borbulhar dentro de mim novamente. — Não consegui acabar com ele. Joyce e Anthonella conseguiram mais uma vez me atrapalhar. — Priscila, talvez seja melhor você deixar isso pra lá. — Camila sugeriu, mas sua voz não tinha convi
Jhonathan LancasterEstávamos no hotel em Paris, aproveitando um raro momento de tranquilidade após uma série de reuniões intensas. As crianças estavam entretidas com alguns jogos e Anthonella e eu estávamos relaxando, quando ouvi Anthonella suspirar profundamente ao desligar o telefone.— Quem era, amor? — Perguntei, notando a expressão preocupada em seu rosto.— Era Camila. Ela quer conversar com a gente com urgência. — Ela respondeu, ainda um pouco confusa.— Conversar sobre o quê? — Questionei, sentindo uma ponta de preocupação começar a surgir.— Não sei. Ela disse que só nos contaria quando voltarmos ao Brasil. — Anthonella explicou, franzindo a testa.— Isso é estranho. — Comentei, pensando no que poderia ser tão urgente e ao mesmo tempo tão confidencial. — Será que aconteceu algo grave?— Também achei estranho. — Anthonella concordou. — Mas ela não quis entrar em detalhes. Disse que era algo importante e que não podia falar pelo telefone.Pensei por um momento, tentando consid
Maria Fernanda Fagundes LancasterApós o treino, estava exausta, mas havia uma satisfação dentro de mim que era inigualável. Tinha dado tudo de mim e sabia que estava fazendo progresso. Enquanto eu pegava minha garrafa de água e me preparava para ir ao vestiário, ouvi risadas familiares. Virei-me e, para minha surpresa, vi meus pais, meus irmãos e meus primos. Meu coração pulou de alegria.— Quando vocês chegaram? — Perguntei, correndo para eles, um sorriso enorme no rosto.— Chegamos de madrugada. — Respondeu meu pai, rindo da minha reação. — Você não vai abraçar seus pais que tanto te amam? — Ele provocou, abrindo os braços.— Claro que vou! — Respondi, jogando-me nos braços dele e depois nos da minha mãe.Os abraços foram seguidos por abraços dos meus irmãos e primos. Era uma sensação maravilhosa tê-los ali comigo, especialmente depois de semanas de treinos intensos e estar longe de casa.— MaFêzita! Vamos trocar de roupa e comer, estou morta de fome. — Clara gritou e fiz sinal par
Após um jantar maravilhoso no restaurante chique, onde conversamos e rimos, a noite estava se tornando ainda mais especial. A comida estava deliciosa e a companhia era impecável. No entanto, conforme o jantar avançava, comecei a sentir uma leve curiosidade e ansiedade sobre o que mais a noite poderia trazer.Depois de um tempo, meu pai se levantou para ir ao banheiro, e a mãe também decidiu dar uma volta pelo restaurante. Aproveitei para conversar mais um pouco com meus irmãos e primos. Foi então que Gustavo se aproximou de mim. Ele parecia animado e com um brilho especial no olhar. Aproveitei a oportunidade para perguntar sobre a competição.— E aí, Gus, como está indo o programa? — Perguntei curiosa.Ele se inclinou em direção ao meu ouvido, sussurrando.— MaFê, eu preciso te contar uma coisa. Eu beijei a Rúbia. — Ele revelou, quase em um sussurro.No momento em que ouvi, meu instinto foi dar uma risada surpresa. No entanto, acabei fazendo um barulho mais alto do que esperava. A ri
Anthonella Fagundes LancasterA manhã começou agitada no escritório. Jhonathan e eu estávamos ocupados com a análise de alguns documentos importantes para uma reunião que teríamos à tarde. O telefone não parava de tocar, e o ritmo frenético parecia ser uma constante no nosso trabalho. Estava completamente imersa em um relatório quando a porta do escritório se abriu abruptamente.Camila entrou, com um semblante grave que chamou imediatamente minha atenção. Ela parecia perturbada e, ao ver o olhar preocupado dela, sabia que algo sério estava acontecendo.— Anthonella, Jhonathan, eu preciso conversar com vocês — disse Camila, sem rodeios nos fazendo encará-la, pois ela estava com uma cara muito séria. Jhonathan e eu trocamos olhares curiosos e eu fiz um gesto para que ela entrasse e se acomodasse. Com um leve aceno, me levantei para guiá-la até a sala de reunião.— Claro, Camila. Vamos para a sala de reuniões porque aqui está uma zona — ela riu, mas seu sorriso não chegou aos olhos.Apó
Maria Fernanda LancasterDesliguei a ligação com minha mãe e fiquei olhando para a tela do celular, sentindo uma inquietação crescente. O que será que estava acontecendo para ela estar tão preocupada? Seu tom de voz e a forma como insistiu que eu tomasse cuidado me deixaram nervosa.— MaFê, tá tudo bem? — Perguntou Clara, percebendo minha expressão pensativa.— Sim, tá tudo bem. — Respondi rapidamente, forçando um sorriso. — Só estava pensando na ligação da minha mãe.Coloquei o celular na mesa de cabeceira e me virei para as meninas. Clara, Ana e Luiza estavam todas na minha cama, com travesseiros nas mãos, prontas para uma batalha.— Guerra de travesseiros! — Clara gritou, lançando o primeiro travesseiro em minha direção.Sorri, decidindo deixar as preocupações de lado por um momento, e entrei na brincadeira. O quarto rapidamente se transformou em um campo de batalha de risadas e travesseiros voadores. Era exatamente o que eu precisava para aliviar a tensão.No meio da brincadeira,
Peguei o celular e disquei o número dela, esperando ansiosamente que ela atendesse.— Oi, filha! — A voz da minha mãe soou do outro lado da linha.— Oi, mãe. Tudo bem? Só queria saber se está tudo bem em casa. Você parecia preocupada na última ligação. — Perguntei, tentando disfarçar a preocupação na minha voz.— Está tudo bem, sim, MaFê. — Ela respondeu, mas percebi uma hesitação em sua voz. — Está tudo silencioso aí. Onde você está?— Estou no quarto, mãe. As meninas saíram para ir a uma boate, mas eu não pude ir porque sou menor de idade. — Expliquei, tentando soar casual.— Entendo. Mas em breve você fará 18 anos e poderá sair com elas. — Ela disse, tentando me animar.— Sim, estou ansiosa por isso. — Respondi, sorrindo. — Mas e você, mãe? Tem certeza de que está tudo bem?— Está sim, filha. Não se preocupe. Desculpe se te deixei preocupada. — Ela disse, tentando me tranquilizar.— Tudo bem, mãe. Só queria ter certeza. Qualquer coisa, me avisa, tá?— Pode deixar filha. — Ela diss