Peguei o celular e disquei o número dela, esperando ansiosamente que ela atendesse.— Oi, filha! — A voz da minha mãe soou do outro lado da linha.— Oi, mãe. Tudo bem? Só queria saber se está tudo bem em casa. Você parecia preocupada na última ligação. — Perguntei, tentando disfarçar a preocupação na minha voz.— Está tudo bem, sim, MaFê. — Ela respondeu, mas percebi uma hesitação em sua voz. — Está tudo silencioso aí. Onde você está?— Estou no quarto, mãe. As meninas saíram para ir a uma boate, mas eu não pude ir porque sou menor de idade. — Expliquei, tentando soar casual.— Entendo. Mas em breve você fará 18 anos e poderá sair com elas. — Ela disse, tentando me animar.— Sim, estou ansiosa por isso. — Respondi, sorrindo. — Mas e você, mãe? Tem certeza de que está tudo bem?— Está sim, filha. Não se preocupe. Desculpe se te deixei preocupada. — Ela disse, tentando me tranquilizar.— Tudo bem, mãe. Só queria ter certeza. Qualquer coisa, me avisa, tá?— Pode deixar filha. — Ela diss
O sol já estava alto quando chegamos ao campo de treino. Era nosso último treino antes do jogo decisivo contra a Espanha, e eu estava determinada a dar o meu melhor. Larissa decidiu dedicar a manhã para me ensinar algumas técnicas de defesa.— Vamos lá, MaFê! — Ela disse, me entregando uma luva de goleira. — Hoje, vamos focar em melhorar suas defesas. Você tem potencial, só precisa ajustar algumas coisas.Sorri, colocando as luvas e me posicionando no gol. Larissa começou a chutar a bola em várias direções, desafiando meus reflexos e habilidades. A cada defesa, ela me dava dicas e corrigia minha postura.— Lembre-se, sempre mantenha os olhos na bola. — Ela orientou, após eu ter perdido uma defesa. — E não se esqueça de usar os pés quando necessário. Às vezes, é mais fácil defender com os pés do que com as mãos.Trabalhamos juntas por horas, suando e nos esforçando ao máximo. Larissa não parava de me motivar, seu entusiasmo era contagiante. Sentia que a cada defesa melhorava um pouco m
Gustavo Fagundes Lancaster O dia amanheceu com uma mistura de ansiedade e excitação no ar. Era mais uma etapa do programa "Pequenos Chefes", e eu estava animado, mas também um pouco nervoso. Sabia que cada fase ficava mais desafiadora e que a competição estava cada vez mais acirrada. Coloquei meu avental com o logo do programa e me dirigi ao estúdio, tentando controlar a adrenalina que corria pelo meu corpo.Ao chegar, cumprimentei os outros competidores, que também estavam focados e ansiosos. As câmeras começaram a rodar e a apresentadora, com seu sorriso brilhante, deu início ao episódio.— Bom dia, pequenos chefs! — Ela exclamou. — Hoje, teremos um desafio especial. Vocês terão que replicar um prato de um dos chefs mais renomados do mundo. E aqui está ele, nosso convidado especial, Chef Roberto Avelar!O Chef Roberto Avelar entrou no estúdio sob aplausos. Ele era conhecido por seus pratos sofisticados e técnicas impecáveis. Meu coração acelerou ainda mais. Este seria um grande tes
Maria Fernanda Fagundes Lancaster A concentração no vestiário era gigantesca, a treinadora fez um discurso e depois nos deu orientações. Joana também fez um breve discurso nos motivando a dar nosso melhor.— Meninas, hoje é o nosso dia. Vamos mostrar a todos do que somos capazes. Vamos jogar com o coração e com a cabeça. Estamos juntas nessa, e sei que vamos sair daqui com a cabeça erguida. — Joana disse com firmeza na voz.Saímos do vestiário em direção ao campo, e a visão do gramado verde e bem cuidado me deu um arrepio de emoção. Me posicionei no gol, fazendo alguns alongamentos e mentalizando os momentos que estavam por vir. O apito soou, e o jogo começou.A Espanha era uma equipe forte e bem treinada, e logo nos primeiros minutos já tentavam impor seu ritmo. Eu estava alerta, observando cada movimento, cada passe, pronta para agir. Nossos defensores estavam fazendo um ótimo trabalho, mas as espanholas eram insistentes. Foi então que a primeira grande chance delas surgiu. Uma
Valentina CabralO silêncio do meu quarto parecia mais alto do que o normal. Olhei ao redor, tentando encontrar algo para me distrair, mas nada parecia funcionar. Desde que MaFê foi convocada para a seleção, a casa parecia mais vazia. Nós sempre fomos inseparáveis, e agora, com ela viajando para jogar, eu sentia um vazio enorme.Parei de rolar o feed do Instagram e me deitei de costas na cama, encarando o teto. Meus pensamentos vagavam sobre como ela estaria se saindo no jogo contra a Espanha. Sabia que ela daria o melhor de si, mas não podia evitar a preocupação.Meu celular vibrou, quebrando o silêncio. Olhei para a tela e vi o nome de Juliano piscando. Hesitei por um momento antes de atender.— Alô? — Disse, tentando soar mais animada do que me sentia.— Val, quanto tempo! — A voz de Juliano soou do outro lado da linha, carregada de entusiasmo. — Como você está?— Ei, Juliano! Estou bem, e você? — Respondi, sentindo um leve calor subir ao meu rosto.— Estou bem também. Só que faz t
Jhonathan LancasterSentado em meu escritório, observava a cidade pela grande janela de vidro. Meus pensamentos estavam longe dos números e gráficos na tela do computador à minha frente. Estavam em MaFê, minha filha, e na segurança de minha família. Havia falhado com ela quando era pequena, e não deixaria isso acontecer novamente.Peguei o telefone e fiz uma ligação rápida. Em poucos minutos, estava discutindo detalhes com uma empresa de segurança privada de renome. Expliquei minha preocupação com a segurança de meus filhos, especialmente com MaFê e sua recente notoriedade como goleira da seleção.— Preciso de um serviço de vigilância discreto. Quero seguranças que fiquem à distância, mas que possam agir rapidamente se necessário. — Disse com firmeza.— Entendemos, senhor Lancaster. Temos uma equipe altamente qualificada que pode atender às suas necessidades. Vamos garantir que seus filhos estejam protegidos. — Respondeu o representante da empresa, com profissionalismo.Depois de fina
Joyce Silva AzevedoFinalmente, o dia tão esperado havia chegado. Mário Fernando estava de alta e poderia ir para casa, e meu coração estava repleto de alívio e gratidão. Depois de tantos dias no hospital, ele poderia continuar sua recuperação no conforto do nosso lar. Assim que entramos pela porta, ele olhou em volta com olhos cheios de saudade.— Mãe, meu quarto... Eu senti tanta falta. — Disse ele, jogando-se em mim com um sorriso animado.— Eu te entendo, meu amor, mas cuidado quando se jogar por conta do bracinho. — Alertei a ele.O som de risadas infantis e passos apressados pela casa trouxe uma onda de familiaridade e conforto. Anthonella tinha vindo nos visitar, trazendo João Lucas e Gabriel. Olhei para meus filhos e eles não paravam de falar.— Os dois queriam muito ver o irmão. — Imaginei! Vocês se comportaram? — Perguntei, olhando para os meninos com um olhar questionador.— Sim, mamãe! — Responderam em coro, ansiosos para ver Mário Fernando.— Então podem ir ver o irmão,
Pedro Henrique SoaresEstava na empresa do meu pai, sentado na minha mesa, revisando alguns projetos. O ambiente era movimentado, com funcionários indo e vindo, discutindo ideias e fechando acordos. Eu estava concentrado, mas uma ligação inesperada da secretária do meu pai interrompeu meus pensamentos.— Pedro, seu pai gostaria de vê-lo na sala dele agora. — Disse ela, com um tom sério.— Estou indo. — Respondi, sentindo um misto de curiosidade e apreensão.Caminhei pelos corredores da empresa, cumprimentando colegas de trabalho e me perguntando o que eu poderia ter feito para ser chamado. Quando cheguei à porta da sala do meu pai, bati levemente antes de entrar.— Entre, Pedro. — A voz firme do meu pai soou do outro lado da porta.Abri a porta e entrei, encontrando meu pai sentado atrás de sua enorme mesa de mogno. Ele levantou o olhar dos papéis em que estava trabalhando e sorriu para mim, um sorriso que transmitia tanto orgulho quanto seriedade.— Sente-se, filho. — Disse ele, indi