Maria Fernanda Fagundes LancasterFinalmente, o dia do primeiro jogo chegou. Estávamos todas nervosas, mas ao mesmo tempo empolgadas. Entramos em campo com a determinação de dar o nosso melhor e representar nosso país com orgulho. Como minhas amigas e eu prevíamos, ficamos no banco esperando uma chance para jogarmos. Nosso primeiro jogo era contra o México. Eu amo as seleções espanholas, menos quando estão jogando contra o Brasil, é óbvio.O jogo foi iniciado, e a treinadora parecia um falcão, observando as jogadas atentamente e gritando para chamar a atenção quando necessário. Fabiana e Clara estavam ao meu lado, tão ansiosas quanto eu. Aos 25 minutos do primeiro tempo, o México fez um gol, e nós ficamos gritando, irritadas.— Será que serei castigada se pedir aos céus para fazer a Claudina se machucar para eu entrar? — Fabiana disse, e neguei com a cabeça.— Minha mãe me ensinou que nunca devemos desejar o mal para as pessoas, mas se você quiser fazer esse tipo de reza, vai lá, não
Era madrugada quando meu celular vibrou na mesa de cabeceira. Abri os olhos com dificuldade, piscando contra a luz fraca que entrava pela janela do quarto. Peguei o celular e vi que era uma ligação da minha mãe. Imediatamente, meu coração disparou. Minha mãe nunca ligava a essa hora, a menos que fosse algo muito importante.— Mãe? — Atendi, tentando manter a voz calma, mas o nervosismo era evidente.— Maria Fernanda, você pode falar agora? — A voz dela soava preocupada, quase tensa.— Posso sim, só um segundo. — Levantei da cama silenciosamente para não acordar as meninas. Saí do quarto e fui para o corredor do hotel, onde a luz era mais forte e o ambiente, mais silencioso. — Pronto, mãe, o que aconteceu?— Seu primo, o MarioFê, sofreu um acidente. — A voz dela tremeu um pouco ao dizer isso.Meu coração deu um salto e senti um frio na espinha. MarioFê, meu querido primo, que sempre foi como um irmão para mim.— Como assim, um acidente? — Perguntei, a preocupação crescendo a cada segun
Anthonella Fagundes Lancaster Estava trabalhando quando meu celular começou a vibrar. Era uma ligação de Joyce. Ao atender, ouvi sua voz cheia de desespero.— Anthonella, por favor, você pode vir? Estou no hospital com meu filho. Ele foi atropelado... — Joyce disse, em prantos.— Joyce! Estou indo agora! — Respondi rapidamente, já me levantando e dirigindo ao escritório de Jhonathan.Entrei no escritório dele sem bater, a preocupação estampada no meu rosto.— Jhonathan, precisamos ir ao hospital. Joyce está lá com um dos meninos, ele foi atropelado. — Expliquei, tentando manter a calma.Ele levantou-se imediatamente, a preocupação refletida em seus olhos.— Vamos. — Disse ele, pegando suas coisas rapidamente.Chegamos ao hospital e encontramos Joyce chorando copiosamente, seu desespero era evidente. Ela nos contou que Mario Fernando havia sido atropelado e que a pessoa responsável simplesmente deixou o local, abandonando o menino.— Vai ficar tudo bem, amiga. Estamos aqui com você. —
Os últimos dias foram os mais difíceis da minha vida. Cada minuto parecia uma eternidade enquanto esperava que meu filho, Mario Fernando, acordasse. Eu mal conseguia dormir ou comer, a preocupação e o medo dominando todos os meus pensamentos. Marinho esteve ao meu lado o tempo todo, tentando me confortar, mas eu sabia que ele estava tão devastado quanto eu.A rotina se tornou uma segunda natureza: chegar, sentar ao lado da cama de Mario Fernando, segurar sua mão e falar com ele, esperando que, de alguma forma, minhas palavras alcançassem seu subconsciente e o trouxessem de volta para mim.Me sentei ao lado da cama de Mario Fernando, segurando sua mão pequena e frágil. Olhei para seu rosto pálido, desejando que ele abrisse os olhos e me desse aquele sorriso travesso que eu tanto amava.— Estou aqui, meu amor. A mamãe está aqui. — Sussurrei, acariciando seu cabelo. — Você é forte, meu menino. Sei que vai sair dessa.Perdi a noção do tempo, minha mente flutuando entre memórias de momento
Priscila Almeida Estava completamente revoltada. Mario Fernando tinha acordado. Como aquilo era possível? Fiz tudo certo, planejei cada detalhe com precisão. E ainda assim, aquele maldito garoto sobreviveu. Minha raiva era tão intensa que mal conseguia pensar direito. Queria gritar, quebrar tudo ao meu redor. — Maldito garoto! — gritei, jogando uma pilha de papéis no chão. — Fiz tudo certo! Tudo!Meu celular vibrou na mesa, interrompendo meu surto. Peguei o aparelho e vi que era Camila. Suspirei, tentando controlar minha respiração antes de atender.— O que você quer, Camila? — perguntei, ainda irritada.— Priscila, ouvi dizer que Mario Fernando acordou. — A voz de Camila estava calma, quase apática.— É, ele acordou. — Respondi entre dentes, sentindo a raiva borbulhar dentro de mim novamente. — Não consegui acabar com ele. Joyce e Anthonella conseguiram mais uma vez me atrapalhar. — Priscila, talvez seja melhor você deixar isso pra lá. — Camila sugeriu, mas sua voz não tinha convi
Jhonathan LancasterEstávamos no hotel em Paris, aproveitando um raro momento de tranquilidade após uma série de reuniões intensas. As crianças estavam entretidas com alguns jogos e Anthonella e eu estávamos relaxando, quando ouvi Anthonella suspirar profundamente ao desligar o telefone.— Quem era, amor? — Perguntei, notando a expressão preocupada em seu rosto.— Era Camila. Ela quer conversar com a gente com urgência. — Ela respondeu, ainda um pouco confusa.— Conversar sobre o quê? — Questionei, sentindo uma ponta de preocupação começar a surgir.— Não sei. Ela disse que só nos contaria quando voltarmos ao Brasil. — Anthonella explicou, franzindo a testa.— Isso é estranho. — Comentei, pensando no que poderia ser tão urgente e ao mesmo tempo tão confidencial. — Será que aconteceu algo grave?— Também achei estranho. — Anthonella concordou. — Mas ela não quis entrar em detalhes. Disse que era algo importante e que não podia falar pelo telefone.Pensei por um momento, tentando consid
Maria Fernanda Fagundes LancasterApós o treino, estava exausta, mas havia uma satisfação dentro de mim que era inigualável. Tinha dado tudo de mim e sabia que estava fazendo progresso. Enquanto eu pegava minha garrafa de água e me preparava para ir ao vestiário, ouvi risadas familiares. Virei-me e, para minha surpresa, vi meus pais, meus irmãos e meus primos. Meu coração pulou de alegria.— Quando vocês chegaram? — Perguntei, correndo para eles, um sorriso enorme no rosto.— Chegamos de madrugada. — Respondeu meu pai, rindo da minha reação. — Você não vai abraçar seus pais que tanto te amam? — Ele provocou, abrindo os braços.— Claro que vou! — Respondi, jogando-me nos braços dele e depois nos da minha mãe.Os abraços foram seguidos por abraços dos meus irmãos e primos. Era uma sensação maravilhosa tê-los ali comigo, especialmente depois de semanas de treinos intensos e estar longe de casa.— MaFêzita! Vamos trocar de roupa e comer, estou morta de fome. — Clara gritou e fiz sinal par
Após um jantar maravilhoso no restaurante chique, onde conversamos e rimos, a noite estava se tornando ainda mais especial. A comida estava deliciosa e a companhia era impecável. No entanto, conforme o jantar avançava, comecei a sentir uma leve curiosidade e ansiedade sobre o que mais a noite poderia trazer.Depois de um tempo, meu pai se levantou para ir ao banheiro, e a mãe também decidiu dar uma volta pelo restaurante. Aproveitei para conversar mais um pouco com meus irmãos e primos. Foi então que Gustavo se aproximou de mim. Ele parecia animado e com um brilho especial no olhar. Aproveitei a oportunidade para perguntar sobre a competição.— E aí, Gus, como está indo o programa? — Perguntei curiosa.Ele se inclinou em direção ao meu ouvido, sussurrando.— MaFê, eu preciso te contar uma coisa. Eu beijei a Rúbia. — Ele revelou, quase em um sussurro.No momento em que ouvi, meu instinto foi dar uma risada surpresa. No entanto, acabei fazendo um barulho mais alto do que esperava. A ri