No dia seguinte, acordei com meu celular tocando e era meu pai perguntando se eu havia me alimentado e se estava bem.— Pai, relaxa! Eu estava dormindo, acordei com o toque do celular.— O que vai fazer hoje? — Ele perguntou.— Vou dar uma saída com as meninas. A nossa técnica nos deu um dia de folga para relaxarmos.— Então cuidado nas ruas, não fale com caras estranhos. — Meu pai agia como se eu já não tivesse viajado sozinha.— Pode deixar, papai, relaxa! Manda um beijo para todos.Meu pai desligou e olhei para o lado. Giana estava me encarando com um sorriso.— Seu pai é igual ao meu, eles nunca se acostumam, não é? — ela perguntou e eu neguei. — Eu acho que nunca vão. Tenho 23 anos e passo por isso há muito tempo.— Você já tem 23 anos e eu tenho 17 anos. Achei que as coisas melhorariam quando eu fizesse 18, mas acho que não.— Vai por mim, os pais acham que nós, filhas, nunca crescemos. Espera para ver quando você apresentar o primeiro namorado, aí sim vai ser complicado. Eles v
Jhonathan Lancaster Estava conversando com minha filha e passando mais algumas orientações para ela quando Anthonella entrou e, ao me ver, me mandou desligar e deixar a menina.— Amor, estava conversando com nossa princesa, ela estava saindo do museu com as amigas.— Jhonny, você precisa deixar a menina se divertir, amor, você precisa relaxar ou terá um infarto novo. — Anthonella estava preocupada comigo.Suspirei, sabendo que ela tinha razão. Desde o meu infarto, ela tem sido incansável em me lembrar de cuidar da minha saúde e tentar não me estressar tanto. Eu sei que ela só quer o melhor para mim, mas às vezes é difícil desligar o modo "pai protetor".— Eu sei, amor. — Respondi, colocando o celular no bolso. — Só quero ter certeza de que ela está bem.Anthonella se aproximou e colocou as mãos nos meus ombros, olhando nos meus olhos.— Jhonny, MaFê é uma garota responsável. Você fez um ótimo trabalho criando-a. Agora é hora de confiar que ela pode tomar conta de si mesma, mesmo a qu
Pedro Henrique SoaresEra estranho estar sem a Maria Fernanda para perturbar. Depois das apresentações do pessoal da minha sala, saí para tomar um pouco de ar e, quando dei por mim, estava na cafeteria. Olhei para a mesa no canto e vi minha irmã e a amiga da MaFê conversando e resolvi me aproximar.— Se veio encher o saco pode dar meia volta, minha amiga não está aqui pra você perturbar. — Valentina falou, já me olhando com aquela cara de poucos amigos.— Que isso, Val, só vim ver a minha irmã. — Respondi, tentando soar inocente.— Val é para os íntimos, coisa que você não é. — Ela estava emburrada.— Eita! Trocou a ferradura? — Brinquei, sabendo que isso a irritaria ainda mais.Ela revirou os olhos e voltou a falar com Laiane. Eu pedi um café e sentei ao lado delas, sem me importar com o mau humor de Valentina.Quando a atendente chegou com o café, ela perguntou:— E a outra menina do grupo, não veio hoje?— MaFê está disputando a Copa América. — Respondeu Laiane, com um sorriso orgu
Maria Fernanda Fagundes LancasterFinalmente, o dia do primeiro jogo chegou. Estávamos todas nervosas, mas ao mesmo tempo empolgadas. Entramos em campo com a determinação de dar o nosso melhor e representar nosso país com orgulho. Como minhas amigas e eu prevíamos, ficamos no banco esperando uma chance para jogarmos. Nosso primeiro jogo era contra o México. Eu amo as seleções espanholas, menos quando estão jogando contra o Brasil, é óbvio.O jogo foi iniciado, e a treinadora parecia um falcão, observando as jogadas atentamente e gritando para chamar a atenção quando necessário. Fabiana e Clara estavam ao meu lado, tão ansiosas quanto eu. Aos 25 minutos do primeiro tempo, o México fez um gol, e nós ficamos gritando, irritadas.— Será que serei castigada se pedir aos céus para fazer a Claudina se machucar para eu entrar? — Fabiana disse, e neguei com a cabeça.— Minha mãe me ensinou que nunca devemos desejar o mal para as pessoas, mas se você quiser fazer esse tipo de reza, vai lá, não
Era madrugada quando meu celular vibrou na mesa de cabeceira. Abri os olhos com dificuldade, piscando contra a luz fraca que entrava pela janela do quarto. Peguei o celular e vi que era uma ligação da minha mãe. Imediatamente, meu coração disparou. Minha mãe nunca ligava a essa hora, a menos que fosse algo muito importante.— Mãe? — Atendi, tentando manter a voz calma, mas o nervosismo era evidente.— Maria Fernanda, você pode falar agora? — A voz dela soava preocupada, quase tensa.— Posso sim, só um segundo. — Levantei da cama silenciosamente para não acordar as meninas. Saí do quarto e fui para o corredor do hotel, onde a luz era mais forte e o ambiente, mais silencioso. — Pronto, mãe, o que aconteceu?— Seu primo, o MarioFê, sofreu um acidente. — A voz dela tremeu um pouco ao dizer isso.Meu coração deu um salto e senti um frio na espinha. MarioFê, meu querido primo, que sempre foi como um irmão para mim.— Como assim, um acidente? — Perguntei, a preocupação crescendo a cada segun
Anthonella Fagundes Lancaster Estava trabalhando quando meu celular começou a vibrar. Era uma ligação de Joyce. Ao atender, ouvi sua voz cheia de desespero.— Anthonella, por favor, você pode vir? Estou no hospital com meu filho. Ele foi atropelado... — Joyce disse, em prantos.— Joyce! Estou indo agora! — Respondi rapidamente, já me levantando e dirigindo ao escritório de Jhonathan.Entrei no escritório dele sem bater, a preocupação estampada no meu rosto.— Jhonathan, precisamos ir ao hospital. Joyce está lá com um dos meninos, ele foi atropelado. — Expliquei, tentando manter a calma.Ele levantou-se imediatamente, a preocupação refletida em seus olhos.— Vamos. — Disse ele, pegando suas coisas rapidamente.Chegamos ao hospital e encontramos Joyce chorando copiosamente, seu desespero era evidente. Ela nos contou que Mario Fernando havia sido atropelado e que a pessoa responsável simplesmente deixou o local, abandonando o menino.— Vai ficar tudo bem, amiga. Estamos aqui com você. —
Os últimos dias foram os mais difíceis da minha vida. Cada minuto parecia uma eternidade enquanto esperava que meu filho, Mario Fernando, acordasse. Eu mal conseguia dormir ou comer, a preocupação e o medo dominando todos os meus pensamentos. Marinho esteve ao meu lado o tempo todo, tentando me confortar, mas eu sabia que ele estava tão devastado quanto eu.A rotina se tornou uma segunda natureza: chegar, sentar ao lado da cama de Mario Fernando, segurar sua mão e falar com ele, esperando que, de alguma forma, minhas palavras alcançassem seu subconsciente e o trouxessem de volta para mim.Me sentei ao lado da cama de Mario Fernando, segurando sua mão pequena e frágil. Olhei para seu rosto pálido, desejando que ele abrisse os olhos e me desse aquele sorriso travesso que eu tanto amava.— Estou aqui, meu amor. A mamãe está aqui. — Sussurrei, acariciando seu cabelo. — Você é forte, meu menino. Sei que vai sair dessa.Perdi a noção do tempo, minha mente flutuando entre memórias de momento
Priscila Almeida Estava completamente revoltada. Mario Fernando tinha acordado. Como aquilo era possível? Fiz tudo certo, planejei cada detalhe com precisão. E ainda assim, aquele maldito garoto sobreviveu. Minha raiva era tão intensa que mal conseguia pensar direito. Queria gritar, quebrar tudo ao meu redor. — Maldito garoto! — gritei, jogando uma pilha de papéis no chão. — Fiz tudo certo! Tudo!Meu celular vibrou na mesa, interrompendo meu surto. Peguei o aparelho e vi que era Camila. Suspirei, tentando controlar minha respiração antes de atender.— O que você quer, Camila? — perguntei, ainda irritada.— Priscila, ouvi dizer que Mario Fernando acordou. — A voz de Camila estava calma, quase apática.— É, ele acordou. — Respondi entre dentes, sentindo a raiva borbulhar dentro de mim novamente. — Não consegui acabar com ele. Joyce e Anthonella conseguiram mais uma vez me atrapalhar. — Priscila, talvez seja melhor você deixar isso pra lá. — Camila sugeriu, mas sua voz não tinha convi