Feliz ano novo, muito obrigada por estarem comigo neste novo ano, desejo a todas muita saúde, paz e muito amor.
Priscila Barcella Depois que Nina mamou, ficou me olhando, com aqueles olhinhos cheios de curiosidade e afeto. Ela não queria me largar, suas mãozinhas pequenas acariciando meu rosto enquanto eu a embalava suavemente para acalmá-la.— Meu pai vai cansar de esperar — Belinha comentou, cruzando os braços com um olhar impaciente.Soltei uma risada baixa e balancei a cabeça.— Não se preocupe, filha. Deixa sua irmãzinha se acalmar. O papai vai entender — falei, lançando-lhe um sorriso tranquilizador.Enquanto isso, do outro lado do espaço, percebi Filipe resmungando algo com três crianças, que tinham traços parecidos com os dele, deixando claro que eram seus filhos. Meu estômago se apertou quando vi Filipe se aproximando do Ítalo, seu tom visivelmente alterado.— Ítalo! — chamei, minha voz saindo um pouco mais alta do que pretendia. — Venha para cá agora, filho!Ítalo correu na minha direção, confuso, e Filipe veio logo atrás, sua expressão cheia de raiva.— Tome conta do seu pestinha! —
Priscila Barcella O sol já começava a baixar, tingindo o céu com tons dourados e alaranjados, enquanto a brisa suave da tarde trazia o cheiro salgado do mar. Era o momento perfeito para finalmente nos aventurarmos na praia. Belinha não parava de pular de um lado para o outro, a areia quente grudando em seus pezinhos pequenos. Ela estava empolgada para entrar no mar, mas a cada passo mais próximo da água, dava para notar o medo crescendo em seus olhinhos brilhantes. — Vamos, mamãe! — gritou, com um sorriso ansioso. Deixei Nina com Liam, que estava sentado sob o guarda-sol, distraído em brincar com um baldinho e uma pazinha que Ítalo havia esquecido ali. Ele me lançou um sorriso cúmplice enquanto eu corria até o mar com as crianças. Quando chegamos à beira da água, Belinha travou de repente, agarrando minha perna com força. O barulho das ondas parecia enorme para ela, e seus bracinhos me seguravam como se eu fosse sua âncora. — Mamãe... tem muita água — murmurou, a voz trêmula.
William Rodrigues A tarde na praia foi maravilhosa. Ver as crianças brincando e minha namorada tão à vontade me fez perceber como minha vida mudou. Quem diria que um dia eu teria uma família tão grande e feliz?Tudo estava perfeito, minha e a Josefa se afastaram por um momento, e ficamos só nos, eu minha mulher e os meus filhos e acho que nunca vi a Priscila brincar tanto.Assim que voltamos ao hotel, CTudo estava perfeito. Depois de um dia cheio de brincadeiras na praia, minha mãe e Josefa se ofereceram para ficar com as crianças, e Priscila subiu para o nosso quarto para começar a se arrumar. Aproveitei aquele pequeno intervalo para dar atenção às crianças antes que a noite tomasse seu rumo.— Papai, posso ir com vocês? — Belinha perguntou, esfregando os olhos com as mãozinhas. A voz dela estava embargada pelo sono, e seus cachinhos já estavam bagunçados pelo cansaço.Abaixei-me na altura dela e passei a mão de leve por sua bochecha corada. — Minha princesinha, você está quase dor
Priscila BarcellaEu sabia que o Liam não suportava o Afonso, mas só percebi o tamanho da besteira que fiz quando já estava na varanda, sentindo o vento fresco da noite e observando as luzes do hotel iluminarem a área da piscina. Guadalupe estava ao meu lado, com as mãos descansando sobre a barriga, e o brilho suave da lua realçava sua expressão tranquila.— Desculpa por estragar sua festa — ela disse de repente, a voz baixa e meio culpada.— Você não estragou nada, Guadalupe. Eu só lembrei que deixei o Liam sozinho com o Afonso... E isso pode acabar muito mal.— Ele é tão ciumento assim? — Ela arqueou as sobrancelhas, me observando com curiosidade enquanto ajeitava o vestido.— Ele tem seus momentos. Geralmente é tranquilo, mas quando se trata do Afonso... — balancei a cabeça, soltando um suspiro. — É como jogar gasolina no fogo.Ela riu baixo, mas logo mudou o tom.— Mesmo assim, vocês parecem muito apaixonados e felizes. Dá pra ver nos olhos de vocês.— Estamos, sim. Eu amo o Liam,
Priscila BarcellaFomos caminhando lado a lado até um espaço aberto, onde o vento do mar fazia as folhas das árvores balançarem suavemente. Gustavo me guiou até uma mesa estrategicamente posicionada, com uma vista deslumbrante para a praia iluminada pela lua. Aquele cenário parecia ter sido cuidadosamente escolhido.— Eu convidei você especialmente para conversarmos sobre negócios — ele começou, sua voz carregada de seriedade. — Não por causa da proposta que mencionaram, mas por causa do seu talento.— Como assim? — perguntei, arqueando uma sobrancelha, intrigada.— Estou planejando investir em publicidade. Quero abrir uma empresa nova e, para isso, preciso de um sócio... ou melhor, uma sócia. Você é uma das melhores publicitárias que já conheci, Priscila, e acho que unir o meu capital ao seu talento seria a combinação perfeita para começarmos algo incrível.— Você está dizendo que quer que eu seja sua sócia? Tipo, meio a meio? — perguntei, ainda absorvendo o que ele dizia.— Exatamen
Priscila Barcella Era mais um dia normal. Como sempre, acordo às 6:23 da manhã, levo aproximadamente 20 minutos para me arrumar e escolho roupas que transmitam o quanto sou poderosa.Saio do meu quarto preparada para enfrentar o mundo machista das torres de metal.Assim que chego no andar inferior, vejo a minha governanta terminando de organizar o meu café da manhã na mesa da sala de jantar, junto com duas funcionárias. Gosto das coisas sempre perfeitamente alinhadas, e ela me conhece muito bem.Antes de chegar à mesa, olho pela grande janela de vidro da minha cobertura, de onde posso ver a enorme cidade cinza. Assim como lá fora, dentro do meu apartamento a decoração é toda em tons frios, pois tenho um amor pelo tom cinza e não queria nada convidativo.Quem gosta e tem peso morto é a minha irmã. Eu nunca a entendi, a Barcella sempre se contentou com pouco. Diferente de mim, ela não foi para a faculdade e muito menos quis sair daquele lugar no meio do nada. Na primeira oportunidade q
Priscila Barcella Depois de um voo de três horas e meia, aluguei um carro e dirigi por mais cinco horas, finalmente chegando em um pequeno povoado do município de Santo Antônio dos Milagres. A estrada era de terra e parecia que o tempo naquele lugar passava em câmera lenta e pouquíssimas coisas tinham mudado em 16 anos. As casas eram simples e a única diferença era nos fios de energia e novas construções, mas mesmo assim parecia existir apenas uma rua e uma praça como novidade.Fui devagar pela estrada de terra batida até chegar na casinha onde crescemos. Pouquíssimas coisas tinham mudado, mas a única diferença era que, além do reboco, a pequena casa estava pintada de branco, que já estava amarelada, com dois quartos. Apesar de ser bem diferente da minha cobertura, estar naquele lugar me causava arrepios, como se as paredes pudessem falar ou apenas de ver sentir os arrepios pelo meu corpo me pedindo para fugir daquele lugar.A casa estava cheia, e respirei fundo antes de sair do carr
Priscila Barcella — O que eu faço com o bebê? — perguntei a mim mesma, sem saber o que fazer. Assim que entrei no quarto, coloquei-a na cama e a cercou de travesseiros, pois precisava tomar um banho. Fui para o banheiro e deixei a água tirar o suor e, junto com ele, as lágrimas. Eu precisava manter uma postura firme, mas minha irmã era toda a família que eu tinha. Enquanto começava a me ensaboar, ouvi um chorinho que se intensificava a cada minuto. Sem saber o que fazer, parei o banho, coloquei uma toalha rapidamente e peguei o bebê no colo, mesmo ainda estando molhada. — Eu não sou a mamãe — falei quando ela tentou pegar meus seios desesperadamente. Ela estava com fome e eu não tinha o que ela queria. Mesmo sendo uma e meia da manhã, decidi ligar para Natália, minha única amiga que sempre me ajudava. Embora não nos víssemos muito desde que ela se casou, teve filhos e se mudou para o litoral, ela sempre arranjava tempo para se envolver na minha vida, principalmente na parte am