~~CAPÍTULO 4~~
NARA Quando eu acordei estava em um novo lugar. A luz do sol entrava pela janela aberta, e o som dos pássaros enchiam os meus ouvidos. Vários deles falavam entre si, comunicando-se em um idioma que eu nunca entenderia. A luz aquecia minha pele, me fazendo esquecer o frio do inverno. Atravessava minhas pálpebras, me pedindo para levantar, mesmo eu ainda estando exausta. Finalmente abri meus olhos e olhei ao meu redor. As janelas estavam abertas, permitindo que a brisa entrasse no quarto. Havia cortinas bege dos lados, em contraste com as paredes pintadas de marrom. A parte superior da janela era curva oval, me fazendo lembrar de uma antiga forma de arco. Estudei o resto do quarto. Havia um sofá circular marrom que estava ao redor de uma mesa redonda. Os móveis eram brancos, acentuados com almofadas douradas. Também tinha uma televisão que estava pendurada na parede com uma lareira de pedra. Uma cômoda branca que estava encostada a parede, sobre ela tinha várias escovas antigas e caixas de maquiagem. O quarto era grande o suficiente e poderia ser considerado uma casa. A porta que ficava no canto com certeza se tratava de um banheiro privado. Foi a primeira vez que acordei em paz desde que tinha sido trancada naquele prostibulo. Foi a primeira vez que o som delicioso dos pássaros me ajudou a acordar. Eu não tinha visto uma janela aberta em dias e não tinha percebido como era maravilhoso. Saí da cama, usando o mesmo vestido da noite anterior e fui até a janela. As cortinas estavam bem abertas, e eu podia ver o jardim enorme com piscina, alguns homens andando pela casa. Não existia uma única casa a vista. Eu estava isolada, longe da cidade mais próxima. Meus dedos descansavam na beira da janela, e eu sentia uma sensação de liberdade. Poderia pular pela janela e correr o mais rápido possível. A ideia simples, parecia fácil e tentadora. Mas por que estava tão fácil? Virei e examinei o conteúdo do meu quarto. Havia prateleiras cheias de livros clássicos e um monte de revistas na prateleira que estava debaixo da mesa. Eu vi o vaso com uma única rosa vermelha. Estava fresca, foi colhida naquela manhã. Examinei o banheiro. Os azulejos estavam impecáveis, e a decoração vibrante me fazia lembrar da cultura italiana. Embora fosse uma prisão chique, era maravilhosa. Só nos meus sonhos eu poderia viver em um lugar assim. Saí do banheiro e me aproximei das portas que separava meu quarto do resto da casa. Se a janela do quarto estava aberta, eu assumi que ele quis dizer que eu poderia andar pela casa. Abri a porta e saí pelo corredor. Tinha uma imponente escadaria aberta à minha direita, com continuação para o corredor à esquerda. Escutei uma voz que surgiu de repente. ― Bom dia, senhorita. Uma senhora apareceu completamente uniformizado. Ela caminhava com elegância, apesar de sua idade avançada, e seus olhos brilharam de uma forma amigável. Ela parecia inofensivo e gentil. — Quem é você? Perguntei. ―Eliza. Prazer em conhecê-la. Ele não respondeu à minha pergunta. ―Senhor Ken está prestes a sentar para tomar café da manhã. Gostaria de acompanhá-lo? Eu tinha outra opção? Eu estava com fome. E é claro que queria respostas. ― Tudo bem. ― Tudo bem? Me perguntou. ― Minha pergunta requer um sim ou um não. Lhe dei um olhar irritado. ―Claro. ― É o suficiente. Siga-me. A senhora abriu caminho, descendo as escadas para o andar de baixo. O arco da janela do meu quarto era igual aos das portas e os das outras das janelas. Os azulejos brilhavam o suficiente para serem considerados completamente novos, e a área era espaçosa e luxuosa. Meu captor não vivia apenas em uma mansão. Ele vivia com elegância. Claro. Porque estou surpresa? Ele possui muitas riquezas, porque não compraria uma bela casa? Elisa me acompanhou até a sala. Uma grande janela ocupava uma das paredes, expondo a piscina do lado oposto. A mesa de mogno era grande o suficiente para sentar dezesseis pessoas. Será que ele geralmente convidava dezesseis pessoas para jantar? ― Senhor Ken chegará em alguns instantes. Ele saiu pelas portas duplas à esquerda que estavam abertas. O som dos pratos, faziam um eco na cozinha enquanto ela preparava o café da manhã. Sentei imóvel, admirando a visão gloriosa que estava a minha frente. Apesar do meu medo, eu não podia negar a beleza radiante daquela paisagem. Nunca tinha visto nada parecido na minha vida e suspeitava que nunca voltaria a ver. Um segundo depois, ele atravessou a porta vestido com um terno azul marinho e uma gravata roxa. Ele estava tão lindo como a primeira vez que o vi no dia do nosso casamento. Caminhava com confiança, os ombros largos e poderosos. Apesar de estar em silêncio, dominava a sala só com a sua presença. Ele era assustador, mas fascinante ao mesmo tempo. Assim que meu captor se sentou, Eliza entrou no salão, como se estivesse esperando sua chegada. Colocou ovos com cogumelos, tomate e espinafre na sua frente, uma xícara de café e o jornal matinal. Eliza trouxe a mesma comida para mim, juntamente com um jornal em inglês. Depois ela saiu. Meu captor tomou um gole de seu café e abriu o jornal, agindo como se eu não estivesse lá. Nem sequer olhou para mim. Seu comportamento passava a impressão que já havíamos feito aquilo várias vezes. Eu comi em silêncio, e adorei o sabor. Tudo estava fresco, parecia que foi colhido naquela manhã. Não tinha sabor de vegetais de supermercado. Os alimentos com certeza eram orgânicos. O café era muito melhor do que me davam na minha prisão. Tudo era melhor, na verdade. Uma cópia do New York Times estava a minha frente, que continha manchetes escritas com palavras que eu era capaz de entender. Ele continuou sem notar a minha presença. Virou a página e continuou a leitura. ―Então... o que eu tenho que fazer? ~~CAPÍTULO 5~~ NARA ―Você pode falar comigo quando eu terminar a leitura. Seu olhar não desviou a atenção da sua leitura. Ele deu algumas garfadas na sua comida e tomou um gole de café. — Que idiota. Trinta minutos mais tarde, ele terminou de ler o jornal do começo ao fim. Dobrou e colocou em cima da mesa. ― Sim? Naquele momento era eu estava lendo meu jornal, ignorando-o como ele fez comigo. Meu captor tomou um gole do seu café e me olhou. ―Você é vingativa, não é? ―Não, eu só não gosto que me tratem como um cão. Que está sendo algo bastante comum. ―Bom, espero que suas preferências mudem em breve. Ele pegou o meu jornal e colocou junto com o dele. Aquele homem era irritante. Eu queria enfiar o garfo no seu olho, mas sabia que iria falhar. Ele era arrogante. Ele agia como se fosse o dono de tudo, incluindo a mim. ― Coloquei um rastreador no seu tornozelo. Eu vou saber onde você vai e o que está fazendo Automaticamente coloquei as mãos nos meus tornozelos e notei um caroço do lado direito. ― Você é doente. ―Se quiser eu posso retirar. ―Então retire agora. ―Mas você ficará trancada em seu quarto, o tempo todo. Eu teria que colocar barras de ferro na sua janela, e levariam suas refeições. Se isso é o que você prefere, farei isso por você. Um pequeno sorriso dançava em seus lábios. — Desgraçado. ― O que você escolhe? Não olhei para ele, não queria dar a minha resposta verbalmente. ― Foi o que eu pensei. Ele estava sentado perfeitamente na cadeira, como se aquilo fosse uma reunião de negócios. Ele parecia confortável em seu terno, não parecia estar desconfortável. Toda a vez que ele se mexia, era com elegância. Ele era um assassino quando se fazia necessário e um diplomata no restante do tempo. ― Por que estou aqui? Quando eu acordei de manhã não notei qualquer desconforto. Meu captor parecia ter mantido sua palavra e não me tocou contra a minha vontade. Ele também não permitiu que ninguém mais me tocasse. Eu não queria confiar nele e sentir gratidão pelo seu momento de compaixão. Ele continuava sendo uma má pessoa. Quando eu tivesse uma oportunidade, o mataria. E eu desfrutaria da sua morte. ―Porque sou seu marido. Soltei um palavrão bem audível para o seu desagrado, ele fixou os olhos em me irritado. — Você colocou-me no prostibulo no mesmo dia depois da cerimónia do nosso casamento, sumir por dias, e acha mesmo que eu vou engolir essa de bom esposo? — Não sou obrigado a lhe dar satisfações. — Foda-se Ken. — Cuidado com essa boca. O som da palma da sua mão ecoou pela sala, sua mão fez um barulho irritante quando bateu sobre a mesa com força. — Você não vai me intimidar.Murmurei depois de alguns segundos em silêncio. Ele voltou a beber seu café. Eu esperei por uma resposta. Mas ele não me respondeu. ―Eh, Olá?Falei.― Só mais, uma pergunta. ―Você pode perguntar tudo o que quiser. Mas isso não significa que receberá uma resposta. Desejei dar uns tapas naquele rosto tão atraente queria que aquele rosto perfeito ficasse vermelha sob meu toque. — Eu posso sair livremente?— Bom dia, irmão.Sou surpreendida com a voz suave, virei meu rosto notando uma mulher ainda vestida de pijama acomodar-se ao lado direito do Ken.— Bom dia, Princesa.Ele abriu um sorriso, ele está sorrindo ao vê-la, olhei para aquela mulher, seus olhos estão cobertos de manchas, ela descansou muito pouco ou passou a noite acordada. Seus cabelos estão bagunçados. Não, essa não era hora de brigar.Eu disse a me mesma.— Qual é seu nome?Abri a boca surpresa, ele não conhece meu nome? Aquela senhora, Eliza, colocou uma xicara de café na frente da pequena jovem, ela sorriu t
~~CAPÍTULO 1~~NARA— Não, não, meu pai.Minha voz era áspera e demasiada assustadora para uma mulher, porém, a notícia devastadora que acabara de receber não é de bom agrado para meus ouvidos.Nossa família é extremamente humilde, meu pai possui um restaurante no subúrbio de Texas, apesar da nossa família ser originalmente, Japonesa. Meus pais vivem e cultivam cultura tradicional.É por esse motivo que estamos na América, concretamente em Texas, nascida no seio da máfia, nós sabíamos que apenas um território dominado por uma família poderosa irá nos proteger de todo mal existente nas ruas.Entretanto, eu nunca imaginaria que meu destino estava sendo selado.Virei meu corpo bruscamente e olhei os prédios enormes pela janela, existem pessoas mais ricas nesta cidade, que dormem e acordam desfrutando do luxo e muito luxo.Por que ele me escolheu?Diversão?Ou puro orgulho?— Filha, ele irá nos dar uma casa, um bom trabalho para seu irmão e dinheiro como dote.Meus lábios curvaram um sorr
~~CAPÍTULO 2~~KENMeus dedos alcançaram a gola da minha camisa e retiraram com força a gravata, em seguida jogando-a no chão, meus passos soaram lentos pelo vasto corredor na mansão. Eu queria chegar o mais breve possível no seu quarto, passei o dia todo fora.Quando abri a porta do seu quarto, minha amada esposa está sorrindo, fechei os olhos e me permiti contemplar sua risada voluntária, infelizmente, eu havia me esquecido o quão doce sua risada era, essa maldita doença massacrou-nos, esgotou todas as nossas forças em pouco tempo.Neste momento, as esperanças retornaram, ela ficará boa, muito mais cedo que poderíamos imaginar.Estarei aqui cuidando dela como sempre o fiz.— Irmão.Mahina ficou de pé rapidamente e veio ao meu encontro, seus pequenos olhos estão radiantes, apesar do cansaço evidente ela está lidando com isso melhor que eu.— Ela está melhor, os médicos disseram que é um bom sinal para sua recuperação.Meus lábios curvaram um sorriso inacreditável, assenti minha cabeç
Despertei com ouvindo gritos da minha irmã, eram tão altos que eu sabia que estava acontecendo algo. Peguei minha arma, e segui os gritos até meu quarto, Mahina estava no chão, chorando de desespero. — Mahina? Ela não me respondeu, olhei para minha cama, Yoku não estava nela, quando entrei no banheiro para verificar se estava tomando banho, meu coração para. Todas lembranças passaram pela minha mente, não. Não pode ser. — Senhor? — Deixem-me sozinho com minha esposa. ~~CAPÍTULO 3~~ KEN Estava nervoso com os últimos acontecimentos, enterrei minha esposa há um mês, ainda me pergunto porque ela escolheu acabar com a sua vida. A batalha ainda não estava terminada, eu tinha esperanças, sempre tive esperanças, nunca desisti dela, porque ela fez isso? Mal consigo dormir nos últimos dias, Elisa organizou suas roupas, seu perfume favorito e kit de beleza, o quarto será trancado. Suas coisas permanecerão lá, como uma bela memória de como ela era doce e carismática. Tiramos t