POV KILLIAN DE ALCÂNTARA
Fiquei desesperado, principalmente porque sabia que não haveria como prestar socorro. Nenhum carro conseguia chegar ao orfanato, o que significava que bombeiros ou ambulância para resgate estavam fora de cogitação.
- Preciso de claridade! – Gritei, enquanto levantava o que sobrara das telhas de barro e madeiras do telhado que haviam virado escombros.
Não demorou muito para que irmã Dóris trouxesse um lampião, que embora não clareasse o suficiente, já ajudava.
- Padre, não conseguirá remover isto tudo sozinho! – A voz dela era de tristeza e dor.
- Sim, eu consigo. Deus me dará forças. – Garanti.
Enquanto eu levantava cada madeira pesada sentindo meus braços quase não aguentarem, a chuva tomava conta do meu corpo, fazendo a roupa encharcar-se. Achei que fossem pingos grossos de rolavam
- Preciso voltar em casa... O pager – Isla começou a andar de um lado para o outro.- Por que, Isla? – Perguntei, pegando-a pelos ombros a fim de acalmá-la.- Tenho que avisar o pai dela. Sei que Júlio abriria uma estrada em horas para salvar a filha... Como direi a ele que me entregou Danna viva e eu não fui capaz de mantê-la deste jeito? – Ela começou a chorar copiosamente.A abracei e senti braços tentando nos envolver. Era Alegra, que voltou os olhos para cima e disse para Isla:- Danna ficará bem. Eu orei para Deus. E Ele não a deixaria morrer, porque ela me salvou. Danna é meu anjo da guarda e anjos não morrem. – Ela sorriu, certa do que dizia.Vanessa pegou a menina no colo, perguntando:- Como foi isso? Você pode me contar?Pareceu que Vanessa entendeu que Alegra precisava de atenção.- Eu a levo at&ea
POV ISLA- Agora podem entrar um pouco que em breve ela irá acordar. - Avisou o médico.Imediatamente Júlio levantou-se, indo à nossa frente, ansioso. Peguei a mão de minha filha e o seguimos. Embora Júlio não tivesse esperado ninguém ao levar Danna para o hospital, a pondo dentro do helicóptero completamente atordoado, imediatamente fomos para o carro de Callum, que nos levou ao encontro deles. Também estávamos preocupados com Danna. Sem contar o padre Killian, que parecia se sentir culpado pelo ocorrido, embora não tivesse culpa alguma.Minha sobrinha ainda dormia, parecendo um anjo de tão tranquila. Me parecia que ela só tinha aquele semblante de calma quando estava adormecida.Júlio foi até a cama e pegou a mão dela entre as suas, de forma carinhosa. Observei Vanessa do outro lado da cama, pegando a outra mão de Danna. Suspirei
Ouvi o suspiro de Júlio, parecendo preocupado. Todos olhamos ao mesmo tempo para o médico.- Você teve algumas poucas escoriações – o doutor olhou diretamente para Danna - E duas costelas fraturadas.- Não sinto dor… - Ela disse, confusa.- Por conta dos analgésicos - o doutor sorriu simpaticamente - Vai precisar repousar e talvez algumas sessões de fisioterapia. Como você é uma mulher saudável e não tem doenças pré-existentes, de quatro a seis semanas estará totalmente recuperada.Júlio suspirou:- Quanta sorte, minha filha! – Um sorriso iluminou seu rosto.- Você veio, pai... – ela olhou para Júlio – Achou... Que eu iria morrer?Ele começou a enchê-la de beijos enquanto segurava a face da filha entre as mãos:- Eu me preocupo e sempre me preocuparei com v
- Tirando o fato de eu ter sentido que um pouco do brilho no olhar dela se apagou, vejo que minha filha está diferente. E não me importo com o que aconteça a partir de agora. Meu único objetivo é que Danna entenda que sempre a amei e não a abandonei aqui... E que tudo que fiz foi com a intenção de ajudá-la.- Ela entenderá. Danna não é só inteligente, mas também uma mulher e não mais uma criança.Júlio fechou a conta e depois assinou um cheque, me entregando. Olhei para o valor exorbitante, mais do que um ano do meu salário e franzi a testa, confusa... Ou ao menos tentando fingir que não era o que eu imaginava.- Minha forma de gratidão. – Ele disse seriamente.Eu ri, com tristeza, lhe entregando o cheque:- Acha mesmo que eu cobraria por hospedar a minha sobrinha, filha de minha irmã?- N&a
- Killian? - Minha voz mal saiu quando meus olhos encontraram os dele.- Me diga que está bem! - O olhar dele parecia de preocupação.Sorri:- Só duas costelas quebradas… Coisa pouca!- Você não consegue ser séria nem quando um telhado cai em cima da sua cabeça? - Balançou a cabeça, ainda comigo em seus braços.- Estou sendo séria: foram só duas costelas quebradas. Mas me sinto bem. No entanto se for para que fique me segurando desta forma, posso dizer que estou morrendo. - Pisquei e ele imediatamente me soltou, recompondo-se.Respirei fundo e me olhei no espelho. Haviam alguns pequenos arranhões no rosto, mas nada igual ao ferimento que ainda não havia cicatrizado na testa, causado na queda da cachoeira.- Não deveria ficar sozinha no quarto. Acaba de passar mal. Se eu não tivesse chegado há tempo, poder
Ele meneou a cabeça:- Fiquei tão preocupado que pudesse ser o mesmo acidente.- Seria coincidência demais, não é mesmo? Eu sonhar com a árvore que você plantou, termos nos envolvido no mesmo acidente… Enfim… Mande lembranças ao salgueiro chorão. Estou curiosa se continuarei a sonhar com ele.- Você se despedirá dele… Não pode ir sem se despedir… De Alegra e das crianças. Você salvou a vida dela.Estávamos a um passo de distância, que quebrei quando me movi em sua direção, tão próxima que chegava a sentir sua respiração morna. Levantei levemente o rosto e o encarei:- É hora da despedida!Percebi quando ele engoliu a saliva e a respiração acelerou, tanto quanto a minha. Fiquei incerta se Killian conseguia ouvir as batidas do meu coraç&atild
- Você teria isto com sua mãe se ela fosse viva, Danna… Eu tenho certeza disto. Celli a amava, mais do que qualquer outra coisa no mundo.- Eu sei disto… Porque ela estava comigo o tempo todo aqui em Machia. - Sorri.- Como assim? - Ele franziu a testa.- Os vagalumes… - mostrei a minha tatuagem - Os encontrei… Em vários momentos, como se ela estivesse mostrando o caminho.Ouvi a respiração dele acelerar antes de dizer:- Vagalumes… - sorriu - Não poderia ser diferente, já que ela sempre brilhou intensamente.- Se eu pudesse fazer um pedido… Um único pedido na vida… Seria voltar no tempo, naquela noite em que tudo aconteceu… - Senti meus olhos marejarem mas contive as lágrimas.- Sei que doeu e foi difícil para nós aceitarmos, Danna. Mas creio que há coisas que acontecem porque precisam acontecer e
O sorriso iluminou o rosto perfeito de Killian, que se levantou imediatamente e aproximou-se de mim, erguendo a mão a fim de tocar-me, mas contendo-a, a deixando no ar.Dei um passo para frente, fazendo com que aquele toque acontecesse, exatamente na minha bochecha. Fechei os olhos, tentando imaginar o semblante dele naquele momento. Tudo que eu queria era ficar ali para sempre, sentindo os dedos mornos dele na minha pele.Killian se afastou e abri meus olhos, encontrando os dele, que me queimavam por dentro.- Você não partiu? – A voz de Killian foi extremamente suave.- Por hora... Não.- Eu... Estou feliz que tenha ficado.- Verdade? – Me ouvi perguntando, sentindo um frio na barriga e o coração acelerar.- Sim... Estou muito feliz... Porque você salvou a vida de Alegra... E é... Uma pessoa do bem e...Revirei os olhos e dei um suspiro:- Eu já s