Seis meses depois—Aurora —eu chamei. Ela procurou com a cabeça, sorrindo ao ouvir a minha voz, apareci na frente dela e ela gargalhou alto. —Boa noite, moças. Meu marido entrou no quarto, estava vestido com uma roupa social, acabou de chegar de Dublin, onde estão encerrando as construções de um resort de verdade. —Boa noite, senhor Jarvis! —eu respondi. —Como está a senhorita Aurora? —ele perguntou. Eu fui até ele e o beijei, senti saudades dele, toda vez que meu marido viaja eu não consegui dormir direito, porque quase choro de saudade. —Ela está muito bem, com saudade do papai. —respondi. Oscar pegou a menina no colo e ela sorriu, brincando com a gola da camisa dele. Miguel veio correndo em seus passinhos apressados e gargalhando muito, logo vi os cachorros correndo atrás dele, jujuba e caramelo vinham abanando o rabo para ele. —Ninguem é capaz de ter a atenção dele assim, até mesmo Candice perdeu. —Oscar comentou. —Eles cresceram muito. —falei. —Sim, e Miguel parece es
Meses depois Eu amo ver que minha família está se divertindo assim em um dia ensolarado como esse. Miguel está ensinando Aurora a entrar na piscina que fizemos para eles, construímos uma bem pequena só para eles dois, a água só chega até as pernas de Miguel. Os cachorros estavam ao redor deles, brincando na piscina maior, Andria está com os dois, vigiando sua segurança. Nossa família está em paz, finalmente. Nunca mais recebemos notícias daquelas pessoas que tentaram nos derrubar, e nós também não queremos saber de nenhum deles. —Oscar —meu irmão me chamou. —Sim? —Eu e Candice vamos morar juntos, mas ela não quer perder o contato com as crianças, ela está com vergonha de falar com vocês, então... —Oh sim, eu sabia que isso ia acontecer cedo ou tarde, não tem problema. —Ela gostaria de visitá-los com frequência, se você quiser. —Claro, eles amam ela, tem como vocês morarem aqui perto? —perguntei rindo. —Posso conferir a disponibilidade das casas. —ele respondeu. —Então você e
—Bing! A porta do elevador se fechando é o encerramento de um ciclo muito conturbado na minha vida, aos vinte e cinco anos, formada em publicidade, achei que minha vida fosse ser assim, uma correria no trabalho , mas perfeitamente calma em casa, não foi assim que imaginei comemorar o meu aniversário. Não foi assim que eu quis chegar em casa e ser recebida, sendo praticamente chutada pelo meu noivo. Quando fui trabalhar esta manhã, achei mesmo que algo estava errado, mas imaginei que fosse apenas o cansaço. —Nós não damos mais certo, eu não consigo mais, não quero mais você! —O quê? Como assim? - perguntei parcialmente confusa. —Andria, você vive para trabalho e depois reclama quando eu vou procurar na rua o que não tenho com você. -ele respondeu enfático. —Então eu te perdoei atoa? Tem certeza? -questionei. —Absoluta. -ele respondeu firme e foi a última coisa que eu o ouvi dizer. Thiago terminou comigo porque segundo ele, eu trabalho muito e não tenho tempo para nós dois, ele se
—Andria, você conseguiu o contrato com a empresa de medicamentos? —minha “supervisora” que na verdade é outra funcionária que acha que pode cobrar dos outros porque trepa com o patrão, veio me perguntar. —Com a Medhappy? Sim, consegui. —respondi sem muita animação. —Hum.. que bom. —ela respondeu, completamente falsa e manipuladora. —Por quê? Você achou que eu não fosse conseguir? —perguntei de forma irônica e direta. —Claro, eu conheço um talento quando vejo um, não reconheci nada em você. —ela disse. —Oh não, querida, você só reconhece aquelas que fodem com o chefe para conseguir promoções. —debochei. —O que está querendo dizer? —ela perguntou irritada. —Querendo não, estou dizendo. —enfatizei. Eu Karine nos odiamos logo que nos conhecemos, ela é insuportável e acha que um dia vai ser chefe disso, porque na cabeça dela, o chefe vai pedi-la em casamento qualquer dia desses. Muito humilde da parte dela. —Você é apenas mais uma estrangeira tentando tomar o nosso lugar. —ela falo
Duas semanas se passaram e eu não vi aquele estranho de novo, mas pelo menos recebi uma promoção, agora eu passei a ser tudo aquilo que minha colega Karine queria, supervisora da equipe de propagandas. Meu chefe disse que eu estava muito empenhada e depois do contrato com a MedHappy, eu ganhei uma certa credibilidade. Foi um contrato bastante lucrativo para nós e para eles. -Como conseguiu? –Ouvi a voz da Hiena perto de mim. -Trabalhando. –respondi sorrindo. -Estranho, você foi a ultima da equipe a entrar aqui e já recebeu uma promoção. —ela vez questão de soltar seu veneno. —Não acho que seja estranho, existem várias formas de chamar atenção no trabalho, além de transar com o chefe. —eu alfinetei.Ouvi uma série de suspiros, risadas baixinhas e alguns "boa". —Está insinuando alguma coisa? —ela perguntou novamente fingindo estar ofendida. —Insinuando não, estou dizendo a verdade. —Escuta aqui, sua mendiga de quinta, eu... —Está chamando a mim de mendiga? Logo você que vende seu
A noite passada com certeza foi a pior da minha vida, acordei diversas vezes à noite, em outros momentos eu sonhava, eu até podia sentir o que aquela estranha estava sentindo, a sensação quente, o suor gelado descendo pela linha da coluna. Estou parecendo um zumbi, olhos baixos, ombros caídos, a sensação é de exaustão e sono, mas não posso dormir, porque eu posso sonhar novamente com aquelas cenas e meu estado só vai piorar. —Até o mês que vem, você vai trabalhar na campanha daquela empresa de cosméticos, certo? —O senhor Hilton me perguntou agora que estou na sala dele. —Se o senhor quiser, claro. —eu respondi. —Não quero, eu preciso de você lá, você é a mais criativa, sei que vai elevar ainda mais o nome da empresa. — ele disse e sorriu. —Andria, com o aumento de cargo, também vem o aumento de salário, esse mês já vem tudo certinho. O senhor Hilton tem vários defeitos, inclusive o de dormir com funcionárias, mas desonestidade não é um defeito dele. —Obrigada senhor, darei o meu
Acordei com a certeza de que começar a frequentar a academia do prédio seria uma boa solução, vou ficar cansada e depois de um dia inteiro de trabalho, vou chegar em casa e apenas dormir, sem ter tempo de olhar a janela alheia. Mas não é tão fácil assim, antes mesmo de ir trabalhar eu já estou toda quebrada, acho que peguei pesado demais. Por coincidência, Andrew estava chegando no mesmo momento e entramos no elevador juntos. —Bom dia—Bom dia, Andria. Animada para mais um dia? —ele brincou. —Eu estava, mas acabei tendo a péssima ideia de fazer exercício antes de vir, estou toda moída. —Ah, isso faz bem para a saúde, você se acostuma. —ele comentou enquanto subimos de andar. Dei uma rápida espiada em Andrew, braços definidos, mas suas roupas não são muito justas, ele parece mesmo alguém que cuida da aparência. Antes que eu pudesse pisar o pé para fora do elevador, meu telefone toca, pelo visor vejo que é minha mãe. —Mãe, bom dia. —Bom dia, se não ligo para você, você simplesme
O dia estava nublado e cinzento, acordei com uma dor de cabeça pequena, ainda no começo, mas que já me deixava muito desconfortável, peguei um remédio na mesinha de cabaceira e bebi um pouco de água para ajudar a descer. Meus olhos teimaram em ficar fechados, está muito frio, mas não consigo sair para trabalhar sem tomar um banho. Por isso, me arrastei até o banheiro, escovei os dentes, lavei o rosto na água fria e tomei um banho para despertar. Acabei esquecendo completamente do motivo de minha cortina estar fechada e as abri, para deixar o pouco de luz que tinha entrar. Dei de cara com o quarto do apartamento da frente, mas não foi isso que me chamou atenção. Parado, de frente para a minha janela, estava ele, o homem que me olha de forma intensa, prestes a me devorar até o último pedaço. Estava vestido com uma calça social, sem blusa ainda, tinha uma xícara de café ou chá na mão, estava com o antebraço encostado no vidro e a cabeça apoiada nele. Quando eu ia fechar a cortina, e