Duas semanas se passaram e eu não vi aquele estranho de novo, mas pelo menos recebi uma promoção, agora eu passei a ser tudo aquilo que minha colega Karine queria, supervisora da equipe de propagandas. Meu chefe disse que eu estava muito empenhada e depois do contrato com a MedHappy, eu ganhei uma certa credibilidade. Foi um contrato bastante lucrativo para nós e para eles.
-Como conseguiu? –Ouvi a voz da Hiena perto de mim.-Trabalhando. –respondi sorrindo.-Estranho, você foi a ultima da equipe a entrar aqui e já recebeu uma promoção. —ela vez questão de soltar seu veneno.—Não acho que seja estranho, existem várias formas de chamar atenção no trabalho, além de transar com o chefe. —eu alfinetei.Ouvi uma série de suspiros, risadas baixinhas e alguns "boa".—Está insinuando alguma coisa? —ela perguntou novamente fingindo estar ofendida.—Insinuando não, estou dizendo a verdade.—Escuta aqui, sua mendiga de quinta, eu...—Está chamando a mim de mendiga? Logo você que vende seu corpo por um cargo na empresa? Não sei como o senhor Hilton ainda te aguenta. —respondi cortando sua fala.—Eu deveria demitir você, ou te dar uma lição! —ela falou irritada.—Só quem pode me tirar da equipe é o senhor Hilton, e eu ja provei que sou uma excelente funcionária, tanto que ganhei uma promoção, agora me deixe em paz. —falei.—Você vai ter o que merece. —ela disse irritada.—Oh, eu espero que sim! —ironizei.Antes que ela pudesse responder ou falar alguma ofensa, meu chefe me chamou em sua sala, aproveitei para dar uma piscadonha para ela, eu sei que ela vai se morder de ciumes.Ele deve pedir algum favor, o Sr. Hilton é um jovem senhor, criou essa empresa do zero, ficou viúvo há mais de sete anos, sua esposa faleceu muito jovem e desde então ele vive para o trabalho, embora a gente não seja lá muito amigos.—Andria, preciso que assuma a campanha da O.J Eng., recebemos uma solicitação de campanha publicitária, o contrato é de um ano, o valor é enorme, mas a empresa solicita que você trabalhe com a equipe de marketing deles, orientando e tomando a frente.Antes de ficar feliz e bater palmas dizendo que aceito, me veio a mente que tudo estava acontecendo bem demais, minha vida sempre foi cheia de lutas e agora eu consigo as coisas com mais facilidade, a sensação é estranha.—Por que eles querem a mim? —questionei.—O contrato com a Medhappy foi de grande ajuda, a empresa falou muito bem de você. —ele respondeu. —Então, posso aceitar?Levei um total de 0,5 segundos para aceitar.—Sim, claro. Quando eu começo?—Bem, aqui eles pedem a partir do mês que vem. Mas, eles já vão depositar uma parte da quantia esse mês. —meu chefe respondeu animado.A O.J Eng. É uma empresa de construção civil, inclusive sediada nesse prédio, no último andar, o dono da empresa é um homem pouco conhecido, não vejo muito dele aqui, na verdade acho que nunca o vi. A empresa é dona de diversos imóveis por todo o estado. O faturamento dele chega em centenas de milhões, pelo menos imagino eu.Desde que me formei, cresci muito na minha área, trabalhei em empresas menores e fui subindo até conseguir uma vaga aqui, o senhor Hilton gostou do meu primeiro trabalho e desde então, vou crescendo devagar.Acho que isso foi um dos motivos para que Thiago rompesse comigo, ele não entendia o meu fascínio pelo meu trabalho, dizia sempre que eu deveria confiar nele e apenas ser uma dona de casa e cuidar da familia. Que família? eu nunca quis filhos.—Está bem, conte comigo. Obrigada! —eu apertei sua mão e levantei para sair da sala.—Andria, quando chegar o momento, eles querem que você trabalhe lá, no andar deles. —ele apontou para cima.—Certamente. —respondi.Passei a tarde ouvindo várias perguntas de Karine, jogando indiretas e surtando com minhas respostas, atualmente ela é a piada da equipe, a desesperada por atenção que não aceita que faz um trabalho ruim.A melhor parte do dia, na minha opinião, é quando eu vou para casa andando sozinha, a noite é tudo brilhante, eu aproveito as vezes e passo em algumas lojas, compro comida, itens de casa, até fiz algumas amizades com lojistas do trajeto.Meu apartamento é no décimo andar, uma coisa boa é que eu quase não ouço o barulho das ruas. O dia termina sempre da mesma forma, eu tomo um banho relaxante, deito na minha cama e navego na internet um pouco antes de dormir, ou ligo para os meus pais.Hoje foi diferente, assim que saí do banheiro, ainda de toalha, me deparei com uma cena que me fez congelar no lugar. A luz do quarto que fica em frente ao meu está semi acesa e... o dono está ali, sentado em uma cadeira, enquanto uma mulher cavalga em cima dele como se estivesse buscando salvação.Meu corpo congelou no lugar, meu rosto não se move, apenas meus olhos seguem os movimentos da mulher. Ele então levanta da cadeira com ela ainda em cima dele e a prende na parede, ele está de costas para mim e posso ver que seu corpo é forte, pernas grossas e bem definidas, seus braços parecem fortes pois estão segundo-a na parede enquanto ele entra e sai de dentro dela com violência.Não sei dizer se são um casal pois não vi demonstração de carinho, nenhum beijo ou abraço, ou algum sorriso. Aposto que se eu pudesse ouvir, ela está gemendo alto e gritando para ele ir mais fundo.Forço meu corpo um pouco mais, mas ele não se move, sinto que minhas pernas estão ficando quentes, principalmente entre elas, ele a pegou novamente e a fez ficar na cama, e foi então que algo aconteceu.Ele levantou a cabeça e nós fizemos contato visual, meus lábios se soltaram um do outro, minha respiração ficou ofegante com aquele olhar penetrante em mim, eu acho que já o vi em algum lugar, mas não me recordo no momento.Achei que ele fosse pegar as cortinas e fechar a janela, mas não foi isso que ele fez, seu olhar se demorou em mim mais um pouco antes dele desviar a cabeça e voltar a trepar forte com ela.Não sei quanto tempo durou, não sei o porquê, mas eu permaneci ali, completamente enrijecida, quente e muito molhada, eu vou precisar de outro banho para me acalmar. A moça parece completamente alheia de que há uma parede de vidro completamente exposta logo atrás dela.Ela entra em um cômodo que deve ser o banheiro, o homem não faz nada além de passar as mãos pelo cabelo e sair da cama, seu corpo agora é totalmente exposto, meus olhos descem até seu pênis que ainda parece ereto.Abri minha janela rápido e gritei bem alto.—Seu pervertido, por que não fechou sua cortina?Ele não respondeu, apenas sorriu e lambeu os lábios.Fiz a mesma coisa com a língua, arrastei sobre meus lábios, molhando e depois mordendo, sem perceber, acho que ele pegou esse movimento, seu olhar em mim é estranho. Mas então ele fez o que deveria ter feito, arrastou a cortina e cortou minha visão.Minhas pernas enfim funcionaram, eu caí para trás na cama, ofegando, totalmente entorpecida pela cena que acabei de ver, por que ele não fechou a cortina? Por que eu não fechei a minha cortina?Entrei novamente no banheiro, mas dessa vez eu não consegui tomar banho antes de levar meus dedos até onde doía em mim, eu precisava de um alívio, precisava descontar aquela sensação em alguma coisa. Abri minhas pernas e minhas mãos chegaram até lá, sentada no chão do banheiro, imaginei uma mistura de figura, o homem do elevador e meu vizinho que acabou de foder uma mulher na minha frente.A noite passada com certeza foi a pior da minha vida, acordei diversas vezes à noite, em outros momentos eu sonhava, eu até podia sentir o que aquela estranha estava sentindo, a sensação quente, o suor gelado descendo pela linha da coluna. Estou parecendo um zumbi, olhos baixos, ombros caídos, a sensação é de exaustão e sono, mas não posso dormir, porque eu posso sonhar novamente com aquelas cenas e meu estado só vai piorar. —Até o mês que vem, você vai trabalhar na campanha daquela empresa de cosméticos, certo? —O senhor Hilton me perguntou agora que estou na sala dele. —Se o senhor quiser, claro. —eu respondi. —Não quero, eu preciso de você lá, você é a mais criativa, sei que vai elevar ainda mais o nome da empresa. — ele disse e sorriu. —Andria, com o aumento de cargo, também vem o aumento de salário, esse mês já vem tudo certinho. O senhor Hilton tem vários defeitos, inclusive o de dormir com funcionárias, mas desonestidade não é um defeito dele. —Obrigada senhor, darei o meu
Acordei com a certeza de que começar a frequentar a academia do prédio seria uma boa solução, vou ficar cansada e depois de um dia inteiro de trabalho, vou chegar em casa e apenas dormir, sem ter tempo de olhar a janela alheia. Mas não é tão fácil assim, antes mesmo de ir trabalhar eu já estou toda quebrada, acho que peguei pesado demais. Por coincidência, Andrew estava chegando no mesmo momento e entramos no elevador juntos. —Bom dia—Bom dia, Andria. Animada para mais um dia? —ele brincou. —Eu estava, mas acabei tendo a péssima ideia de fazer exercício antes de vir, estou toda moída. —Ah, isso faz bem para a saúde, você se acostuma. —ele comentou enquanto subimos de andar. Dei uma rápida espiada em Andrew, braços definidos, mas suas roupas não são muito justas, ele parece mesmo alguém que cuida da aparência. Antes que eu pudesse pisar o pé para fora do elevador, meu telefone toca, pelo visor vejo que é minha mãe. —Mãe, bom dia. —Bom dia, se não ligo para você, você simplesme
O dia estava nublado e cinzento, acordei com uma dor de cabeça pequena, ainda no começo, mas que já me deixava muito desconfortável, peguei um remédio na mesinha de cabaceira e bebi um pouco de água para ajudar a descer. Meus olhos teimaram em ficar fechados, está muito frio, mas não consigo sair para trabalhar sem tomar um banho. Por isso, me arrastei até o banheiro, escovei os dentes, lavei o rosto na água fria e tomei um banho para despertar. Acabei esquecendo completamente do motivo de minha cortina estar fechada e as abri, para deixar o pouco de luz que tinha entrar. Dei de cara com o quarto do apartamento da frente, mas não foi isso que me chamou atenção. Parado, de frente para a minha janela, estava ele, o homem que me olha de forma intensa, prestes a me devorar até o último pedaço. Estava vestido com uma calça social, sem blusa ainda, tinha uma xícara de café ou chá na mão, estava com o antebraço encostado no vidro e a cabeça apoiada nele. Quando eu ia fechar a cortina, e
Felizmente o final de semana chegou e eu posso aproveitar para espairecer a minha mente, cada vez que eu penso sobre aquele homem do trabalho e meu vizinho de janela, alguma coisa não bate, alguma coisa está errada. O senhor Hilton me pediu que adiantasse o contrato com a O.J Eng. ele disse que o CEO e dono da empresa solicitou que o prazo fosse adiantado, eu aceitei, já que até recebi uma parte do pagamento. Apesar de ser sábado, tirei o dia inteiro para fazer compras, limpar o apartamento e de vez em quando, dar uma espiada na janela do meu vizinho, mas a cortina está fechada. Logo após o almoço, Andrew me ligou, eu fiquei surpresa com isso, pois não acho que nossa relação esteja nesse patamar.—Andria —Oi, Andrew. Ultimamente ele fez diversas brincadeiras sobre como nossos nomes se parecem, vez ou outra fazendo alguma insinuação amorosa, eu não ligo de brincar, mas esse tipo de coisa não me deixa confortável. Entrei no quarto para pegar meu cartão, o entregador de pizza dever
O.J Estou obcecado por Andria Alencar, uma brasileira que trabalha alguns andares abaixo e coincidentemente vive em um apartamento de frente para o meu, eu não vivo lá, é um apartamento de refúgio, onde eu vou para beber e foder em paz, sem contaminar a minha casa.Mas, com ela tudo é diferente, Andria me pegou transando com uma mulher e ao contrário do que eu imaginei, ela não fugiu, eu não fechei a cortina e ela assistiu tudo. Não foi assim que eu imaginei a minha vida aos trinta e oito anos, viúvo, podre de rico, vivendo a vida como um solitário de merda. A falta da minha falecida esposa acabou comigo nos primeiros anos, mas depois eu acostumei a viver com sensação de vazio. O que me incomoda tanto na vizinha é que eu esqueço de tudo quando estou perto dela, é uma sensação que eu nunca senti, nem no meu casamento, eu simplesmente a vejo e meu sangue parece ferver nas veias, ela tem um cheiro afrodisíaco que me deixa duro e imaginando todo tipo de perversão. —Senhor, a reunião c
Meu atual cliente e chefe. O homem na minha janela e o estranho do elevador são a mesma pessoa e ainda por cima é o dono da empresa que atualmente estou prestando meus serviços. Ele continua com aquela aura de intocável e misterioso, sempre contido, voz grossa e rouca, ele tem a mania de entrar no elevador comigo e cheirar perto do meu pescoço, é uma atitude suja e muito suspeita que me deixa quente e suando frio. O senhor O.J é implacável em suas decisões, ele nunca volta atrás naquilo que decide. Eu já apresentei duas propostas e ele não gostou de nenhuma. —Se o senhor me disser exatamente aquilo que gostaria, facilitaria muito o processo. —eu disse no meio de uma reunião. —Mas então você não seria necessária. —ele rebateu. Eu tive que respirar fundo, eu simplesmente o odeio quando estamos na empresa, diferente de quando estamos em casa que ele me faz gozar somente ao me observar. —Ok, pensarei em outra proposta e amanhã eu apresento. —respondi. Ele apenas acenou e deu contin
Antes de ir trabalhar na manhã seguinte eu precisei de um ritual de muita coragem, passei quase meia hora no espelho dizendo a mim mesma que eles são duas pessoas diferentes, um é meu chefe e o outro é o homem que me fez usar um vibrador e gozar para ele na noite passada. Aqueles olhos sombrios e aquele sorriso sacana que ele me deu assim que eu caí na cama depois de ter dado a ele um show completo, vai ficar na minha cabeça por muito tempo. Ele deixou cair a toalha e eu pude ver o tamanho dele, pela primeira vez ele também me mostrou algo, nosso jogo subiu a um patamar diferente hoje, está tudo muito intenso, minha sanidade está indo junto com a água do banheiro quando eu me lavo, pelo ralo. Eu sempre fecho a cortina depois do que fazemos, mas na noite passada eu deixei aberta, então dormimos de frente um pro outro, de forma que ele me viu também esta manhã. Acabei descobrindo que este apartamento não é a residência principal dele, mas não fui perguntar os motivos, não é da minha
Meu chefe e voyeur está parado na minha porta, sua roupa social caindo perfeitamente em seu corpo forte, o senhor O.J está me encarando de uma forma pervertida e obsessiva que me deixa de pernas bambas. —Senhor O.J... —eu falei surpresa. —Então.... você sempre recebe colegas de trabalho a essa hora? —ele tornou a perguntar. —Não, eu... eu achei que fosse outra pessoa. —respondi baixo. Abri um pouco mais a porta e o convidei para entrar, o senhor O.J ficou parado me olhando enquanto eu fechava a porta.—Achou que fosse quem? —ele questionou. —Bom, é que você se apresentou na portaria como um colega de trabalho e eu achei que talvez poderia ser alguém da minha empresa, o senhor não é meu colega de trabalho. —respondi. Fui colocada na parede quando ele segurou em minha cintura, o toque de suas mãos em minha pele quase me fez gemer baixo, ou talvez eu tenha feito só um pouquinho. —E o que eu sou, então? —ele perguntou com o rosto muito próximo ao meu. —O senhor é...—Tsc tsc tsc,