Capítulo 03

Duas semanas se passaram e eu não vi aquele estranho de novo, mas pelo menos recebi uma promoção, agora eu passei a ser tudo aquilo que minha colega Karine queria, supervisora da equipe de propagandas. Meu chefe disse que eu estava muito empenhada e depois do contrato com a MedHappy, eu ganhei uma certa credibilidade. Foi um contrato bastante lucrativo para nós e para eles.

-Como conseguiu? –Ouvi a voz da Hiena perto de mim.

-Trabalhando. –respondi sorrindo.

-Estranho, você foi a ultima da equipe a entrar aqui e já recebeu uma promoção. —ela vez questão de soltar seu veneno.

—Não acho que seja estranho, existem várias formas de chamar atenção no trabalho, além de transar com o chefe. —eu alfinetei.

Ouvi uma série de suspiros, risadas baixinhas e alguns "boa".

—Está insinuando alguma coisa? —ela perguntou novamente fingindo estar ofendida.

—Insinuando não, estou dizendo a verdade.

—Escuta aqui, sua mendiga de quinta, eu...

—Está chamando a mim de mendiga? Logo você que vende seu corpo por um cargo na empresa? Não sei como o senhor Hilton ainda te aguenta. —respondi cortando sua fala.

—Eu deveria demitir você, ou te dar uma lição! —ela falou irritada.

—Só quem pode me tirar da equipe é o senhor Hilton, e eu ja provei que sou uma excelente funcionária, tanto que ganhei uma promoção, agora me deixe em paz. —falei.

—Você vai ter o que merece. —ela disse irritada.

—Oh, eu espero que sim! —ironizei.

Antes que ela pudesse responder ou falar alguma ofensa, meu chefe me chamou em sua sala, aproveitei para dar uma piscadonha para ela, eu sei que ela vai se morder de ciumes.

Ele deve pedir algum favor, o Sr. Hilton é um jovem senhor, criou essa empresa do zero, ficou viúvo há mais de sete anos, sua esposa faleceu muito jovem e desde então ele vive para o trabalho, embora a gente não seja lá muito amigos.

—Andria, preciso que assuma a campanha da O.J Eng., recebemos uma solicitação de campanha publicitária, o contrato é de um ano, o valor é enorme, mas a empresa solicita que você trabalhe com a equipe de marketing deles, orientando e tomando a frente.

Antes de ficar feliz e bater palmas dizendo que aceito, me veio a mente que tudo estava acontecendo bem demais, minha vida sempre foi cheia de lutas e agora eu consigo as coisas com mais facilidade, a sensação é estranha.

—Por que eles querem a mim? —questionei.

—O contrato com a Medhappy foi de grande ajuda, a empresa falou muito bem de você. —ele respondeu. —Então, posso aceitar?

Levei um total de 0,5 segundos para aceitar.

—Sim, claro. Quando eu começo?

—Bem, aqui eles pedem a partir do mês que vem. Mas, eles já vão depositar uma parte da quantia esse mês. —meu chefe respondeu animado.

A O.J Eng. É uma empresa de construção civil, inclusive sediada nesse prédio, no último andar, o dono da empresa é um homem pouco conhecido, não vejo muito dele aqui, na verdade acho que nunca o vi. A empresa é dona de diversos imóveis por todo o estado. O faturamento dele chega em centenas de milhões, pelo menos imagino eu.

Desde que me formei, cresci muito na minha área, trabalhei em empresas menores e fui subindo até conseguir uma vaga aqui, o senhor Hilton gostou do meu primeiro trabalho e desde então, vou crescendo devagar.

Acho que isso foi um dos motivos para que Thiago rompesse comigo, ele não entendia o meu fascínio pelo meu trabalho, dizia sempre que eu deveria confiar nele e apenas ser uma dona de casa e cuidar da familia. Que família? eu nunca quis filhos.

—Está bem, conte comigo. Obrigada! —eu apertei sua mão e levantei para sair da sala.

—Andria, quando chegar o momento, eles querem que você trabalhe lá, no andar deles. —ele apontou para cima.

—Certamente. —respondi.

Passei a tarde ouvindo várias perguntas de Karine, jogando indiretas e surtando com minhas respostas, atualmente ela é a piada da equipe, a desesperada por atenção que não aceita que faz um trabalho ruim.

A melhor parte do dia, na minha opinião, é quando eu vou para casa andando sozinha, a noite é tudo brilhante, eu aproveito as vezes e passo em algumas lojas, compro comida, itens de casa, até fiz algumas amizades com lojistas do trajeto.

Meu apartamento é no décimo andar, uma coisa boa é que eu quase não ouço o barulho das ruas. O dia termina sempre da mesma forma, eu tomo um banho relaxante, deito na minha cama e navego na internet um pouco antes de dormir, ou ligo para os meus pais.

Hoje foi diferente, assim que saí do banheiro, ainda de toalha, me deparei com uma cena que me fez congelar no lugar. A luz do quarto que fica em frente ao meu está semi acesa e... o dono está ali, sentado em uma cadeira, enquanto uma mulher cavalga em cima dele como se estivesse buscando salvação.

Meu corpo congelou no lugar, meu rosto não se move, apenas meus olhos seguem os movimentos da mulher. Ele então levanta da cadeira com ela ainda em cima dele e a prende na parede, ele está de costas para mim e posso ver que seu corpo é forte, pernas grossas e bem definidas, seus braços parecem fortes pois estão segundo-a na parede enquanto ele entra e sai de dentro dela com violência.

Não sei dizer se são um casal pois não vi demonstração de carinho, nenhum beijo ou abraço, ou algum sorriso. Aposto que se eu pudesse ouvir, ela está gemendo alto e gritando para ele ir mais fundo.

Forço meu corpo um pouco mais, mas ele não se move, sinto que minhas pernas estão ficando quentes, principalmente entre elas, ele a pegou novamente e a fez ficar na cama, e foi então que algo aconteceu.

Ele levantou a cabeça e nós fizemos contato visual, meus lábios se soltaram um do outro, minha respiração ficou ofegante com aquele olhar penetrante em mim, eu acho que já o vi em algum lugar, mas não me recordo no momento.

Achei que ele fosse pegar as cortinas e fechar a janela, mas não foi isso que ele fez, seu olhar se demorou em mim mais um pouco antes dele desviar a cabeça e voltar a trepar forte com ela.

Não sei quanto tempo durou, não sei o porquê, mas eu permaneci ali, completamente enrijecida, quente e muito molhada, eu vou precisar de outro banho para me acalmar. A moça parece completamente alheia de que há uma parede de vidro completamente exposta logo atrás dela.

Ela entra em um cômodo que deve ser o banheiro, o homem não faz nada além de passar as mãos pelo cabelo e sair da cama, seu corpo agora é totalmente exposto, meus olhos descem até seu pênis que ainda parece ereto.

Abri minha janela rápido e gritei bem alto.

—Seu pervertido, por que não fechou sua cortina?

Ele não respondeu, apenas sorriu e lambeu os lábios.

Fiz a mesma coisa com a língua, arrastei sobre meus lábios, molhando e depois mordendo, sem perceber, acho que ele pegou esse movimento, seu olhar em mim é estranho. Mas então ele fez o que deveria ter feito, arrastou a cortina e cortou minha visão.

Minhas pernas enfim funcionaram, eu caí para trás na cama, ofegando, totalmente entorpecida pela cena que acabei de ver, por que ele não fechou a cortina? Por que eu não fechei a minha cortina?

Entrei novamente no banheiro, mas dessa vez eu não consegui tomar banho antes de levar meus dedos até onde doía em mim, eu precisava de um alívio, precisava descontar aquela sensação em alguma coisa. Abri minhas pernas e minhas mãos chegaram até lá, sentada no chão do banheiro, imaginei uma mistura de figura, o homem do elevador e meu vizinho que acabou de foder uma mulher na minha frente.

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