O caminho até o evento, mesmo com o “quase beijo”, foi tranquilo e divertido. Ulisses era bom em deixar tudo e todos ao seu redor mais leves e à vontade. Haviam fotógrafos por toda parte na entrada e o movimento de carros estava congestionando as ruas por conta de um bar Country bem famoso na região. Os empresários convidados seguiam até um estacionamento no subsolo. Saíram do carro com sorrisos no rosto. Ulisses deu novamente o braço para Hazel, que segurou rapidamente por medo de cair. Usava um salto branco e fino que poderia provocar o maior vexame de sua vida — visto que não usava e detestava saltos. Ulisses negou com a cabeça quando ela deu uma rápida torcida no pé. — Deveria ter vindo com outro sapato — ele disse. — Ou tudo isso é para me impressionar?— Na verdade é para Lennon Kutcher. Ele revirou os olhos castanhos.Hazel sorriu, descendo os olhos para o pescoço dele. A camisa aberta em dois botões — como ele gostava de usar — por baixo do terno caro não estava combinando
— Eu sei, mãe, mas não tem que se preocupar. Se já virou o bezerro, então ela ficará bem — disse Ulisses antes de abandonar o peso que estava usando no chão.— Você diz isso porque não está vendo a pobrezinha. Ela sequer está comendo, Ulisses. — Tentou chamar o veterinário de novo? Talvez ele saiba o motivo dela estar assim. — Já — a mãe dele soltou um pigarro. — Gavin me garantiu quem tem algo de errado com ela. Logo ele a ouviu reclamar algo, e uma voz ao fundo, quase um murmúrio, obrigar Ulisses a unir as sobrancelhas.— Mãe?— Oi.— Está com alguém aí? — Não... foi a TV.— Não me pareceu a TV — disse ele, ponderando o que acabara de ouvir enquanto se olhava no espelho da academia do Hotel.— Mas foi. Preciso desligar. Mande um beijo para Hazel e a chame para vim à fazenda junto com você. Irei adorar revê-la.E ele adorou a ideia de levá-la junto.— Ok. Fique bem, mãe.— Ficarei se vier me ver ao invés de ser tão ingrato com sua mãe. Não me troque por esses rabos-de-saia. — Ulis
Ulisses bateu com o copo de Bourbon no balcão, tentando engolir o incômodo de assistir e ouvir Edgard — presidente da St Tec em Chicago — conversando com Hazel. Na verdade, ele conhecia a mente masculina e sabia muito bem que aqueles olhares, aquela forma de sorrir e aquela forma de falar, é de um homem que, claramente, estava interessado. Edgard estava flertando com Hazel. Por essa razão, Ulisses preferiu beber ao invés de se intrometer a conversa deles. Ele pediu mais uma dose ao barman, depois de ouvir Edgard.— Os empresariado em Dubai é totalmente diferente do que estamos acostumados. Minha secretária me acompanhou na ultima viagem para lá, isso faz uns seis anos. — Ulisses se viu bufando contra o copo. Como a voz dele é irritante. — Hoje em dia ela trabalho no ramo de tecidos com duas filiais em Chicago. Mês que vem irá abrir a terceira em Londres.Hazel abriu os lábios, impressionada. Estavam falando do evento anual em Dubai para multinacionais e alguns empreendedores. Ulisses
Hazel se encontrava em uma mesa, beliscando um dos petiscos. Conseguiu contornar a situação com Edgard e sua chance de ir à Dubai não foi desperdiçada. Ele e Jason, o vice-presidente da St Tec em Chicago, dividiam mesa com ela. Eles pareciam ser boas pessoas, e Hazel ria de alguns comentários que faziam. Mas não era a mesma coisa sem Ulisses. Onde ele se meteu? Ela olhou na direção da porta. Se perguntou se deveria ter sido tão rude com ele, mas chegou a conclusão que Ulisses mereceu ouvir o que ouviu. E ele que se danasse. Era Dubai, afinal de contas. Quem não se irritaria ao quase perder a chance de ir para aquele lugar lindo? Jason falou algo sobre ter bebido demais e Edgard estar precisando ir embora — sendo que ele é quem precisava. — Aceita uma carona, senhorita Parker? — Edgard perguntou com um sorriso. Hazel negou. — Eu já tenho carona. Obrigada, Edgard. Os dois se despediram dela. Edgard ajudava Jason a sair do evento da forma mais digna possível, mas o rapaz trocava os
Beijar Hazel no meio da rua e em plena madrugada foi tão inesquecível quanto beijá-la no fim do baile. Ulisses não conseguiria parar, mesmo se tentasse. Então, segurou-a com mais firmeza, aprofundano o beijo. Suas línguas combinavam. O beijo deixava o ceo com o coração palpitante. Ele a ouviu arfar quando mordiscou seu lábio. — Ulisses… o que estamos fazendo? — perguntou ela, enquanto afundava os dedos no cabelo do amigo.Colando as testas, Ulisses respondeu:— Não precisamos definir nada, mas saiba que significa muito pra mim termos nos beijado — e ergueu os olhos para Hazel. — Já faz um tempo que você está no meu radar, Hazel Parker.A mulher deitou a cabeça, mantendo-se abraçada ao pescoço do melhor amigo — ou já podia dizer que estavam ficando? — É por isso que não tem saído com mais ninguém? — indagou ela, curiosa.Ulisses se viu maneando a cabeça.— Em parte. Decidi que queria um amor e então larguei a farra — ele esboçou um sorriso. — E eu estou levando essa decisão à sério
— Acho que tudo isso foi um erro — Hazel disse, abaixando o olhar. As mãos, antes unidas, se desfizeram. — Fomos grandes amigos, mas tudo ficou no passado. Tentar ser mais que isso foi um erro e nada voltará a ser como antes. Ulisses uniu as sobrancelhas. O coração doendo no peito. Ele guiou ambas as mãos para os ombros da namorada. — Haze, o que está dizendo? — indagou ele, amortecido pela expressão dela. — Amor, olhe para mim. Me diz que só está confusa e que também acha que somos feitos um para o outro. Haze? A mulher deu um passo para trás, se afastando do toque de Ulisses. — Eu não estou confusa. Você estagou tudo. Eu amava a nossa amizade e agora acabou — vociferou ela. — Tudo isso é culpa sua, Ulisses.— Como assim? — Acabou, Ulisses.— Por que? Haze, por que está terminando comigo? — Eu amo o Chris Evans! E aquela fala fez eco na mente de Ulisses, enquanto se via afastando-se de Hazel. Eu amo o Chris Evans… — Não... — murmurou o ceo na poltrona do jato, imerso pelo pesa
Ulisses puxou Hazel novamente, ignorando sua tentativa em escapar de seus beijos para ir trabalhar. A mulher caiu sobre ele, que sem demora tomou novamente os lábios dela. A mulher arfou quando a mão grande do namorado lhe apalpou no traseiro. — Eu preciso terminar aquela papelada, Ulisses — Hazel disse, sem demonstrar muita disposição em se afastar. — Minha nossa, você não era beijoqueiro assim no ensino médio. Logo ele sorriu, afastando a boca. — Acredita que demoramos todos esses anos para finalmente tentar namorar? — disse ele, pensativo. — Eu gostaria de poder voltar atrás e te pedir em namoro naquele baile mesmo. Hazel soltou uma risada, apoiando o queixo na mão asparramada sobre o peito do ceo. Os lábios dela se achavam vermelhos de tanto Ulisses mordê-los. — Você é muito convencido — pontuou ela. — Acha que eu aceitaria assim, tal fácil?— Acho. Sou bonito demais para levar um fora, Haze. — Arrggh — a mulher reclamou, se levantando. — Depois dessa, acho que vou voltar p
Hazel observou a madrugada através da janela da cozinha. Segurava uma xícara de chá de camomila, esperando que a bebida cumprisse o que prometia e a fizesse pegar no sono quando deitasse. No entanto, estava na segunda xícara e não se achava nem um pouco sonolenta. A mulher soltou um suspiro. Pensava na proposta de Esgard, e na expressão no rosto de Ulisses quando soube, implorando silenciosamente que não fosse para Chicago. Ela o conhecia muito bem. Foram grandes e melhores amigos antes da coisa evoluir para um namoro, então, Hazel não precisava de uma legenda para entender o que significavam os olhos pidões e o semblante dramático. Céus. Ulisses era mesmo tão dramático que lhe dava nos nervos. A mulher bebericou o chá. Sabia que ele não a impediria de ir — ou talvez tente, visto que agora estão em um relacionamento —, porém ela se achava combatendo uma guerra interna. Hazel esperou por uma oportunidade daquelas há tempos — não que Ulisses seja incapaz de promovê-la, mas é que da