Beijar Hazel no meio da rua e em plena madrugada foi tão inesquecível quanto beijá-la no fim do baile. Ulisses não conseguiria parar, mesmo se tentasse. Então, segurou-a com mais firmeza, aprofundano o beijo. Suas línguas combinavam. O beijo deixava o ceo com o coração palpitante. Ele a ouviu arfar quando mordiscou seu lábio. — Ulisses… o que estamos fazendo? — perguntou ela, enquanto afundava os dedos no cabelo do amigo.Colando as testas, Ulisses respondeu:— Não precisamos definir nada, mas saiba que significa muito pra mim termos nos beijado — e ergueu os olhos para Hazel. — Já faz um tempo que você está no meu radar, Hazel Parker.A mulher deitou a cabeça, mantendo-se abraçada ao pescoço do melhor amigo — ou já podia dizer que estavam ficando? — É por isso que não tem saído com mais ninguém? — indagou ela, curiosa.Ulisses se viu maneando a cabeça.— Em parte. Decidi que queria um amor e então larguei a farra — ele esboçou um sorriso. — E eu estou levando essa decisão à sério
— Acho que tudo isso foi um erro — Hazel disse, abaixando o olhar. As mãos, antes unidas, se desfizeram. — Fomos grandes amigos, mas tudo ficou no passado. Tentar ser mais que isso foi um erro e nada voltará a ser como antes. Ulisses uniu as sobrancelhas. O coração doendo no peito. Ele guiou ambas as mãos para os ombros da namorada. — Haze, o que está dizendo? — indagou ele, amortecido pela expressão dela. — Amor, olhe para mim. Me diz que só está confusa e que também acha que somos feitos um para o outro. Haze? A mulher deu um passo para trás, se afastando do toque de Ulisses. — Eu não estou confusa. Você estagou tudo. Eu amava a nossa amizade e agora acabou — vociferou ela. — Tudo isso é culpa sua, Ulisses.— Como assim? — Acabou, Ulisses.— Por que? Haze, por que está terminando comigo? — Eu amo o Chris Evans! E aquela fala fez eco na mente de Ulisses, enquanto se via afastando-se de Hazel. Eu amo o Chris Evans… — Não... — murmurou o ceo na poltrona do jato, imerso pelo pesa
Ulisses puxou Hazel novamente, ignorando sua tentativa em escapar de seus beijos para ir trabalhar. A mulher caiu sobre ele, que sem demora tomou novamente os lábios dela. A mulher arfou quando a mão grande do namorado lhe apalpou no traseiro. — Eu preciso terminar aquela papelada, Ulisses — Hazel disse, sem demonstrar muita disposição em se afastar. — Minha nossa, você não era beijoqueiro assim no ensino médio. Logo ele sorriu, afastando a boca. — Acredita que demoramos todos esses anos para finalmente tentar namorar? — disse ele, pensativo. — Eu gostaria de poder voltar atrás e te pedir em namoro naquele baile mesmo. Hazel soltou uma risada, apoiando o queixo na mão asparramada sobre o peito do ceo. Os lábios dela se achavam vermelhos de tanto Ulisses mordê-los. — Você é muito convencido — pontuou ela. — Acha que eu aceitaria assim, tal fácil?— Acho. Sou bonito demais para levar um fora, Haze. — Arrggh — a mulher reclamou, se levantando. — Depois dessa, acho que vou voltar p
Hazel observou a madrugada através da janela da cozinha. Segurava uma xícara de chá de camomila, esperando que a bebida cumprisse o que prometia e a fizesse pegar no sono quando deitasse. No entanto, estava na segunda xícara e não se achava nem um pouco sonolenta. A mulher soltou um suspiro. Pensava na proposta de Esgard, e na expressão no rosto de Ulisses quando soube, implorando silenciosamente que não fosse para Chicago. Ela o conhecia muito bem. Foram grandes e melhores amigos antes da coisa evoluir para um namoro, então, Hazel não precisava de uma legenda para entender o que significavam os olhos pidões e o semblante dramático. Céus. Ulisses era mesmo tão dramático que lhe dava nos nervos. A mulher bebericou o chá. Sabia que ele não a impediria de ir — ou talvez tente, visto que agora estão em um relacionamento —, porém ela se achava combatendo uma guerra interna. Hazel esperou por uma oportunidade daquelas há tempos — não que Ulisses seja incapaz de promovê-la, mas é que da
Hazel se remexeu na cama. — Como assim? — indagou de sobrancelhas unidas. O ceo desviou o olhar, tentando pensar em uma justificativa que não o fizesse parecer um idiota incapaz de quebrar um voto patético que fez para si mesmo no banheiro de sua sala. Mas algo parecia dizê-lo para ser sincero. Ulisses se sentou ao lado dela. — É complicado… — foi o que conseguiu dizer. Ele engoliu em seco. — Lembra quando eu te disse que não estava mais saindo com ninguém? Que eu queria algo sério e que a vida de cachorrão havia acabado pra mim? A mulher assentiu, tentando não revirar os olhos com o fato do namorado ter se referido como um cachorrão. — Sim, me lembro — disse ela, cruzando os braços. — Bem… não pense mal de mim, mas eu fiz um voto. Foi a forma que encontrei de ser fiel ao meu desejo de viver um amor e ter um relacionamento. — Você poderia apenas não sair com ninguém. — Sim, eu sei que parece bobagem. Mas, Haze, veja… eu precisava mesmo de um incentivo. Uma causa que
Existia um silêncio constrangedor na sala de estar da fazenda. O cheiro de chantilly de lata perturbava a face de Ulisses, deixando-o com as narinas enrugadas. Os olhos dele se mantinham passeando na mãe e no homem. Julgando-os…Dona Rita suspirou. Já estavam devidamente vestidos, embora ainda haja resquícios de chantilly no cabelo do homem. Hazel assistia a situação sem olhar para ninguém ou falar.— Eu agradeceria se mudasse essa cara, Ulisses — sugeriu Rita.— Não consigo. Fui traumatizado há minutos atrás. Acho que vou precisar de um psicólogo — disse, desviando o olhar. — Ora, desfaça essa cara agora — a mulher enfezou. — Estou sozinha há anos. Achou que eu merecia viver assim? Os olhos do ceo a miraram. — Mas é claro que não! — Então me diga o que quer de mim? — Rita se exaltou. — Apenas que faça “aquelas” coisas dentro do seu quarto enquanto estivermos aqui. Eu não sou obrigado a presenciar aquela cena horrorosa — disse ele, simulando um calafrio. — Terei pesadelos e nunc
Ulisses St Jhon não era de beber, mas a ocasião pedia altas doses de Bourbon para lhe encorajar.O copo bateu na pia de mármore com força.Em seguida encarou o próprio reflexo no espelho do banheiro. Observou seu cavanhaque ralo, passando a mão no queixo.— Tão lindo assim e solteiro. Por que as mulheres não te amam, Ulisses?Era uma pergunta real, difícil de fazer e sem resposta.Suspirou e então tomou coragem.— Eu, Ulisses St Jhon, o homem mais lindo de Nova York e que é um imã de mulheres interesseiras — tomou fôlego por um momento. — Juro a mim mesmo que não farei sexo até encontrar uma namorada que me ame!Ao terminar tudo perdeu sentido e ele soltou o ar se apoiando na pia do banheiro. Pareceu certo virar o restante do Bourbon.— Você precisa disso — tentou se convencer. — Se continuar na farra nunca vai conseguir o que tanto sonha. É... vai valer a pena.E de um segundo para outro, o sentido voltou com tudo. Ele queria alguém para amar. Que o amasse de volta. Que envelhecessem
Estava na ultima série quando um miado esganiçado preencheu a academia da casa.Ulisses soltou o peso, ofegante. Depois sorriu para a bolinha de pelos preta que andava até ele como se estivesse aprendendo a andar.Ulisses deu risada.— Veio aqui fazer o quê?A gatinha miou em um berro agudo.— Ok, já entendi. Está com fome? — perguntou se levantando do banco.Fagulha deu meia volta e começou a correr de um jeito engraçado pela casa.Ulisses foi atrás, passando uma toalha úmida pelo peitoral exposto para secar o suor. Em seguida a jogou sobre o ombro.Costumava ir a academia com o amigo, mas Evan se mudou para Los Angeles. Fazia isso justamente porque lá, encontrava mulheres que pareciam gostar de vê-lo treinar e se derretiam com seu sorriso charmoso. Então sempre voltava bem acompanhando para casa.Mas suas intenções agora são outras. Nada de sexo casual com belas mulheres. Terá que se contentar com a academia de sua casa e a companhia de Fagulha. Bem longe das interesseiras.Ulisses