A semana se passou estranha para os amigos. Ulisses fazia tudo ficar estranho, graças aos seus sentimentos confusos e pela briga interna entre se arriscar ou manter a amizade. Obviamente que Hazel percebeu as diferentes atitudes do amigo. Ele estava indo mais vezes na sala de funcionários e pelo menos duas vezes naquela semana a levou para almoçarem juntos em um restaurante perto da St Tec. Estava oferecendo mais caronas do que costumava oferecer e sempre tratava Marcolino como se fosse o cara fosse um problema. Nada disso a incomodava. Comer de graça em restaurantes chiques e andar na garupa de uma moto que vale milhões não era o problema aqui. Ulisses estava mais grudento do que o normal! Um chiclete. Tanto, que queria ir buscar Hazel na casa dela no dia da viagem, sendo que em breve iriam se ver e ficar trancados no jatinho particular dele cinco horas seguidas. É muito Ulisses!Hazel riu de seus pensamentos ao chegar na pista de pouso. Pagou o taxista e percorreu toda a pista p
Primeiro dia de evento. Hazel estava com os nervos à flor da pele. Era sua grande chance e desejava aproveitar cada segundo do que virá pela frente. Mesmo que àquele primeiro dia seja apenas uma recepção formal entre os empresários da área de tecnologia. Ela terminou o banho se enrolando na toalha felpuda do Hotel de luxo que Ulisses e ela estão hospedados. Cada um em um quarto, obviamente.Andou pelo enorme cômodo se jogando com os braços abertos na cama. Chegou a suspirar com a maciez daquele colchão, os lençóis pareciam ser feitos de nuvem. Ah, eu isso que eu mereço. Nesse mesmo momento alguém bate na porta. Ela sabia que era Ulisses, pois ele a chamou logo depois de bater. Saco. Hazel bufou se colocando de pé e andando até a porta que abriu com uma expressão irritada.Os olhos de Ulisses desceram para o corpo dela assim que Hazel abriu a porta.— O quê? — ela perguntou, seca.— Por que sempre abre a porta pra mim de toalha?Não que ele fosse reclamar, mas estava sendo complica
Por sorte, a camisa de Ulisses tampava seu corpo e sua bunda — principalmente a tatuagem — e isso era confortável.Hazel e ele tomaram café da manhã juntos e falaram um pouco sobre o evento da noite. Quando Ulisses mencionou que Lennon provavelmente estará lá, Hazel teve um pequeno ataque de empolgação.— Mas se controle, ela é um pouco séria demais e se você agir assim ela vai te achar louca.Hazel apenas piscou e assentiu.— Ok, anotado. Sem histeria.Ele riu pelo nariz e abandonou a xícara de capuccino na mesa. Depois se levantou.<
Ulisses estava usando o quinto modelito, mas ainda não estava se sentindo confortável com a escolha. Embora estivesse convencido de que nada nele ficava feio, algo estava lhe provocando frio na barriga. Não sabia dizer bem o quê?Deu uma olhada rápida no espelho fazendo careta. Essa também não.Então começou a desabotoar a camisa social vinho, tirando e jogando para dentro do closet com certo desânimo.— Por que nada parece bom? — Perguntou para si mesmo retirando uma camisa social azul royal do cabide. — Ah, deve servir.Colocou e se olhou no espelho novamente. E novamente, não ficou totalmente satis
O caminho até o evento, mesmo com a tensão daquele momento, foi tranquilo e divertido. Ulisses era bom em deixar tudo e todos ao seu redor mais leves e à vontade.Havia fotógrafos por toda parte na entrada e o movimento de carros estava congestionando as ruas por conta de um bar Country super famoso na área.Havia congestionamento, exceto para os empresários convidados que seguiam há um estacionamento no subsolo.Saíram do carro com sorrisos no rosto. Ulisses deu novamente o braço para Hazel, que segurou rapidamente por medo de cair.Usava um salto branco e fino que poderia provocar a maior pagação de mico de sua vid
Ulisses — Eu sei, mãe, mas não tem que se preocupar. Se já virou o bezerro, então ela ficará bem — disse antes de abandonar o peso que estava usando no chão. — Você diz isso porque não está vendo a pobrezinha. Ela sequer está comendo, Ulisses. — Tentou chamar o veterinário de novo? Talvez ele saiba o motivo dela estar assim. — Já — minha mãe soltou um pigarro. — Gavin me garantiu quem tem algo de errado com ela. Nesse momento, escutei ela resmungar algo e um murmúrio baixo e rouco ao fundo chamou a minha atenção. Minhas sobrancelhas se uniram. — Mãe? — Oi. — Está com alguém aí? — Não... foi a TV — ela tentou me enganar. — Não me pareceu a TV — afirmei me encarando no espelho que forrava uma das paredes da academia do Hotel. — Mas foi. Preciso desligar. Mande um beijo para Hazel e a chame para vim à fazendo junto com você. Irei adorar revê-la. E eu adorei a ideia dela fazer essa viagem comigo. — Ok. Fique bem, mãe. — Ficarei se vier me ver ao invés de ser tão ingr
ULISSESBati com o copo de Bourbon no balcão, tentando engolir o incômodo de Edgard — presidente da St Tec em Chicago — conversando com Hazel. Na verdade, conhecia a mente masculina e sabia muito bem que aqueles olhares, aquela forma de sorrir e aquela forma de falar, é de um homem que está interessado.Edgard está claramente flertando com Hazel e por isso, estou bebendo ao invés de entrar na conversa deles.Pensando nisso, pedi mais uma dose ao barman.— Os empresariado em Dubai é totalmente diferente do que estamos acostumados. Minha secretária me acompanhou na ultima viagem para lá, isso faz uns seis anos. — Bufei contra o copo depois de perceber como sua voz é irritante. — Hoje em dia ela trabalho no ramo de tecidos com duas filiais em Chicago. Mês que vem irá abrir a terceira em Londres.Hazel abriu os l&aac
Ulisses St Jhon não era de beber, mas a ocasião pedia altas doses de Bourbon para lhe encorajar.O copo bateu na pia de mármore com força.Em seguida encarou o próprio reflexo no espelho do banheiro. Observou seu cavanhaque ralo, passando a mão no queixo.— Tão lindo assim e solteiro. Por que as mulheres não te amam, Ulisses?Era uma pergunta real, difícil de fazer e sem resposta.Suspirou e então tomou coragem.— Eu, Ulisses St Jhon, o homem mais lindo de Nova York e que é um imã de mulheres interesseiras — tomou fôlego por um momento. — Juro a mim mesmo que não farei sexo até encontrar uma namorada que me ame!Ao terminar tudo perdeu sentido e ele soltou o ar se apoiando na pia do banheiro. Pareceu certo virar o restante do Bourbon.— Você precisa disso — tentou se convencer. — Se continuar na farra nunca vai conseguir o que tanto sonha. É... vai valer a pena.E de um segundo para outro, o sentido voltou com tudo. Ele queria alguém para amar. Que o amasse de volta. Que envelhecessem