Assim que Ayla sai daquela sala, ela sente o peso de toda pressão que estava ao seu redor. Tem dificuldade pra respirar, e sobretudo, parece ter dificuldade de deixar Juan ali. Mesmo que ele já tivesse deixado claro que não precisava de ajuda, e muito menos a dela.—Senhorita, bom dia!— Ayla de repente foi abordada do lado de fora daquela sala.—Sim, bom dia.— Ela responde, ainda que desconfiada e percebe que se tratava do mesmo detetive que havia parado o Juan mais cedo.—A senhorita poderia me acompanhar por um instante?— ele sugere, mas Ayla conhece o suficiente de hierarquia pra saber que ela não tem opção além de segui-lo.Eles entram numa sala, um pouco parecida com a que Juan estava. No entanto, havia outro detetive lá dentro e eles a encaravam como se ela fosse suspeita de algo.—Por que estou aqui?— ela pergunta assim que se senta, quando sente o nervosismo correndo em sua veia.—Só queremos fazer algumas perguntas.— O outro detetive é quem responde.—Há quanto tempo, você tr
Ayla encara Juan, a surpresa e descrença a invadindo. Ela não consegue colocar em palavras como aquela noticia havia, literalmente, destruído o seu mundo.—Você conhece?— Juan insiste quando recebe apenas o silêncio de Ayla.—Não.— Ela diz rapidamente, sem precisar parar pra pensar.Juan franze as sobrancelhas, e percebe o comportamento incomum de Ayla. Não era do seu feitio responder qualquer coisa com uma palavra apenas. Ela sempre falava mais. Sempre mais do que podia.—Pensei que a conhecesse. Visto que até os sobrenomes são iguais.— Juan insiste, o que deixa Ayla extremamente irritada.—É apenas coincidência. Só isso.— Ela resmunga e antes que Juan pudesse falar qualquer coisa, ela desaparece mansão adentro.Enquanto Ayla tenta acalmar seus sentidos seguindo em direção a Emma, ela apenas alimenta a certeza de que jamais poderia deixar que Juan soubesse a verdade sobre Diana. Ayla sentia vergonha, sentia-se inferior. E agora, ao perceber que o destino de Juan poderia estar complet
Assim que Ayla para o carro em frente a mansão, ela vê o dano que fez. Havia uma intensa fumaça saindo do lado esquerdo da casa, onde se encontrava a cozinha. E onde Ayla esperava que se mantivesse e o fogo só não tivesse tido tempo o suficiente de destruir tudo.—Por favorzinho, que nada de tão terrível tenha acontecido.— Ela ora consigo mesma enquanto atravessa a casa pelos fundos.E é questão de segundos até Ayla começar a tossir e tentar esconder o rosto da fumaça que saia de dentro daquele cômodo. Pelo pouco de vislumbre que ainda tinha sua visão, ela pôde perceber que o fogo parecia cessado, pois não enxergava nada flamejante e vermelho, apenas o cinza quente.—Oi, tem alguém aqui?— ela pergunta, incapaz de ver qualquer coisa e tenta segurar na pia ao seu lado, mas o inox está tão quente que queima sua mão e ela grita com o susto e dor. —Droga.— Ela leva sua mão aos lábios, sentindo aquela queimadura.—O que você está fazendo aqui?— era a voz de Juan preenchendo todo aquele loca
Juan está esperando, encostado na porta do quarto, enquanto Alison termina de se vestir.—O que você acha desse?— ela pergunta, agora vestindo um vestido branco florado, a décima peça de roupa que ela havia provado naquela noite.—Querida, você está linda nesse. Assim como estava em todos os outros. Podemos ir?— Juan fala a mesma coisa, também pela décima vez.E como todas as outras vezes também, Alison parece não ouvir e ela volta a se encarar no espelho.O quarto deles era minúsculo. Eles haviam acabado de se mudar pra aquela casinha assim que saíram do ensino médio. O lugar era pequeno, a humildade residindo em todos os poucos móveis que eles tinham conseguido até aquele momento.Aquele começo estava sendo difícil, mas toda vez que Juan olhava para Alison, ele só tinha certeza que tudo estava valendo a pena. Desde que ela se mantivesse com ele, igual havia sido desde os seus 8 anos de idade.—Tudo bem, meu amor. Apenas escolha um desses vestidos e eu irei.— Alison volta a falar e s
Juan se encontra completamente confuso ao encontrar, mais uma vez, e antes de vinte e quatro horas, aquela delegada.Ele a encara em sua porta e a expressão que traz em seu rosto deixa Juan em alerta.—O que está fazendo aqui?— ele pergunta outra vez, mesmo que soe um tanto rude.Diana apenas levanta o queixo em sua direção e discretamente afasta o largo casaco em sua cintura, revelando também discretamente o seu distintivo.—Senhor Barichello, descobrimos alguns assuntos adicionais sobre o seu caso. E eu gostaria de fazer algumas perguntas.— Diana fala.—E não podia esperar até amanhã?— ele pergunta, irritado e não consegue esconder sua insatisfação.—Temos um acordo, não temos? Você me ajuda e eu o ajudo.— Diana relembra a Juan a conversa anterior que tiveram.Juan, ainda que relutante, se afasta e a convida a entrar.—Delegada Diana, essa é a...— Juan começa a falar, mas no mesmo instante se cala.Ele olha para ambos os lados procurando a Ayla, prestes a apresenta-la a sua conterrâ
Juan começa a andar antes mesmo que Ayla possa reagir.—O que está fazendo?— ela o interrompe, ficando em sua frente, querendo evitar um inevitável conflito.Juan está cego demais em sua raiva, amargura e dor. E não existe nada que o impediria de agir naquele instante. Porque a verdade era que se ele tivesse reagido antes, nada que aconteceu até aquele momento, estaria se passando.—Ayla, volta pra casa. Não preciso de você aqui.— Ele diz, abrindo a porta e seguindo em frente, sem olhar pra ela.Ayla se encontra desesperada. Se arrepende de ter revelado aquilo, e sobretudo a preocupação e o medo a invade, porque ela não faz ideia do que está lidando. Sobretudo, porque aquele carro não se afasta, continua ali. Esperando enquanto Juan seguia em sua direção.—Juan, por favor... — Ayla insiste, mas aquilo foi o suficiente para fazê-lo explodir.—Eu te mandei ir embora. Agora!— ele grita, o que faz Ayla tremer sob seu tom.Ele a deixa, e sem olhar para trás se aproxima do carro. Ayla sabe
Emma ouviu tudo que Ayla dissera com o máximo de atenção possível. A garota estava empolgada, e certa de que faria o aniversário do seu pai valer a pena.—Agora você pode subir e fazer o que planejava. O resto é comigo.— Ayla falou a Emma que correu para realizar o que queria.Emma dissera que havia feito um presente a mão para entregar ao seu pai e também havia pedido ajuda da cozinheira da casa para fazer o seu bolo favorito. O mesmo que Alison costumava preparar para os dois. Emma falara que iria acordar o seu pai assim, que saberia como começar o seu dia, mas não como terminar. E o resto dessa questão sobrara pra Ayla resolver.—Tudo bem. O que eu posso fazer com tudo isso?— Ayla começou a falar consigo mesma enquanto adentrava a biblioteca da mansão.Ela estava na missão de descobrir o que Juan gostava, visto que não poderia saber sobre ele o perguntando.Emma voltou a se juntar a Ayla cerca de meia hora depois, enquanto Ayla ainda estava afundada nos tantos de livros que encontr
Ayla sente seu corpo entrar no mais perfeito estado de combustão. Seus lábios tremem sob os lábios de Juan, todo seu corpo se arrepia e ela se sente flutuando, mesmo com seus pés ainda no chão.Existe uma miríade de sensações percorrendo o corpo dele ao dela naquele momento, e mesmo assim, ela não consegue descrever com perfeição nenhuma delas. Porque seja lá o que for aquilo, era diferente, maior de tudo que ela já tinha sentido.No entanto, a sensação de vazio quase rasga o seu peito quando Juan se afasta. Sua respiração ainda está ofegante e ela ainda está de olhos fechados quando Juan volta a encará-la.Os lábios dele ainda estão pinicando, desejando mais daquilo, dos seus lábios. No entanto, a parte ainda sã do seu cérebro fala mais alto e ele percebe o grande erro que cometera.—Ayla, eu...— ele começa a falar de repente, a voz embargada.—Sim.— Ela espera, ansiosa. Desejando ouvir qualquer coisa que saísse dos seus lábios.Mas o que Juan entrega é um doloroso silêncio. Ele apen