Assim que Ayla para o carro em frente a mansão, ela vê o dano que fez. Havia uma intensa fumaça saindo do lado esquerdo da casa, onde se encontrava a cozinha. E onde Ayla esperava que se mantivesse e o fogo só não tivesse tido tempo o suficiente de destruir tudo.—Por favorzinho, que nada de tão terrível tenha acontecido.— Ela ora consigo mesma enquanto atravessa a casa pelos fundos.E é questão de segundos até Ayla começar a tossir e tentar esconder o rosto da fumaça que saia de dentro daquele cômodo. Pelo pouco de vislumbre que ainda tinha sua visão, ela pôde perceber que o fogo parecia cessado, pois não enxergava nada flamejante e vermelho, apenas o cinza quente.—Oi, tem alguém aqui?— ela pergunta, incapaz de ver qualquer coisa e tenta segurar na pia ao seu lado, mas o inox está tão quente que queima sua mão e ela grita com o susto e dor. —Droga.— Ela leva sua mão aos lábios, sentindo aquela queimadura.—O que você está fazendo aqui?— era a voz de Juan preenchendo todo aquele loca
Juan está esperando, encostado na porta do quarto, enquanto Alison termina de se vestir.—O que você acha desse?— ela pergunta, agora vestindo um vestido branco florado, a décima peça de roupa que ela havia provado naquela noite.—Querida, você está linda nesse. Assim como estava em todos os outros. Podemos ir?— Juan fala a mesma coisa, também pela décima vez.E como todas as outras vezes também, Alison parece não ouvir e ela volta a se encarar no espelho.O quarto deles era minúsculo. Eles haviam acabado de se mudar pra aquela casinha assim que saíram do ensino médio. O lugar era pequeno, a humildade residindo em todos os poucos móveis que eles tinham conseguido até aquele momento.Aquele começo estava sendo difícil, mas toda vez que Juan olhava para Alison, ele só tinha certeza que tudo estava valendo a pena. Desde que ela se mantivesse com ele, igual havia sido desde os seus 8 anos de idade.—Tudo bem, meu amor. Apenas escolha um desses vestidos e eu irei.— Alison volta a falar e s
Juan se encontra completamente confuso ao encontrar, mais uma vez, e antes de vinte e quatro horas, aquela delegada.Ele a encara em sua porta e a expressão que traz em seu rosto deixa Juan em alerta.—O que está fazendo aqui?— ele pergunta outra vez, mesmo que soe um tanto rude.Diana apenas levanta o queixo em sua direção e discretamente afasta o largo casaco em sua cintura, revelando também discretamente o seu distintivo.—Senhor Barichello, descobrimos alguns assuntos adicionais sobre o seu caso. E eu gostaria de fazer algumas perguntas.— Diana fala.—E não podia esperar até amanhã?— ele pergunta, irritado e não consegue esconder sua insatisfação.—Temos um acordo, não temos? Você me ajuda e eu o ajudo.— Diana relembra a Juan a conversa anterior que tiveram.Juan, ainda que relutante, se afasta e a convida a entrar.—Delegada Diana, essa é a...— Juan começa a falar, mas no mesmo instante se cala.Ele olha para ambos os lados procurando a Ayla, prestes a apresenta-la a sua conterrâ
Juan começa a andar antes mesmo que Ayla possa reagir.—O que está fazendo?— ela o interrompe, ficando em sua frente, querendo evitar um inevitável conflito.Juan está cego demais em sua raiva, amargura e dor. E não existe nada que o impediria de agir naquele instante. Porque a verdade era que se ele tivesse reagido antes, nada que aconteceu até aquele momento, estaria se passando.—Ayla, volta pra casa. Não preciso de você aqui.— Ele diz, abrindo a porta e seguindo em frente, sem olhar pra ela.Ayla se encontra desesperada. Se arrepende de ter revelado aquilo, e sobretudo a preocupação e o medo a invade, porque ela não faz ideia do que está lidando. Sobretudo, porque aquele carro não se afasta, continua ali. Esperando enquanto Juan seguia em sua direção.—Juan, por favor... — Ayla insiste, mas aquilo foi o suficiente para fazê-lo explodir.—Eu te mandei ir embora. Agora!— ele grita, o que faz Ayla tremer sob seu tom.Ele a deixa, e sem olhar para trás se aproxima do carro. Ayla sabe
Emma ouviu tudo que Ayla dissera com o máximo de atenção possível. A garota estava empolgada, e certa de que faria o aniversário do seu pai valer a pena.—Agora você pode subir e fazer o que planejava. O resto é comigo.— Ayla falou a Emma que correu para realizar o que queria.Emma dissera que havia feito um presente a mão para entregar ao seu pai e também havia pedido ajuda da cozinheira da casa para fazer o seu bolo favorito. O mesmo que Alison costumava preparar para os dois. Emma falara que iria acordar o seu pai assim, que saberia como começar o seu dia, mas não como terminar. E o resto dessa questão sobrara pra Ayla resolver.—Tudo bem. O que eu posso fazer com tudo isso?— Ayla começou a falar consigo mesma enquanto adentrava a biblioteca da mansão.Ela estava na missão de descobrir o que Juan gostava, visto que não poderia saber sobre ele o perguntando.Emma voltou a se juntar a Ayla cerca de meia hora depois, enquanto Ayla ainda estava afundada nos tantos de livros que encontr
Ayla sente seu corpo entrar no mais perfeito estado de combustão. Seus lábios tremem sob os lábios de Juan, todo seu corpo se arrepia e ela se sente flutuando, mesmo com seus pés ainda no chão.Existe uma miríade de sensações percorrendo o corpo dele ao dela naquele momento, e mesmo assim, ela não consegue descrever com perfeição nenhuma delas. Porque seja lá o que for aquilo, era diferente, maior de tudo que ela já tinha sentido.No entanto, a sensação de vazio quase rasga o seu peito quando Juan se afasta. Sua respiração ainda está ofegante e ela ainda está de olhos fechados quando Juan volta a encará-la.Os lábios dele ainda estão pinicando, desejando mais daquilo, dos seus lábios. No entanto, a parte ainda sã do seu cérebro fala mais alto e ele percebe o grande erro que cometera.—Ayla, eu...— ele começa a falar de repente, a voz embargada.—Sim.— Ela espera, ansiosa. Desejando ouvir qualquer coisa que saísse dos seus lábios.Mas o que Juan entrega é um doloroso silêncio. Ele apen
Ayla estava em um caminho cego, obscuro e incerto. Ela não podia ver onde estava, do mesmo modo que não podia prever se conseguiria sair daquela situação viva ou não.Ela sentia os fortes movimentos do carro, como se estivesse indo em direção a uma estrada esburacada, mas nada além disso.—O que vocês querem de mim?— ela pergunta, depois de alguns minutos de silêncio que sucederam seus gritos insanos.Ayla tentava se soltar da corda amarrada em suas mãos, tentava se remexer pra tentar tirar aquele saco em sua cabeça, mas era em vão. Naquele ponto da vida dela, Ayla percebeu que tudo seria em vão.—Nós não queremos nada de você.— Um homem responde muito próximo do rosto dela e Ayla sente o calor dele quando ele parece sentar-se ao seu lado. —Você é apenas uma isca para um peixe muito maior.—Um efeito colateral. Digamos assim.— outra voz masculina interviu.—Vocês não irão conseguir nada comigo.— Ayla insiste em falar. —Eu não significo nada para ele, estão apenas perdendo tempo.No me
Ayla assiste impassível enquanto sua vida está à mercê da vontade de outras pessoas.Ela encara Juan e não vê nada nele além da áurea sombria e raivosa. Desde que ele chegara, sequer havia parado para encará-la, seus olhos seguiam mortais em Roni.—Por que está fazendo isso?— Juan pergunta numa espécie de calmaria assustadora.Roni o encara, parece confuso. Não esperava uma reação tão fria de Juan, se perguntou se ele era realmente tão insensível aquele modo.—Eu faço, porque eu posso.— Roni diz, por fim. —Agora você tem alguma pergunta real ou podemos começar? Você está ansiosa para descobrir a verdade, querida?— Roni pergunta, desviando sua atenção para Ayla.Por mais que o medo, a ansiedade e incerteza tivessem consumindo seus ossos, uma parte de Ayla desejava verdadeiramente descobrir toda aquela história de uma vez por todas. Ela odiava está jogando no escuro, e por causa disso, ela não fazia ideia do que estava se metendo naquele instante.—Roni, você pode parar de tentar montar