Juan começa a andar antes mesmo que Ayla possa reagir.—O que está fazendo?— ela o interrompe, ficando em sua frente, querendo evitar um inevitável conflito.Juan está cego demais em sua raiva, amargura e dor. E não existe nada que o impediria de agir naquele instante. Porque a verdade era que se ele tivesse reagido antes, nada que aconteceu até aquele momento, estaria se passando.—Ayla, volta pra casa. Não preciso de você aqui.— Ele diz, abrindo a porta e seguindo em frente, sem olhar pra ela.Ayla se encontra desesperada. Se arrepende de ter revelado aquilo, e sobretudo a preocupação e o medo a invade, porque ela não faz ideia do que está lidando. Sobretudo, porque aquele carro não se afasta, continua ali. Esperando enquanto Juan seguia em sua direção.—Juan, por favor... — Ayla insiste, mas aquilo foi o suficiente para fazê-lo explodir.—Eu te mandei ir embora. Agora!— ele grita, o que faz Ayla tremer sob seu tom.Ele a deixa, e sem olhar para trás se aproxima do carro. Ayla sabe
Emma ouviu tudo que Ayla dissera com o máximo de atenção possível. A garota estava empolgada, e certa de que faria o aniversário do seu pai valer a pena.—Agora você pode subir e fazer o que planejava. O resto é comigo.— Ayla falou a Emma que correu para realizar o que queria.Emma dissera que havia feito um presente a mão para entregar ao seu pai e também havia pedido ajuda da cozinheira da casa para fazer o seu bolo favorito. O mesmo que Alison costumava preparar para os dois. Emma falara que iria acordar o seu pai assim, que saberia como começar o seu dia, mas não como terminar. E o resto dessa questão sobrara pra Ayla resolver.—Tudo bem. O que eu posso fazer com tudo isso?— Ayla começou a falar consigo mesma enquanto adentrava a biblioteca da mansão.Ela estava na missão de descobrir o que Juan gostava, visto que não poderia saber sobre ele o perguntando.Emma voltou a se juntar a Ayla cerca de meia hora depois, enquanto Ayla ainda estava afundada nos tantos de livros que encontr
Ayla sente seu corpo entrar no mais perfeito estado de combustão. Seus lábios tremem sob os lábios de Juan, todo seu corpo se arrepia e ela se sente flutuando, mesmo com seus pés ainda no chão.Existe uma miríade de sensações percorrendo o corpo dele ao dela naquele momento, e mesmo assim, ela não consegue descrever com perfeição nenhuma delas. Porque seja lá o que for aquilo, era diferente, maior de tudo que ela já tinha sentido.No entanto, a sensação de vazio quase rasga o seu peito quando Juan se afasta. Sua respiração ainda está ofegante e ela ainda está de olhos fechados quando Juan volta a encará-la.Os lábios dele ainda estão pinicando, desejando mais daquilo, dos seus lábios. No entanto, a parte ainda sã do seu cérebro fala mais alto e ele percebe o grande erro que cometera.—Ayla, eu...— ele começa a falar de repente, a voz embargada.—Sim.— Ela espera, ansiosa. Desejando ouvir qualquer coisa que saísse dos seus lábios.Mas o que Juan entrega é um doloroso silêncio. Ele apen
Ayla estava em um caminho cego, obscuro e incerto. Ela não podia ver onde estava, do mesmo modo que não podia prever se conseguiria sair daquela situação viva ou não.Ela sentia os fortes movimentos do carro, como se estivesse indo em direção a uma estrada esburacada, mas nada além disso.—O que vocês querem de mim?— ela pergunta, depois de alguns minutos de silêncio que sucederam seus gritos insanos.Ayla tentava se soltar da corda amarrada em suas mãos, tentava se remexer pra tentar tirar aquele saco em sua cabeça, mas era em vão. Naquele ponto da vida dela, Ayla percebeu que tudo seria em vão.—Nós não queremos nada de você.— Um homem responde muito próximo do rosto dela e Ayla sente o calor dele quando ele parece sentar-se ao seu lado. —Você é apenas uma isca para um peixe muito maior.—Um efeito colateral. Digamos assim.— outra voz masculina interviu.—Vocês não irão conseguir nada comigo.— Ayla insiste em falar. —Eu não significo nada para ele, estão apenas perdendo tempo.No me
Ayla assiste impassível enquanto sua vida está à mercê da vontade de outras pessoas.Ela encara Juan e não vê nada nele além da áurea sombria e raivosa. Desde que ele chegara, sequer havia parado para encará-la, seus olhos seguiam mortais em Roni.—Por que está fazendo isso?— Juan pergunta numa espécie de calmaria assustadora.Roni o encara, parece confuso. Não esperava uma reação tão fria de Juan, se perguntou se ele era realmente tão insensível aquele modo.—Eu faço, porque eu posso.— Roni diz, por fim. —Agora você tem alguma pergunta real ou podemos começar? Você está ansiosa para descobrir a verdade, querida?— Roni pergunta, desviando sua atenção para Ayla.Por mais que o medo, a ansiedade e incerteza tivessem consumindo seus ossos, uma parte de Ayla desejava verdadeiramente descobrir toda aquela história de uma vez por todas. Ela odiava está jogando no escuro, e por causa disso, ela não fazia ideia do que estava se metendo naquele instante.—Roni, você pode parar de tentar montar
Ayla encara Juan. As palavras que saíram da boca dele e o tom sombrio por trás de toda sua expressão, entrega intensos arrepios em sua pele.—Do que está falando?— Ayla sussurra, suas lágrimas agora pararam de descer, sendo substituída por sua incredulidade e medo.—Como pode ter tanta certeza de que eu não matei a Alison?— Juan refaz sua pergunta do jeito tão enigmático quanto revelador.Ayla engole em seco, e se pergunta se existe algo a mais por trás de suas palavras ou se são apenas palavras soltas e perdidas no meio da sua confusão presente.Roni parece assistir tudo aquilo com uma diversão impagável, era como se realmente o desse prazer ver a tortura presente nos olhos dos dois.—Ah, eu adoraria assistir todo o início, meio e fim dessa história. Mas eu realmente não tenho tempo.— Roni intervém e a arma na cabeça de Juan encontra uma mira certeira. —Pega o celular e liga. Agora.Juan ainda tem seus olhos presos em Ayla enquanto puxa o celular do bolso numa espécie de paz assustad
Juan não podia acreditar no que estava vendo. Não podia, em multiverso algum, prever a grandiosa estupidez que Ayla acabara de fazer.—O que você pensa que está fazendo?— Juan exclamou, desacreditado.Ayla em sua frente não parecia temer, era como se ela tivesse a absoluta certeza do que estava fazendo. E por alguma razão, ela não se arrependia de nada. E Juan viu aquilo através dos seus olhos, viu sua teimosia e empatia ali.—Estou declarando minha culpa.— Ayla fala por fim.—Mas você não é culpada. Que diabos está fazendo aqui?— ele grita, parece exasperado ao enxergar mais uma confusão presente ali.—Vou te contar como aconteceu, Juan.— Ayla começa a falar.E então, ela conta. Horas antes, depois que tudo já havia sido resolvido, e ela ligara para Ryan que ainda estava na cidade e Emma já estava sob sua segurança, ela decidira ir até a delegacia.De início, sua primeira reação foi perguntar sobre o Juan e informaram que ele estava na sala de interrogatórios. E então, ela pediu para
Ayla e Juan esperam o veredito, ansiosos.—E aí?— Ayla não contem sua curiosidade e pergunta.Vance e Gordon se entreolham e eles quase sorriem daquela cena. E ainda há uma espécie de humor em suas expressões quando Vance diz:—A única certeza que temos é que toda a história de vocês é incoerente. Principalmente a sua, senhorita Green.Ayla engole em seco e Juan quase grita na cara dela que ele havia avisado, que aquela havia sido a ideia mais estupida que ela tivera.—Você realmente acredita que nós já não havíamos checado todo seu histórico antes? Que não sabíamos que a vida toda você apenas morou no interior do estado e jamais ouvira saber sobre nada daqui? Nós a pesquisamos, Ayla. Sabíamos a verdade por trás de cada mentira sua.Diante de tudo que escutou, Ayla fica ainda mais intrigada.—Então quer dizer que eu fui investigada antes? Eu cheguei a ser suspeita?— ela quer saber.—E agora não consigo compreender como pensamos nessa possibilidade.— É Gordon quem responde.Ayla conseg