Ninguém poderia descrever o tamanho do peso que amarrava o coração de Juan naquele instante. Mas também ninguém poderia descrever o alivio que também começou a se infiltrar nele, quando olhou em frente e viu Ayla ali, o querendo ouvir com atenção e empatia.—Alison foi o grande amor da minha vida e eu achava que também era o dela.— Juan começou. —Nós crescemos juntos, tivemos todas as primeiras vezes da nossa vida juntos.—E o que mudou?— Ayla pergunta, sentindo seu coração se acelerar com a antecipação.—O dinheiro.— Juan diz simplesmente, deixando Ayla ainda mais confusa. —Jamais acredite quando te disserem que o dinheiro não muda as pessoas, porque é uma grande besteira. Quando a ideia de poder sobe à cabeça...Juan não finalizou sua frase, mas aquilo deixara Ayla ainda mais intrigada.—Eu não entendo.— Ela falou, por fim. —Vocês dois cresceram juntos e com a mesma situação financeira. Até que, também juntos, conseguiram muito dinheiro. Como isso poderia ter sido um problema?Juan
O silêncio que pairava entre Ayla e Juan enquanto voltavam para casa era quase palpável. Cada um imerso em seus próprios pensamentos e sentimentos, processando tudo o que havia acontecido nas últimas horas, junto as revelações dolorosas.Assim que chegam à mansão, Ayla apenas deseja ir correndo descansar e dormir pelas próximas setenta e duas horas. No entanto, ela ainda seguia preocupada com Emma e queria ver a garota mais uma vez.—Foi extremamente útil o Ryan ainda estar na cidade hoje.— Ayla comenta.—Algo me diz que ele ainda ficará aqui por um tempo.— Juan responde.Os dois seguem até a entrada e Juan abre a porta da sala de estar e é nesse momento, que os dois são surpreendidos por uma visita inesperada: a delegada Diana. Juan ficou surpreso ao vê-la ali, não esperava encontrar uma figura de autoridade em sua porta tão cedo, não após aquele dia caótico.—Delegada Diana— Juan cumprimentou, tentando disfarçar sua surpresa.Ryan estava sentado ao seu lado e Diana sorriu ao ver Ju
Juan pôde sentir o silêncio pesado que pairava entre ele e Ayla enquanto voltavam para casa, após Juan ter compartilhado algo tão íntimo seu. O peso de todas aquelas revelações recentes ainda ecoava em suas mentes, criando uma barreira invisível entre eles.E isso só ficou ainda mais claro ao chegarem à mansão, e serem surpreendidos por uma visita completamente indesejada: a delegada Diana. Juan, ainda atordoado com todos os últimos minutos que presenciara entre Ayla e sua imã, não sabia como lidar com a presença dela. Mas quando se encontraram a sós, Juan, por fim decidiu confrontá-la.—Por que está aqui, Diana?— Juan perguntou, sua voz carregada de desconfiança.Diana, por sua vez, manteve a compostura, mas seus olhos mostravam uma tensão contida. —Eu precisava falar com você sobre a investigação, Juan. Mas agora, acho que deveríamos falar sobre a Ayla.Juan franziu o cenho, preparado para qualquer coisa que Diana pudesse dizer. —O que tem a Ayla?—Diana respirou fundo, reunindo
O beijo entre Juan e Ayla funcionou como uma tempestade de emoções, uma mistura vertiginosa de desejo, arrependimento e esperança dentro dela.Todos seus sentimentos estão completamente confusos, no entanto, enquanto seus lábios se tocavam, ambos sentiam como se estivessem sendo consumidos por uma chama intensa, uma chama que queimava todas as barreiras que haviam erguido entre eles.—Ayla.— Juan sussurrou sob os seus lábios, acariciando-a pela nuca, sentindo os fios sedosos dos seus cabelos.—Juan...— Ayla responde de volta, se permitindo entregar-se aquela sensação.Naquele momento, o mundo exterior pareceu desaparecer e tudo o que importava era a sensação da pele deles se tocando, dos corações batendo em uníssono. Mas, eventualmente, a realidade os alcançou, quando o fôlego entre eles fora tomado e eles se separaram para respirar, deixando um espaço vazio e doloroso entre eles.Ayla olhou para Juan, seus olhos ainda nublados pela intensidade do momento e tudo o que o antecedeu.El
Por mais que Juan estivesse certo do sentimento que vinha queimando em seu peito nas últimas semanas, aquela pergunta de Ayla o deixou em alerta. Havia algo no olhar dela, uma centelha de esperança, uma devoção silenciosa que o fez parar e refletir. Era como se ele visse em Ayla um reflexo de si mesmo, o tipo de confiança que ele compartilhara com Alison, o mesmo brilho nos olhos quando você entrega tudo de si para alguém e espera que ela faça o mesmo por você.Era exatamente assim entre ele e Alison. O tipo de compreensão silenciosa e a ideia de um amor incondicional. Mas tudo não passou de ser apenas isso: uma ideia de algo. O final fora trágico e ele temia reviver aquele filme outra vez.—Juan— chamou Ayla de repente, quebrando o silêncio que pairava entre eles —Você está bem?Juan balançou a cabeça rapidamente, tentando voltar à realidade e afastar seus devaneios.—Me desculpe, eu...— Juan pigarreou, parecendo confuso, exausto. —Ayla, você se incomodaria se eu fosse deitar?Ayla
Juan sentiu como se o chão tivesse sido puxado de debaixo de seus pés assim que ele ouviu aquelas palavras saírem da boca dela. Ele não esperava por aquilo, não estava preparado para a ideia de Ayla partir. Não quando ela já havia se tornado indispensável ali, na mansão, com ele.—Por quê?— foi tudo o que Juan conseguiu dizer, sua voz saindo em um sussurro rouco.Ayla olhou para ele com uma expressão de dor e tristeza.—Eu preciso ir embora, preciso voltar para casa. Pelo menos por um tempo.As palavras dela o atingiram como um soco no estômago. Ele não queria que ela partisse, não podia imaginá-la longe dele.—Mas... e nós?— perguntou, lutando para manter a compostura.Ayla desviou o olhar, incapaz de encará-lo diretamente.—Nós... Nós também precisamos de um tempo— disse ela, sua voz falhando um pouco. —Eu preciso resolver algumas coisas por conta própria, e você... você precisa lidar com o que está acontecendo em sua vida.Juan sentiu seu coração se apertar com as palavras dela. E
Enquanto o destino de Amanda e Ryan é traçado por suas próprias mãos, em um lugar distante, Ayla se encontra em um voo de volta para casa. Ela olha pela janela, vendo as nuvens se esticarem até onde os olhos podem ver, mas sua mente está em outro lugar..—Com licença, senhorita. Você está precisando de algo?— pergunta a aeromoça ao seu lado.Ayla pisca, voltando à realidade ao som de sua voz. Ela olha para a aeromoça, vendo a preocupação em seu rosto, mas não consegue encontrar as palavras para responder.—Não, está tudo bem. Muito obrigada— responde ela finalmente, forçando um sorriso fraco.A aeromoça assente, oferecendo-lhe uma caixa de lenços antes de se afastar. E foi então que Ayla percebeu que estava chorando.—Ah, obrigada.— Ela disse, ainda que se sentindo um pouco constrangida.Enquanto Ayla enxugava suas lágrimas, ela recorda de tudo do lugar que estava deixando para trás.Lembra que havia se perdido nos olhos de Juan desde a primeira vez, e ela temia profundamente que nunc
Naquela manhã, Juan havia deixado a janela aberta.Ele se encontrava em seu escritório, se preparando para um dia que seria longo, exaustivo e tedioso como todos os seus dias sempre eram presos em sua própria monotonia.Juan para em frente a janela, e dessa vez, ele olha para baixo, e acaba por recordar da última vez em que esteve exatamente daquele jeito. Ali em cima, observando Ayla ter o primeiro contato com Emma e como aquilo havia atiçado sua curiosidade completamente. Ele consegue visualizar outra vez todo o início daquela história emaranhada, de conflitos esquecidos e que agora eram apenas cobertos por pedaços de ausência.—Senhor Barichello, podemos continuar?— A voz do mordomo da casa surge no escritório.Juan sequer havia percebido que Gomez batera na porta, preso em seus próprios pensamentos.—Por favor, Gomez.— Ele responde, por fim, virando-se. —A senhora Edith já voltou?—Sim.— Gomez responde com firmeza. —Emma já se encontra na escola.—Certo, obrigado.— Juan diz, o dis