Juan pôde sentir o silêncio pesado que pairava entre ele e Ayla enquanto voltavam para casa, após Juan ter compartilhado algo tão íntimo seu. O peso de todas aquelas revelações recentes ainda ecoava em suas mentes, criando uma barreira invisível entre eles.E isso só ficou ainda mais claro ao chegarem à mansão, e serem surpreendidos por uma visita completamente indesejada: a delegada Diana. Juan, ainda atordoado com todos os últimos minutos que presenciara entre Ayla e sua imã, não sabia como lidar com a presença dela. Mas quando se encontraram a sós, Juan, por fim decidiu confrontá-la.—Por que está aqui, Diana?— Juan perguntou, sua voz carregada de desconfiança.Diana, por sua vez, manteve a compostura, mas seus olhos mostravam uma tensão contida. —Eu precisava falar com você sobre a investigação, Juan. Mas agora, acho que deveríamos falar sobre a Ayla.Juan franziu o cenho, preparado para qualquer coisa que Diana pudesse dizer. —O que tem a Ayla?—Diana respirou fundo, reunindo
O beijo entre Juan e Ayla funcionou como uma tempestade de emoções, uma mistura vertiginosa de desejo, arrependimento e esperança dentro dela.Todos seus sentimentos estão completamente confusos, no entanto, enquanto seus lábios se tocavam, ambos sentiam como se estivessem sendo consumidos por uma chama intensa, uma chama que queimava todas as barreiras que haviam erguido entre eles.—Ayla.— Juan sussurrou sob os seus lábios, acariciando-a pela nuca, sentindo os fios sedosos dos seus cabelos.—Juan...— Ayla responde de volta, se permitindo entregar-se aquela sensação.Naquele momento, o mundo exterior pareceu desaparecer e tudo o que importava era a sensação da pele deles se tocando, dos corações batendo em uníssono. Mas, eventualmente, a realidade os alcançou, quando o fôlego entre eles fora tomado e eles se separaram para respirar, deixando um espaço vazio e doloroso entre eles.Ayla olhou para Juan, seus olhos ainda nublados pela intensidade do momento e tudo o que o antecedeu.El
Por mais que Juan estivesse certo do sentimento que vinha queimando em seu peito nas últimas semanas, aquela pergunta de Ayla o deixou em alerta. Havia algo no olhar dela, uma centelha de esperança, uma devoção silenciosa que o fez parar e refletir. Era como se ele visse em Ayla um reflexo de si mesmo, o tipo de confiança que ele compartilhara com Alison, o mesmo brilho nos olhos quando você entrega tudo de si para alguém e espera que ela faça o mesmo por você.Era exatamente assim entre ele e Alison. O tipo de compreensão silenciosa e a ideia de um amor incondicional. Mas tudo não passou de ser apenas isso: uma ideia de algo. O final fora trágico e ele temia reviver aquele filme outra vez.—Juan— chamou Ayla de repente, quebrando o silêncio que pairava entre eles —Você está bem?Juan balançou a cabeça rapidamente, tentando voltar à realidade e afastar seus devaneios.—Me desculpe, eu...— Juan pigarreou, parecendo confuso, exausto. —Ayla, você se incomodaria se eu fosse deitar?Ayla
Juan sentiu como se o chão tivesse sido puxado de debaixo de seus pés assim que ele ouviu aquelas palavras saírem da boca dela. Ele não esperava por aquilo, não estava preparado para a ideia de Ayla partir. Não quando ela já havia se tornado indispensável ali, na mansão, com ele.—Por quê?— foi tudo o que Juan conseguiu dizer, sua voz saindo em um sussurro rouco.Ayla olhou para ele com uma expressão de dor e tristeza.—Eu preciso ir embora, preciso voltar para casa. Pelo menos por um tempo.As palavras dela o atingiram como um soco no estômago. Ele não queria que ela partisse, não podia imaginá-la longe dele.—Mas... e nós?— perguntou, lutando para manter a compostura.Ayla desviou o olhar, incapaz de encará-lo diretamente.—Nós... Nós também precisamos de um tempo— disse ela, sua voz falhando um pouco. —Eu preciso resolver algumas coisas por conta própria, e você... você precisa lidar com o que está acontecendo em sua vida.Juan sentiu seu coração se apertar com as palavras dela. E
Enquanto o destino de Amanda e Ryan é traçado por suas próprias mãos, em um lugar distante, Ayla se encontra em um voo de volta para casa. Ela olha pela janela, vendo as nuvens se esticarem até onde os olhos podem ver, mas sua mente está em outro lugar..—Com licença, senhorita. Você está precisando de algo?— pergunta a aeromoça ao seu lado.Ayla pisca, voltando à realidade ao som de sua voz. Ela olha para a aeromoça, vendo a preocupação em seu rosto, mas não consegue encontrar as palavras para responder.—Não, está tudo bem. Muito obrigada— responde ela finalmente, forçando um sorriso fraco.A aeromoça assente, oferecendo-lhe uma caixa de lenços antes de se afastar. E foi então que Ayla percebeu que estava chorando.—Ah, obrigada.— Ela disse, ainda que se sentindo um pouco constrangida.Enquanto Ayla enxugava suas lágrimas, ela recorda de tudo do lugar que estava deixando para trás.Lembra que havia se perdido nos olhos de Juan desde a primeira vez, e ela temia profundamente que nunc
Naquela manhã, Juan havia deixado a janela aberta.Ele se encontrava em seu escritório, se preparando para um dia que seria longo, exaustivo e tedioso como todos os seus dias sempre eram presos em sua própria monotonia.Juan para em frente a janela, e dessa vez, ele olha para baixo, e acaba por recordar da última vez em que esteve exatamente daquele jeito. Ali em cima, observando Ayla ter o primeiro contato com Emma e como aquilo havia atiçado sua curiosidade completamente. Ele consegue visualizar outra vez todo o início daquela história emaranhada, de conflitos esquecidos e que agora eram apenas cobertos por pedaços de ausência.—Senhor Barichello, podemos continuar?— A voz do mordomo da casa surge no escritório.Juan sequer havia percebido que Gomez batera na porta, preso em seus próprios pensamentos.—Por favor, Gomez.— Ele responde, por fim, virando-se. —A senhora Edith já voltou?—Sim.— Gomez responde com firmeza. —Emma já se encontra na escola.—Certo, obrigado.— Juan diz, o dis
—Ele é da família, Ayla.— É o seu pai quem responde.Ayla dá um sorriso nervoso, porque ela realmente queria resolver tudo aquilo sem confronto, mas já era tarde demais. —Da família?— ela pergunta e não evita sorrir. —Eu realmente gostaria que não pudéssemos conversar sobre isso. Mas acho que será necessário falar sobre todas as lágrimas que eu chorei desde que Erlon decidiu que eu não mereço nem o menor dos respeitos. O jeito como meu coração saiu destroçado quando o vi deitado na nossa cama com a Diana. A minha própria irmã.—Pare de inventar acusações tão cruéis e irreais sobre sua própria irmã.— É a mãe de Ayla quem fala dessa vez.—Eu concordo.— Erlon diz, por fim. —Porque jamais faríamos algo assim.— E ali ela teve a certeza de que nunca poderia entender o que se passava na cabeça de um homem.Ayla encarou Erlon e se perguntou aonde estaria todo o seu passado com ele, toda vida e energia que ela desperdiçara e que não voltará jamais. Olhou para o sorriso cínico nos lábios de E
Capítulo 44Jeff sorri meio sem graça e então leva as mãos até os cabelos, afastando seus olhos. O movimento hipnotiza Ayla, enquanto ela segue esperando pela resposta.—De vez em quando eu tropeçava em minhas próprias regras e acabava pensando em você.— Jeff responde, por fim.—Mas já faz dois anos, não é?— Ayla pergunta de volta, e sua voz não passa de um sussurro.—E eu sinto que passou em um piscar de olhos.— Jeff responde, a expressão tímida e vergonha em seu rosto. —E eu acho que é por isso que minha mente ainda te traz até a mim. Porque naquela última vez, eu achei que seria igual as outras vezes, sempre acabando, mas nunca acabando de verdade.Ayla sorriu com aquele comentário, porque relembrou o quão conturbada havia sido sua relação com Jeff. Como sempre iam e voltavam, e a cada volta a intensidade de tudo parecia ainda maior. Desde a adolescência havia sido assim, o amor intenso, as brigas intensas, a reconciliação e juras de que nada daquilo iria acontecer outra vez; até q