Ayla sente seu corpo entrar no mais perfeito estado de combustão. Seus lábios tremem sob os lábios de Juan, todo seu corpo se arrepia e ela se sente flutuando, mesmo com seus pés ainda no chão.Existe uma miríade de sensações percorrendo o corpo dele ao dela naquele momento, e mesmo assim, ela não consegue descrever com perfeição nenhuma delas. Porque seja lá o que for aquilo, era diferente, maior de tudo que ela já tinha sentido.No entanto, a sensação de vazio quase rasga o seu peito quando Juan se afasta. Sua respiração ainda está ofegante e ela ainda está de olhos fechados quando Juan volta a encará-la.Os lábios dele ainda estão pinicando, desejando mais daquilo, dos seus lábios. No entanto, a parte ainda sã do seu cérebro fala mais alto e ele percebe o grande erro que cometera.—Ayla, eu...— ele começa a falar de repente, a voz embargada.—Sim.— Ela espera, ansiosa. Desejando ouvir qualquer coisa que saísse dos seus lábios.Mas o que Juan entrega é um doloroso silêncio. Ele apen
Ayla estava em um caminho cego, obscuro e incerto. Ela não podia ver onde estava, do mesmo modo que não podia prever se conseguiria sair daquela situação viva ou não.Ela sentia os fortes movimentos do carro, como se estivesse indo em direção a uma estrada esburacada, mas nada além disso.—O que vocês querem de mim?— ela pergunta, depois de alguns minutos de silêncio que sucederam seus gritos insanos.Ayla tentava se soltar da corda amarrada em suas mãos, tentava se remexer pra tentar tirar aquele saco em sua cabeça, mas era em vão. Naquele ponto da vida dela, Ayla percebeu que tudo seria em vão.—Nós não queremos nada de você.— Um homem responde muito próximo do rosto dela e Ayla sente o calor dele quando ele parece sentar-se ao seu lado. —Você é apenas uma isca para um peixe muito maior.—Um efeito colateral. Digamos assim.— outra voz masculina interviu.—Vocês não irão conseguir nada comigo.— Ayla insiste em falar. —Eu não significo nada para ele, estão apenas perdendo tempo.No me
Ayla assiste impassível enquanto sua vida está à mercê da vontade de outras pessoas.Ela encara Juan e não vê nada nele além da áurea sombria e raivosa. Desde que ele chegara, sequer havia parado para encará-la, seus olhos seguiam mortais em Roni.—Por que está fazendo isso?— Juan pergunta numa espécie de calmaria assustadora.Roni o encara, parece confuso. Não esperava uma reação tão fria de Juan, se perguntou se ele era realmente tão insensível aquele modo.—Eu faço, porque eu posso.— Roni diz, por fim. —Agora você tem alguma pergunta real ou podemos começar? Você está ansiosa para descobrir a verdade, querida?— Roni pergunta, desviando sua atenção para Ayla.Por mais que o medo, a ansiedade e incerteza tivessem consumindo seus ossos, uma parte de Ayla desejava verdadeiramente descobrir toda aquela história de uma vez por todas. Ela odiava está jogando no escuro, e por causa disso, ela não fazia ideia do que estava se metendo naquele instante.—Roni, você pode parar de tentar montar
Ayla encara Juan. As palavras que saíram da boca dele e o tom sombrio por trás de toda sua expressão, entrega intensos arrepios em sua pele.—Do que está falando?— Ayla sussurra, suas lágrimas agora pararam de descer, sendo substituída por sua incredulidade e medo.—Como pode ter tanta certeza de que eu não matei a Alison?— Juan refaz sua pergunta do jeito tão enigmático quanto revelador.Ayla engole em seco, e se pergunta se existe algo a mais por trás de suas palavras ou se são apenas palavras soltas e perdidas no meio da sua confusão presente.Roni parece assistir tudo aquilo com uma diversão impagável, era como se realmente o desse prazer ver a tortura presente nos olhos dos dois.—Ah, eu adoraria assistir todo o início, meio e fim dessa história. Mas eu realmente não tenho tempo.— Roni intervém e a arma na cabeça de Juan encontra uma mira certeira. —Pega o celular e liga. Agora.Juan ainda tem seus olhos presos em Ayla enquanto puxa o celular do bolso numa espécie de paz assustad
Juan não podia acreditar no que estava vendo. Não podia, em multiverso algum, prever a grandiosa estupidez que Ayla acabara de fazer.—O que você pensa que está fazendo?— Juan exclamou, desacreditado.Ayla em sua frente não parecia temer, era como se ela tivesse a absoluta certeza do que estava fazendo. E por alguma razão, ela não se arrependia de nada. E Juan viu aquilo através dos seus olhos, viu sua teimosia e empatia ali.—Estou declarando minha culpa.— Ayla fala por fim.—Mas você não é culpada. Que diabos está fazendo aqui?— ele grita, parece exasperado ao enxergar mais uma confusão presente ali.—Vou te contar como aconteceu, Juan.— Ayla começa a falar.E então, ela conta. Horas antes, depois que tudo já havia sido resolvido, e ela ligara para Ryan que ainda estava na cidade e Emma já estava sob sua segurança, ela decidira ir até a delegacia.De início, sua primeira reação foi perguntar sobre o Juan e informaram que ele estava na sala de interrogatórios. E então, ela pediu para
Ayla e Juan esperam o veredito, ansiosos.—E aí?— Ayla não contem sua curiosidade e pergunta.Vance e Gordon se entreolham e eles quase sorriem daquela cena. E ainda há uma espécie de humor em suas expressões quando Vance diz:—A única certeza que temos é que toda a história de vocês é incoerente. Principalmente a sua, senhorita Green.Ayla engole em seco e Juan quase grita na cara dela que ele havia avisado, que aquela havia sido a ideia mais estupida que ela tivera.—Você realmente acredita que nós já não havíamos checado todo seu histórico antes? Que não sabíamos que a vida toda você apenas morou no interior do estado e jamais ouvira saber sobre nada daqui? Nós a pesquisamos, Ayla. Sabíamos a verdade por trás de cada mentira sua.Diante de tudo que escutou, Ayla fica ainda mais intrigada.—Então quer dizer que eu fui investigada antes? Eu cheguei a ser suspeita?— ela quer saber.—E agora não consigo compreender como pensamos nessa possibilidade.— É Gordon quem responde.Ayla conseg
Ninguém poderia descrever o tamanho do peso que amarrava o coração de Juan naquele instante. Mas também ninguém poderia descrever o alivio que também começou a se infiltrar nele, quando olhou em frente e viu Ayla ali, o querendo ouvir com atenção e empatia.—Alison foi o grande amor da minha vida e eu achava que também era o dela.— Juan começou. —Nós crescemos juntos, tivemos todas as primeiras vezes da nossa vida juntos.—E o que mudou?— Ayla pergunta, sentindo seu coração se acelerar com a antecipação.—O dinheiro.— Juan diz simplesmente, deixando Ayla ainda mais confusa. —Jamais acredite quando te disserem que o dinheiro não muda as pessoas, porque é uma grande besteira. Quando a ideia de poder sobe à cabeça...Juan não finalizou sua frase, mas aquilo deixara Ayla ainda mais intrigada.—Eu não entendo.— Ela falou, por fim. —Vocês dois cresceram juntos e com a mesma situação financeira. Até que, também juntos, conseguiram muito dinheiro. Como isso poderia ter sido um problema?Juan
O silêncio que pairava entre Ayla e Juan enquanto voltavam para casa era quase palpável. Cada um imerso em seus próprios pensamentos e sentimentos, processando tudo o que havia acontecido nas últimas horas, junto as revelações dolorosas.Assim que chegam à mansão, Ayla apenas deseja ir correndo descansar e dormir pelas próximas setenta e duas horas. No entanto, ela ainda seguia preocupada com Emma e queria ver a garota mais uma vez.—Foi extremamente útil o Ryan ainda estar na cidade hoje.— Ayla comenta.—Algo me diz que ele ainda ficará aqui por um tempo.— Juan responde.Os dois seguem até a entrada e Juan abre a porta da sala de estar e é nesse momento, que os dois são surpreendidos por uma visita inesperada: a delegada Diana. Juan ficou surpreso ao vê-la ali, não esperava encontrar uma figura de autoridade em sua porta tão cedo, não após aquele dia caótico.—Delegada Diana— Juan cumprimentou, tentando disfarçar sua surpresa.Ryan estava sentado ao seu lado e Diana sorriu ao ver Ju