Capítulo 153

HENRIQUE

O som do tiro ainda ecoava em minha mente enquanto eu voltava para casa naquela madrugada. Nestor estava morto, mas, em vez de alívio, o vazio tomava conta de mim. As palavras dele — de que o submundo nunca acabava, de que outro tomaria seu lugar — não me deixavam em paz. Ele estava certo? Eu queria acreditar que a morte de Nestor colocaria um ponto final em tudo, mas a verdade era que não sabia mais se isso era possível.

Dirigir pelas ruas desertas me deu tempo para pensar. A cada decisão que tomei, parecia que estava me afastando de Clara e Sofia. Eu havia prometido a mim mesmo que protegeria minha família, mas a que custo? Será que, ao tentar mantê-las seguras, eu as estava condenando a viver nesse ciclo interminável de violência e medo?

Ao chegar em casa, o relógio marcava quase cinco da manhã. Tudo estava em silêncio. O silêncio que, para muitos, significava paz, mas que para mim agora parecia o prelúdio de algo mais sombrio. Estacionei o carro na frente de casa e fiquei
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