Aquele dia foi difícil de levar.
Amélia estava perambulando feliz pelo hotel, dentro e fora, de braço dado com Max e conversando animadamente com Theo, que seguia os dois. Tive vários ângulos daquela interação. Pela janela enquanto me trocava, através do salão enquanto comia, de dentro da piscina... Parecia estar em todo lugar, o tempo todo, para me fazer enlouquecer.Por outro lado, Luzia ficava o tempo todo grudada em mim, sem me dar uma chance de ficar sozinho. Parecia determinada, apesar da nossa conversa, a mostrar que eu era uma espécie de posse sua.
Rebeca estava com
Acordei muito cedo, o sol que entrava no ambiente era muito suave. Senti minha cabeça contra uma pele quente e, rapidamente recordando várias cenas da madrugada, meu coração acelerou. Precisei erguer a cabeça para ter certeza absoluta e ali estava, Max dormindo com os olhos fechados e um quase sorriso nos lábios. Fui tomado por uma admiração profunda. Ele era tão lindo, com aquele cabelo extremamente loiro, quase branco, espalhado pelo travesseiro, e a pele clara, suave, refletindo um pouco a luminosidade precária do quarto. Eu estava apaixonado. O sentimento me pegou de
Aquele foi nosso melhor dia juntos. Sem Amélia, Theo, Receba ou Luzia para atrapalhar, pudemos ser nós mesmos e esquecer o que o futuro nos traria em breve. Fomos como um casal normal, que tinha tempo demais pela frente. Nadamos juntos, rindo e espirrando água um no outro. Andamos entre as árvores da propriedade e nos perdemos um no outro, felizes e seguros da nossa privacidade. Fizemos as refeições juntos, as pernas entrelaçadas em baixo da mesa, conversando sobre trivialidades. Era uma amostra da vida que ambos perderíamos. Quando nos encontramos, ao final do dia, no mesmo quarto da noite anterior, nos abraçamos e choramos. O tempo estava se encerrando, o dia seguinte vol
Jurei a mim mesmo que não iria. Não era possível que eu fosse querer me torturar daquela maneira quando já tinha sido ruim o suficiente me separar de Max sabendo que jamais estaríamos juntos de novo. - Vou comprar um vestido novo. – Luzia disse animadamente, segurando minha mão. Estávamos todos sentados no sofá da sala da casa dela. Depois que nosso namoro foi consolidado precisei conhecer formalmente seus pais, e levar os meus pais, que os conheciam a vida toda, para uma nova onda de formalidades inúteis. - Você realmente quer ir? – perguntei tentando s
O casamento foi rápido, para meu mais sincero alívio. Max manteve uma expressão nervosa muito convincente para o momento e, sabiamente, evitou olhar em direção aos convidados. Acho que ele não teria tido forças para me ignorar se nos olhássemos mais uma vez. Eu com certeza não teria. Se ele demonstrasse qualquer desejo de desistir e não se importar com o que aconteceria, se o hotel falisse ou se o seu pai iria ter um surto, eu o arrancaria daquele altar e iriamos embora juntos. Amélia estava muito bonita, radiante e sorridente. Será que o casamento era real para ela? Ela sentia alguma coisa verdadeira por Max? Ou tudo aquilo era apenas a satisfaç
Os anos seguintes da minha vida foram tranquilos. Luzia e eu morávamos em uma casa que construímos no terreno dos meus pais, pequena, mas muito aconchegante. Todos os dias ela se levantava suavemente para preparar o café da manhã antes de eu seguir para a venda do meu pai, onde continuei trabalhando por muito tempo. Pensei que o aspecto físico da minha vida de casado seria mais difícil, já que nem de longe Luzia era interessante para mim como Max, mas tudo pareceu muito simples quando percebi que tinha uma imaginação muito boa. Com certeza não era a melhor das experiências para minha esposa, mas como ela também não parecia nutrir grande interesse
A vida, sozinho, tornou-me meio triste. Mas Julian, quando presente, afugentava qualquer tristeza para muito longe. Depois de um período de confusão, até de rebeldia, pela separação e o novo padrasto, ele voltou a ser o mesmo garoto amoroso de sempre. No mais, minha vida pessoal era uma sequência de encontros furtivos quando esbarrava com alguém verdadeiramente interessado, como acontecera com Matheo no que me parecia a vida de um outro Oliver. Ninguém, porém, fez com que eu sentisse algo nem próximo do que senti com Max nos dias em que estive no Hotel Evans e, depois de um tempo, cansei de buscar algo que claramente não estava destinado a ter.&nbs
Quando Max afastou seu corpo do meu, nós dois estávamos ofegantes. Era como voltar ao passado, mesmo que nossos corpos estivessem diferentes, ainda reagiam um ao outro da mesma forma de quinze anos atrás. - Não acredito que você está aqui. – ele segurou meu rosto com as mãos, unindo nossas testas. - Também não consigo acreditar que é verdade. – coloquei minha mão em cima das dele. Nada tinha mudado. Tínhamos casado, tido filhos, envelhecido... Mas eu ainda estava perdidamente apaixonado por ele. Essa constatação me balan&cced
Ficamos abraçados em silêncio por um longo tempo, minha cabeça apoiada em seu peito e nossas pernas entrelaçadas embaixo das cobertas. Apenas sentindo a presença um do outro depois de tanto tempo. - Você esteve com outras pessoas, não é? – Max perguntou, tentando soar casual. - Não me leve a mal. – eu precisava ser sincero – Mas, sim. - Eu não levo. – ele podia sentir ciúmes ao imaginar isso, mas verdadeiramente não me condenava nem um pouco.&n