Aquele foi nosso melhor dia juntos. Sem Amélia, Theo, Receba ou Luzia para atrapalhar, pudemos ser nós mesmos e esquecer o que o futuro nos traria em breve. Fomos como um casal normal, que tinha tempo demais pela frente.
Nadamos juntos, rindo e espirrando água um no outro. Andamos entre as árvores da propriedade e nos perdemos um no outro, felizes e seguros da nossa privacidade. Fizemos as refeições juntos, as pernas entrelaçadas em baixo da mesa, conversando sobre trivialidades. Era uma amostra da vida que ambos perderíamos.
Quando nos encontramos, ao final do dia, no mesmo quarto da noite anterior, nos abraçamos e choramos. O tempo estava se encerrando, o dia seguinte vol
Jurei a mim mesmo que não iria. Não era possível que eu fosse querer me torturar daquela maneira quando já tinha sido ruim o suficiente me separar de Max sabendo que jamais estaríamos juntos de novo. - Vou comprar um vestido novo. – Luzia disse animadamente, segurando minha mão. Estávamos todos sentados no sofá da sala da casa dela. Depois que nosso namoro foi consolidado precisei conhecer formalmente seus pais, e levar os meus pais, que os conheciam a vida toda, para uma nova onda de formalidades inúteis. - Você realmente quer ir? – perguntei tentando s
O casamento foi rápido, para meu mais sincero alívio. Max manteve uma expressão nervosa muito convincente para o momento e, sabiamente, evitou olhar em direção aos convidados. Acho que ele não teria tido forças para me ignorar se nos olhássemos mais uma vez. Eu com certeza não teria. Se ele demonstrasse qualquer desejo de desistir e não se importar com o que aconteceria, se o hotel falisse ou se o seu pai iria ter um surto, eu o arrancaria daquele altar e iriamos embora juntos. Amélia estava muito bonita, radiante e sorridente. Será que o casamento era real para ela? Ela sentia alguma coisa verdadeira por Max? Ou tudo aquilo era apenas a satisfaç
Os anos seguintes da minha vida foram tranquilos. Luzia e eu morávamos em uma casa que construímos no terreno dos meus pais, pequena, mas muito aconchegante. Todos os dias ela se levantava suavemente para preparar o café da manhã antes de eu seguir para a venda do meu pai, onde continuei trabalhando por muito tempo. Pensei que o aspecto físico da minha vida de casado seria mais difícil, já que nem de longe Luzia era interessante para mim como Max, mas tudo pareceu muito simples quando percebi que tinha uma imaginação muito boa. Com certeza não era a melhor das experiências para minha esposa, mas como ela também não parecia nutrir grande interesse
A vida, sozinho, tornou-me meio triste. Mas Julian, quando presente, afugentava qualquer tristeza para muito longe. Depois de um período de confusão, até de rebeldia, pela separação e o novo padrasto, ele voltou a ser o mesmo garoto amoroso de sempre. No mais, minha vida pessoal era uma sequência de encontros furtivos quando esbarrava com alguém verdadeiramente interessado, como acontecera com Matheo no que me parecia a vida de um outro Oliver. Ninguém, porém, fez com que eu sentisse algo nem próximo do que senti com Max nos dias em que estive no Hotel Evans e, depois de um tempo, cansei de buscar algo que claramente não estava destinado a ter.&nbs
Quando Max afastou seu corpo do meu, nós dois estávamos ofegantes. Era como voltar ao passado, mesmo que nossos corpos estivessem diferentes, ainda reagiam um ao outro da mesma forma de quinze anos atrás. - Não acredito que você está aqui. – ele segurou meu rosto com as mãos, unindo nossas testas. - Também não consigo acreditar que é verdade. – coloquei minha mão em cima das dele. Nada tinha mudado. Tínhamos casado, tido filhos, envelhecido... Mas eu ainda estava perdidamente apaixonado por ele. Essa constatação me balan&cced
Ficamos abraçados em silêncio por um longo tempo, minha cabeça apoiada em seu peito e nossas pernas entrelaçadas embaixo das cobertas. Apenas sentindo a presença um do outro depois de tanto tempo. - Você esteve com outras pessoas, não é? – Max perguntou, tentando soar casual. - Não me leve a mal. – eu precisava ser sincero – Mas, sim. - Eu não levo. – ele podia sentir ciúmes ao imaginar isso, mas verdadeiramente não me condenava nem um pouco.&n
Naquela noite não conseguir prestar atenção em nada. Julian me contou alguns casos da escola, mas tudo que eu conseguia era acenar com a cabeça enquanto tentava imaginar como Max estaria se saindo na conversa com Amélia. Quando meu menino começou a cochilar, decidi leva-lo até a cama, onde rapidamente começou a se aninhar entre as cobertas. - Pai? – me chamou de olhos fechados, puxando a coberta até o queixo. - O que foi? – sussurrei me aproximando novamente. - Eu
Max não voltou, mas recebi uma visita inesperada. Quando escutei as palmas na rua, apenas fui atender, sem jamais imaginar que a veria ali, parada e de queixo erguido. Completamente perfeita como há quinze anos, me olhando de cima para baixo, mesmo que eu fosse mais alto. - Resolvi descobrir para onde meu marido tinha ido. – falou abrindo o portão sem que eu convidasse – Queria saber quem era a mulher que estava tentando destruir meu casamento. Seus saltos fizeram um ruido contra o chão da varanda, onde eu permanecia completamente quieto. A conversa não tinha ido bem, dava para perceber.<