A primeira coisa que Luzia e Rebeca quiseram fazer foi explorar a piscina. Pouco depois do almoço as duas se trancaram no quarto da minha irmã com o pretexto de se prepararem, e eu fiquei sozinho mais uma vez.
Me fechei no meu próprio quarto, me sentindo estranhamente inquieto. Não conseguia parar de pensar em Max, no jeito como ele se movia e na intensidade dos seus olhos. Era diferente de qualquer pessoa que eu tivesse visto antes e, com toda a certeza, ninguém tinha me deixado tão agitado antes. Por outro lado, ele agia com tanta naturalidade perto de mim que eu ficava desconcertado por me sentir tão tempestuoso.
- Vamos? – Rebeca colocou a cabeça para dentro do quarto.
- Vamos. – respondi, aliviado, me levantando da cama.
Minha irmã estava com uma espécie de vestido branco cheio de botões na frente, cobrindo um biquini de cor escura, óculos escuros e um grande chapéu. Estava se sentindo muito chique, eu podia perceber.
Luzia não estava muito diferente. Seu vestido era num tom suave de amarelo e consegui notar que o biquini era vermelho pela alça que aparecia. Seus lábios estavam pintados de vermelho, e sorriam timidamente para mim.
- Oi. – ela me disse colocando a mão no chapéu.
- Você está muito bonita. – elogiei com sinceridade.
Isso pareceu a deixar muito feliz, e fez com que abrisse um pouco mais o sorriso e pegasse na minha mão sem hesitação pela primeira vez.
Me vi sendo arrastado pelas duas garotas, aos risinhos animados, até o andar de baixo. Max estava no balcão, olhando alguns papéis, e ergueu os olhos quando passamos. Minhas acompanhantes não perceberam nada, nem mesmo olharam na direção dele, mas percebi quando seus olhos observaram minha mão na de Luzia. Senti uma vontade quase incontrolável de soltar a mão dela, mas não fiz. Preferi desviar os olhos e me deixar ser levado até a beirada da piscina sem nem notar o caminho.
De repente eu não estava mais interessado em nadar. A situação parecia fora de contexto, estranha, e as duas meninas rindo dentro da água estavam me irritando um pouco. Percebi que queria ficar longe delas, já que eu não parecia fazer muita diferença mesmo, participar ou não daquela algazarra.
Me sentei numa das espreguiçadeiras e apenas olhei o céu azul. Felizmente as duas se cansaram rápido da brincadeira infantil e se contentaram em apenas conversar, com os chapéus e óculos recolocados, andando na água de um lado para o outro.
- Não vai experimentar a água? – Luzia apoiou os braços na porta da piscina e acomodou o queixo em cima das mãos.
- Mais tarde. – dei de ombros – Estão gostando?
- É muito melhor do que no rio! – Rebeca exclamou batendo a mão na água.
- É, é sim. – Luzia concordou se afastando dos respingos da água.
Ri e ergui os olhos, e nesse movimento subitamente me deparei com uma figura parada numa das janelas. Max. Meu coração acelerou de novo porque, pelo que consegui interpretar, ele não esperava ter sido pego e se afastou rapidamente.
Era a primeira reação diferente que eu tinha observado, algo que não fosse casual ou friamente calculado. Não sei o motivo, mas isso me impulsionou e em segundo eu estava voltando para dentro do hotel.
- Ei! – Luzia me chamou, parecendo chateada.
- Só vou ao banheiro. – respondi olhando por cima do ombro.
Entrei no local ainda com o coração martelando acelerado, e subi as escadas quase correndo. Porém, quando me vi no corredor do primeiro andar, parei pensando o que é que eu estava fazendo.
Se eu o encontrasse, o que iria falar? Teria coragem de admitir que o tinha visto nos observando? Eu duvidava muito, eu era covarde demais para isso. E depois, o que eu esperava? Essa pergunta me deu um frio na barriga, mas não consegui encontrar uma resposta.
Me sentindo um pouco ridículo, acreditei que a melhor coisa era ir até meu quarto e esfriar a cabeça por um instante antes de voltar lá para baixo. O que é que eu estava pensando, afinal?
Abri a porta do quarto e me sentei rapidamente na cama, apoiando os cotovelos nos joelhos e a cabeça entre as mãos. Eu podia escutar meu coração acelerado, e a respiração fazia meu peito subir e descer um pouco mais intensamente do que o normal. O problema é que essas coisas tinham muito pouco haver com a minha subida acelerada pela escada.
- Algum problema? – a voz soou do outro lado do quarto.
Ergui a cabeça rapidamente, assustado. Eu não tinha me dado conta de que Max estava na minha própria janela, e agora eu estava justamente encurralado de onde tinha imaginado fugir.
Fiquei em pé imediatamente, o observando parado ao lado da porta do banheiro. Parecia que ele tinha acabado de sair de lá de dentro porque estava com minha toalha úmida nas mãos.
- Não. – neguei sentindo o suor escorrer pelo meu pescoço.
Max se aproximou, os olhos fixos nos meus, e senti um tremor involuntário percorrer todo meu corpo.
- Vim trocar sua toalha. – ele ergueu a toalha na mão, como se mostrasse a prova.
- Obrigado. – esfreguei as palmas das mãos na camiseta.
Continuamos frente a frente. O ar ao meu redor parecia ter parado, eu até acreditaria que o mundo tinha entrado em pause se não pudesse ouvir os sons distantes de Rebeca e Luzia na piscina.
Max se aproximou mais um pouco, ainda com as expressões do rosto muito neutras. Eu tinha mesmo visto ele se afastando da janela ou teria sido apenas imaginação?
- Você realmente tem belos olhos. – comentou casualmente.
- Você ... você... – gaguejei buscando alguma palavra para descrevê-lo.
Ele ergueu as sobrancelhas, aparentemente esperando uma frase completa que não veio.
- Você está nervoso, Oliver? – eu adorava como meu nome saía em sua voz.
- Eu... não. – continuei gaguejando.
Max deu mais um passo na minha direção, dessa vez deixando nos corpos próximos demais. Eu conseguia sentir seu perfume exalando na minha direção. Além de tudo, ele ainda era maravilhosamente cheiroso.
Ele ergueu uma mão e tocou meu rosto de leve. Estremeci com o toque, sem conseguir mais disfarçar o quanto sua presença mexia comigo de um jeito que eu não conseguia entender, e inclinei a cabeça na direção da mão.
Isso pareceu mexer com ele também, sua testa franziu e alguma emoção passou rapidamente pelos seus olhos. Max era bom em disfarçar, mas eu era um bom observador, pelo menos quando se falava dele.
Depois, como se compreendesse o que tinha feito, ele afastou a mão e saiu do quarto rapidamente, me deixando ainda mais abalado. O que isso significava?
Desci as escadas rapidamente, já arrancando a camiseta e, assim que cheguei na beira da piscina, pulei para dentro da água fria. Meu corpo afundou e toquei os pés no fundo para impulsionar minha subida, em seguida deixei que meu corpo boiasse de costas, como eu costumava fazer no rio.
- Muita classe. -Rebeca zombou de mim.
Me coloquei em pé novamente, e olhei para as duas paradas dentro da água. Rapidamente verifiquei se, de onde estavam acomodadas, poderiam ver o que tinha se passado dentro do meu quarto, mas não, as únicas pessoas que sabiam sobre nossa estranha interação, eram Max e eu. Era como um segredo.
- Você está estranho. – Luzia se aproximou de mim, estendendo a mão.
- Eu estou bem. – retruquei tentando soar o mais tranquilo possível.
Peguei sua mão gentilmente, e isso a estimulou a se aproximar. Nossos corpos se tocaram por baixo da água, e esse fato deixou o rosto dela mais corado por algum motivo. Procurei me afastar minimamente, não o suficiente para deixá-la chateada, mas apenas para ser mais confortável.
Tentei manter a conversa com as duas, mas minha cabeça ainda estava presa no momento que Max tinha me tocado. Meu rosto ainda parecia formigar no lugar onde nossas peles se uniram, como um lembrete, e meu coração ocasionalmente parecia se descompassar.
- Acho melhor irmos tomar banho. – Rebeca saiu pela escada da piscina – Estou morrendo de fome.
- Eu também. – Luzia a seguiu.
Fui o último a sair, sem nenhuma preocupação em ficar perto delas. As duas pareciam adorar juntar as cabeças para cochichar sempre que tinham oportunidade, talvez sobre mim, mas isso não me incomodava, significava que eu podia ficar livre com meus pensamentos sem precisar parecer que estava participando da conversa.
Demorei demais no banho, esfregando o sabonete com força pelo corpo, e depois abusando do xampu que tinha sido colocado ali. Nada disso, porém, apagava o cheiro de Max da minha cabeça e eu já estava começando a me perguntar se tinha enlouquecido porque aquilo não poderia ser normal.
O jantar se seguiu da mesma forma que o almoço, e escutei quando ele se aproximou para saber se havíamos gostado de tudo. Dessa vez apenas fiquei calado e, assim que uma das minhas acompanhantes se levantou, imitei o movimento e voltei para o quarto.
Já tinha escurecido e a melhor coisa a se fazer parecia ser ficar por ali. Eu sabia que provavelmente minha irmã estava abrigando Luzia em seu quarto, naquelas intermináveis conversas que tinham sempre. Sério, quanto assunto duas garotas de dezenove anos podem ter?
Encarei o teto do quarto, mas tudo que conseguia ver era o rosto de Max me encarando. Aquilo estava beirando a obsessão e realmente comecei a me preocupar. Não fazia nem vinte e quatro horas que estávamos ali e eu não conseguia deixar de pensar no garoto...
Fiquei agradecido por Rebeca e Luzia não aparecerem no meu quarto, provavelmente por estarem cansadas demais depois da tarde toda dentro da água. Tudo que eu menos queria era ter que me manter atento de novo, e interpretar cada expressão contida da minha... namorada.
Infelizmente, porém, eu não conseguia dormir. Estava agitado demais, sem conseguir achar uma posição na cama e o quarto parecia ter encolhido tanto a ponto de me sufocar.
Me levantei e sai para o corredor silencioso. Eu poderia ir até o lado de fora, andar ao redor da construção, tentar me sentir mais calmo a ponto de o sono aparecer. Seria bem-vindo um período de inconsciência, sem que eu observasse os olhos de Max dentro da minha mente, ou imaginasse sentir o seu perfume.
O lado de fora estava tranquilo, sem vento. Segui para o lado contrário da piscina, sob as sombras das trepadeiras que subiam pelas paredes. Só de estar ali eu me sentia mais calmo, menos engaiolado.
Subitamente fui puxado para o meio das plantas por uma mão firme e decidida, que me encostou de costas na parede. Arquejei de surpresa, porque Max me olhava com os olhos tão intensos que pareciam febris.
- Tome. – ele me passou uma garrafa. O seu cheiro vinha agora com um toque de álcool, mas não estragava, estranhamente o tornava ainda mais sedutor.
A apanhei sem pensar. Bebi, pela primeira vez na vida devo dizer, e o que quer que fosse desceu queimando tanto que engasguei por alguns instantes. Meus olhos ficaram embaçados com as lágrimas que saíram, e Max apenas esperou que eu me recompusesse da experiência.
- Estava me olhando, não estava? – sua pergunta era ríspida.
- Não sei do que... – tentei buscar uma justificativa, mas não havia – Eu... sinto muito.
Ele se aproximou de mim, os olhos levemente vermelhos fixos nos meus. Não tinha mais a expressão controlada, muito pelo contrário, ele parecia ainda mais perturbado do que eu tinha me sentido durante todo o dia.
- Precisa pedir para eu me afastar, Oliver.
Senti um frio na barriga, acompanhado por um arrepio que percorreu todo meu corpo. Eu não queria, de jeito nenhum, que ele se afastasse de mim. Eu o queria perto, muito perto, perto até mais do que eu poderia ter querido alguém perto antes.
- Você precisa pedir, Oliver. – ele se aproximou ainda mais.
Nossos corpos se tocaram, com choques elétricos percorrendo meu corpo, e nossos rostos ficaram a centímetros de distância.
- Não. – respondi com firmeza.
Imediatamente Max colou sua boca na minha, com urgência e uma pontada de desespero. E eu, tomado de tantas sensações fortes e novas juntas, o correspondi numa intensidade ainda maior.
Ele se afastou novamente, bebendo mais um gole da garrafa e me ofereceu outra vez. Obedeci, sem questionar, e dessa vez o liquido desceu mais fácil, embora não pudesse se tornar algo mais saboroso.
Max apoiou a garrafa no chão e voltou para mim, ainda mais determinado a explorar meu corpo do que antes. Estávamos tão colados que eu conseguia sentir até a umidade de suor na sua roupa, se acumulando gradativamente conforme nossas bocas se confrontavam.
- Você é incrivelmente sedutor. – ele segurou meu rosto com as duas mãos.
Se eu estivesse e condições normais, teria rido. Eu não era nada mais do que um garoto comum, enquanto ele parecia uma criatura saída de um livro, ou de um filme. Talvez até do meu subconsciente.
- Você é inacreditável... – murmurei em resposta, embriagado mais pela situação do que pela bebida, ou assim eu acreditava no momento.
- O que quer dizer? – seus olhos faiscaram.
- É tão lindo que não parece real. – respondi corajosamente.
Max estudou meu rosto por um momento, a testa franzida, talvez se questionando se eu falava sério, depois me beijou de novo e, não sei como era possível, mas a cada vez a situação era ainda melhor, mais quente e me fazia parecer derreter por dentro.
- Preciso voltar lá para dentro. – ele disse depois de alguns minutos, embora seu corpo não descolasse do meu.
Apertei suas costas mais para perto e ele não resistiu, deixando que minha cabeça se encaixasse pouco abaixo do seu pescoço. Seu cheiro, eu queria que seu cheiro entrasse por todos os meus poros para que eu nunca fosse capaz de esquecer.
- Agora tenho que ir. – Max se afastou, passando a mão pelos cabelos.
Seu rosto estava vermelho, os lábios inchados e a camisa levemente amarrotada. Eu não queria que ele fosse, precisava continuar aquilo infinitamente, mas não tentei segurá-lo novamente.
Quando acordei no dia seguinte, pensei que tivesse sido um sonho. Rapidamente fiquei eletrizado pelas lembranças da noite passada, depois de horas beijando Max. O que eu pensara ter sido alguns minutos, se revelara ter sido três horas quando conferi no relógio do quarto. Me levantei e entrei no chuveiro, esperando disfarçar seu cheiro na minha pele e o álcool do meu hálito. Não queria que Rebeca e Luzia fizessem perguntas demais, aquilo não dizia respeito a elas, era somente entre nós dois. No entanto, quando me vi indo tomar o café da manhã, fiquei completamente env
Aquele dia foi difícil de levar. Amélia estava perambulando feliz pelo hotel, dentro e fora, de braço dado com Max e conversando animadamente com Theo, que seguia os dois. Tive vários ângulos daquela interação. Pela janela enquanto me trocava, através do salão enquanto comia, de dentro da piscina... Parecia estar em todo lugar, o tempo todo, para me fazer enlouquecer. Por outro lado, Luzia ficava o tempo todo grudada em mim, sem me dar uma chance de ficar sozinho. Parecia determinada, apesar da nossa conversa, a mostrar que eu era uma espécie de posse sua. Rebeca estava com
Acordei muito cedo, o sol que entrava no ambiente era muito suave. Senti minha cabeça contra uma pele quente e, rapidamente recordando várias cenas da madrugada, meu coração acelerou. Precisei erguer a cabeça para ter certeza absoluta e ali estava, Max dormindo com os olhos fechados e um quase sorriso nos lábios. Fui tomado por uma admiração profunda. Ele era tão lindo, com aquele cabelo extremamente loiro, quase branco, espalhado pelo travesseiro, e a pele clara, suave, refletindo um pouco a luminosidade precária do quarto. Eu estava apaixonado. O sentimento me pegou de
Aquele foi nosso melhor dia juntos. Sem Amélia, Theo, Receba ou Luzia para atrapalhar, pudemos ser nós mesmos e esquecer o que o futuro nos traria em breve. Fomos como um casal normal, que tinha tempo demais pela frente. Nadamos juntos, rindo e espirrando água um no outro. Andamos entre as árvores da propriedade e nos perdemos um no outro, felizes e seguros da nossa privacidade. Fizemos as refeições juntos, as pernas entrelaçadas em baixo da mesa, conversando sobre trivialidades. Era uma amostra da vida que ambos perderíamos. Quando nos encontramos, ao final do dia, no mesmo quarto da noite anterior, nos abraçamos e choramos. O tempo estava se encerrando, o dia seguinte vol
Jurei a mim mesmo que não iria. Não era possível que eu fosse querer me torturar daquela maneira quando já tinha sido ruim o suficiente me separar de Max sabendo que jamais estaríamos juntos de novo. - Vou comprar um vestido novo. – Luzia disse animadamente, segurando minha mão. Estávamos todos sentados no sofá da sala da casa dela. Depois que nosso namoro foi consolidado precisei conhecer formalmente seus pais, e levar os meus pais, que os conheciam a vida toda, para uma nova onda de formalidades inúteis. - Você realmente quer ir? – perguntei tentando s
O casamento foi rápido, para meu mais sincero alívio. Max manteve uma expressão nervosa muito convincente para o momento e, sabiamente, evitou olhar em direção aos convidados. Acho que ele não teria tido forças para me ignorar se nos olhássemos mais uma vez. Eu com certeza não teria. Se ele demonstrasse qualquer desejo de desistir e não se importar com o que aconteceria, se o hotel falisse ou se o seu pai iria ter um surto, eu o arrancaria daquele altar e iriamos embora juntos. Amélia estava muito bonita, radiante e sorridente. Será que o casamento era real para ela? Ela sentia alguma coisa verdadeira por Max? Ou tudo aquilo era apenas a satisfaç
Os anos seguintes da minha vida foram tranquilos. Luzia e eu morávamos em uma casa que construímos no terreno dos meus pais, pequena, mas muito aconchegante. Todos os dias ela se levantava suavemente para preparar o café da manhã antes de eu seguir para a venda do meu pai, onde continuei trabalhando por muito tempo. Pensei que o aspecto físico da minha vida de casado seria mais difícil, já que nem de longe Luzia era interessante para mim como Max, mas tudo pareceu muito simples quando percebi que tinha uma imaginação muito boa. Com certeza não era a melhor das experiências para minha esposa, mas como ela também não parecia nutrir grande interesse
A vida, sozinho, tornou-me meio triste. Mas Julian, quando presente, afugentava qualquer tristeza para muito longe. Depois de um período de confusão, até de rebeldia, pela separação e o novo padrasto, ele voltou a ser o mesmo garoto amoroso de sempre. No mais, minha vida pessoal era uma sequência de encontros furtivos quando esbarrava com alguém verdadeiramente interessado, como acontecera com Matheo no que me parecia a vida de um outro Oliver. Ninguém, porém, fez com que eu sentisse algo nem próximo do que senti com Max nos dias em que estive no Hotel Evans e, depois de um tempo, cansei de buscar algo que claramente não estava destinado a ter.&nbs