Era uma madrugada fria e escura. A lua, escondida entre o mar de nuvens cinzas, aparecia em uma fresta no céu. Faltavam cerca de uma hora para o sol nascer. O mago de tûnica branca subia a ladeira carregando em seu ombro um longo tapete enrolado. Atrás, Taru carregava outro tapete, com dificuldades.
Humberct e Hewllar os esperavam na porta de casa.
A menina veste a corrente no cachorro, e o puxa até uma árvore, onde o prende com cadeado. Os convidados se aproximam da porta, trocam olhares e sorrisos entusiasmados.
Arthur, Laron, Bryan e Ailin cavalgam cansados dentro de uma floresta densa. Os irmãos estão em um cavalo, e os dois amigos estão no outro.Arthur, eu não aguento mais! Quero parar. Preciso comer.Ailin, eles estão próximos.E daí? Se fugirmos, morreremos de fome! Estamos perdidos! Não posso continuar!Estou morto de sede - afirma Laron. - Não sei se aguento mais.Humanos - exclama Bryan!
Arthur e seus amigos, montados em seus cavalos, cavalgam sob uma grande ponte vermelha que leva à entrada de uma gigante cidade fundada sobre um largo morro de pedras. A cidade é protegida por muros brancos colossais, que quase tocam o céu. Todos observam impressionados o alto portão da cidade, mais alto do que 5 homens. Após cruzarem o portão, no caminho, sobem uma larga ladeira de chão de pedras retangulares e cinzentas. Em volta da ladeira havia casas com paredes de pedra, também retangulares, mas suas cores variam em diferentes tonalidades de branco e cinza. Suas paredes são geminadas, grudadas umas nas outras. A visão era harmoniosa nas cores. No chão, predomina o cinza, com toques verdes de uma vegetação rasteira que brotava pelas cavidades das pedras. Nas paredes, uma variação entre cinza claro, escuro e branco, com muros contínuos, parecendo um castelo - mas eram casas. O céu
Com o corpo debruçado em uma árvore e o braço tapando a própria visão, Arthur começa a contar em voz alta - “1, 2, 3, 4…” Ele falava cada número com firmeza, quase gritando. Ao mesmo tempo, o menino sentia o cheiro peculiar de natureza naquela árvore.A alguns metros dali, todas as crianças de sua vila corriam juntas na mesma direção, fugindo de Arthur. Carregavam alegria e inquietação pela brincadeira. Entreolharam-se ao correr, dividindo a simpatia da animação. Wilhelm era um dos meninos mais novos do grupo, tinha apenas 10 anos. Seu cabelo era castanho claro. Por ser o mais novo e mais lerdo, no início da brincadeira, ele sempre tinha a mesma visão das costas das outras crianças correndo em um campo cercado de árvores paralelas, formando um corredo
Arthur e sua irmã percorrem o Caminho do Bosque na carroça lentamente, evitando fazer barulho. Ainda próximo do início, encontram Marlon caminhando.O que aconteceu? Por que estão na carroça de Weller?Venha com a gente. Eu te explico no caminho.Marlon sobe na carroça que volta a se mover.O que está acontecendo? Escutei um barulho alto e estranho.A vila foi invadida. Precisamos encontrar os nossos amigos e nos agruparmos no final desse caminho. Meu pai e Cleuziou est&ati
Você está me dizendo que a vila foi dizimada por um exército estrangeiro que ainda está lá?Sim.Por que só o seu pai sobreviveu?Renan, eu não vi tudo. Fugi!Isso é impossível! Vivemos no meio do nada! Não temos contato com o mundo exterior. E ainda é perigoso andar por aqui. Todo mundo sabe que há muitos lobos do lado de fora da vila.Não sei o porquê o ataque aconteceu. S
Sempre quis matar um semideus - comenta um outro homem parrudo, com ossos e cabeça larga. Suas bochechas rosadas eram chamativas, em contraste com seus olhos, que pareciam se esconder, baixos e fechados. Ele se diferenciava do restante da tropa. Seu cabelo era um loiro transparente avermelhado.Ninguém matará nenhum dos quatro aqui, Egil! Humberct, cuide do barba escura! Se Igvar não pode com ele, só você poderá! Acerte-o com força em regiões não letais: pernas, braço e barriga - diz um homem montado a cavalo, com sua voz imponente. Ele era o único em cima de uma cavalo.Egil se irrita com o comando de Whaldar. Observa Cleoziou. Reconhece que é um sujeito forte. S
Fazem 6 horas que Wilhelm cava com o galho na terra. Ele parou apenas algumas vezes para trocar a forma de pegar no galho, pois sentia dor em seu pulso. Sua dedicação e foco eram sustentados pelo medo. Era uma criança sozinha em um buraco totalmente escuro no meio da mata. Inconscientemente, prendia sua respiração - uma atitude instintiva para não chamar atenção. O medo estava presente nos seus pulmões e nas suas mãos. Cada movimento era ligeiramente discreto.Um raio clareou rapidamente o céu, fazendo-o suspirar. Fez-se um silêncio, seguido de um estrondoso trovão! Começava a chover. Wilhelm respirou fundo. Estava exausto! A criança baixou a cabeça, sentindo tontura. Parou para sentar. No descanso, logo apreciou o cheiro da terra molhada. Gostava desse cheiro. Sempre lhe remetia às brincad
Ainda era escuro, prestes ao amanhecer, quando o irmão mais velho saiu de casa com Renan em seu ombro. Sua irmã balança a cabeça fazendo uma careta de reprovação, como reação por não ser ouvida. Quando eles se afastam, ela corre atrás, os alcançando. Caminharam lado a lado por cerca de dez minutos, passando pelas ruas íngremes, até finalmente chegar em uma enorme casa curiosa. Suas paredes eram de pedras. Mas não pedras de formato uniformes como das outras casas. Variam entre cores de creme claro, quase branco, a tons avermelhados. Suas formas e tamanhos também variam. Umas quase poligonais - triangulares, quadrangulares, etc. Já outras, totalmente disformes. Contudo, impressionantemente, todas encaixando umas nas outras, parecendo um quebra-cabeça de pedras