Renan observava os machados estranhos, misturados com o arco de caça do senhor Weller. Marlon reconhece que há uma negação interior tentando recusar a notícia - mas, percebe que Renan nem sequer está dando uma chance para a história de Arthur. Já Laron, estava prestando atenção na conversa. Contudo, escuta subitamente o bater de asas vindo do céu. Olha para cima, e observa um bando de corvos indo na direção da vila. Sente o nervoso do torso - seus músculos enrijeceram. A palavra "vila dizimada" ecoa em sua cabeça. Num estalo, começa repetir:
Um uivar alto é produzido ecoando em todo o Vale de Sheear. As crianças pararam de falar, sem respirar - o uivar é bem próximo. Instintivamente, Laron sobe na carroça. Sente-se nervoso ao ver seus amigos no chão. Renan quebra o silêncio:
A menina subiu, e seu irmão ficou de boca aberta encarando Marlon sem entender a ordem repentina. Não vê sentido naquela quase autoridade. Olha a expressão séria do amigo, da sua irmã amedrontada, e de Laron agitado.
Enquanto conversavam, a fada fala diretamente nos pensamentos do menino.
Renan observa seu amigo Laron de olhos arregalados, segurando a espada, atento para cada canto da floresta em sua volta. Escuta o vento sacudindo as folhas das árvores, o qual lentamente foi perdendo a força, até parar. Renan sente uma enorme vontade de fazer perguntas à pequena mulher. Mas, no intuito de não decepcioná-la, obedece-a subindo na carroça. Depois, chama o amigo.
Todos subiram na carroça. Marlon equipa o escudo. Entrega um machado ao Renan, e pede para que Arthur fique de prontidão no comando da carroça. Marlon olha para seu irmão, e vê sua veia pulsando. Entende o medo que ele está sentindo. É como se sua pele inchasse, se tornando mais sensível, sendo possível detectar até mudanças ínfimas na corrente de ar causadas pela respiração de terceiros. É o medo dominando o corpo, e este concentrando suas energias para reagir.
O vento foi voltando na direção contrária, aumentando o nervosismo de todos. Pela visão lateral, Marlon sente o instinto de seu irmão reagir.
Arthur manobrou a carroça e a pôs em movimento na direção da vila. No trajeto, observam cada árvore que passa pelas suas laterais. Mudam rapidamente a visão para o horizonte da estrada. A incerteza, aperto no coração, e sentimento de conforto são emoções, misturadas e predominantes, na mente de Marlon e Renan. Precisavam ver seus pais, e estavam na direção deles. Arthur e Ailin começaram a torcer e repetir mentalmente, "vai dar tudo certo!", "vai dar tudo certo!". Contudo, inesperadamente, as palavras do pensamento viraram "mas que droga é essa?". No meio do caminho havia uma mulher. Os cavalos pararam de correr ao se aproximarem dela, e, tentavam recuar, presos a carroça. A mulher possuía cabelos longos e escuros. De tão longos, atingiam a cintura. Os fios eram retos e cobriam parcialmente o seu olho esquerdo. Já seus olhos chamam atenção pelas íris vermelha radiante. Vestia um vestido verde escuro, justo na cintura e curto na saia. Possuía uma capa quadriculada vermelha escura com preto, a qual cobria seus seios e seguia nas suas costas.
Pelas costas da carroça, surge um homem de longos cabelos cinza. O sujeito possuía tanto cabelo, que mesmo preso, caiam mechas nos ombros e em seu rosto, que se misturavam com a barba curta. As íris de seus olhos eram grandes, duas bolas cinzas escuras e cintilantes. Seus olhos chamavam tanta atenção quanto os seus dentes, que eram exibidos em um sorriso rosnante. O sujeito se aproxima lentamente. Arthur força as rédeas para que os cavalos andem. Mas estes não respondem ao seu comando, e, relincham como se pedissem ajuda. Então, ele desce do comando dos cavalos, se junta aos amigos na parte de inferior da carroça, encara o homem pegando o último machado, e, declara a estratégia:
O sentimento de proteção estava firme. Mas Renan olha a angústia de Laron, e então retruca:
Arthur observa o comentário do amigo e começa a pensar "vale a pena nos atacarem com grandes chances de morrer?". E então, começa a tentar prever possíveis ataques do inimigo. Enquanto pensa, o homem e a mulher vão para a mesma lateral da carroça, se abaixam sumindo da vista das crianças, e, em um único movimento, levantam juntos a lateral da carroça, fazendo-a tombar.
Antes de começar a cair, Arthur dá a ordem:
As crianças caem da carroça, mas, no desespero, rapidamente formam um círculo. Marlon escutou os dois nomes. Quando teve tempo para pensar, arregala os olhos.
A fada então ri escondida. Pensa: "Então foi assim que esses humanos sobreviveram até agora nesta região? Allaidhus sempre foi hostil a quase tudo e a todos! Não esperava que um dia fosse fazer um acordo com humanos. Deve haver mais algum segredo."
O casal se aproxima lentamente na direção das crianças, e estas respondem recuando na direção da vila. Allaidhus aumenta o sorriso, desvia o olhar, caminha lentamente até o canteiro da estrada, e quebra um tronco de uma pequena árvore, produzindo um porrete. Volta a caminhar na direção de suas presas com um sorriso psicopata alucinante e ameaçador. A mulher faz o mesmo movimento, demonstrando também possuir uma grande força a ponto de quebrar outro tronco do mesmo tamanho apenas com as mãos nuas. A partir daí, o sentimento de segurança das crianças desapareceu! Marlon começa a conduzir o passo um pouco mais acelerado na direção da vila. Arthur entende que é um bom plano. No cenário positivo, irão encontrar com Cleuziou e seu pai, que poderiam ser de grande ajuda. Outra possibilidade é fazer os dois inimigos se enfrentarem - o exército invasor e o casal espanto.
Arthur permanece calado. Escuta atentamente os amigos e concorda com eles. Contudo, também observa que a mulher está acompanhando o homem. Ela fará a proteção dele. Entende que precisará atacá-la, mas não vê muitas formas de vencê-la. Se ela consegue quebrar aquele tronco, portanto conseguiria matá-lo com apenas uma mão. Assim, precisará dar um golpe certeiro, sem receber danos!
Renan olha para Laron segurando firmemente a espada. Sua coragem lhe motiva. Ele pensou, "se ele não está com medo, não há perigo". Marlon também observa seu irmão e percebe que Renan também o está observando. Então Marlon ri pensando "Como você descobriu? És tão autocentrado!".
A fada estava imóvel, mergulhada em um diálogo interno com ela mesma em seus pensamentos:
Enquanto a fada conversava consigo mesma, Laron olha para cima, depois para seu irmão, e sorri. Renan observa e fala:
Allaidhus se irrita com a confiança das crianças e começa a correr na direção delas. Tenta uma investida em golpeá-las com uma tacada à meia distância girando o tronco. Mas, todos antecipadamente dão um pulo para trás, fazendo-o errar o alvo e ficar vulnerável. Marlon grita "Agora!", e, corre na direção do inimigo. Seus companheiros seguem atrás gritando. Allaidhus pula alto para trás, caindo ao lado de sua companheira.
Os dois grupos mediam distância e possibilidade de ataque e contra-ataque. Allaidhus teve uma ideia:
Renan escuta dentro da sua cabeça palavras da Fada conjurando:
Subitamente, Renan fica um pouco tonto. Sente cansaço nas suas pernas e braços. Não consegue mais se imaginar reagindo. Então, fica triste. Ele vê a mulher correndo em uma circular, buscando cercar seus amigos. Seu corpo pesa absurdamente, levando o medo ao desespero sem fim. Ele tenta gritar para avisar seus amigos, mas não consegue. Sente como se existisse uma força contrária ao seu corpo. Desesperado, ele consegue superar a força e abrir a boca. Mas, antes de falar, escuta a voz da fada diretamente dentro da sua mente.
A mulher cerca as crianças do outro lado da estrada. Ela e seu companheiro se entreolham rapidamente, e correm na direção das crianças em sentidos opostos. Em instantes, começam a realizar o mesmo movimento de girar o tronco como se fosse acertar com um bastão pesado. Contudo, para suas surpresas, Laron, Renan e Marlon, antecipadamente, correm na direção do homem gritando. Marlon pula com escudo na altura e direção da mão que segura o tronco. Laron pula com a espada na direção de seu pescoço. Já Renan, com ajuda da Fada, pula alto demais, por cima de todos. Arthur corre sozinho para o outro lado, na direção da mulher. Pula levando o machado na direção de sua cabeça. Ailin fica parada no meio, sem se mover.
A mulher, percebendo que será atingida, antes de completar o movimento, inclina seu corpo para trás, fugindo do machado, ao mesmo tempo, desengonçadamente, chuta Arthur com um pisão, empurrando-o com a sola do pé. Este voa para trás, caindo de bunda no chão. Sente o peso em seu pulmão, ficando sem ar, respirando desesperadamente com dor no peito.
Do outro lado, o homem percebendo que será acertado, furtivamente, se joga no chão rolando pela lateral, e pula para cima de Marlon, que estava se virando em sua direção. Antes de alcançá-lo, Marlon se protege atrás do escudo. Mas, o homem segura seu escudo com uma mão, e com a outra segura com força o pulso de Marlon. Sua unha afiada corta sua veia, que começa a sangrar. Seu irmão Laron se aproxima pela lateral, forçando o homem a recuar, mas antes, lança Marlon na direção de Arthur, apenas segurando-o de mal jeito pelo pulso, e com pouco espaço para movimentar seu braço. Marlon cai rolando para trás, até chegar perto de Arthur. Pela situação, Laron sabiamente pula para trás algumas vezes, se aproximando dos outros, fugindo do homem.
O homem admira o escudo de madeira redondo com uma liga metálica de apoio. Nunca havia visto um escudo parecido. Ao olhar para frente, se surpreende com Renan correndo rapidamente em sua direção, dando um pulo de mergulho, empunhando o machado. Allaidhus, com seus reflexos rápidos, apenas pula para lateral, desviando da criança, que cai no chão, longe de seus amigos. Marlon levanta machucado e sangrando, olha para Arthur. Os dois começam a correr.
Allaidhus se aproveita que o garoto está no chão se virando, e pula alto em sua direção. Enquanto está subindo, Renan começa a sorrir por estar com uma oportunidade de calcular onde jogar o machado e acertá-lo. Ele então percebe que poderia ser atingido no ar, se protege no escudo. Agora, todos observam que Renan será esmagado no chão pelo Allaidhus protegido pelo escudo. Laron fecha os olhos para não ver o sofrimento. Mas, inesperadamente, Renan aponta o dedo para cima e recita as palavras:
Uma labareda flamejante sai do dedo de Renan, levando fogo e vento em uma escala monstruosa, formando um pequeno furacão que atinge o céu! Renan se levanta mantendo o dedo apontado para cima, conduzindo o furacão de fogo, descendo-o lentamente para o horizonte. Quando o seu braço esticado aponta para frente, paralelo ao chão, cessa o seu poder em grande estilo, fechando a mão.
Allaidhus ainda estava atrás do escudo, mas bem alto, sendo isolado na direção do dedo de Renan. Antes de cair, dá um mortal para trás, e cai agachado, apoiando a mão no chão. Fica nessa posição baixa por um tempo. Suas roupas nas costas haviam se queimado. Haviam pequenas marcas de carne viva tanto nas costas, quanto nas pernas e nos braços. Seu novo escudo ainda está em chamas na parte da frente. O homem experimentou a pior dor de sua vida! Doía tudo! Estava em choque, olhando para baixo, sem entender o que aconteceu. Durante trinta segundos, ele permaneceu naquela posição. Todos também estavam em choque e sem palavras. Depois, Allaidhus se levanta e encara Renan. Mas a criança anuncia com virilidade:
A incerteza descrente ficou no ar. As crianças estavam em dúvida se aquele poder todo havia ferido o inimigo. Ele já estava de pé. Renan e Allaidhus se encaravam, quando subitamente Laron avista quatro corvos se aproximando. Sua expressão muda para um desentendimento desesperado. Seu irmão e Renan se deparam com sua face, e também se desesperam desentendidos! Allaidhus sente o cheiro de medo das crianças e fica com um ar mais assassino. A sua dor começa a ficar pequena, perto de sua vontade de comer carne. A fada cansada de usar tanto poder, sente este instinto assassino no inimigo, e, percebe que é uma luta perdida. Então, libera o Renan do controle e começa a pensar em uma oportunidade de fugir. Não seria possível levar o seu garoto. O inimigo iria caçá-lo até o fim. Agora o seu corpo entra em modo de sobrevivência. É fugir para não ser devorada!
Renan sente que não há mais poder circulando. Sua expressão revela rapidamente desentendimento. A fada fala em sua cabeça:
Renan tentou manter um sorriso cínico de confiança. E então anunciou:
O ar passou a faltar para Renan e Laron. Arthur e Marlon estavam rodeando Tarellas, empunhando suas armas, tentando se aproximarem de seus amigos. A mulher fica imóvel observando seu companheiro andando na direção de Renan. Allaidhus sente o cheiro da carne do garoto. Sua fome aumenta. Estava caminhando com os olhos fixos em sua refeição. Mas, para sua surpresa, Laron baixou a sua espada e sorri aliviado. Seu irmão e Renan ficam muito surpresos. Sorriem devagar, aumentando o tom para uma risada, até começarem a gargalhar!
A mulher que estava com uma expressão de angústia, passou a sorrir. Allaidhus percebe a mudança repentina da mulher e fica emburrado. Assim, ele chama gritando:
Este chega correndo em passos largos.
Tarellas segura o braço de Allaidhus com carinho, pedindo para parar. Cleuziou continuou:
Tarellas fica rubra de vergonha. Mas tal informação faz Cleuziou parar distante em seus pensamentos. O pai de Arthur chega correndo, ofegante, ao lado de Bryan. Cleuziou se desperta e fala:
Tarellas perde o sorriso no rosto com essa declaração. Então Allaidhus continuou:
Todos ficam surpresos. Laron olha para cima e ainda vê corvos. Então pensa com dúvida, "para quem serão?"
Enquanto falavam, um vulto cai rápido do céu, produzindo um barulho maciço que ecoa sutilmente pelo chão, levantando folhas e poeira. Todos escutam e sentem o tremor. Era um homem loiro de cabelos compridos, muito alto e forte, que caiu agachado! Este, olha para o casal, para Cleuziou e para Bryan. Desperta um sorriso, e começa a rir! Seu riso vira gargalhada! Ri alto, muito alto e por muito tempo. Logo depois, chegam cerca de quinze soldados invasores. Um dos soldados era o invasor que Cleuziou havia derrotado quando destruiu seu escudo com o martelo. O sujeito que antes gargalhava, agora fala em uma voz grossa:
Sempre quis matar um semideus - comenta um outro homem parrudo, com ossos e cabeça larga. Suas bochechas rosadas eram chamativas, em contraste com seus olhos, que pareciam se esconder, baixos e fechados. Ele se diferenciava do restante da tropa. Seu cabelo era um loiro transparente avermelhado.Ninguém matará nenhum dos quatro aqui, Egil! Humberct, cuide do barba escura! Se Igvar não pode com ele, só você poderá! Acerte-o com força em regiões não letais: pernas, braço e barriga - diz um homem montado a cavalo, com sua voz imponente. Ele era o único em cima de uma cavalo.Egil se irrita com o comando de Whaldar. Observa Cleoziou. Reconhece que é um sujeito forte. S
Fazem 6 horas que Wilhelm cava com o galho na terra. Ele parou apenas algumas vezes para trocar a forma de pegar no galho, pois sentia dor em seu pulso. Sua dedicação e foco eram sustentados pelo medo. Era uma criança sozinha em um buraco totalmente escuro no meio da mata. Inconscientemente, prendia sua respiração - uma atitude instintiva para não chamar atenção. O medo estava presente nos seus pulmões e nas suas mãos. Cada movimento era ligeiramente discreto.Um raio clareou rapidamente o céu, fazendo-o suspirar. Fez-se um silêncio, seguido de um estrondoso trovão! Começava a chover. Wilhelm respirou fundo. Estava exausto! A criança baixou a cabeça, sentindo tontura. Parou para sentar. No descanso, logo apreciou o cheiro da terra molhada. Gostava desse cheiro. Sempre lhe remetia às brincad
Ainda era escuro, prestes ao amanhecer, quando o irmão mais velho saiu de casa com Renan em seu ombro. Sua irmã balança a cabeça fazendo uma careta de reprovação, como reação por não ser ouvida. Quando eles se afastam, ela corre atrás, os alcançando. Caminharam lado a lado por cerca de dez minutos, passando pelas ruas íngremes, até finalmente chegar em uma enorme casa curiosa. Suas paredes eram de pedras. Mas não pedras de formato uniformes como das outras casas. Variam entre cores de creme claro, quase branco, a tons avermelhados. Suas formas e tamanhos também variam. Umas quase poligonais - triangulares, quadrangulares, etc. Já outras, totalmente disformes. Contudo, impressionantemente, todas encaixando umas nas outras, parecendo um quebra-cabeça de pedras
Na noite anterior, a quilômetros de distância, sob o céu escuro, coberto de belas estrelas, Wilhelm escuta um uivar ecoando na floresta. Seus nervos se travam. O medo contrai o seu corpo, tornando a sua pele numa espécie de sensor sensível, conseguindo sentir a mínima brisa da noite com extrema precisão. Ele não sabe o que fazer. Resolve escalar as pedras próximas da cachoeira. No alto, deita no chão encolhido. Fica até a madrugada de olhos fechados, mas acordado, apenas desejando não ser visto, nem cheirado.Na manhã seguinte, Wilhelm acorda com o corpo duro e dolorido. Percebe o malefício que é dormir em cima de pedras. Desce-as ainda com medo. Atento, observa o ambiente em sua volta - muitas árvores, a queda d'água com seu barulho contínuo, e o riacho alimentado pela
Ao pôr do sol, Wilhelm corre veloz por uma estrada coberta de folhas secas - que são levantadas pelo rastro do vento de seu corpo veloz. O caminho é cercado por um corredor de árvores. A fada voa acima de seu ombro, o acompanhando.Lá - a fada aponta para um conjunto de casas de pedra branca no alto de uma pequena colina. - Pare!O menino faz uma parada brusca, levantando poeira. Franze os olhos para observar.Que casas estranhas! São bonitas, mas estranhas - afirma o garoto.Agora é hora de irmos devagar. Não podemos chegar tão rápido. Ir&aa
Mais uma vez, Wilhelm acorda pela manhã atrás da estátua. Ele verifica pela fenda se há alguém por perto. Depois, se levanta, e vai na direção de seu novo emprego. Passa a maior parte do dia trabalhando. Ordenha leite de vacas gordas, brancas com manchas, ou escuras. Enche garrafas de leite. Alimenta galinhas com grãos de ração dura. Mais uma vez, recebe três coxas de frango e um copo de leite no almoço. Mas hoje, ele guardou as três coxas, bebendo apenas um pequeno copo de leite.Depois do almoço, entregou garrafas de leite a todos os clientes. Na volta, parou no caminho, e deu uma coxa de frango para a senhora que pedia esmolas.Olá! Por quê estás no chão, e não trabalhan
Com um saco de pano preto cobrindo a sua cabeça, o garoto via apenas a escuridão. Sua respiração tornava o ar mais quente e abafado. Sentia a necessidade de coçar o nariz. Mas, suas mãos estavam amarradas para trás das costas. Nervoso, ele recolhe o polegar ao centro da palma da mão, reduzindo a largura do punho. Faz força para escapar da firme corda áspera. Se concentra na tarefa. Subitamente, o som do trinco metálico é produzido, seguido de um bater de porta, que ecoa em todo o ambiente. Sons de passos se aproximam. O garoto paralisa junto ao repentino silêncio.Dedos gelados tocam o pescoço de sua nuca. Em surpresa, o saco de sua cabeça é arrancado. A luz incomoda os olhos de Wilhelm - foram muitas horas vendo a escuridão. Quando ele se acostuma com a claridade, percebe que está e
No dia seguinte, Lean abre a porta do porão. Com medo, sem entrar, grita do lado de fora tão baixo, que parece apenas uma fala contínua:Meninoo, suuuba!Renan estava deitado de barriga para cima sob o chão de pedra sujo. De olhos fechados, escuta o chamado. Sobe as escadas do porão que circulava a parede, e se depara com a nova menina. Dessa vez, o seu cabelo estava cortado até o ombro, e usava roupas brancas.O que houve?Hewllar cortou meu cabelo - responde afastada, sem olhar para o menino.Último capítulo