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      A SURPRESA NÃO ESPERAVA

 Quando os homens viram Paula caído, levantaram-se e correram em sua direção, ao se aproximar, J.J teve a confirmação do que tinha acabado de ver, a mulher que viu não era uma ilusão de sua mente, e  sim a mulher que conheceu no réveillon de 2002. Tenso e ao mesmo tempo nervoso, dela ter desmaiado que pelo visto por reconhecê-lo, se afastou deixando o marido e o amigo, próximo ao corpo de Paula estirado no chão da imensa sala.  

Ao se aproximar da mulher desmaiada,  Orlando viu que tinha sangue próximo à cabeça dela, o que o fez não mexer na esposa caída, pediu que ligasse imediatamente para a emergência, e ficou ali chamando-a muito nervoso.

  — Paula, Paula, acorda meu amor!

Mas a mulher não abriu os olhos e nem se mexeu apavorando-o ainda mais. 

Logo os socorristas chegaram e depois dos procedimentos levaram-a para o hospital. 

Orlando olhou para o amigo e o homem de pé paralisado na sala próximo ao sofá onde estavam sentados e não precisou falar nada pois ambos falaram ao mesmo tempo: 

—Vá com ela — J.P  logo completou dizendo: 

—Não se preocupe conosco, seguiremos vocês e nós nos encontraremos lá. 

Orlando deu ordem a sua secretária Ida, uma mulher de meia idade que estava ao seu lado muito nervosa, para que ela avisasse o filho para que fosse para o hospital assim que pudesse, pois o rapaz estava fora da empresa em um simulado que a empresa proporcionava para complementar os futuros funcionários em seus cargos.

Depois que Orlando seguiu os socorristas para o elevador, J.P e J.J pegaram o outro elevador para pegar um táxi fora do prédio. 

Já no hospital assim que chegaram, Paula foi levada para a sala de emergência já com a cabeça enfaixada pois na queda ela bateu na quina do amparador próximo a porta onde caiu.

Se passaram uma hora e nada de notícia, ninguém saia da sala de emergência deixando Orlando ainda mais nervoso do lado de fora que andava de um lado para o outro na sala de espera, junto com os dois homens que haviam chegado logo atrás dele que veio na ambulância com a esposa. 

Exatamente uma hora e meia depois quando o doutor Glauber Flaubert  veio  até a sala segurando um tablet na mão. Assim que Orlando o viu logo se aproximou já perguntando: 

—Me fala, doutor Flaubert, como minha esposa está?  

—Oi, Orlando,  bom, o quadro dela não é bom, mas também não é grave, como você falou ela entrou na sua sala bem, falando e do nada desmaiou, só que na queda ela bateu a cabeça na quina do amparador como está na ficha que os socorristas entregaram! E por ela ser uma mulher alta e ainda de salto a pancada foi forte onde formou um coágulo no cérebro que não a deixou volta, mas agora depois que a tomografia mostrou o dano causado pela pancada, estamos mantendo-a em coma induzido para assim o cérebro poder relaxar e se restaura desinchando e voltando ao normal, mas levará uns dias para então, retirarmos-a do coma induzido fazendo-a acordar, por enquanto é só o que podemos fazer, o demais já foi feito! — Disse o doutor.

—Ok, entendi, mas isso levará quanto tempo doutor?  

— Orlando, confesso que ainda não posso te dar essa resposta já que temos que esperar o cérebro dela desinchar sozinho no tempo dele ou melhor, dela mesmo, mas ela é uma mulher forte, então, creio que ela vai reagir e esperamos que não vai demorar, mas por hora só nos resta esperar para que seu organismo reage.

—Eu posso vê-la?

—Sim, coloquei ela na UTI pois lá ela ficará mais assistida! Mas você pode vê-la pela janela de vidro. Mas só você, para não atrapalhar o andamento dos enfermeiros que precisam de espaço para cuidar do bem-estar dos outros pacientes!  

Orlando olhou para os dois homens ao seu lado onde, J.P, levou a mão ao seu ombro falando:

  —Vá, vá vê-lá, esperamos você aqui! 

Uma hora depois J.P  se despede do amigo e sai do hospital com J.J pegaram um táxi e seguiram para o hotel, o tempo todo, J.J estava calado. J.P não desconfiou de nada, pois sabia que ele não conhecia seus amigos. 

Quando chegaram ao hotel, seguiram direto para seus quartos, ambos exaustos, pois o acontecido os deixou perplexos. 

Ao entrar no seu quarto e fechar a porta, J.J levou a mão à boca e permitiu que as lágrimas escorrem por sua face lembrando-se de como procurou aquela moça linda que insistia lembrá-lo daquele curto momento por muito tempo, mesmo tê-los passado só alguns minutos um nos braços do outro ela o marcou tanto que nunca conseguiu esquecê-la, mas suas buscas não o levaram a lugar nenhum, nunca conseguiu encontrar a linda Paola que fez seu réveillon de 2002 ser tão marcante, pois o curto momento que ficaram juntos não falaram sobre si, e sim trocaram beijos e carícias. 

Escorregando pela porta já trancada  sentou-se no chão lembrando-se da noite que a conheceu, lembrou-se do momento que estava feliz, deslumbrado com os fogos estourando no céu e no momento que olhou para o lado e se deparou com aquela linda moça de olhos brilhantes que roubou toda sua atenção a ponto de não conseguir tirar os olhos dos dela até um grupo de pessoas festejando começarem a pular e gritar se abraçando e logo começou um empurra, empurra, foi quando a  perdeu de vista, onde começou a procurá-la preocupado com ela, mas também por querer muito vê-la novamente, perguntar seu nome ou talvez trocar contatos, mas não a encontrou em lugar nenhum na areia, até que saiu andando e de longe se deparou com um grupo de rapazes rodeando uma moça na calçada, e ao se aproximar viu que era a mesma moça que minutos atrás procurava desesperado, mas achando que ela estava com eles se aproximou devagar mas então ouviu quando um deles falou para uns outros ao seu lado que com certeza aquela estrangeira iria conhecê-lo melhor naquela noite.

"E foi naquele momento que seu sangue ferveu, então, quando viu o cara segurando seu braço e puxando-a ela olhando-o com pavor nos olhos relutando para que ele não a levasse, não pensou nas consequências e assim resolveu interferir gritando que ela era sua namorada, e conseguiu assustar o cafajeste aproveitador que se afastou imediatamente e mesmo com recheio de ser rejeitado por ela, se atreveu puxar assunto o que deu certo! Tão certo que minutos depois estávamos se amando como se conhecessem a anos, mas logo depois que a fez sua, abraçado-a olhou por cima do seu ombro e viu um grupo de pessoas do outro lado da calçada olhando para os lados parecendo procurar por alguém, m*****a hora que falou com ela:

 —Você conhece aquelas pessoas? Eles parecem estar procurando alguém.

E quando ela olhou ficou tão feliz que seus olhos brilharam, então, olhando-o falou: 

 —Sim, é minha prima e os amigos.

   Em seguida saiu andando, sem ao menos olhar para trás, deixando-o aliviado, e ao mesmo tempo, triste por aquele momento ter chegado ao fim. 

Conforme ela se afastava atravessando a rua às pressas, ele sentiu um vazio em seus braços, um aperto no peito, já prevendo que não iriam se verem mais. 

Ficou ali paralisado olhando-a atravessar e se encontra com seus pessoal que assim que a viram correram em sua direção abraçando-a felizes, enquanto ele ao vê-la seguir ao encontro deles, ficou com os olhos enchendo de lágrimas, mas sabia que não era o momento de se aproximar, então, esperou que ela olhasse em sua direção e o chamasse, mas não aconteceu, uma das moças, a abraçou e em seguida saiu levando-a para longe. 

O que só lhe restou seguir suas costas com seu olhar fixo e triste vendo-a se afastar cada vez mais.   

Mas também se ela olhasse não o enxergaria pois onde estava era escuro, mas ele só foi se dar conta daquilo na noite seguinte quando voltou ao mesmo lugar e parou onde ela estava com seus amigos e olhou na direção que ele havia ficado congelado olhando-a com eles. 

Então, desesperado, começou uma busca na internet que até aquele dia não tinha dado em nada. 

E exatamente há pouco mais de vinte anos, ela apareceu à sua frente, ela estava tão perto e ao mesmo tempo tão longe, já casada com uma pessoa que parecia ser um bom homem e ainda mais de sucesso. 

E ao mesmo tempo descobriu que ela havia mentido sobre seu nome, que não era Paolla, e sim Paula, ele ficou ali no chão falando com si mesmo e chorando:

  "Você parece ser feliz com sua família, eu vi o quanto seu marido falava com brilho nos olhos de você!

     Ele se recusou a sair para o almoço sem você, isso significa que ele a ama muito! Enquanto eu…eu me tornei um homem solitário pois nunca perdi a esperança de um dia te encontrar. Mas lamento isso ter demorado tanto anos, e agora é tarde demais, por isso preciso ir antes que você acorde, pois assim vai parecer que nunca nos vimos novamente".  

Sentado ali no chão com as mãos na cabeça, J.J, enxugou as lágrimas, respirou fundo e decidiu ir embora o quanto antes para assim não colocar sua amada em maus lençóis com os que lhe rodeia, pois a ama tanto que jamais quer vê-la sofrer, passou anos procurando-a sem se comprometer com ninguém, pois temia não fazê-la feliz, já que sempre se pegava pensando na linda Paolla de voz doce e olhos brilhantes com um aroma que nunca saiu de suas narinas, e que mesmo depois de tantos anos ainda usa o mesmo perfume, pois sentiu, ao se aproximar dela enquanto estava caída no chão. 

Depois de uma ducha bem quente arrumou sua mala e saiu do hotel deixando um recado para o amigo, J.P na recepção, pedindo desculpas e dizendo, que precisou voltar imediatamente para Buenos Aires. 

E assim seguiu para o aeroporto pegando o voo e mais uma vez seguindo seu caminho sem Paula ao seu lado. 

Rindo ele falava pra si mesmo:

  "Pelo menos agora sei seu verdadeiro nome e onde te encontrar quando quiser te ver mesmo que de longe". 

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