A ADMIRAÇÃO 

A senhora ficou perplexa olhando-o abismada, pois ele era só um jovem rapaz e amava tanto sua filha que estava disposto a casar-se tão jovem, como uma linda história romântica, ela achou aquilo lindo! Tanto que prometeu ajudá-lo a conquistar a filha, e o primeiro passo foi deixá-lo entrar para vê-la, pois ela estava passando tão mal todas as manhãs com enjôo que mal saia da cama e era por isso que não estava indo para a faculdade — disse a mãe deixando-o desconfiado que ela já estava ciente da gravidez. 

Assim que ele chegou a porta do quarto viu Paula deitada pálida feito um papel, seus olhos que ele amava ver pois eram sempre brilhantes, não existiam mais. O sorriso nem se falava, havia sumido de uma hora para outra, até seus cabelos lindos brilhante estavam feios embaralhados parecendo que não eram lavados a dias, Paula estava sofrendo de depressão e não queria mais viver nem pelo bebê em seu ventre, ali Orlando, viu que ela estava apaixonada pelo cara que a engravidou, o qual ela o procurou desesperadamente por dias, mas não havia encontrado-o, a tristeza quis tomar conta dele, mas naquele momento ele precisava ser forte e esquecer o que sentia e lutar por ela a mulher que amava mais que tudo, senão seria o fim dela e por tabela o seu também, já que se algo acontecesse com ela iria afetá-lo. 

Deixando os pensamentos de lado, se aproximou da cama lutando para esconder sua tristeza,  demonstrando felicidade em vê-la.

—Oi, amiga! Desculpe-me entrar, mas sua mãe me permitiu. Eu estou preocupada com você, então vim vê-la e saber como você está passando, sua mãe me contou que você não anda bem, mas eu sei o porquê né, então, não precisa disfarçar para mim e me fale o que você está sentindo de verdade? Paula, você contou para seus pais sobre…

— Sim, eles já sabem de tudo! Eu tenho sentido muito enjoo matinal, então, não tem como ir a faculdade, o médico disse que logo isso vai passar, mas Orlando, está sendo horrível parece que vou morrer de tanta fraqueza, só quero dormir e dormir passo o dia na cama e mesmo assim me sinto cansada. Mas me fala como estão as coisas na faculdade? 

—Bom, todos estamos sentindo sua falta, mas parece que ligaram, mas sua mãe falou que você estava gripada, então ninguém veio te ver, mas eu sabia o real motivo, então, vim te ver.

Paula, eu te amo e quero estar com você e te ajudar a passar por isso, me deixe fazer parte disso?

—Não Orlando, eu já te disse, eu não vou fazer isso com você, você é um ótimo rapaz, e tem toda sua vida pela frente, já, já, você vai gostar de outra garota e ser feliz e forma sua família, eu não quero te prender ao meu lado criando uma criança que não seja seu filho de verdade! 

—Paula seu padrasto fez isso com você e pelo que vejo ele nunca se arrependeu.

—Sim, ele é maravilhoso, me trata como filha de verdade, minha mãe agradece a Deus por colocá-lo no caminho dela quando eu ainda era uma bebezinha, pois segundo ela a família do meu pai a culpava pela sua morte. 

E a colocaram na rua comigo recém nascida nos braços, foi quando uma amiga arrumou um  emprego pra ela na mesma empresa, onde na primeira festa ela conheceu meu padrasto que estava de passagem visitando um amigo e logo que a viu se apaixonou e não sossegou até conquistá-la e convencê-la vir com ele para Londres, onde ele morava, depois de muito custo minha mãe concordou em vir, mas com a condição de que se não desse certo voltaria, e olha estão juntos até hoje e se amam tanto que dá gosto vê-los juntos. 

—Que bom, e o que ele achou quando você contou sobre sua gravidez?            

—Ele disse que parecia que a história estava se repetindo com alguns detalhes diferentes, mas ficou feliz em poder ter um bebê em casa novamente. Disse que estará aqui para o que eu precisar, minha mãe ficou meio ressentida, mas acho que é por temer o meu futuro, porque logo me perguntou se eu pretendia largar a faculdade! 

Mas quando eu disse que não, que assim que me sentisse forte voltarei a frequentar as aulas e me formarei! Ela se sentiu mais aliviada, então é isso, eu só preciso estudar mesmo que de casa, e pra isso vou precisar de toda ajuda possível já que estou perdendo as matérias, ainda bem que estamos no início do ano e tenho tempo suficiente para me recuperar! Então e onde preciso muito de você, você pode me ajudar a estudar as matérias que perdi e trazer as seguintes para eu ficar por dentro de tudo? 

Assim no período das provas eu não ficarei para trás.

—Sim, sim, com certeza eu te ajudarei! Vou vir todos os dias logo depois das aulas e assim passamos tudo que foi dado em aula juntos. 

Você sempre foi boa! Então vai se sair muito bem! Eu vou ver se gravo as explicação dos professores para você poder entender melhor — Orlando falou piscando pra ela que sorriu onde ele pode ver um pingo de alegria nos fundos dos seus olhos, e ali decidiu nunca deixá-la sozinha mesmo que ela não quisesse namorar ou casar-se com ele. 

E assim durante aquele mês ele formou uma rotina de ir para a faculdade pela manhã logo depois ir para casa de Paula e passar tudo com ela que se saiu muito bem,  logo depois que os enjôo passou, Paula voltou a frequentar as aulas onde Orlando ia buscá-la e levá-la de volta para não deixá-la dirigir sozinha temendo que passasse mal e sofrer acidente, a mãe dela gostava cada vez mais dele pois via em sua dedicação como ele e a filha se tornaram inseparáveis a ponto dela o contar tudo que se passava com ela. 

Os meses foram avançando e logo sua barriga estava bem grande, todos achavam que ele era o pai da criança por estarem sempre juntos, coisa que ele adoraria que fosse verdade, mas logo Paula esclareceu para todos que ele não era o pai e sim um rapaz que conheceu no Brasil. 

Paula completou os nove meses, e no dia que passou mal para ter a criança, sua mãe depois de deixá-la aos cuidados dos médicos, o ligou a pedido dela.   Onde ele imediatamente correu para o hospital, e quando viu o bebê no berçário viu que foi bom ela não ter mentido para todos dizendo que ele era o pai da criança, pois o bebê nasceu russinho, nada a ver com ele e com ela, que eram mais para morenos com olhos e cabelos castanhos, mesmo que claros, mas o bebê nasceu totalmente puxando para o loiro com olhos de um verde lindo que segundo Paula é igualzinho ao do pai, que para sua infelicidade mais um motivo dela não esquecê-lo nunca, pois teria que conviver com o filho para sempre ao seu lado. Mesmo assim, Orlando logo se apaixonou por aquele lindo bebê que ao ouvi-lo parecia ter reconhecido sua voz, já que conversava muito com ele quando estava ao lado de Paula, e muitas vezes senti-o se mexer dentro da barriga dela, aliás ele foi o primeiro depois dela a senti-lo mexer, onde ficou muito emocionado. 

O tempo passou todos  tinham muito orgulho dela que mesmo com um bebê se empenhou em estudar e se formar já que sempre dizia que iria precisar ser alguém para não deixar faltar nada para seu filho, que deu o nome de Jackson.

Se passou dois anos

Enfim Orlando conseguiu conquistar sua amada Paula, que aceitou se casar com ele e foi quando  ela confessou que o nome do filho era o mesmo nome que o sujeito deu quando se conheceram. 

Apesar dele sempre saber, mas o que importava era que ela nunca mais o viu novamente, contudo também nunca o esqueceu, e é claro, que também não tinha como, já que o menino não deixava isso acontecer, mas só em saber que ela tinha parado de procurá-lo, e enfim aceitado casar-se ele já se sentia vitorioso e resolveu nunca tocar no assunto para não afastá-la dele. 

E assim viveram felizes e criaram o filho que sempre os deu muito orgulho.       

     Em pensamento, Orlando lembra-se sobre não poder ter filhos que ao descobrir que era estéril, por vergonha nunca falou para Paula, que achava que o problema era dela, já que durante o parto pegou uma infecção e até então achava que por conta disso nunca mais engravidou. 

Ele mesmo amando-a muito, nunca teve coragem de lhe contar a verdade pois temia perdê-la, o que ele não suportaria, então carregava aquele remorso por ter omitido seu problema dela que sempre foi tão sincera com ele.     

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