O ar parecia congelar ao redor deles.Ricardo Vasconcellos deu um passo à frente, saindo das sombras da floresta. Seu terno escuro contrastava com o ambiente rústico, como se ele não pertencesse àquele lugar. Mas os olhos… aqueles olhos frios e calculistas pertenciam a qualquer cenário onde o poder pudesse ser exercido.Leonardo instintivamente se colocou na frente de Isabela.— Acabou a brincadeira, Leonardo. — Ricardo sorriu de canto, mas seus olhos não mostravam traço algum de humor. — Eu avisei que você não deveria voltar.Leonardo cerrou os punhos.— E eu avisei que nunca mais me meteria nos seus negócios. Então por que me perseguir?Ricardo inclinou a cabeça, estudando-o como se fosse um inseto sob um microscópio.— Porque você trouxe ela. — Ele apontou o olhar para Isabela.O coração de Isabela disparou.— O que eu tenho a ver com isso? — Sua voz soou mais firme do que ela esperava.Ricardo riu baixo.— Ah, minha querida… tem tudo a ver.O silêncio que se seguiu foi insuportáve
O tempo pareceu parar quando Isabela viu sua mãe surgir da floresta.O rosto dela estava pálido, os cabelos desgrenhados e os olhos arregalados de medo. A respiração vinha curta, como se tivesse corrido por horas.— Mãe? — A voz de Isabela saiu em um sussurro, como se temesse que tudo aquilo fosse uma ilusão.Leonardo se moveu rapidamente, protegendo Isabela com o corpo, enquanto Camila mantinha a arma firme em direção a Ricardo.A mãe de Isabela parou a poucos metros, olhando para a filha com uma mistura de culpa e alívio.— Eu sabia que você viria… — sua voz quebrou no final.O peito de Isabela subia e descia rapidamente. Seu coração pulsava tão forte que ela podia senti-lo nos ouvidos.— Por que fugiu? Por que me deixou sem respostas? — As perguntas saíram em um turbilhão, a dor de anos transbordando.Os olhos da mulher se encheram de lágrimas.— Para te proteger.Ricardo riu baixo.— Proteção? Você a privou da verdade. E agora olha só… ela veio direto para o perigo.Leonardo cerro
O beijo de Leonardo ainda queimava nos lábios de Isabela, uma mistura perigosa de desejo e desespero. Ele a olhava como se fosse a coisa mais preciosa do mundo, mas o perigo ao redor não permitia que aquele momento durasse mais.Ricardo sorriu de canto, cruzando os braços.— Que cena emocionante. Mas será que você está pronto para protegê-la de verdade, Leonardo? Ou só quer brincar de herói?Leonardo manteve os olhos fixos no rival, o maxilar travado.— Você não vai encostar nela.Ricardo riu baixo e balançou a cabeça.— Você me subestima. Mas tudo bem… ainda temos tempo.Ele então olhou para Isabela, seus olhos frios e calculistas.— A verdade dói, não é? Saber que sua mãe não é tão inocente quanto pensava… Deve ser difícil lidar com isso.Isabela sentiu a raiva crescer dentro dela.— E você se acha melhor? Está jogando um jogo sujo com a vida das pessoas!Ricardo inclinou a cabeça, avaliando-a.— A diferença entre nós, minha querida, é que eu não escondo quem sou.Camila, que perman
A noite se desenrolava como uma melodia intensa, cada nota carregada de desejo e urgência. O quarto estava envolto em uma penumbra quente, iluminado apenas pelas luzes suaves que vinham da janela.Leonardo puxou Isabela para si, os lábios explorando cada centímetro de sua pele. Suas mãos eram firmes, mas ao mesmo tempo delicadas, como se temesse que ela desaparecesse entre seus dedos.Isabela arquejou ao sentir a respiração dele em seu pescoço, um arrepio percorrendo sua espinha.— Tem certeza? — Leonardo murmurou contra sua pele, a voz rouca de desejo, mas também repleta de respeito.Ela segurou o rosto dele entre as mãos, olhando fundo em seus olhos.— Eu nunca tive tanta certeza de nada.As palavras foram a única permissão que ele precisava.Os corpos se fundiram como se estivessem destinados a se encontrar, como se cada toque fosse a peça final de um quebra-cabeça que demorou tempo demais para ser montado.Cada movimento era lento, intenso, como se quisessem absorver cada sensação
O aviso de Camila ainda pairava no ar como uma bomba prestes a explodir.Leonardo levantou-se rapidamente, o corpo nu coberto apenas pelo lençol, e começou a recolher suas roupas.— Precisamos sair daqui agora.Isabela, ainda atordoada pelo misto de emoções, sentou-se na cama, puxando os joelhos para perto do peito.— E para onde vamos? Não podemos simplesmente fugir para sempre!Leonardo se aproximou, segurando o rosto dela com firmeza, seus olhos carregados de uma intensidade avassaladora.— Isso não é fuga. É estratégia. Se Ricardo nos quer como alvo, precisamos agir antes dele. E eu não vou deixar que ele te machuque.A seriedade em sua voz fez Isabela engolir seco. O homem à sua frente não era apenas alguém que a desejava. Ele estava pronto para protegê-la a qualquer custo.Ela assentiu, levantando-se rapidamente para se vestir.Enquanto colocava um jeans e uma blusa branca, Leonardo já estava ao telefone com Camila.— O que mais você descobriu?A voz da amiga veio tensa do outro
O mundo girava em câmera lenta.Isabela abriu os olhos, piscando algumas vezes até conseguir enxergar através da escuridão. A cabeça latejava, e o gosto de ferro na boca indicava que havia se machucado.O carro estava tombado de lado, com os airbags acionados e o cheiro de gasolina impregnando o ar.Seu peito subia e descia rapidamente, o pânico tomando conta.— Leonardo! — Ela chamou com a voz trêmula, tentando virar o rosto para procurá-lo.O coração dela congelou ao vê-lo inconsciente, com um filete de sangue escorrendo pela testa.— Não… não… — Ela murmurou, estendendo a mão para tocá-lo.A pele dele estava quente, mas ele não reagia.A adrenalina tomou conta de seu corpo. Ela tentou soltar o cinto de segurança, mas suas mãos tremiam demais. Após algumas tentativas, finalmente conseguiu se libertar e rastejou até ele.— Leonardo, por favor, acorde!Ela segurou o rosto dele, sentindo o desespero apertar sua garganta.Foi então que ouviu um barulho do lado de fora.Passos.O medo se
O carro rasgava a estrada molhada pela chuva, os pneus deslizando levemente a cada curva fechada que Camila fazia. O silêncio dentro do veículo era pesado, interrompido apenas pela respiração acelerada de Isabela e pelos gemidos fracos de Leonardo, que ainda lutava para se manter consciente.Isabela segurava a mão dele com força, tentando ignorar o medo que apertava seu peito.— Vai ficar tudo bem, Leo. Aguenta firme. — Sua voz saía embargada, mas ela tentava se manter forte.Ele abriu os olhos devagar, seu rosto pálido, e tentou sorrir.— Eu… estou acostumado a apanhar. Você sabe. — A voz dele era um fio, mas carregada daquele humor sarcástico que só ele conseguia ter em um momento como aquele.Camila bufou no banco da frente.— Se ele ainda tem forças pra fazer piada, acho que não vai morrer.Isabela lançou um olhar feio para ela, mas, no fundo, estava aliviada.Leonardo era forte. Mas até quando?Minutos depois, em um esconderijo seguro…Camila estacionou o carro em frente a uma ca
O salão do hotel estava lotado. O som dos copos tilintando, risadas e conversas paralelas criava uma melodia abafada no ambiente luxuoso. Lustres imponentes pendiam do teto, refletindo a luz dourada sobre os convidados vestidos com trajes impecáveis.Isabela caminhava entre eles com postura impecável, seu vestido preto justo ressaltando cada curva com elegância e sofisticação. Seu olhar estava firme, seu sorriso ensaiado, sua máscara bem ajustada. Afinal, ela aprendera, à força, que fraqueza não tinha espaço no mundo que conquistara.E, naquele momento, mais do que nunca, precisava sustentar essa armadura.— Dra. Isabela, parabéns pela conquista! — Um dos investidores mais influentes do setor aproximou-se, segurando uma taça de champanhe. Ele apertou sua mão com um sorriso admirado. — Sua nova campanha foi um sucesso absoluto.— Fico feliz que tenha gostado, Sr. Albuquerque. Trabalhamos duro para isso.Ela agradeceu com um aceno discreto e ergueu a taça para um brinde silencioso. Esse