A sala estava tomada por um silêncio tenso, carregado de uma ameaça velada. Isabela e Leonardo, ainda atordoados pela gravação que Otávio havia exibido, estavam paralisados, mas por dentro, tudo parecia desmoronar. A ameaça de Otávio, mais do que apenas palavras, estava se tornando realidade. Eles estavam sendo observados. Controlados. Era como se o jogo não fosse mais apenas deles; Otávio tinha uma rede de manipulação tão intricada que parecia impossível escapar.Isabela sentiu o peso da situação. Cada respiração se tornava mais difícil, e ela não conseguia entender como as coisas haviam chegado a esse ponto. Ela não era mais a mulher frágil que temia as sombras do passado. Ela havia crescido, aprendido, e agora, mais do que nunca, sabia o que precisava fazer. Mas a verdade era que, mesmo com toda a sua determinação, ela sentia o pânico crescendo dentro de si.Ao seu lado, Leonardo estava parado, sua expressão impassível, mas seus olhos transmitiam a frustração que ele sentia. Ele sa
A noite havia caído sobre a cidade, trazendo consigo uma sensação inquietante de que algo grande estava prestes a acontecer. Isabela e Leonardo estavam lado a lado, sentados no sofá da cobertura onde haviam se refugiado. O silêncio entre eles não era desconfortável, mas carregado de tensão e antecipação.A luz azulada do monitor refletia no rosto de Isabela, destacando sua expressão concentrada enquanto analisava, pela décima vez, a gravação que haviam conseguido. Ela mordia o lábio inferior, um hábito que tinha quando estava imersa em pensamentos. Leonardo, por sua vez, a observava em silêncio, admirando sua determinação.— Ele está jogando com a nossa mente. — Ela murmurou, os olhos fixos na tela. — Mas e se, em vez de reagirmos, fizermos ele acreditar que estamos caindo na armadilha?Leonardo arqueou uma sobrancelha.— Você quer fingir que estamos derrotados?— Exatamente. — Isabela virou-se para ele, seus olhos brilhando com uma ideia audaciosa. — Se ele acha que tem controle sobr
O barulho da chuva contra as enormes janelas de vidro da cobertura criava um clima ainda mais intenso. Isabela observava as gotas escorrendo pelo vidro, sentindo a tensão se acumular em seu peito. O plano estava em andamento, mas algo dentro dela gritava que Otávio não era do tipo que simplesmente aceitava uma vitória sem questionar.Leonardo, por outro lado, parecia tranquilo. Ele estava sentado na poltrona de couro, girando um copo de uísque entre os dedos, um sorriso calculista nos lábios. Ele sabia que estavam perto de virar o jogo. Mas também sabia que precisavam ser cautelosos.O celular vibrou de novo.Otávio: Vamos conversar. Amanhã. Às 20h. Restaurante La Riviera.Leonardo leu a mensagem e soltou uma risada baixa.— Ele mordeu a isca mais rápido do que eu esperava.Isabela sentiu um calafrio. Era isso que a incomodava. Tudo estava indo fácil demais.— E se for uma armadilha? — Ela perguntou, cruzando os braços.Leonardo levantou-se, aproximando-se dela. Seus olhos escuros ana
O vídeo continuava rodando na tela do celular de Otávio, cada palavra dita por Isabela e Leonardo ecoando como um veredito implacável.Isabela sentiu seu coração acelerar. Eles foram descobertos. O frio na barriga se transformou em adrenalina pura, mas ela não podia demonstrar medo. Otávio esperava isso.Leonardo, por outro lado, não moveu um músculo. Ele pegou a taça de vinho na mesa, girou o líquido vermelho escuro entre os dedos e bebeu calmamente, como se nada tivesse acontecido. Seu rosto permaneceu impassível, sem um único traço de surpresa ou nervosismo.Otávio sorriu, satisfeito.— O que foi, Leonardo? Perdeu a fala? — Ele provocou, encostando-se na cadeira com superioridade. — Eu avisei que vocês não podiam me enganar.Leonardo finalmente pousou a taça na mesa e ergueu os olhos. Seu olhar não carregava pânico ou hesitação, mas sim algo sombrio e calculista, algo que fez até Otávio hesitar por um segundo.— Você realmente acha que eu deixaria um erro desses acontecer? — A voz
O sabor da vitória ainda estava fresco nos lábios de Isabela quando ela e Leonardo deixaram o restaurante. A noite estava fria, o vento soprando forte enquanto caminhavam em direção ao carro de Leonardo, estacionado na área reservada.Mas o silêncio entre eles era pesado.— Você acha que ele vai revidar? — Isabela quebrou o silêncio, cruzando os braços para se proteger do frio.Leonardo destravou o carro e abriu a porta para ela antes de responder:— Ele vai revidar. — Sua voz era firme, mas sem medo. — Mas agora, ele está em desvantagem.Isabela entrou no carro e Leonardo deu a volta, sentando-se no banco do motorista. Assim que ligou o motor, olhou para ela.— Você confiou em mim hoje.Ela o encarou.— E você não me decepcionou.O olhar dele se suavizou por um instante, e por um segundo Isabela sentiu algo diferente ali. Algo intenso. Algo perigoso.Mas antes que pudesse analisar melhor, o celular de Leonardo vibrou no painel. Ele o pegou e franziu o cenho ao ver o número desconheci
O relógio marcava 2h da manhã, mas Isabela não conseguia dormir. Ela estava sentada na cama do quarto de Leonardo, com os joelhos encolhidos e os braços cruzados ao redor do corpo. O peso da ameaça de Otávio pressionava seu peito como um ferro em brasa.Leonardo, por outro lado, estava de pé ao lado da janela, segurando um copo de uísque. Seu maxilar estava trincado, e seu olhar fixo na cidade iluminada mostrava que sua mente trabalhava a mil.— Ele não vai machucá-la... — Ele disse, mais para si mesmo do que para ela.— Como você pode ter certeza? — A voz de Isabela saiu baixa, carregada de preocupação.Leonardo virou-se para encará-la.— Porque Otávio quer poder, não sangue. Se ele machucar sua mãe, perde a única moeda de troca que tem contra nós. Ele sabe que, se cruzar essa linha, não haverá mais negociação... haverá guerra.Isabela mordeu o lábio, tentando se convencer disso.— Mas e se ele decidir fazer isso só para provar que pode?Leonardo se aproximou e abaixou-se diante dela
O carro deslizou suavemente pela estrada, cortando o silêncio tenso que pairava sobre eles. As luzes da cidade começaram a se distanciar à medida que avançavam para um local mais seguro. No banco de trás, Isabela segurava a mão da mãe com força, como se quisesse garantir que ela ainda estava ali, viva e protegida.Sofia estava visivelmente abalada. Seus olhos inquietos percorriam o lado de fora da janela, como se temesse que algo ainda pudesse acontecer.Leonardo, ao volante, mantinha os olhos fixos na estrada, mas sua mente trabalhava rápido. Nada estava realmente resolvido.— Você está bem? — Ele perguntou, sem tirar os olhos do caminho.Sofia assentiu, mas sua voz saiu fraca.— Estou... agora que saímos de lá.Isabela apertou a mão dela com mais força e olhou para Leonardo. Havia algo diferente nele. Seu maxilar estava tenso, seus dedos seguravam o volante com força demais.— Leonardo... — Isabela chamou, preocupada. — Você acha que ele vai tentar algo?Ele não respondeu de imediat
O silêncio no carro era denso como uma tempestade prestes a desabar. A tensão entre Isabela e Leonardo era palpável, como se um fio invisível os puxasse em direções opostas. O peso da ligação de Otávio ainda pairava sobre eles, tornando o ar quase irrespirável.Isabela observava Leonardo pelo retrovisor. Seu maxilar estava rígido, os dedos apertavam o volante com força desnecessária, e ele não havia dito uma única palavra desde que encerrou a chamada.Ela não gostava disso. Não gostava do silêncio.— Se você continuar com essa cara fechada, suas rugas vão chegar mais rápido. — Ela provocou, tentando aliviar o clima.Leonardo soltou um suspiro, mas um pequeno sorriso curvou seus lábios.— Você sempre encontra um jeito de me irritar, não é?— Não. — Isabela deu de ombros. — Eu só sou boa em fazer você falar quando quer se esconder.Ele lançou um olhar rápido a ela.— Não estou me escondendo.— Ah, claro. Porque homens misteriosos e sombrios nunca escondem nada, né? — Ela revirou os olho