Uma semana depoisMilo olhou para os amigos reunidos à sua frente, tentando gravar cada detalhe daquele momento. O dia de sua partida finalmente chegara, mesmo com os protestos veementes para que ele ficasse. Havia algo que precisava fazer: descobrir como Kairus estava e retornar à sua antiga casa. Embora Forwood tivesse lhe acolhido de maneira calorosa, aquele não era seu lugar. Porém, prometeu a si mesmo que visitas ocasionais não seriam um problema.O único detalhe que o deixava chateado era a ausência de Jordan para se despedir.Antes de partir, dirigiu-se a Annabeth. Com um sorriso nos lábios, abraçou-a carinhosamente e sussurrou em seu ouvido:— Parabéns, mamãe!— O quê? — Annabeth empalideceu, recuando um pouco. — Eu estou…— É um presente meu — ele piscou para ela, divertido. — Pode pensar em um nome para uma linda menina.Annabeth abriu a boca para dizer algo, mas permaneceu em silêncio, enquanto Keenan observava a troca com desconfiança.Depois disso, Milo fez uma reverência
Semanas DepoisA coroação do rei Urick aconteceu, e Forwood parecia outra aldeia. Pequenas peças de teatro, encenadas pelas crianças, retratavam a derrota de Esteban. A antiga aldeia na floresta não era mais necessária, e Keenan decidiu encerrá-la.As cabanas que antes abrigavam os refugiados foram reconstruídas, com apoio do reino. As plantações prosperavam, Edward reassumiu o título de xerife e também se tornou chefe da guarda real. A paz, enfim, parecia ter sido restaurada.William recuperou sua ferraria, agora maior e mais moderna. A feira de Forwood nunca estivera tão movimentada e abundante.Enquanto isso, em uma das câmaras do castelo, Annabeth se preparava ao lado de Tina para o casamento duplo que se aproximava. O pequeno volume da barriga de Tina já começava a aparecer, e Anna passou a mão suavemente sobre ele.— Serei uma madrinha incrível! Vou mimá-lo tanto que você nem vai acreditar. — Anna sorriu.— Não duvido disso. — Tina riu. — E você? E Keenan? Já estão pensando em u
Onze anos depois— Eu nunca vou acertar essa coisa! — Luca resmungou, tentando mais uma vez disparar a flecha no alvo.Antes que pudesse se frustrar mais, outra flecha veio certeira, cravando-se exatamente onde ele queria. Surpreso, virou-se e viu o pai, Keenan, com a irmã mais velha ao lado.— Papai! — Luca disse, assustado, escondendo a própria flecha atrás de si.— Luca. — Keenan se ajoelhou à frente dele, observando-o com um sorriso contido. — O que houve, filho?— Você não está bravo por eu pegar suas flechas?Keenan riu diante da culpa estampada no rosto do garoto e bagunçou seu cabelo.— Claro que não. Mas não precisava fazer isso escondido de mim.— Eu avisei para ele não vir à floresta sozinho. — Zaya cruzou os braços, arqueando uma sobrancelha como a mãe fazia.— Mexeriqueira. — Luca mostrou a língua para ela.— Maricas. — Zaya retrucou com um sorriso provocador.Antes que a troca de "elogios" escalasse, Keenan assoviou, fazendo os dois pararem instantaneamente, ainda que co
Prólogo Reino de Burterlling Kairus chegou ao seu castelo e, após respirar profundamente o ar da noite, observou a equipe — composta por cinquenta criados — fazer uma reverência. Joseph, seu mordomo, deu um sorriso cordial, mas carregado de um medo disfarçado. — É bom vê-lo de novo, vossa graça — disse ele, com uma leve reverência. O restante dos criados sorriu, mas a expressão deles transparecia mais medo do que respeito. Kairus observou cada um deles de forma penetrante, sem dizer uma palavra. — O que aconteceu com a Mildres? — perguntou, tirando as luvas e lançando um olhar severo para a equipe. — A senhora Mildres teve um infarto, há alguns dias, vossa graça — explicou Joseph, com a voz trêmula. — Já estou na escolha de alguém para substituí-la. — Faça isso. Minhas mães tiveram algo a ver com isso? — perguntou Kairus, notando os olhares apreensivos trocados entre os criados. — Não, suas mães não têm vindo aqui há algum tempo — respondeu Joseph, com um suspiro de alívio, mas
Avisos: Essa é a uma história de Ficção. Conteúdo Adulto. Créditos: Capa criada por Freepik IDADE MÉDIA - INGLATERRA - FORWOOD As nuvens encobriam o céu enquanto os gritos ecoavam pelos becos da Aldeia de Forwood. Um menino pulava sobre as tendas das barracas enquanto fugia, levando três maçãs em suas mãos. Atrás do pestinha estava a guarda real, e ele ouvia os gritos dos aldeões comerciantes – alguns reclamavam de sua ação, enquanto outros praguejavam contra os que o perseguiam. O garoto saltou da última tenda, dando uma cambalhota ao alcançar o chão. As galinhas no caminho se espalharam, cacarejando e batendo as asas para sair da frente. Ele olhou para trás e viu os soldados sendo barrados pelos comerciantes. Um sorriso sapeca tomou conta de seu rosto. — Corre, garoto! — exclamou um feirante. — Toma aqui. — Ele entregou mais uma fruta ao rapaz. — Obrigado, senhor Eduardo — respondeu o menino. Em um ato de ousadia e travessura, ele parou rapidamente, e, olhando para o
Algumas semanas depois— Eu não quero ir — Annabeth disse, abraçada a Keenan, com o rosto enterrado em seu peito. — Não quero que ninguém pegue o meu lugar.E aquilo era pura verdade; o maior medo de Annabeth era ser esquecida ou substituída.— Ei, ei... olhe para mim — ele pediu, tocando delicadamente o rosto dela. — Ninguém pode tomar o seu lugar. Ele é só seu. Você é única!— Sou mesmo? — perguntou com a voz embargada.Ele balançou a cabeça, concordando.— Já podemos ir, Annabeth? — A voz impaciente de seu pai soava irritada.Nem uma despedida decente eles poderiam ter. Annabeth apertou o abraço em Keenan, sem conseguir imaginar como seria sua vida sem ele. Era seu melhor amigo, e, em todas as confusões em que ele se metia, lá estavam eles juntos.— Filha, precisamos ir — disse Bozena, a mãe dela.— Não! — sussurrou Annabeth, enterrando o rosto mais fundo no peito dele.— Aninha — murmurou Keenan, segurando o rosto dela e o erguendo devagar. — Isso vai ser rápido. Você voltará logo
7 anos depoisKeenan Bentley segurava a espada com firmeza, e todo o seu corpo estava em alerta; olhou ao redor e percebeu seis homens ao seu redor. Um sorriso perigoso e ladino surgiu em seus lábios. Ele levantou uma sobrancelha, aguardando calmamente o ataque, já prevendo cada movimento de seus adversários. Inclinou a cabeça para o lado, ouvindo um leve estalo no pescoço, enquanto dois homens se aproximavam ao mesmo tempo, um pela lateral e outro por trás.Com o pesado treinamento que enfrentou, Keenan havia adquirido uma destreza ímpar. No momento certo, abaixou-se, desviando dos golpes, mas, de repente, todos os homens começaram a atacar juntos. Os gritos de guerra ecoaram pela arena, enquanto ele se movia como um deus: veloz, implacável e furioso. Seus golpes, sempre certeiros, carregavam uma originalidade inigualável, tornando impossível para seus oponentes tanto acertá-lo quanto escaparem de seus ataques. Não havia ninguém que lutasse como ele, mas seus adversários não desistir
∆ ×A carruagem passava lentamente pela floresta. Todos os guardas presentes estavam tensos, levando aquele ouro para o rei. Seus olhos treinados percorriam o lugar todo à medida em que avançavam. Sabiam da fama que aquela floresta tinha e esperava que a ideia do rei desse certo desta vez.— Será mesmo que ele é um espírito? — o jovem guarda indagou, tentando disfarçar o nervosismo na voz.— O único espírito que vai ter aqui vai ser o seu se não calar a boca — respondeu o outro soldado, mais à frente disse.Eles continuaram andando, atentos a qualquer movimento suspeito. Estavam em um total de dez homens, os guardas mais fortes e habilidosos do reino; não podiam falhar com o rei. Ouviram o barulho de um piado que parecia de coruja, e pararam assustados. — O que foi isso?Ouviram outro barulho; eram assobios que ecoavam por toda a floresta. Os guardas olharam para todos os lados, ouvindo, desta vez, sons de passos e vultos passando por várias partes.— Eles estão aqui! — exclamou o j