O dia do torneio finalmente chegou.Anna chegou à arquibancada e reprimiu a vontade de ir até a tenda de Keenan. No momento em que ela e sua família foram avistados, um criado do rei veio até eles e pediu que se juntassem à corte.Edward seguiu à frente, enquanto Anna e a mãe o acompanhavam. Ao chegarem diante da corte e do rei Esteban, curvaram-se respeitosamente.— Então esta é a linda jovem Annabeth de quem ouvimos tanto falar — disse o rei Leopold, sorrindo calorosamente. — Venha mais perto, minha cara.Sentindo as bochechas esquentarem, Anna obedeceu, aproximando-se da corte.— Agora entendo por que o general Bentley ficou fascinado por ela — comentou Sarah, a rainha de Voxten. — Ela é realmente uma beleza.Anna agradeceu com um sorriso tímido, sentindo-se levemente desconfortável.— É verdadeiramente uma beleza — concordou Griselda, a rainha de Forwood. — Sente-se aqui perto de nós, querida. Seu pai ficará com os homens.Anna se acomodou ao lado de Sarah, enquanto sua mãe ocupav
Na manhã seguinte, Keenan acordou mais cedo do que o restante do pessoal e decidiu fazer uma caminhada pelo local, observando o raiar do sol. Sentia uma estranha sensação, como se algo importante fosse acontecer. Talvez fosse uma bobeira... ou talvez não.Ele respirou fundo, sentindo o ar puro encher seus pulmões. Olhou para as arquibancadas vazias e, ao recordar os gritos e a animação do povo de Forwood, uma sensação de gratidão invadiu seu peito. Pela primeira vez, seu povo realmente parecia estar se divertindo, e ele sabia que aquilo precisava acontecer. Seu povo precisava se livrar daquele crápula.O rei dos ladrões já havia cumprido seu papel. Agora, era a vez de Keenan Bentley fazer o seu. Primeiro, ele precisava resgatar Anna, depois cuidaria de Esteban.Keenan voltou para a tenda para se aquecer para o primeiro combate do dia: enfrentaria o Visconde de Trevila. Pelo que seu pai lhe havia contado, aquele homem era um trapaceiro de primeira. Perdera toda sua fortuna por conta de
Os alvos foram colocados em fileiras. Keenan observou o duque se posicionando enquanto todos ao redor assistiam a última competição.— Você sabe que Esteban não vai sair tão fácil assim do trono — Kairus disse em tom baixo.— Sim. Já estou cansado disso, preciso fazer algo.— Você tem que revelar que é filho de Urick — sugeriu o homem.— Ninguém vai acreditar nisso — Keenan sussurrou.— A menos que seu pai apareça.Nesse momento, o bandeirinha se aproximou. Keenan segurou o arco e puxou a flecha. Seu braço doía, mas aquilo era muito melhor do que carregar a pesada lança.Quando a bandeira branca balançou, ambos atiraram simultaneamente, acertando o alvo. Empate novamente. O alvo foi deslocado para uma posição mais distante. Keenan mirou, e, ao comando, os dois dispararam outra vez, novamente um empate.Agora, preparavam-se para a última flecha. O jogo continuaria até que um deles errasse.— Muita sorte, Keenan — disse o duque, preparando-se.Keenan fez o mesmo. Ambos atiraram ao mesmo
Uma semana depoisMilo olhou para os amigos reunidos à sua frente, tentando gravar cada detalhe daquele momento. O dia de sua partida finalmente chegara, mesmo com os protestos veementes para que ele ficasse. Havia algo que precisava fazer: descobrir como Kairus estava e retornar à sua antiga casa. Embora Forwood tivesse lhe acolhido de maneira calorosa, aquele não era seu lugar. Porém, prometeu a si mesmo que visitas ocasionais não seriam um problema.O único detalhe que o deixava chateado era a ausência de Jordan para se despedir.Antes de partir, dirigiu-se a Annabeth. Com um sorriso nos lábios, abraçou-a carinhosamente e sussurrou em seu ouvido:— Parabéns, mamãe!— O quê? — Annabeth empalideceu, recuando um pouco. — Eu estou…— É um presente meu — ele piscou para ela, divertido. — Pode pensar em um nome para uma linda menina.Annabeth abriu a boca para dizer algo, mas permaneceu em silêncio, enquanto Keenan observava a troca com desconfiança.Depois disso, Milo fez uma reverência
Semanas DepoisA coroação do rei Urick aconteceu, e Forwood parecia outra aldeia. Pequenas peças de teatro, encenadas pelas crianças, retratavam a derrota de Esteban. A antiga aldeia na floresta não era mais necessária, e Keenan decidiu encerrá-la.As cabanas que antes abrigavam os refugiados foram reconstruídas, com apoio do reino. As plantações prosperavam, Edward reassumiu o título de xerife e também se tornou chefe da guarda real. A paz, enfim, parecia ter sido restaurada.William recuperou sua ferraria, agora maior e mais moderna. A feira de Forwood nunca estivera tão movimentada e abundante.Enquanto isso, em uma das câmaras do castelo, Annabeth se preparava ao lado de Tina para o casamento duplo que se aproximava. O pequeno volume da barriga de Tina já começava a aparecer, e Anna passou a mão suavemente sobre ele.— Serei uma madrinha incrível! Vou mimá-lo tanto que você nem vai acreditar. — Anna sorriu.— Não duvido disso. — Tina riu. — E você? E Keenan? Já estão pensando em u
Onze anos depois— Eu nunca vou acertar essa coisa! — Luca resmungou, tentando mais uma vez disparar a flecha no alvo.Antes que pudesse se frustrar mais, outra flecha veio certeira, cravando-se exatamente onde ele queria. Surpreso, virou-se e viu o pai, Keenan, com a irmã mais velha ao lado.— Papai! — Luca disse, assustado, escondendo a própria flecha atrás de si.— Luca. — Keenan se ajoelhou à frente dele, observando-o com um sorriso contido. — O que houve, filho?— Você não está bravo por eu pegar suas flechas?Keenan riu diante da culpa estampada no rosto do garoto e bagunçou seu cabelo.— Claro que não. Mas não precisava fazer isso escondido de mim.— Eu avisei para ele não vir à floresta sozinho. — Zaya cruzou os braços, arqueando uma sobrancelha como a mãe fazia.— Mexeriqueira. — Luca mostrou a língua para ela.— Maricas. — Zaya retrucou com um sorriso provocador.Antes que a troca de "elogios" escalasse, Keenan assoviou, fazendo os dois pararem instantaneamente, ainda que co
Prólogo Reino de Burterlling Kairus chegou ao seu castelo e, após respirar profundamente o ar da noite, observou a equipe — composta por cinquenta criados — fazer uma reverência. Joseph, seu mordomo, deu um sorriso cordial, mas carregado de um medo disfarçado. — É bom vê-lo de novo, vossa graça — disse ele, com uma leve reverência. O restante dos criados sorriu, mas a expressão deles transparecia mais medo do que respeito. Kairus observou cada um deles de forma penetrante, sem dizer uma palavra. — O que aconteceu com a Mildres? — perguntou, tirando as luvas e lançando um olhar severo para a equipe. — A senhora Mildres teve um infarto, há alguns dias, vossa graça — explicou Joseph, com a voz trêmula. — Já estou na escolha de alguém para substituí-la. — Faça isso. Minhas mães tiveram algo a ver com isso? — perguntou Kairus, notando os olhares apreensivos trocados entre os criados. — Não, suas mães não têm vindo aqui há algum tempo — respondeu Joseph, com um suspiro de alívio, mas
Avisos: Essa é a uma história de Ficção. Conteúdo Adulto. Créditos: Capa criada por Freepik IDADE MÉDIA - INGLATERRA - FORWOOD As nuvens encobriam o céu enquanto os gritos ecoavam pelos becos da Aldeia de Forwood. Um menino pulava sobre as tendas das barracas enquanto fugia, levando três maçãs em suas mãos. Atrás do pestinha estava a guarda real, e ele ouvia os gritos dos aldeões comerciantes – alguns reclamavam de sua ação, enquanto outros praguejavam contra os que o perseguiam. O garoto saltou da última tenda, dando uma cambalhota ao alcançar o chão. As galinhas no caminho se espalharam, cacarejando e batendo as asas para sair da frente. Ele olhou para trás e viu os soldados sendo barrados pelos comerciantes. Um sorriso sapeca tomou conta de seu rosto. — Corre, garoto! — exclamou um feirante. — Toma aqui. — Ele entregou mais uma fruta ao rapaz. — Obrigado, senhor Eduardo — respondeu o menino. Em um ato de ousadia e travessura, ele parou rapidamente, e, olhando para o