Quando tudo parecia seguro, Keenan voltou à floresta. A entrada do túnel estava desprotegida, e ele balançou a cabeça, ficando mal-humorado. Assim que chegou à aldeia, avistou os garotos junto de Apolo e sua mãe. Todos o encaravam com expressões espantadas.Keenan ignorou os olhares, desceu as escadas calmamente, colocou as mãos no bolso da calça e agiu como se nada estivesse fora do comum.— Alguém pode me explicar por que o nosso túnel está desprotegido? — perguntou, erguendo uma sobrancelha ao se aproximar.— Onde você estava? — A voz de Gweneth soou histérica enquanto o olhava com severidade. — Tem ideia da preocupação que nos causou?— Mãe — respondeu, com calma —, eu disse que precisava de um momento sozinho. Estava com Annabeth. — Antes que ela pudesse começar outro sermão, completou: — Na casa dela.— Dormiu lá?Ele assentiu com a cabeça, desviando o olhar para Apito e Tina.— Keenan, o que faremos agora? Vamos sair daqui, certo? — perguntou Jordan, com evidente preocupação.—
Esteban observava, impaciente, enquanto o duque fazia flexões rápidas e aparentemente sem esforço. Já fazia quase um mês desde a chegada de Kairus a Forwood, e ainda não havia qualquer avanço significativo sobre o paradeiro do rei dos ladrões. A frustração fervilhava dentro de Esteban. Ele esperava que aquele homem medonho resolvesse tudo com a eficiência que prometera, mas até agora, nada.Enquanto isso, a última carga — tanto de comida quanto de ouro — havia sido roubada na floresta, sem qualquer represália significativa. Pelo menos Edward, apesar de sua incompetência, ao menos tentava confrontar os ladrões. Viktor, por outro lado, limitava-se a intimidar os aldeões. É verdade que os impostos agora eram pagos rigorosamente, mas quando isso não acontecia, o duque era impiedoso em seus castigos públicos.Esteban estava no limite de sua paciência. Queria resultados.— Você sempre transporta o seu ouro nessas mesmas carruagens? — a voz grave de Kairus interrompeu seus pensamentos.O rei
Keenan ajustou a armadura e verificou a máscara, certificando-se de que estava bem presa, enquanto o capuz lhe cobria o rosto. Pegou sua aljava e as bolsas de ouro antes de sair. Do lado de fora, os garotos já o aguardavam ao lado de Apolo, cuja convivência com ele mudara significativamente nas últimas semanas.Embora tanto Apolo quanto sua mãe estivessem respeitando seu espaço, Keenan sabia que as conversas mais difíceis ainda estavam por vir. Mas, por ora, precisava de tempo para processar tudo.— Apito, fique de olhos abertos. Qualquer sinal de perigo, você sabe o que fazer — ordenou com firmeza.— Mas eu queria ir com vocês, fazer a entrega.Keenan suspirou, avaliando o garoto.— Escute, essa já é uma responsabilidade enorme. Não vou te colocar no grupo se não estiver preparado. Tem certeza de que quer vir?— Tenho! Estou pronto.Ele não insistiu mais. Concordando com a cabeça, liderou o grupo para fora da floresta. O objetivo era claro: entregar as bolsas de ouro às casas da alde
Avisos: Essa é a uma história de Ficção. Conteúdo Adulto. Créditos: Capa criada por Freepik IDADE MÉDIA - INGLATERRA - FORWOOD As nuvens encobriam o céu enquanto os gritos ecoavam pelos becos da Aldeia de Forwood. Um menino pulava sobre as tendas das barracas enquanto fugia, levando três maçãs em suas mãos. Atrás do pestinha estava a guarda real, e ele ouvia os gritos dos aldeões comerciantes – alguns reclamavam de sua ação, enquanto outros praguejavam contra os que o perseguiam. O garoto saltou da última tenda, dando uma cambalhota ao alcançar o chão. As galinhas no caminho se espalharam, cacarejando e batendo as asas para sair da frente. Ele olhou para trás e viu os soldados sendo barrados pelos comerciantes. Um sorriso sapeca tomou conta de seu rosto. — Corre, garoto! — exclamou um feirante. — Toma aqui. — Ele entregou mais uma fruta ao rapaz. — Obrigado, senhor Eduardo — respondeu o menino. Em um ato de ousadia e travessura, ele parou rapidamente, e, olhando para o
Algumas semanas depois— Eu não quero ir — Annabeth disse, abraçada a Keenan, com o rosto enterrado em seu peito. — Não quero que ninguém pegue o meu lugar.E aquilo era pura verdade; o maior medo de Annabeth era ser esquecida ou substituída.— Ei, ei... olhe para mim — ele pediu, tocando delicadamente o rosto dela. — Ninguém pode tomar o seu lugar. Ele é só seu. Você é única!— Sou mesmo? — perguntou com a voz embargada.Ele balançou a cabeça, concordando.— Já podemos ir, Annabeth? — A voz impaciente de seu pai soava irritada.Nem uma despedida decente eles poderiam ter. Annabeth apertou o abraço em Keenan, sem conseguir imaginar como seria sua vida sem ele. Era seu melhor amigo, e, em todas as confusões em que ele se metia, lá estavam eles juntos.— Filha, precisamos ir — disse Bozena, a mãe dela.— Não! — sussurrou Annabeth, enterrando o rosto mais fundo no peito dele.— Aninha — murmurou Keenan, segurando o rosto dela e o erguendo devagar. — Isso vai ser rápido. Você voltará logo
7 anos depoisKeenan Bentley segurava a espada com firmeza, e todo o seu corpo estava em alerta; olhou ao redor e percebeu seis homens ao seu redor. Um sorriso perigoso e ladino surgiu em seus lábios. Ele levantou uma sobrancelha, aguardando calmamente o ataque, já prevendo cada movimento de seus adversários. Inclinou a cabeça para o lado, ouvindo um leve estalo no pescoço, enquanto dois homens se aproximavam ao mesmo tempo, um pela lateral e outro por trás.Com o pesado treinamento que enfrentou, Keenan havia adquirido uma destreza ímpar. No momento certo, abaixou-se, desviando dos golpes, mas, de repente, todos os homens começaram a atacar juntos. Os gritos de guerra ecoaram pela arena, enquanto ele se movia como um deus: veloz, implacável e furioso. Seus golpes, sempre certeiros, carregavam uma originalidade inigualável, tornando impossível para seus oponentes tanto acertá-lo quanto escaparem de seus ataques. Não havia ninguém que lutasse como ele, mas seus adversários não desistir
∆ ×A carruagem passava lentamente pela floresta. Todos os guardas presentes estavam tensos, levando aquele ouro para o rei. Seus olhos treinados percorriam o lugar todo à medida em que avançavam. Sabiam da fama que aquela floresta tinha e esperava que a ideia do rei desse certo desta vez.— Será mesmo que ele é um espírito? — o jovem guarda indagou, tentando disfarçar o nervosismo na voz.— O único espírito que vai ter aqui vai ser o seu se não calar a boca — respondeu o outro soldado, mais à frente disse.Eles continuaram andando, atentos a qualquer movimento suspeito. Estavam em um total de dez homens, os guardas mais fortes e habilidosos do reino; não podiam falhar com o rei. Ouviram o barulho de um piado que parecia de coruja, e pararam assustados. — O que foi isso?Ouviram outro barulho; eram assobios que ecoavam por toda a floresta. Os guardas olharam para todos os lados, ouvindo, desta vez, sons de passos e vultos passando por várias partes.— Eles estão aqui! — exclamou o j
Annabeth reprimiu a vontade de olhar pela janela pela trigésima vez. A carruagem avançava cada vez mais, e, da última vez que colocara a cabeça para fora, a estrada da floresta de Forwood ainda era visível. Ela estava ciente do que ocorria naquele lugar e sabia do risco que corria, mas não era exatamente isso que a deixava extremamente ansiosa — finalmente retornava para casa após longos seis anos.Mordendo os lábios, pensou em como fora sua vida longe de sua aldeia natal.Vivera com os tios e teve uma excelente educação, tornara-se uma dama; no entanto, também se tornou uma mulher forte, decidida, inteligente e prática. Aprendeu várias outras coisas na aldeia de seus tios. Mas, nem por um segundo, esquecia-se de sua vida na aldeia natal, e seu desejo de voltar para casa continuara vivo por todos esses anos.Seus pais a visitavam poucas vezes e se comunicavam por pergaminhos. Sentia falta da família e — principalmente — falta dele, seu melhor amigo de infância.Seu Keenan.Deu uma ris