Capítulo 47

Quando Anna voltou para casa depois daquele episódio assustador na praça, não conseguia pensar em outra coisa senão nos problemas que estavam por vir. O duque era uma pessoa horrível, sem nenhum traço de amor ou piedade. Bastava olhar para ele e perceber o quanto gostava de causar dor.

O homem era a personificação da maldade.

Anna estremeceu ao se lembrar daquele olho verde frio, desprovido de qualquer emoção, fixado nela. Lembrou-se vagamente de uma conversa antiga com seu pai, na qual ele mencionara que até a corte evitava convidar esse nobre para reuniões — somente o faziam quando era absolutamente necessário. Diziam que ele vivia em um castelo tão sombrio quanto ele próprio, onde os criados eram torturados por diversão.

Antes, Anna nunca acreditara muito nessas histórias. Mas, ao vê-lo em ação na praça, constatou que tudo era real. Na verdade, era até pior.

Perto da hora do almoço, seu pai chegou em casa estarrecido. Ele se sentou, pálido, e precisou de alguns minutos para recuper
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