DARIUS (GENERAL DO REI VAMPIRO)— Chegou o momento — digo aos meus homens, sentado na velha cripta que usamos como refúgio fora dos limites de Silver Lake.Não ouso me aproximar tanto daquela alcateia com o Rei Lycan rondando e mais alerta. No entanto, a estratégia de usar a família do Alfa continua funcionando.Com algumas mudanças, mas sempre havia um peão útil, fraco e indefeso, que me servia como espião e manipulava o coração gentil daquela donzela.— Thane, prepare tudo para o feitiço de transferência. Precisamos realizar a operação rapidamente, antes que o Rei Lycan possa reagir. Organize os portais das sombras para os meus homens — ordeno ao feiticeiro que viaja conosco.Os vampiros mais poderosos conseguimos conjurar um pouco de magia elemental, mas para coisas mais potentes, precisamos da ajuda de um bruxo das trevas.— Senhor, esse corpo tão pequeno não vai suportar se eu transferir mais do seu poder para ele — ele me adverte.— Só preciso que dure o suficiente. Você não est
VALERIAMe movi imediatamente para o lado, observando o chão se abrir com um rangido, como se fosse uma velha maquinaria enferrujada.Nas profundezas da terra, surgiu uma passagem escura, descendo por antigas escadas que levavam a algo que parecia um porão sob a estufa.— O que foi esse barulho, Srta. Valeria? Está bem? — a voz de Edward chegou até mim, e olhei para ele no mesmo lugar onde o havia deixado sentado na cadeira de rodas, com o rosto preocupado.— Sim, estou bem, foi apenas uma janela emperrada que tentei abrir e fez esse barulho. Espere aí, não se preocupe — menti, porque já não confiava totalmente em ninguém.Ele não podia subir até aqui sozinho, muito menos descer por este lugar tão estreito.“Celine, acho que encontrei o lugar certo do Altar da Deusa. Vou descer para lê-lo. Cuide das minhas costas aqui em cima, deixei Edward dentro da estufa. Não o perca de vista.”“Valeria, não estou gostando nada disso. Vou chamar meu irmão para vir. Acho que é melhor esperar...”“Se
VALERIAEle grita, e é impressionante ver as feições distorcidas de Edward em expressões adultas e cruéis.Enfio a mão no decote e tiro a estrela com as pontas tingidas de vermelho, cobertas com meu sangue.Ele estende a pequena mão e se aproxima mais, enquanto estico a minha, tremendo.Algo dentro de mim grita que ele não pode ficar com isso, que já revelei demais.Minha mente trabalha freneticamente, tentando não olhar para suas costas para não denunciar Celine, que se aproxima. Aperto a relíquia entre meus dedos, e o metal brilha como luz de lua.Instantes antes de cair nas garras dele, ele se tensiona e se vira de repente, enfrentando o ataque surpresa da Alfa.Sombras escuras se projetam do pequeno corpo, que agora luta com Celine.— Então conseguiu derrotar meu sentinela? Você é uma garota cheia de segredos! Me pergunto o que Aldric Throne diria sobre isso — ele zomba.Olho horrorizada enquanto garras afiadas crescem nas mãos de Edward. Sua velocidade mal pode ser acompanhada co
CELINEPensei que tinha chegado meu momento de morrer. Sinceramente, nunca imaginei que terminaria assim.Uma dor agonizante atravessou o dorso da minha loba, e imediatamente me transformei em minha forma híbrida, com alguns traços de vampiro, sibilando ameaçadoramente em um canto cercada por inimigos cruéis.Levei a mão ao ferimento profundo que me atravessava das costas até o estômago. Resistia como podia, mas sabia que não sobreviveria a outro ataque.De repente, um rugido gelado ecoou pelas velhas paredes, fazendo tudo estremecer.Assim como eu, todos se viraram ao mesmo tempo para testemunhar algo incrível.Valeria estava se levantando do canto escuro onde estava. O corpo rígido do menino jazia no chão, e ela avançava passo a passo, sibilando como uma fera predadora prestes a atacar.— Se... Senhor... O que é isso?— Apenas uma pulguenta tentando nos intimidar! Pare de bancar a valente comigo ou vou matar essa mulher de forma ainda pior do que fiz com o moleque! — gritou o vampir
THANE (O FEITICEIRO QUE ACOMPANHAVA DARIUS, O GENERAL VAMPIRO)Nunca tinha tomado uma decisão tão acertada em toda a minha vida.Os métodos extremos de Darius nunca me agradaram, mas eu só podia seguir suas ordens.Ele era quem mandava, então forcei ainda mais de sua energia vital dentro do corpo já frágil daquele filhote, sabendo muito bem que ele não sobreviveria a uma invasão tão agressiva.Ouvi toda a tradução do Altar saindo da boca daquela mulher estranha, pois minha magia agia como mediadora no corpo do garoto.Quando a luta começou, permaneci na cripta, sustentando o feitiço dos portais pelos quais os homens do General Darius passaram para lutar.Tudo foi para o inferno em um segundo e, mesmo sem estar fisicamente no local, tremi de medo ao “assistir” tudo através da minha magia das sombras.Minha mente trabalhava a mil. O General estava morto, e ninguém havia sobrevivido. Quem diabos era aquela mulher?Eu não sabia ao certo, mas entendi algo muito rápido: o Rei Vampiro ficari
ALDRICOlho nos olhos apavorados dessa Alfa.Nunca gostei particularmente dela, mas seu irmão é um membro valioso dos Guardiões e, agora, o único que pode ler esses Altares.— Por que estava levando Valeria como se estivesse fugindo? Sei que você ouviu muito bem o rugido do meu lycan. Por que diabos não esperou por mim e a colocou em perigo novamente?Aperto mais minha mão com raiva ao lembrar como cheguei àquela saída d’água e as vi sendo arrastadas pela correnteza. Não pensei nem por um segundo antes de saltar atrás da minha fêmea.— Se… Senhor… Eu… estava ferida por causa da luta, tive… tive medo de que saíssem mais inimigos daqueles buracos escuros… na parede… e nos matassem antes que o senhor chegasse… Agi por impulso, pulei nervosa sem pensar…Ela responde gaguejando, e eu me inclino mais perto, observando o interior de seus olhos erráticos, cheios de pânico.Quando cheguei, vi muito bem a sombra de um homem fugindo por aquele buraco na parede que ela mencionou, então faz algum
VALERIAFecho a porta do banheiro e escuto Aldric suspirar frustrado do lado de fora. Mas, no final, ele vai embora e me deixa sozinha.Ele entrou no quarto do segundo andar, escalando a janela desde a floresta em sua forma de lycan.Ouço o som dele procurando roupas e se trocando. A porta do quarto se abre e se fecha.Aldric vai acertar contas com a família do Alfa, que já não será mais o Alfa dessa alcateia.Começo a tirar minhas roupas molhadas, enquanto analiso tudo o que aconteceu.Engulo o nó na garganta ao pensar em Edward e fecho os olhos, guardando sua lembrança em meu peito.Coloco as mãos no bolso interno do meu vestido.Essa foi a principal razão para afastar Aldric: senti o poder da relíquia assim que abri os olhos e a escondi dele.Eu não lembrava direito do que tinha acontecido para dar explicações se ele me perguntasse.Minha mente estava cheia de lacunas, como sempre acontece quando acordo desses episódios estranhos.Mas agora, alguém havia sido testemunha: Celine.Eu
VALERIADevo admitir que, ao avistar as antigas torres do castelo sobre a colina coberta de névoa, soltei um suspiro de alívio.Olhei pela cortina da carruagem para o poderoso lycan que cavalgava ao meu lado, sendo admirado por onde quer que passássemos.Muitas coisas aconteceram durante essa viagem.Disfarçadamente, levo a mão à marca na minha nuca, coberta pelo colarinho do vestido.Seus poderosos caninos deixaram sua marca em minha pele, reclamando-me como sua, mesmo que temporariamente.E agora, como devo me comportar com sua majestade? Minha mente está cheia de pensamentos, mentiras e medos.Decidi agir como sempre, como a donzela com privilégios de dividir sua cama, sempre que minha “borboleta interior” desejasse um delicioso maltrato.— O que está fazendo? Por que está indo para o seu quarto? — Ele segura minha mão e me detém quando indico ao moço para levar minha pequena bagagem.— Sua majestade, é lógico que…— O lógico é que você durma na minha cama. Vou falar com Sasha para